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Direito à Memória e à Verdade - DHnet

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DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADEtivo para processar o deputado federal Márcio MoreiraAlves, do MDB, que havia discursado da tribuna da Câmaradenunciando a violência policial e militar exercidacontra as passeatas estudantis. Com Mário Covas naliderança da oposição, o parlamento brasileiro não securvou à exigência e essa negativa foi utilizada peloregime como pretexto final para a decretação do AI-5,em 13 de dezembro.O AI-5 foi considerado um verdadeiro “golpe dentro dogolpe”. O Congresso Nacional foi fechado, as cassaçõesde mandatos foram retomadas, a imprensa passou a sercompletamente censurada, foram suspensos os direitosindividuais, inclusive o de habeas-corpus. O Conselhode Segurança Nacional teve seus poderes ampliados ea chamada Linha Dura assumiu o controle completo nointerior do regime. Ações de guerrilha urbana, já iniciadasantes do AI-5, se avolumaram nitidamente atésetembro de 1969, quando o espetacular seqüestro doembaixador norte-americano no Brasil, Charles BurkeElbrick significou uma desmoralização do poderio repressivodo regime e, ao mesmo tempo uma convocaçãopara que ele fosse redobrado.Com o afastamento de Costa e Silva, em agosto de1969, por motivos médicos, uma Junta Militar ocupoude forma provisória o poder, impedindo a posse do vicepresidentecivil, Pedro Aleixo. De imediato, a junta editou,em setembro de 1969, uma nova Lei de SegurançaNacional, com elevação drástica do conteúdo repressivoe introduzindo a pena de morte. Na disputa sucessóriaentão deflagrada, o general Médici foi o vencedor emuma votação direta entre generais do Alto-Comando.Médici pertencia ao grupo palaciano que havia apostadono fechamento político do Estado e sua posse abriua fase de repressão mais extremada em todo o ciclo de21 anos do regime militar.A Constituição de 1967, que Castello Branco havia introduzidoem substituição à Carta de 1946, e que tentavalegalizar um sistema carente de legitimidade constitucional,é trocada, por decreto, pela Constituição de 1969.Este último arremedo de Constituição, completamente inconstitucionalà luz de qualquer abordagem apoiada nosprincípios universais do <strong>Direito</strong>, nada mais fazia do quedesdobrar as imposições contidas no draconiano AI-5. Eeste tinha abolido os direitos individuais, que representamReunião da Campanha pela Anistia, em 1978, na Câmara de Vereadores de São Paulo| 26 |

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