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Direito à Memória e à Verdade - DHnet

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DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADEVandick estudou em Jequié, no Instituto Régis Pacheco. Naquela cidade, participou de um grupo de estudo de literatura junto com outrasduas guerrilheiras do Araguaia: sua futura esposa, Dinaelza, também desaparecida, e Luzia Reis Ribeiro, presa em 1972 . Mais tarde, cursouEconomia na Universidade Federal da Bahia, em Salvador, até o 3º ano. Fez parte do Comitê Estudantil do PCdoB, em 1970, quando foi eleitopara o DCE da Universidade. Era também professor de História. Em 1971, ele e Dianelza Santana Coqueiro, sua mulher, foram juntos paraa região do Gameleira, onde ficou conhecido como João Goiano, do Destacamento B.Segundo o Relatório Arroyo, “Dinaelza e Vandick haviam ficado perto do local onde houvera o tiroteio em 17/12 contra Antônio Teodoro e Elmo, paraencontrá-los e deveriam retornar no dia 28/12 num local bem próximo de onde houvera o tiroteio do dia 25/12, segundo informações de Osvaldão.No entanto, Antônio e Elmo já haviam se encontrado com Arroyo em outro local. Desde esta data estão desaparecidos”.O relatório do Ministério da Marinha, apresentado em 1993 ao ministro da Justiça Maurício Corrêa, registra apenas que foi “morto em17/01/1974, pela equipe C 11”.Pedro Vicente Ferreira, conhecido por Pedro Zuza, em depoimento prestado ao Ministério Público Federal, em 07/07/2001, disse que serviude guia durante dois meses na região do Embaubal e que buscavam a turma do Osvaldão, já tendo matado o Amaury (Paulo Roberto PereiraMarques) e Zé Goiano ou João Goiano, como era chamado o Vandick, na região.Baseado no Dossiê Araguaia, escrito por militares que participaram da repressão à guerrilha, Hugo Studart, em A Lei da Selva, apresenta umadata completamente diferente: “O Dossiê informa que morreu em SET 74. Foi o penúltimo guerrilheiro a ser apanhado pelos militares”.LUIZ RENÊ SILVEIRA E SILVA (1951-1974)Número do processo: 227/96Filiação: Lulita Silveira e Silva e René de Oliveira e SilvaData e local de nascimento: 15/07/1951, Rio de Janeiro (RJ)Organização política ou atividade: PCdoBData do desaparecimento: entre 19/janeiro e março/1974Data da publicação no DOU: Lei nº 9.140/95 – 04/12/95Estudante carioca, cursou o primário e o secundário no Instituto Lafayette. Em 1970, ingressou na Escola de Medicina e Cirurgia do Rio deJaneiro, abandonando o curso no ano seguinte. Tinha apenas 19 anos quando tomou a decisão de ir para o Araguaia, já militante do PCdoB,ficando conhecido na região como Duda. Com seu jeito calado, estava sempre atento aos relatos dos companheiros mais experientes. Apesarde ter cursado apenas o 1° ano, dedicava-se à medicina, além de estudar política e economia. Em 1980, sua mãe, Lulita Silveira e Silva, foià Escola de Medicina e Cirurgia à procura de uma fotografia de Luiz René e encontrou sua ficha escolar com a foto arrancada. Informaramque havia sido retirada por agentes dos órgãos de segurança.Como em muitos outros casos de mortes ou desaparecimentos durante a guerrilha do Araguaia, existem distintas versões e datas a respeitode Luiz René. Na apresentação do caso anterior, já se informou que os procuradores do Ministério Público Federal colheram depoimentos demoradores do Araguaia indicando que Luiz René e Hélio foram presos juntos, estando apenas Hélio ferido. Já as informações colhidas porCirene Barroso, mãe de Jana Moroni Barroso, também junto aos moradores do Araguaia, apontam que Luiz teria sido preso em uma casa decamponeses, com a perna quebrada por um tiro e levado para a base militar de Bacaba (PA), no início de 1974.Segundo o Relatório Arroyo, “No dia 19/01/74, Ângelo e Zezinho se separaram de Luiz Renê Silveira e Hélio. Hélio e Luiz Renê nunca maisforam vistos”. No site www.desaparecidospoliticos.org.br/araguaia estão arquivados vários outros depoimentos. Conforme já visto na apresentaçãodo caso Maria Célia Corrêa, a Rosinha, o ex-guia Vanu teria presenciado a execução de Luiz René: ”um helicóptero aterrisou trazendotrês prisioneiros: Antônio de Pádua, o Piauí, Luís René da Silva, o Duda, e Maria Célia Corrêa, a Rosinha. Um oficial ordenou que os presos,| 242 |

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