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Direito à Memória e à Verdade - DHnet

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DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADEvoltam as mobilizações de massa que dariam início àconstrução de um novo sindicalismo no Brasil.A área intelectual e artística representou outro pólo deresistência. A música, o cinema, o teatro, a literatura,distintos segmentos da vida cultural brasileira tornaram-searena de contestação ao regime autoritário,agindo muitas vezes como ousada trincheira que exigiao resgate da liberdade de criação. O setor enfrentou,como represália, períodos de vigorosa censura e mesmoa prisão de grandes expoentes artísticos, em especialnas semanas que se seguiram à decretação do AI-5.neiro, o Movimento Estudantil começou a se manifestarcom energia a partir de 1965, em todo o País. A UNEdesafiou abertamente a proibição das entidades estudantisautênticas, imposta pelo primeiro ministro daEducação do regime militar, Flávio Suplicy de Lacerda.Essas manifestações cresceriam até atingir seu auge nasgrandes passeatas de 1968, entrando em refluxo após adecretação do AI-5, em dezembro daquele ano, para voltara crescer novamente a partir de 1977. Em fevereiro de1969, o governo Costa e Silva chegou a baixar um dispositivoespecífico para reprimir a oposição política e aatividade crítica nas universidades, o Decreto nº 477, queprevia o desligamento de estudantes, professores e funcionáriosenvolvidos em atividades subversivas.Os sindicatos de trabalhadores, fortemente golpeadospelo regime já nos primeiros dias de abril de 1964, conseguiramse reerguer gradualmente e realizar importantesgreves em 1968, em Osasco (SP) e Contagem (MG),retornando a um patamar de fermentação discreta atéatingir novo salto em 1978, quando no ABC paulista,No contexto de endurecimento do regime, algumas organizaçõespartidárias de esquerda optaram pela lutaarmada como estratégia de enfrentamento do poderdos militares. Nasceram diferentes grupos guerrilheiros,compostos por estudantes em sua grande maioria,mas incluindo também antigos militantes comunistas,militares nacionalistas, sindicalistas, intelectuais e religiosos.Essas organizações político-militares adotaramtáticas de assalto a bancos, seqüestro de diplomatasestrangeiros para resgatar presos políticos, atentados aquartéis e outras modalidades de enfrentamento, o que,por sua vez, também produziu inúmeras vítimas entreagentes dos órgãos de segurança e do Estado.Consolidou-se, com o AI-5, uma dinâmica de radicalizaçãoque já tinha nascido no bojo da disputa queenvolveu a escolha do sucessor de Castello Brancono comando do regime. O general Costa e Silva assumiua presidência, em 1967, como representanteda chamada Linha Dura, vale dizer, setores das trêsArmas que rejeitavam qualquer moderação ou tolerânciaquanto às oposições. Na chefia do SNI, Costae Silva colocou Garrastazu Médici, que seria o presidenteseguinte, representando o período de maiortruculência repressiva.Nessa dinâmica, o governo tinha alijado até mesmo liderançaspolíticas que foram grandes expoentes da mobilizaçãopela deposição de João Goulart, como CarlosLacerda e vários outros. O endurecimento levou ao surgimento,em 1966, de uma Frente Ampla que reunificavafiguras diametralmente opostas no leque partidáriobrasileiro, como o próprio Lacerda, Juscelino Kubitschek,| 24 |

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