11.07.2015 Views

Direito à Memória e à Verdade - DHnet

Direito à Memória e à Verdade - DHnet

Direito à Memória e à Verdade - DHnet

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

COMISSÃO ESPECIAL SOBRE MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS1943, esteve presente à Conferência da Mantiqueira, que reestruturou o P, sendo eleito para o Comitê Central. (...) A idade para ele não eraempecilho, embora já sentisse o peso dos anos”.Nas exumações feitas no cemitério de Xambioá por uma Comissão de Familiares, parlamentares, legistas e pela Comissão Justiça e Paz deSão Paulo, em 1991, foram encontrados ossos de um homem negro com mais de 60 anos que, provavelmente, são de Francisco Manoel.Essa ossada permaneceu no Departamento de Medicina Legal da Unicamp sem ser identificada. Posteriormente foi transferida para o IMLde São Paulo. Na hipótese de ser localizado algum parente próximo e consangüíneo seu, será possível efetuar imediatamente a comparaçãocom o perfil genético a ser extraído desses ossos, com boas chances de resultado positivo.JOSÉ TOLEDO DE OLIVEIRA (1941-1972)Número do processo: 013/96Filiação: Adaíde de Toledo Oliveira e José Sebastião de OliveiraData e local de nascimento: 17/07/1941, Uberlândia (MG)Organização política ou atividade: PCdoBData do desaparecimento: 21 ou 29/09/1972Data da publicação no DOU: Lei nº 9.140/95 – 04/12/1995Mineiro de Uberlândia, advogado e bancário, José Toledo ainda não completara 20 anos quando se tornou funcionário do Banco de CréditoReal de Minas Gerais, em Belo Horizonte. Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se filiou ao Sindicato dos Bancários. Como ativista político,editou o jornal Elocom o deputado federal João Alberto. Utilizando o pseudônimo de Sobral Siqueira, tinha uma coluna fixa no periódico.Foi eleito diretor da Associação dos Funcionários do Banco. Nessa época, ingressou no Partido Comunista e mais tarde optou pelo PCdoB.Após abril de 1964, ocorrendo intervenção naquele sindicato, o jornal Elofoi fechado. Apesar das numerosas demissões efetuadas por ra-zões políticas no Banco de Crédito Real, José Toledo permaneceu trabalhando, porque escrevia com pseudônimo e não foi identificado. Em01/08/1969 foi preso no trabalho, junto com outros bancários, pelo DOPS. Transferido para o Cenimar, na Ilha das Flores, foi submetido atorturas, que denunciou posteriormente na Justiça Militar. Terminaria sendo absolvido no processo, mas deixou o Banco e passou a militarna clandestinidade. Juntou-se então aos outros companheiros do PCdoB que haviam se deslocado para a região do Araguaia.Além da referência do “livro negro” do Exército, transcrita no caso anterior, o Relatório do Ministério do Exército, apresentado em 1993 aoministro da Justiça Maurício Corrêa, registra que José Toledo era “militante do PCdoB, utilizava o nome falso de José Antônio de Oliveira eos codinomes Vitório e Vítor. Participou da Guerrilha do Araguaia”.Já o relatório da Marinha, do mesmo ano, traz mais informações sobre suas atividades políticas anteriores, de oposição ao regime militar: “ABR/68,foi preso na Favela da Rocinha quando distribuía panfletos subversivos conclamando o povo e incitando os trabalhadores contra o arrocho salarial.AGO/69, preso dia 1º de agosto 1969, no Sindicato dos Bancários da Guanabara, durante assembléia da classe ali realizada para aumento salarial.AGO/69, preso e recolhido ao Departamento Especial de Fuzileiros Navais da Ilha das Flores, à disposição do IPM instaurado contra o mesmo. JUL/70,foi posto em liberdade de acordo com o alvará de soltura de 31 JUL 70, do Auditor das Auditorias da Marinha”.O livro de Hugo Studart traz um trecho sobre José Toledo de Oliveira, do Diário atribuído a Maurício Grabois: “Outro morto do DC foiseu VC (vice-comandante), o co Vitor. Antigo militante do P, pertenceu ao Secretariado do CR da Guanabara. Antes de chegar à regiãodo Araguaia, fora preso, tendo passado mais de um ano nos cárceres do Cenimar. Torturado, portou-se firmemente, não denunciandoninguém. (...) Seu nome era Vitório. Bom comissário político. Mas pouco dominava a arte da luta armada. Bastante destemido e esforçado.Vinha-se formando como dirigente militar. Cometeu, porém, erros que contribuíram para a sua morte e a de outros co. Seudesaparecimento foi um sério golpe no DC”.| 211 |

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!