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Direito à Memória e à Verdade - DHnet

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DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADEFleury levou o preso ao Hospital das Clínicas somente 11 horas depois. De acordo com a documentação oficial, Luiz Hirata morreu nesse hospitalno dia 20. A requisição de exame ao IML, assinada por Jair Romeu, estava marcada com o “T” característico utilizado para identificar os presospolíticos. Registra que teria morrido por morte natural, sendo diagnosticada insuficiência renal crônica. Os legistas Onildo B. Rogano e Abeylard deQueiroz Orsini confirmaram a versão oficial, embora façam referência à presença de “lesões não recentes” no corpo.Esse segundo médico legista, Abeylard de Queiroz Orsini, teve cassado o exercício da profissão pelo Conselho Federal de Medicina, em10/04/2002, confirmando decisão anterior do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, que havia proferido igual sentença em29/04/2000, por violação da ética médica, fraude e conivência com a tortura ao assinar aproximadamente 15 laudos de presos políticosexecutados nos porões dos órgãos de segurança do regime militar.No voto aprovado por unanimidade na CEMDP, o relator do caso, general Oswaldo Pereira Gomes, destacou que “as peças do processo dãoa plena convicção de que Luiz Hirata estava preso na polícia paulista e que foi conduzido ao Hospital das Clínicas em estado terminal irreversível.Do processo consta declaração do professor Universitário Heládio Jose de Campos Leme, companheiro de prisão de Luiz Hirata quetestemunharia a progressiva deterioração do estado físico dele em conseqüência de maus-tratos; depois das sessões de ‘interrogatório’, eratrazido carregado pela polícia; que apresentava grandes hematomas pelo corpo, principalmente na região dos rins, diz essa testemunha queHirata precisava ser carregado para fazer uso de vaso sanitário; após alguns dias foi retirado da cela semi-inconsciente para ser encaminhadoa um Hospital”. E, categoricamente, afirmou: “Isto não coincide com a versão da fuga velocíssima da vitima que em velocidade chocou-secom a traseira de um ônibus”.

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