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Direito à Memória e à Verdade - DHnet

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COMISSÃO ESPECIAL SOBRE MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOSmorava num casebre em péssimas condições. Mas atuava com vigor, em especial na organização dos camponeses nos distritos de Capivari,Xerém e São Lourenço, naquele município, chegando a mobilizar mais de mil camponeses para obter uma difícil vitória na disputa pelaterra, conseguindo sustar uma ação de despejo determinada por um juiz local. Com o Golpe de Estado de 1964, permaneceu preso durante12 dias. Libertado, passou a atuar na clandestinidade.Posteriormente, ligou-se ao MR-8. Não foi possível reunir mais informações acerca de sua militância nesse período. Sabe-se que sua casafoi cercada e invadida, no final de 1970, por dezenas de agentes dos órgãos de segurança, que espancaram um dos filhos de Felix paradescobrir a possível localização de armas. Consta que, nesses dias, ele já residia em Feira de Santana e que, em 1971, teria morado namesma residência de Iara Iaverberg, em Salvador, num arranjo em que se apresentavam como pai e filha em suas identidades clandestinas,conforme relato do jornalista Hugo Studart, em matéria publicada na revista IstoÉ, em fevereiro de 2007.Não há plena certeza a respeito do local e data de sua prisão, que teria ocorrido em setembro ou outubro de 1971. Uma das versões indicaque ele teria sido preso em outubro, na casa de um companheiro, João Joaquim Santana, em Nova Iguaçu (RJ). Em outra versão, foi preso emBelfort Roxo. Felix foi visto pelo preso político César Queiroz Benjamim sendo conduzido por agentes do DOI-CODI na Polícia do Exército daVila Militar, no Rio de Janeiro. No livro Desaparecidos Políticos, de Reinaldo Cabral e Ronaldo Lapa, o preso político Nilson Venâncio relata:“Quando eu estava preso na Bahia, soube, por intermédio de José Carlos Moreira, preso na mesma circunstância, que teria saído no jornal oatropelamento de uma pessoa, de nome Felix Escobar Sobrinho. Um caso típico de tantas outras mortes que ocorriam no interior do DOI-CODIe que depois eram ditas como sendo atropelamento”.Em matéria publicada pelo jornal Folha de S.Paulo em 28/01/1979, um general com responsabilidade dentro dos órgãos de repressão políticaassumiu a morte de Félix e de mais 11 presos desaparecidos. No Relatório apresentado pelo Ministério do Exército ao ministro da JustiçaMaurício Corrêa, em 1993, consta que Felix foi preso por atividades terroristas e que freqüentava a pedreira de Xerém, em Duque de Caxias.AYLTON ADALBERTO MORTATI (1946-1971)Número do processo: 054/96Filiação: Carmem Sobrinho Mortati e Umberto MortatiData e local de nascimento: 13/01/1946, Catanduva (SP)Organização política ou atividade: MolipoData e local do desaparecimento: 04/11/1971, São Paulo (SP)Data da publicação no DOU: Lei nº 9.140/95 – 04/12/95JOSÉ ROBERTO ARANTES DE ALMEIDA (1943-1971)Número do processo: 271/96Filiação: Aída Martoni de Almeida e José Arantes de AlmeidaData e local de nascimento: 07/02/1943, Pirajuí (SP)Organização política ou atividade: MolipoData e local da morte: 04/11/1971, em São PauloRelator: Nimário MirandaDeferido em: 23/04/1996 por 6x1 (voto contra do general Oswaldo Pereira Gomes)Data da publicação no DOU: 25/04/1996Mortati e Arantes foram presos no dia 04/11/1971, na Rua Cervantes, número 7, bairro de Vila Prudente, na capital paulista, por agentesdo DOI-CODI/SP. Foram os dois primeiros militantes mortos, de um grupo de 28 exilados que participaram de treinamento de guerrilha emCuba e retornaram clandestinamente ao Brasil como integrantes do MOLIPO, dissidência da ALN. A prisão de Aylton nunca foi assumidapelos órgãos de segurança e seu nome integra a lista de desaparecidos políticos anexa à Lei nº 9.140/95.| 185 |

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