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Direito à Memória e à Verdade - DHnet

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DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADEConhecido como Capivara, despontou como líder camponês do Sindicato Rural de Barreiros (PE) durante as mobilizações anteriores a 1964.Na zona canavieira criou Ligas Camponesas e sindicatos, mobilizando e organizando os trabalhadores rurais. Capivara ingressou aos 15anos no Partido Comunista. Também teve participação destacada nas lutas da categoria têxtil da região metropolitana de Recife. Foi presopela primeira vez em 1958 por liderar uma greve têxtil. Em 1961 foi para Cuba acompanhar os primeiros passos da Revolução de 1959. Aoretornar, descontente com as mudanças ocorridas no partido, desligou-se da organização e integrou-se ao PcdoB.Depois de abril de 1964, Capivara passou a atuar na clandestinidade na zona canavieira, especialmente nos municípios de Jaboatão, SãoLourenço da Mata, Moreno, Vitória e Serinhaém. Participou de um curso de formação e capacitação político-militar na China. Quandovoltou, juntamente com Manoel Lisbôa e Ricardo Zaratini Filho, fundou o PCR, em dezembro de 1966. Como dirigente do PCR atuou porquatro anos na zona canavieira coordenando ações, até ser preso no dia 21/11/1969.No “Livro Negro” produzido por militares do CIE, consta sobre ele na página 254: “Em agosto (de 1968), Capivara arrendou o Sítio Borboleta,no município de Palmares, em Pernambuco, que passou a ser o centro do trabalho de campo do partido, atuando com um grupo nas regiõesde Barreiros, Sirinhaém, Rio Formoso, Água Preta e Joaquim Nabuco. Além do trabalho de recrutamento e divulgação do comunismo no meiorural, praticaram atos de sabotagem, como a queima de canaviais e de engenhos”.Capivara foi morto quando cumpria pena na Casa de Detenção de Recife, no dia 22/08/1971, dois meses antes de terminar de cumprir otempo de sua condenação pela Justiça Militar. Era casado e tinha três filhos. Por sua história e liderança, os presos políticos afirmavam queas autoridades do regime militar não queriam soltá-lo vivo. Denunciaram sua morte responsabilizando os guardas do presídio.A morte foi divulgada pela Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco, com a versão de envenenamento causado pelos próprioscompanheiros em função de supostas divergências políticas. Na data, era diretor da Casa de Detenção o coronel da PM Olinto Ferraz.No processo, há recortes de jornais da época, ocorrência policial, termos de declarações de presos políticos, bem como de presoscomuns e agentes penitenciários, exame em local de ocorrência feito pelo Instituto de Polícia Técnica de Pernambuco e laudo pericialprocedido pelo IML/PE.Ao analisar a causa da morte, o relator do processo junto à CEMDP observou a gritante contradição existente entre a versão oficial afirmandoter sido ocasionada por envenenamento, ao passo que a necropsia, assinada pelos legistas Nivaldo José Ribeiro e Antônio Victorianoda Costa Barbosa, indicava “hemorragia pulmonar, decorrente de traumatismo do tórax, por instrumento contundente, o que também constano atestado de óbito”. Os exames toxicológicos feitos em 27/08/71 pelos médicos Oswaldo Bittencourt de Andrade e Adhemar CavalcantiRamos resultaram negativos.LUIZ ANTONIO SANTA BÁRBARA (1946-1971)Número do processo: 216/96 e 078/02Filiação: Maria Ferreira Santa Bárbara e Deraldino Santa BárbaraData e local de nascimento: 08/12/1946, Inhambupe (BA)Organização política ou atividade: MR-8Data e local da morte: 28 /08/1971, Brotas de Macaúbas (BA)Relator: Paulo Gustavo Gonet Branco, com vistas de Luís Francisco Carvalho Filho (1º) e Maria Eliane Menezes deFarias (2º)Deferido em: 10/08/2004 por unanimidade (fora indeferido em 19/11/1996)Data da publicação no DOU: 17/08/2004| 176 |

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