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Direito à Memória e à Verdade - DHnet

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DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADElicóptero. Mas, de acordo com outras informações, o corpo de Stuart teria sido enterrado como indigente, com o nome trocado, num cemitériode um subúrbio carioca, provavelmente Inhaúma.Os responsáveis: os brigadeiros Burnier e Carlos Afonso Dellamora, o primeiro, chefe da Zona Aérea e, o segundo, comandante do CISA; otenente-coronel Abílio Alcântara, o tenente-coronel Muniz, o capitão Lúcio Barroso e o major Pena – todos do mesmo organismo; o capitãoAlfredo Poeck – do CENIMAR; Mário Borges e Jair Gonçalves da Mota – agentes do DOPS”.O caso foi levado também ao Conselho de Defesa dos <strong>Direito</strong>s da Pessoa Humana, que naquele período, e particularmente na gestão do ministroda Justiça Alfredo Buzaid, desempenhou um papel meramente homologatório perante as violências praticadas pelo Estado ditatorial.Em 1972, por 8 votos a 1, o caso foi arquivado, sendo surpreendente o fato de o representante da OAB no órgão, Raymundo Faoro, ter sealinhado em seu voto com essa maioria, onde estava também o senador Filinto Müller, notório torturador durante o Estado Novo.IVAN MOTA DIAS (1942-1971)Número do processo: 072/96Filiação: Nair Mota Dias e Lucas de Souza DiasData e local de nascimento: 29/10/1942, Passa Quatro (MG)Organização política ou atividade: VPRData e local do desaparecimento: 15/05/1971, Rio de JaneiroData da publicação no DOU: Lei nº 9.140/95 – 04/12/95Seu nome integra a lista de desaparecidos políticos anexa à Lei nº 9.140/95. Era militante da VPR e documentos dos órgãos desegurança o acusam de participação em várias ações armadas no Rio de Janeiro, pelas quais foi processado e julgado à revelia emdiferentes auditorias militares, inclusive do seqüestro do embaixador suíço no Brasil, concluído em janeiro de 1971, quatro mesesantes de sua prisão e desaparecimento.Natural de Passa Quatro (MG), de uma família presbiteriana, cursou História na Universidade Federal Fluminense e militava noMovimento Estudantil. Deu aulas no curso pré-vestibular da Universidade. Terminaria sua graduação universitária em dezembro de1968, mas dois meses antes foi preso no 30º Congresso da UNE, em Ibiúna (SP) e, depois de solto, teve a prisão preventiva decretada,passando a viver na clandestinidade. Durante esse período, fazia traduções e morava num quarto alugado em uma pensão próxima àCentral do Brasil, no Rio de Janeiro.Sua prisão ocorreu no dia 15 de maio de 1971, no bairro carioca de Laranjeiras, por agentes do CISA. Alex Polari de Alverga, queestava preso na Base Aérea do Galeão, declarou ter ouvido o serviço de alto-falante da base anunciar a prisão de Ivan, conhecidocomo “Comandante Cabanos”.Inês Itiene Romeu, em seu relatório sobre o período em que ficou seqüestrada no sítio clandestino conhecido como “Casa da Morte”, emPetrópolis (RJ), declara que o carcereiro a quem conhecia como “Dr. Guilherme” lhe afirmou que Ivan iria ser preso e, posteriormente, omesmo agente lhe disse que Ivan tinha sido morto.Informados, no mesmo dia, por telefonema anônimo, a respeito da prisão do filho, seus pais foram ao Rio de Janeiro para buscar localizá-loem alguma dependência dos órgãos de segurança. Foram ao DOI-CODI, ao I Exército, à Aeronáutica, ao DOPS, ao Exército em São Paulo eBelo Horizonte. Um habeas-corpusrequerido em 22 de junho foi negado. Recorreram à Igreja Presbiteriana, à Igreja Católica, ao ConselhoMundial de Igrejas. Tiveram ajuda do deputado Lysâneas Maciel e também do advogado Marcelo Cerqueira, que seria mais tarde deputadofederal pelo Rio de Janeiro.| 162 |

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