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Direito à Memória e à Verdade - DHnet

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DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADEprisão ocorreu em 1964, logo após a deposição de João Goulart. Estudou no Colégio Marista Alagoano e, mais tarde, foi expulso do cursode <strong>Direito</strong> da Universidade Federal de Alagoas sob acusação de subversão. No início de 1967 foi morar no Rio de Janeiro, junto com suacompanheira Maria Luiza Araújo, recém-formada em Medicina. Também trabalhou como representante de laboratórios farmacêuticos. Nodia 22/03/1970, o casal teve o apartamento invadido e ambos foram levados para o DOI-CODI/RJ, onde permaneceram incomunicáveis pormais de 30 dias. José Dalmo ficou preso por seis meses e Maria Luiza só foi solta um ano depois.Documento encaminhado à CEMDP pela Secretaria de Segurança Pública/RJ informou que José Dalmo Guimarães Lins foi identificado efotografado no dia 18/05/1970, sendo recolhido ao xadrez especial, à disposição do DOPS, para responder a inquérito. No dia 19 prestoudeclaração e no dia 20 foi removido para o CODI. Segundo certidão da ABIN, em 1963 ele foi processado, acusado de infringir a LSN. O ConselhoPermanente de Justiça da 7ª Região Militar, em Recife, julgou a denúncia improcedente e o absolveu das acusações, por precariedadede provas. Em 1969, estava entre ex-presos em liberdade controlados pela Polícia do I Exército.José Dalmo não conseguiu superar os traumas causados pela prisão. No dia 11/02/1971, Maria Luiza, confinada no Presídio Talavera Bruce,foi informada de que ele havia se jogado da janela da residência do casal, no bairro do Leblon. Dalmo tinha então 37 anos. Maria Luiza foiescoltada ao enterro do marido por soldados do Exército e por policiais. O nome dele não constava do Dossiê dos Mortos e Desaparecidos. Oprocesso foi protocolado após a edição da Lei nº 10.875/04, que passou a abranger os casos de suicídio decorrente de prisão por atividadespolíticas de oposição ao regime militar. A ele se refere Álvaro Caldas, companheiro de prisão, no livro Tirando o Capuz:“Apesar de já apresentar sinais de catatonia, de ter os movimentos enrijecidos, ele se esforçava em participar da vida coletiva, integrando-senas representações teatrais, participando das sessões musicais em que velhas canções como ‘Laranja Madura’ e ‘Jardineira’ eram lembradas.Ou cantando sozinho enquanto andava pela cela, com sua voz forte e sentida: Moon river... O Dalmo não mais se recuperou. As marcas eferidas acumuladas naquela oficina de torturas o atingiram profundamente. Depois de libertado continuou visitando regularmente sua companheira,presa em Bangu, mas era um homem inseguro e nervoso, com crises freqüentes. Numa delas, em fevereiro de 1971, suicidou-se,pulando do sexto andar do apartamento onde morava, no Leblon”.ANTÔNIO JOAQUIM DE SOUZA MACHADO (1939-1971)Número do processo: 240/96Filiação: Maria de Oliveira Campos e Joaquim Maria de Souza MachadoData e local de nascimento: 13/09/1939, Papagaios (MG)Organização política ou atividade: VAR-PalmaresLocal e data do desaparecimento: 15/02/1971, Rio de JaneiroData da publicação no DOU: Lei nº 9.140/95 – 04/12/95CARLOS ALBERTO SOARES DE FREITAS (1939-1971)Número do processo: 239/96Filiação: Alice Soares Freitas e Jayme Martins de FreitasData e local de nascimento: 12/08/1939, Belo Horizonte (MG)Organização política ou atividade: VAR-PalmaresLocal e data do desaparecimento: 15/02/1971, Rio de JaneiroData da publicação no DOU: Lei nº 9.140/95 – 04/12/95Militantes da VAR-Palmares, seus nomes integram a lista de desaparecidos políticos anexa à Lei nº 9.140/95. Antonio Joaquim e CarlosAlberto foram presos em 15/02/1971 por agentes do DOI-CODI/RJ, na pensão em que se hospedavam à rua Farme de Amoedo, 135, emIpanema, no Rio de Janeiro. Na mesma data e local foi preso, mais tarde, Sérgio Emanuel Dias Campos, que sobreviveu.| 148 |

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