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Direito à Memória e à Verdade - DHnet

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DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADE1970MARCOS ANTÔNIO DA SILVA LIMA (1941-1970)Número do processo: 285/96Filiação: Clarice da Silva Lima e Joaquim Lucas de LimaData e local de nascimento: 21/10/1941, João Pessoa (PB)Organização política ou atividade: PCBRData e local da morte: 14/01/1970, Rio de Janeiro (RJ)Relator: Luís Francisco Carvalho FilhoDeferido em: 09/02/1998 por 4x3 (votos contra de Paulo Gustavo Gonet Branco, João Grandino Rodas e generalOswaldo Pereira Gomes)Data da publicação no DOU: 18/02/1998Paraibano de João Pessoa, afro-descendente e ex-sargento da Marinha, Marcos Antônio da Silva Lima foi um dos fundadores e, por duasvezes, vice-presidente da Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil, entidade que comandou importantes mobilizaçõesreivindicatórias e políticas no âmbito da Armada, no período entre 1962 e março de 1964. Já nas vésperas do movimento que depôs JoãoGoulart, 1113 marinheiros, reunidos em vigília no Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, tiveram a prisão decretada por insubordinaçãoaos seus comandantes militares, que já ultimavam, àquela altura do calendário, os últimos preparativos para o Golpe de Estado.Marcos Antônio estudou no Colégio Lins de Vasconcelos, em João Pessoa, na Escola Técnica de Comércio, em Campina Grande, e no ColégioEstadual Liceu Paraibano, também em João Pessoa. Ainda na Paraíba, foi jogador de futebol pelo time Estrela do Mar. Em 1958, iniciou suaformação de marinheiro na Escola de Aprendizes de Pernambuco. Trabalhou no navio Ary Parreiras e no Porta Aviões Minas Gerais. Comomarinheiro de 1ª classe, viajou pelo mundo: Itália, Egito, França, Japão.Nos primeiros dias de abril de 1964, logo após ouvir pelo rádio a notícia de que havia sido expulso da Marinha por força do primeiro AtoInstitucional, buscou asilo na Embaixada do México, deixou o País e transferiu-se para Cuba, onde recebeu treinamento de guerrilha numprimeiro grupo de ex-militares que, sob a liderança de Leonel Brizola, constituíram o MNR, sigla às vezes traduzida como Movimento NacionalRevolucionário e, outras vezes, como Movimento Nacionalista Revolucionário. Em outubro de 1964, foi condenado a nove anos deprisão e, em 1966, a mais três anos.Retornando ao Brasil para engajar-se na resistência clandestina, instalou-se no Mato Grosso, em articulação com os militantes do MNRque tentaram organizar uma guerrilha na Serra do Caparaó entre fins de 1966 e abril de 1967. Nesse período, Marcos Antônio foi preso emSão Paulo e transferido para a Penitenciária Lemos Brito, no Rio de Janeiro, ali chegando em março de 1967Marinheiros e outros militantes ali reunidos, em boa parte militares, recrutaram alguns presos comuns e constituíram nova organização,denominada Movimento de Ação Revolucionária – MAR, que protagonizou audaciosa fuga daquele presídio, em 26/05/1969, escondendoseo grupo na área rural de Angra dos Reis, até romper o cerco militar após algumas semanas. Mesmo assim, o MAR durou poucos meses,sendo que Marcos Antônio e a maioria de seus integrantes se engajaram no PCBR.Na noite do dia 14/01/1970, já moribundo, com uma bala na cabeça, foi deixado no Hospital Souza Aguiar, como desconhecido, morrendoem poucos minutos. Sua mulher recebeu por telefone a notícia da morte, com a orientação de aguardar a publicação do fato, para que nãoviesse a ser interrogada sobre suas próprias atividades e sobre como recebera a informação. A notícia somente foi divulgada uma semanadepois, através de nota do comando da 1ª Região Militar, informando que Marcos Antônio morrera num tiroteio onde foi ferida e presaÂngela Camargo Seixas, também do PCBR, e dois agentes dos órgãos de segurança.| 112 |

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