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Direito à Memória e à Verdade - DHnet

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DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADEEm 04/09/1969, na madrugada seguinte à prisão de Antenor Meyer e morte de José Wilson Sabag, um veículo Volkswagen placa 44-52-75 explodiuna rua da Consolação, esquina com Maria Antonia, em São Paulo, causando a morte de dois militantes que, segundo informações dos órgãos desegurança, pertenceriam à ALN. Na época, especulou-se que os dois jovens de 28 anos se dirigiam rumo ao edifício sede da Nestlé, poucas quadrasadiante, para praticar um atentado a bomba, quando o petardo teria explodido, causando a morte imediata dos ocupantes do automóvel.Documentos dos órgãos de segurança do regime militar informam que Ishiro usava o codinome Charles e teria ligações com José WilsonLessa Sabag e também com outro militante da ALN, Otávio Ângelo, que em 1970 foi banido do país em troca da libertação do cônsul japonêsem São Paulo. Os jornais informaram que, imediatamente após a explosão, policiais localizaram o endereço do motorista, Ishiro Nagami, àrua Jaguaribe, 619, prendendo em seu apartamento os professores Francisco Roberto Savioni e Suziko Seki, do cursinho Equipe, apreendendotambém mais de 50 cartuchos de dinamite que teriam sido roubados da pedreira Rochester, em Mogi das Cruzes.O nome de Ishiro Nagami consta do Dossiê dos Mortos e Desaparecidos Políticos, mas seu processo foi indeferido por não ter se caracteri-zado a morte por responsabilidade de agentes do Estado vinculados à repressão política. Há informações de que ele também era professorno referido curso pré-vestibular. Seus restos mortais foram sepultados pela família no Cemitério de Guarulhos (SP).Sérgio Corrêa teve o corpo completamente destroçado e foi enterrado como indigente no Cemitério da Vila Formosa, em São Paulo, nãotendo sido apresentado, por seus familiares, requerimento à CEMDP em seu nome. Nascido em Mogi das Cruzes em 27/07/1941, filho deBenedito e de Dona Helena, tendo como irmãos Tom e José. Estudou naquela cidade até concluir o colegial no Instituto de Educação Dr.Washington Luís e ingressou na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, na rua Maria Antonia, por volta de 1966.Documentos dos órgãos de segurança e da Justiça Militar Federal de São Paulo o incluem como militante da ALN, integrante de seu GrupoTático Armado, onde adotava o codinome Gilberto e teria participado de várias ações armadas. Teria participado, ainda, de um curso sobreexplosivos, ministrado pelo militante Hans Rudolf Manz.ROBERTO CIETTO (1936-1969)Número do processo: 262/96Filiação: Dorvalina da Silva Cietto e Primo CiettoData e local de nascimento: 12/10/1936, Pederneiras (SP)Organização política ou atividade: MARData e local da morte: 04/09/1969, Rio de Janeiro (RJ)Relator: Luís Francisco Carvalho FilhoDeferido em: 14/05/1996 por unanimidadeData da publicação no DOU: 17/05/1996Segundo relatos levados à CEMDP, Roberto Cietto foi preso no dia 04/09/1969, quando passava casualmente em frente à casa do embaixadoramericano Charles Burke Elbrick, seqüestrado no mesmo dia. Era conhecido e procurado pelos agentes de segurança, pois em maiodaquele ano havia fugido da penitenciária Lemos Brito, no Rio de Janeiro. Levado diretamente para o Primeiro Batalhão da Polícia do Exército,na rua Barão de Mesquita, resistiu a apenas algumas horas de torturas.Roberto havia iniciado a militância política na penitenciária, onde cumpria pena como preso comum, após estabelecer contato com ospresos políticos, aderindo assim à resistência política. Fugiu do presídio junto com um grupo de presos políticos, dentre eles alguns ex-marinheiros,como Avelino Capitani, José Duarte e Marco Antônio da Silva Lima (morto em janeiro de 1970), além do ex-sargento da AeronáuticaAntonio de Paula Prestes, que constituíram uma nova organização clandestina denominada MAR – Movimento de Ação RevoLúcionária.De início, o grupo de nove prisioneiros evadidos se instalou na região de Angra dos Reis, onde realizou deslocamentos e treinamentos deguerrilha. Em seguida, retornaram ao Rio de Janeiro, onde, segundo os órgãos de segurança, Cieto participou de algumas ações armadas.| 102 |

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