11.07.2015 Views

Download - Seminário Concórdia

Download - Seminário Concórdia

Download - Seminário Concórdia

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

EDITORIALo MINISTROUM COMUNICADORAPRESENTANDOTeólogos, pastores, professores e líderesleigos da igreja encontrarão ne,'3­ta edição farto material de pesquisa"de reflexão, de informação e de edificação(>spiritual. O Ministério Cristãovem como Destaque do Trimestre. Arazão da escolha está, globalmente, expressano E.clitorial. A exposição douetrinária, histórica e prática está nestasérie de quatro artigos, redigidos por'dois professores da Faculdade de Teologiae por dois pastores de nossa igreja.Na matéria devociona.l,nos comentáriossobre tópicos da atualidade ena resenha de inform.>açõesobre o queestá acontecendo no mundo religioso,o leitor atencioso saberá descobrir temasque merecem profunda meditação.Um lembrete oportuno: As assinaturas,agora, podem ser feitas emqualquer época do ano; o assinantereceberá a revista. durante um ano,pelo preço indicado, a partir do mêsque chegar o seu pedido.Os ministros e congregados da IgrejaEvangélica Luterana do Brasil queremcumprir com o lema do ano:Pr(l(~ra.i. progredircaçã.o da igreja.pa.ra a &lU'!­L.Cristo foi um comunica.dor extraordiário.Executou seu ministério com majestade,equilíbrio, autoridade. Conhecedorde seu público, transmite a mensagemcerta no momento exato. Asua palavra, dirigida e orientada, atingiao centro do alvo: a consciênciado pecador! Não apresentava aquiloque a curiosidade da platéia esperava,mas divulgava aquela verdade que opovo necessitava. Este princípio decomunicação era exercido quando sedirigia às massas como quando dialogavacom o indivíduo. A forma e oconteúdo de seus discursos revestiamsede tamanha exatidão e vivacidadeque a multidão, atônita e perplexa exclamava:Jamais alguém falou comoeste homem! A dignidade de sua presença,a nobreza de sua personalidade,a excelência de suas alocuções, aatua.lida.de de sua mensagem falavamuma linguagem inconfundível: Cristoé um Pastor consagra.do, Cristo é oSalva'lor exclusivo!--~o---SMe. pois imitadores de Crísto!Paulo foi um comunicador autêntico.Cidadão inteligente, homem dinâmico.cristão integral, pessoa que en~globá,va a cultura hebraica, grega eromana, apóstolo «chamado pela vontadede Deus», ministro «constituídoconforme o dom da graça de Deus»,Paulo exerceu um ministério responsável,eficiente, autêntico. Sabendo queexercia o ministério da palavra recebido«do Senhor Jesus para testemunharo evangelho da graça de Deus»,Paulo manejava bem a palavra daverdade, tornava-se «padrão dos fiéisna palavra, no procedimento, no amor,na fé, na pureza» e «cumpria cabalmenteo ministério da reconciliação».O apóstOlo esmerou-se em ser imitadorde Cristo. Aplicou os métodos de45


comunicação de seu Mestre. Comunicadorcredenciado, Paulo revelou-se oorador erudito aos intelectuais céticosda Areópago (At 17), o pregador conscienteà congregação tumultuada deJerusalém (At 15), o pastor consagradodos líderes cristãos de Mileto (At20). A coragem de apóstolo, a humildadede servo de Cristo, a submissãoincondicional à palavra do Senhor, testemunhama realidade: Paulo é umautêJltico comunicador, Paulo é um ministroresponsável, Paulo é um pregadordinâmico, Paulo é um embaixadorem nome de Cristo, o qual «nos deue confiou o ministério da palavra eda reconciliação».--0--Sêde pois, imitadores meus!É o ministro de nossos dias umcomunicador modelar?Fala-se, hoje, em crise, em profissionalizaç-ão,em esvaziamento do ministériocristão. A igreja romana preocupa-secom a desistência e a faltade grande número de ministros. Organizaçõessectárias mutilam o ministérioe negam a necessidade da formaçãode ministros vocacionados e chamadospara o exercício específico doministério da reconciliação. Em algumasáreas do mundo evangélico, o ministérioestá sendo secularizado, profissionalizadoe exercido apenas comoum eficiente meio de sobrevivência doministério. As igrejas luteranas, queem princípio aceitam o ministério comoinstituição divina e consideram osministros como homens chamados porDeus para exercerem o ministério dapalavra, sentem pressões de teologiasdesvirtuadas e nem sempre ordenamapenas «homens capazes, de boa reputação,cheios do Espírito Santo». Omundo, como sempre o fez, zomba,ridiculariza e menospreza tanto o ministérioda reconciliação como os ministrosconstituídos conforme o domda graça de Deus,--0--O ministro apenas saberá valorizare exercer o santo ministério como umcomunicador de Deus, quando ele sereconhece convocado, chamado e vo-cacionado pelo Senhor da igreja. Todopastor consciente de sua missão precisaconfessar: Pela graça de Deussou o que sou!O ministério cristão existirá. enquantoexistir a igreja cristã, A igrejacristã subsistirá enquanto ministrosconstituídos conforme o dom de Deus,estiverem aunciando o evangelho comopoder de Deus para a salvaçãode todo aquele que crê. O ministrocristão é, a um só tempo, discípuloe embaixador, arauto e pregador, mensageiroe comunicador das grandezasde Deus. Ser ministro de Cristo é umprivilégio, uma graça, uma bênção especial.Querendo falar a palavra deDeus, em nome de Deus, o pastorprecisa constantemente submeter-se àvontade de Deus, e orar: Fala, Senhor,porque o teu servo ouve! Sóquem ouviu o Senhor falar, pode falarem o nome do Senhor.O ministro de hoje dispõe de con·dições melhores que Cristo ou Paul(tiveram para exercer o ministério dEcomunicação. Além do púlpito e d,cátedra, nos templos e escolas, o comunicador cristão pode valer-se de um:série infinita de eficientes meios d,comunicação social. A ciência e a técnica criaram veiculas que devem e5tal' a serviço da propagação do aVa.ll·gelho: O rádio, a televisão, o telefone, os livros, os jornais, as revistasO ministro de Cristo, convicto e cons·ciente de sua sublime missão de eomunicadorde Deus, pode, com relaUva facilidade, atingir multidões co::!a mensagem da salvação.Apesar ,da mutilação e esvazia,lner;to, do desvirtuamento e secularizaçã(da profissionalização e zombaria 'lu,sofre o ministério cristão, o ministrcristão e consagrado, convicto e Te::;ponsável, eficiente e dinâmico deve sabeI' que ele foi convocado, cham.ade enviado pelo Senhor da igreja C}:forme o dom da graça de Deus,


ESTUDOS: O MINISTÉRIOo MINISTÉRIOCRISTAO NO NOVOTESTAMENTOJohannes H. RQttmannSe quizéssemos desenhar o quadrointeiro daquilo que engloba o ministérioneotestamentário assim como no-loexpõe o Novo Testamento, precisariamosescrever trm livro de não poucaspáginas. Seriamos forçados a iniciarcom o estudo do ministério do próprioCristo, e expor o que, segundo o NovoTestamento, sua vinda, sua atividade,sua morte como «servo» de Deus, seuministério em preparar embaixaJdores>,apóstolos encarregados com sua mensagemao mundo, significava para afundação de sua Igreja aqui na terra.Além disso deveriamos também desenrolartoda a grandiosa missão que oSenhor da Igreja deu aos seus apóstolos,instituindo o apostolado, ministérioúnico, excepcional mas básico dosDoze, ministério esse que na vida eabra de Paulo de Tarso, apropriadamentechamado «apóstolo de Cristopara o munido», teve seu ponto alto.- Tentamos demonstrar isto em parteno número 4 das «Monografias Luteranas»sob o título «Apostolado eEpiscQlPadono Novo Testamento» (CasaPublicadora Concórdia, Porto Alegre,1965). - As considerações queaqui seguem baseiam-se em parte tambémnesta monografia, esgotada, aliás,na Editor'"Precisamos enquadrar este estudoaqui no eSlPaçoconcedido por esta revistae, parisso, limitamo-nos àquelasposições de servos de Cristo que nahistória da Igreja aqui na terra permanecerama funcionar, e as quais,com certas modificações, ainda hojetêm sua importância decisiva no desenvolvimentoe crescimento da Igre-47


ja de Cristo. Refiro-me, especiaLrnente,aos presbíteros, bispos e diáconos ­ITÚnistérios neotestamentários que merecemser estudados no contexto doNovo Testamento.I. O l\nNISTitRIO DOS PRESBiTEROSSe queremos estudar a designação«presbyteros» no Novo Testamento edescobrir assim a relação existente entreos porta,dores desse título e os«a.põsWlüi», «epískopoi» e «diákonoi».podemos ,desde já excluir de nosso estudoaquelas passagens em que apareceo sentido comparativo «mais velho»,ou o superlativo «o mais velho»,como por exemplo em Lc 15.25, etambém as passagens em que «presbyteros»possui claramente o sentidode «antepassados», Hb 11.2 e outras.A. - Presbitero na história de IsraelNão há provavelmente no N. '1..designação oficial mais profundamenteenraizada no A. T., que a de presbítero.Porta..Ylto, para a compreensãodo N. T. é, sem dúvida alguma, necessárioassinalar as linhas de desenvolvimentodo conceito no A. T.a) É singular que nada se conheçade exato sobre a origem da instituição,sem dúvida i1nportante, do presbitérioem Israel. Sua existência ésimplesmente pressuposta nos mais antigOSinformes a respeito. (1) Costumaaceitar-se que a origem da designaçãodeve ser buscada no períodomais antigo da história de Israel. Jáno Egito aparecem presbyteroi comorepresentantes do povo, na qualidadede ajudantes e conselheiros de Moisés,Éx 3.16,18; 4.29; 12.21. Também naperegrinação através do deserto semprede novo aparecem: 11:x18.12; 19.7e outras. Parece tratar-se em primeiralinha das príncipes das famílias e linhagens,em confarITÚdade com o cri-1) O hebraico zagen. do qual se derivamas designações hebralcas. significa em primeiralinha homem barbado. ou seja, oque possui plenos direitos na reunião dopovo; depois, designa especialmente o ancHio.CP. Koehler Baumgarten sob zagen.- Para toda a história do desenvolvimentoCP. Martin Noth, Geschichte hraehi, 3. Aun .•1956. Goettingen. pp. l04.ss.48tério do direito de primo.genitul'a (iRs 8.1.3).b) Referida assoda{lão mais ou menasvaga ,de anc.lãos recebeu da parteIde MOisés, em obediência à orientaçãodivina, uma estnltura maissólida, quando elegeu um colégio. especialele 70 hamens, que com ele deveriam«levar a carg'a do. povo.» (Nm11.16). Ospresbíteros, portanto., deixamde ser meros representantes nadireção. do povo, para se tarnarem parteda direção mesma. Coma organizaçãoassim canstituída é possível seguiro pre..ofoitério de Israel através de toàaa história antiga (Js 7.6; 8.10;24.1; a convocação em Siquém etc.).{'estacando-se também. cada vez mais,a função dos a.nciã.os conlO regentesde cidflJrJes, luga!'ejos e regiões inteiras(Jz 11.5; 1 Sm 30.26; 2 Sm 19.121.Visto. que Israel constituía uma tw;­cracia, referi,da função política é se.mpree de algum modo religiosamentedetelTilinada. Emerge aí também o epiteto·mnciãos de Israel» (2 Sm 3.1 T:5.3 e outras), aos quais foram dadasatribuições bem delineadas. - MesmGsob o reinado dos gra.ndes reis de Israel,o colégio dos anciã os exerceu aindatuna influência decisiva sobre Nacontecimentos, de vez que tinham si·do eles os introdutores da noção dEreinado: 1 Sm 8.4; Saul: 1 Sm 15,30Davi: 2 Sm 3.17 eite. Por ocasião deinauguração do templo. saloonônico, Oi


organização do Sinédrio, >dominante doN. T. e que surgiu da gerousia detempos mais antigos (1 Mac 1.10; 4.44;11.27 cf. 1 Mac 7.33; 12.6; 14.20etc.). - O conceitopresbyteros sofreagora uma nova transformação. Quandode início toda a gerousia se compunhade presbyteroi, agora presbyteros se torna,ca:la vez mais, a designação dosmembros leigos do Sinédrio. Frente aesse grupo colocam-se a) o grupo dossacerdotes, ponteado pelo Sumo Sacerdote,que também presidia o Sinédrio, eb) os grárnrna,teis, os teólogos. Pareceque os presbyteroi nunca assumiram adireção. Quase poderia supor-se que oN. T. conhece uma certa graduaçãohierárquica, enquanto usa com máximafreqüência a fórmula archiereis,grammateis, presbyteroÍ. - Mas tambémé possível uma alteração na ordemde sucessão, como acontece porexemplo em Mc 8.31 par. TambémpOde encontrar-se, especialmente emMateus, a fórmula bimembre aremereiskai hoi presbyteroi. Mesmo assim,a fórmula mais empregada é a detrês membros, acinla transcrita, naqual os presbyteroi oCUipam o últimolugar. (2)d) A verdadeira ligação dos presbyteroiisraelitas com os presbyteroicristãos repousa na constituição da comunidadesinagogal, qUe invade cadavez mais o primeiro plano. Significativoé aqui o título presbyteros do líderda sinagoga, que possui tambémautoridade disciplinar sinagogal, Lc7.3. P)B. - «I>resbyteros» noNovo Testamentoa) Na congregação primitiva de Jerusalém,seguJlldo o primeiro relato deAtos, simplesmente deparamos com ospresby;teroi (At 11.30), sem qUe hajainformação alguma sobre como surgiu2) Para o presente capítulo consultou-se especialmenteJo-sefo: Bella e Antiqnitatesnos periodos correspondentes.3) Muito importante é aqui a ocorrência dotitulo p~byteroi (no plural) como designaçãooficial dos dirigentes da Sinagoga. emuma inscrição de Jerusalém, datada antesde 60 A. D. Cp. o texto e a explicação emAdolf Dei~smann: I.icbt vom Ost~n, 4 Auflage,Tliblngen, 1923, PP. 378-380.esse grupo no seio da congregação.Isso é em todo caso digno de nota,ainda mais quando a congregação comotal já possuía antes diversas representações,sem que sejam mencio·nados presbíteros. Interessante aindaque pouco depois da nota sobre ospresbiteros, que também receberam acoleta de Antioquia, pela primeira vez


mio, ou seja, dos apóstolos presentesem Jerusalém (pelo menos dos stylOi.Gl 2.9) e dos presbíteros da congregaçãocom Paulo e Barnabé. (At 15.6)No decorrer da histólia da congregaçãoprimitiva, quando também Pedro'e João já não se encontravam emJerusalém, o presbitério se tornou responsável,com o «bispo Tiago», pelacongregação toda; é o que validamente(pOde concluir-se de At 21.18.b) As condições reinantes na congregaçãoprimitiva correspondem asalusões da Epístola de Tíago, que surgiuprovavelmente mutto cedo no soloda congregação primitiva e foi escritano espírito da mesma, pelo respectivobispo. A atmosfera em que nos introduza Epístola de Tiago é a atmosferada congregação sinagogal, queainda conserva a forma, embora tenharecebido um conteúdo completamentenovo (cf. a descrição do culto em2. 28S.). -- Ora, esse documento cristãobastante antigo mendona comoúnico ofício o do presbítero (5.14). Emcaso de doença devem chamar-se ospresbíteros, para que, por meio de oraçõese unção, curem o doenlte «em nomedo Senhor». (5) O artigo definidocomprova que não se trata de quaisqueranciãos carismaticamente dotados,mas de homens de oficio.c) A diferença do presbitério dacongregação primitiva, organizado provavelmentesegundo o modelo judaico,as congregações predominantementegentílicas do caJUpo missionário paulinooferecem à ,primeira vista um panorarnadiverso.Aí encontramos antesde mais nada o interessante relato deAt 14.23, onde Paulo m!lJnda elegerpresbiteros, a fim de garantir conltinu~dadeà proclamação da Palavra nasCongregações recém-fundadas da Galáeia.O plural sem dúvida algUllla serefere à congregação individual: cadacongregação recebeu vários presbiteros.Costuma surgir então a pergunta pelomodo dessa eleição ou investidura. Te-5) Devia observar-se essa aposição que éIdêntica aquela que deparamos em At 4, nacura do aleijado por Pedro e João. Emboranão se use diretamente o nome de Jesus,a fórmula não obstante indica que o oficiodos presbiteros também na Epístola de Tiagoé concebido cristocentricamente, nãomais no sentido da sinagoga.rão Paulo e Barnabé, com autoridadeapostólica, nomeado homens capacitadospara o cargo, ou terão deixado acada ~ongre.gação completa liberdadena escoTha? - Ora, cheirotonein significa:levantar a mão; emitir seuvoto por levantamento Ida mão; votal'.- Aqui se deveria tomar comoexemplo o relato sobre a eleição dosdiáconos, Alt 6. Então como agora certamentese conjugaram orientação apostólicae eleição congregacional. No mundohostil do paganismo sem dúvidaeram necessárias arnbas as coisas: queos presbíteros fossem homens que, deacordo com as circunstâncias, estivessemsoUdamente fundamentados na doutrinados apóstolos; mas homens tambémque gozassem da inteira confiançada congregação.Digno de nota é o fato de encontrarmosexatamente nas Cartas Pastoraisa ol~tra passagem que faladiretamentesobre a instauração de presbíterosno N. T. (Tt 1.5). SeguI1ldo cronologiaconserv!lJdora medeiam entre oSdois !lJcontecimentos cerca de 15 a 18anos de tormentoso desenvolvimento.Em;pregam-se, não obstante, quase queos mesmos termos, em am:bas as passagens.Na Galácia Paulo e Barnabépromoveram presbitérios nas congregações;em Creta, é Tito quem deve fazê-Io.A formulação das frases é idêntica;apenas os verbos são outros: enquantopara a Galácia ,s'e empregacheirotonein. para Creta Paulo elegekathísteemi. Torna-se quase que impossívelaceitar, à base deste verbo. aexistência dUllla constituição episcopalbastamte mais desenvolvida nas CartasPastorais. Enquanto chei.rotonein inclui,sem dúvida alguma o elemento da eleiçãopor parte da congregação, kathi ••..temni não exclui em principio a partici'Paçãoda mesma. Não se devia esquecerque Paulo escreve a Tito, dizenidoo que ele deve fazer na questão,ao passo qUe o modo - como sedo inlteiro conhecimento de Titonem sequer é mencionado. - Irnportanteé que essas duas passagens formamde certa mruneira uma ponte deligação entre períodos bastante longinquosda atividade paulina, no que serefere â pergunta acerca do presbitériocristão. Em ambos os casos apresentam-sepreS1byteroi (no plural) paraa congregação individual.50


d) Deve-se a,pontar aqui tambémo entrela'93IDentosingular que o N. T.opera entre os conceitos presibyteros eepiskQpos. Permite-nos o mesmo concluiracentadamente qUe se trata deum único e mesmo oficio, podendo variaro emprego das Idesignações, segundoo lugar, a situação e a ênfasesobre as funções dos titulares. As CartasPastorais e-videnciam como em oN. T. ambas as expressões foram aindaempregadas lado a lado, até ao fim.O posterior desaparecimento da designaçãopresbyteros repousa provavelmenteno fato de que na igreja seafirmava cada vez mais o episcopadomonárquico. O N. T., porém. nadaconhece ainda desse desenvolvimento.A principal passagem para a íntimacontextura de ambas as designaçõesencontramos naquela tocante narrativado e.'1contro de Paulo com osanciãos da congregação de Éfeso, At20.17 -38. Esse re1aJtoconfirma antesde mais nada o que acima foi dito,a saber, que nas congregações individuaishavia muitos presbiteros, ou seja,um presbitério todo. Seria ociosoperguntar pelo número exato deles.A extensão de (Jada congregação deveráter definido a extensão do respectivopresbitélio. - Mas então deparamos,evidentemente ,pela primeiravez, a identificação direta das designaçõespresbyteroi e episkopoi: Paulo emMileto manda chamar de Éfeso ospresibiterous tees ekldeesias. A u:tilizaçãocomo que automática dessas designaçõespor parte de Lucas pressupõetratar-se de designações bastanteconhecidas também de Teófilo (provavelmenteem Roma). Aquele grupo dehomens, investidos da responsabilidadesobre a então já populosa con,gregaçãode Éfeso, Paulo expõe em termoscomovidos a sagrada tarefa que lhesincumbe: Ele, o apóstolo, provavelmentenão voltará nunca mais. Seu a[Jostoladoestá nas mãos daquele que oconsagrou a;póstolo. O mesmo, quanrt:oPaulo consegue julgar, está na iminênciade por fim ao seu oficio fllpOStólico.Mas nem por isso a congregaçãodeixa de existir. O Espírito Santojá tomou providências para que continueexistindo. Ele, to pneuma to hagion,tomou os presbíteros de Éfeso,que são eles, e os etheto episkopous.Observe-se que os anciãos foram cons~tituídos não em bispos das congregaçõesda Asia Menor, mas em bisposda sua congregação, a congregação deÉfeso, que em conformidade com a designaçãoepiskOpos (cf. abaixo) é chamadade poimnion. A tarefa deles comobispos consiste em pQimanein teenekkloosian tou theou (v. 28). Devemconsiderar que a comunidade não lhespertence no sentido de poderem fazercom ela o que bem entendem, oU sejadominar, vendê-Ia etc. O rebanhoé antes «comunidade de Deus», encontra-secom Deus numa relação decoisa possuída, o qual a perie-poieesatodia tou ha.imatos ton idion, adquiriucom o preço de seu próprio sangue.O oficio dos presbiteros, portanto, nãoé um «dominar sobre», mas é serviçona propriedade de Deus. Esse trabalhode «pastoreal'» consiste em primeiralinha - como o de todo pastorlegitimo - em «atender» (prosechete).O contexto evidencia que esseatender sigmifica, por uma parte, levaravante aquilo que Paulo lhes trouxera,a saber, teen basileian (v. 25),anunciando-lhes pasan teen bouleen toutheou (v. 27). O atender, contudo, apresentaainda um outro aspecto: a defesacontra os múltiplos perigos queameaçam o rebanho (vv. 29,30). )outrinae defesa constituem o oficio delegiUmos bispos - e tais são eles, ospresbíteros, por instituição do EspiritoS!lJnto,e tais devem continuar: «Agora,pois, encomendo'vos ao Senhor eà palavra da sua graça, que tem poderpara vos edificar e dar herançaentre todos os que são santificados»(v. 32).SemeLlJ.ançasurpreendente com apassagem comentada deparanlOs em 1Pe 5.2, onde o oficio dos presbyteroi(v. 1) também é caraterizado comoofício pastoral. Da máxima importãnciaé o fato de os presbiteros se deveremÍinsltituir e comp-rometer no oficio«não por constrangidos, mas espontâneamente».As exortações ai alinhadaspelo apóstolo apontam os diversosperigos que ameaçam o presbíterono seu oficio. Ao que tudo indica,o mesmo dispõe sobre os dinheirosda congregação (meede aischrolrerdOos),mas possui também certospoderes discipHnares, que coIllduzemànecessidade de precaver-se contra aambição de domínio (meed' boos kata-51


kyrieu{mutes). No desempenho do ofíciodevem tornar-se, por todos os modospossíveis, modelos do rebanho, tendosempre em mira o archipoimeen.que o apóstolo lhes põe diante dosolhos. - Aqui se poderia talvez encontrarainda uma sombra Ida formados presbíteros da sinagoga; nada, porém,se encontra de sua quase quemecânica função e incumbência, O ofíciodo presbítero cristão é tota1'l1enteCristOCêiltrico;deve ele constituir-se, decerta maneira, em reflexo, em 111llneeteesde Cristo, seu Senhor. E esta éao mesmo tempo a humildade e a dignidadedoseu encargo. É o que tambémencontra expressão naquela fraseem que Pedra, falando com 2.centuadamodéstia, cha:ma a si mesmo de s;y-mpresbyteros(5.1), nivelando-se com todosos demais encarregados das congregações.e) As quatro passagens das CartasPastorais, em que a expressão presbyterosocorre (1 Tm 5.17s8.; 5.1s.;4.14; Tt 1.5). demonstram, como acimaapontamos, a confluência cada vezmaior das designações 'presbyte.ros eepiskopos, à base, evidentemente, desuas funções como encarregados dacongregação. Assim, quando Paulo ordenaa Tito que providencie, por amorda boa ordem, a instituição de pre8­byteroi nas congregações, não introduznaJda de novo; simplesmente se referea uma instituição de há muito conhecidapor Tito nas congregações cristãsde outros lugares. A designaçãopresbyteros se tornou !termo técnico epúblico para os dirigentes da congregação.Os presbiteros formam um colégio- como já em Jerusalém - oupresb;yterion (1 Tm 4.14). Aliás, omesmo presbitério já participou, impondomãos, na instalação oficial deTimóteo, que sem dúvida ocorrera hámuitos anos atrás.Importante é reconhecer agora que,segundo as Cartas Pastorais, tambémas funções de presbíteros e bispos confluem:prosteenai: 1 Tm 5.17 -e 1 Tm3.5; didaktikon: 1 Tm 3.2 e Tt 1.9.Trata-se aqui, evidentemente, de duasdesignações do mesmo e único oficio.Por isso a caraterização do !bispo liga-semui naturalmente à or.àem dePaulo no sentido de se constituírempresbyteroi nas congregações (Tt 1.7ss.após 1.5). Esses presbíteros têm ne-cessidade da carterização do bispo parao correto desempenho dos seus ofícios.O fato de se empregar para epi8­kopos o singular não tem importância,visto tratar-se evidentemente da compreensãogenérica do !termo.Podemos assim perseguir o conceitopresbyteros no N. T., como designaçãode um ofício, que, segundo aforma, tem por origem a vida judaicade culto, mas que, segundo o conteúdoe função, se desenvolveu em ofíciocongregacional especificamente cristão.É assim que ocorre a confluência, nomesmo ofício, das designações presbyterose episkopos, à medida quê confluemos elementos formadores do cristianismoprimitivo. que são o cristianismogentílico e o cristianismo judaico.(G)U, O J\UNL':IiTi


) Também é possível, sem dúvida,conseguir absolvição ou peràão naepiskO'pê:Sir. 18.20. Assim pode a visitaçãoconstituir também uma experiênciamaravilhosa da graça: Gn50.24s.; 13 23.16; 5ab. 3.7. -- EmSab. 4.15 episkopê encontra-se ao ladode charls e eleos, sendo proporcionadaao homem piedoso.C) Duas passagens da LXX são deimportância para a história do termo;são aquelas em que episkO-pêassumeo significado de ,;:oficio»:Nm 4.16. Interessanteé tan!bém SI 108.8, ondepOde significar tanto possessão e propriedades,como ofício Ccp. Nm 3.32e 4. 16). A recepção dessa passagempor At 1. 20 (a episkopê do Iscar-iotes)pressupõe a última parte, sem quese deva limitar o salmo a isso.3. O Novo Testamento apresentaepiskopê em algu,mas passagens, comduas acepções distintas:a) O «dia da visitação»: Lc 19.44:«, .. não reconheceste a oportunidade datua visitação» (ouk egnoOs t.on kairontees e.pisko.pêssou). E 1 Pe 2.12: « ...para que '" glorifique,m a Deus nodia da visitação» (e.11 heemera episko-,pes).b) No sentido de ofício: Em At 1.16Pedro carateriza o destino de JudasIscariotes como sendo o cumprimentoda profecia veterotestamentária - SI108.8. -~ Aqui temos (cf. acima!) claramenteuma referência do ter~no aofício.A passagem mais importante é semdúvida 1 Tm 3.1. onde o ofício dopresbítero, como támbém do episkopasé traduzido uma única vez por episko­}lê. - Ê bastante acentuada a tendênciade se traçarem relações entreAt 1.16 e a passagem citada, paraexplicar assim como o conceito cristãode ofício passou do apostolado aoepíscopa:l0. A tentativa, porém, fracassadia,nte do fato da citação tersido extraída da LXX, sem levar emconta o apostolado de Judas Iscariotesoque no seu significado l'eal jamaiso possuiu. Portanto. não cabeconcluir, a partir dessas passagens,para a existência de uma relação maisestreita entre a;postolado e bispado. Aocontrário: a cristandade antiga possuiauma consciência bastante clara da distinçãoentre ambos os oficioso O conceitoe.piskopê não surgiu desde At1.20 ou de seu original veterotestamentá,rio,é derivado de episkopos, que,entrementes, já tinha conquistado forosde cidadania ,no cristianismo.B. - A designação «episkopos»propriamente dita1. No. juda.ismoa) Deus como episkopos - No judaismoEaturalmente o Deus único de­~,empenha o oficio de supervisar demaneira infinitamente mais ampla queos deuses do helenismo. Ê ele o episkopospor excelência, que a !tudo penetracom seu olhar. Em Já 20.29 oEl hebraico é simplesmente traduzidopor episkopos: Deus é aquele que enxergatooas as coisas e por isso devetornar-se o juiz dos impios. O olhardivino dirige-se de modo especial aocoração do homem. Ê neste sentidoque a LXX equipara muitas vezes martyse episkopos: lilll'- 1.6 cf. Tg 1.24.b) Ho.mens cOÍnoepiskopoi: A LXXnão conhece episkopos como titulo oudesignação oficial, mas o termo ocorremuitas vezes no sentido de «supervisar».de maneira e forma bastantegerais. Assim Antioco instaura episkopoicomo governadores sobre Israel:1 Mac 1.51; mas também Jz 9.28;113 60.17; Nm 31.14. - Passagens comoNe 11.9,14 já invadem mais o terrenodo culto, referindo episkopos aossupervisares e chefes dos filhos de Benja.min.dos sacerdotes e dos levitas; 4Rs 11.18, em referência aos gua~dassupervisares do templo; Nm 4.16 emreferência a Eleazar como eplskopossobre os objetos do culto.2. - No Novo TestamentoA designação ocorre apenas cincovezes no Novo Testamento.a) CristSencerra umaproflmda duplicidade de sentido: Cristoé aquele que melhor conhece asalmas, que sabe todos os seus segre-53


dos (Sab. 1.6 acerca de Deus!). ­Ao mesmo tempo, porém, é aquele quemelhor pode prover e de fato provêpelas almas, no senttdo em que Hb12.5 emprega o verbo. Aí também arazão por que as designações poimeene episkopos se acham tão próximasuma da outra. Tudo o que gentios e.judeus helenizados tinham atribuído aDeus. adquire um sentido novo quandose fala de Cristo como «Pastor eBispo das vossas almas». - Episkoposé, pois, na «Heilsgeschichte», umtítulo por excelência de Jesus em seuagir na congregação, propriedade sua.b) Homens como ·episkopoi. --- Aquié preciso a.ntes de mais nada respondera dt:as perguntas da máxima importâ..Tlciu,para investigar em seguidase as Cartas Pastorais acrescentamalgo de novo ao conceito.aa) Quem ê 'designado como episkopos?- Nunca são chamados deepiskopoi os pregadores ambulantes, osapóstolos, eva~elistas e auxiliares dosapóstolos! A designação só aparecequando se formam em determinado lugarcongregações fixas, nas quais épreciso cumprir regularmente certasoperações. Já muito cedo são chamadosde presbyteroi, episkopoi (kai diakonoi)aqueles homens que cumpremreferidas funções congregacionais. Ambosos termos, como já constatamos.nada significam de diferente; acimade tudo não encerram oposição. Comodemonstrado, em At 20.28 os presbyteroi,sem exceção, são todos chamadosde episkopoi. São presbíterostalvez ,por aquilo que realmente são(em vista não tanto da ida{ie, masda posição que oC1l


da cristã; 5. bom conceito entre osde fora.Tito (1.5-9) deve proceder em Cretadocomoinicio.procederade .suaPauloatividadepor ocasiãoformadorade congregações na Galácia (At 14.23).Se lembrarmos que a passagem dosAtos menciona algo acontecido pelomenos 15 OU talvez 18 anos antes dasugestão de Paulo a Tito, poderemosrealmente constatar aqui a inexistênciade qualquer desenvolvimento novo.A instituição ou escolha ,de bispos oupresbíte:ros oem'l'e com () fim de garantircontinuidade à llrega('ão em decada uma das congregações, depois dapartida dos apóstolos. - Notável éaqui a troca das designações, que jáfoi apontada acima. Trata-se de designaçõespermutáveis do mesmo e únicoofício. - Os requisitos para o ofíciosão os nlesnlOS da prilueira cartaa Timóteo. - Talvez TI 1.7 contenhao primeiro indício dc uma diferenciaçãoentre os encarregados individuais,quando afirma quesiderados «merecedoresdevem serde ,dobradacon­honra»aqueles que se provaram hábeis(proestoot-espre .•.• byteroi). Trata-se muiprovavelmente dos que desempenhavamdentro do presbitério especialmenteo ofício da pregação e do ensino.O faJto de se empregar em ambasas passagens o singular, aponta o bispotão somente como tipo, não, porém,o número de bispos em cada congregação.Os testemunhos neotestamentáriospermitem antes concluir aue nocristianismo .primitivo existiram semprecolégios de anciãos. (7)7) «If there had been in Corinth a singleruling bishop of the Iatter pattem, thewriter could hardJy have failed to mentionhim in a context such as this, where he isso explicitJy enforcing the claims af Churchorder. If there had been a rt1iing bishop atRome. a mention here might have been fitting.This ls part of the evidence that inthe Churches known to Clement there WilSat this time no clear distinction, and perhapsno ãistinction at all. between the elders(presbyters) and the bishops. The localChurch was governed by a corporatebody af substantially equal 'presbyterbishops'.Jobn Laws


passagens que apresentam os dialmnoicomo titulares de um ofício na congregaçãocristã.Decisivas são apenas duas passagens.-. At 6 realmente não contribuipara a compreensão do ofício diaconal.Alé:m de não aparecer o conceíto diakQnos,acontece qUe os sete representantesdos helenistas se colDcam aolado dos doze e, como tais, ldiscutem,pregam, batizam (Estêvão, Filipe). Essefato permite concluír que não seencontra aí a verda,deíra funda.ção dodiaconato. Mas é bem possível que atarefa, proposta aos .sete, de «servirà mesa» tenha contribuído pal~ a configuraçãoulterior do ofício.A53 passagens são Fp 1.1 e 1 Tm3.8,12. Impo11tanteque a Vulgata empregaem amfbDSos lugares o estrangeirismodiaeonus, quando em outrostraduz millist.er.Na congregação de Filipos é quedeparan10s pela primeíra vez com certosmembros da congregação que, porsua ativida,de, são designados de diakonoi.Pois Paulo saúda a todos ossantos, inclusive episkOpois l,ai dia!mnoi8.Transparece já um traço decisivodo diaconato, a saber, que está emrelação íntima com o episcopado. As-­sim encontramos na muito ativa congregaçãomissionária de Paulo dois ofíciosmutuamente relacionados. Qualtenha sido a diferença dos encargos deambos os ofícios não é possível concluirda passagem citada.A relação provavelmente existentepode-se descobrir em 1 Tm 3.1-3. Osgrupos, antes de mais nada, são rigorosamentedistinguidos:vv. 1-7 episkopoi;8-13 diakQnQi. Observando osdiversos pressupostos e requisitos paraambos os ofícios, pode constatar-se que,para o.Sdiáconos, se omitem alguns dospressupostos dos bispos, inclusive odom de ensinar. Por outro lado acrescenta-seque não sejam cobiçosos e quesejam de uma s6 palavra. Os diáconos,no cu:m;primentode seu ofício, visitavamevidentemente muitas casasestranhas, existindo assim o claro nerigo:da linguagem fácil. Outrossim,como servidores na econOlnia da, congregação,provavelmente tinham delidar com posses alheias; quão facilmentepodia tomar conta deles a ganância!Significativo que para o.Sdiáconosse acrescentaJn, às qualidades dos56bispos. mais um requisito interno:«conservando o místérioda fé comconsciência limpa».O diaconato. provavelmente, se referiade modo especial à atividade caritativae aos encargos administrativosdentro da congregação. Ao menos, é oque resulta 'das seguintes considerações:a) diakonos desi~na originalmenteos servos que serviam à mesa; b) asqualidades mencionadas em 1 Tm 3.8-13permitem concluir para U.1naposição deserviço; c) são associados aos episkopoi;d) At 6 relruta de um grupoqUe deveria agir como força de serviço,ombro a ombro co.m o ofício dapregação. (Aqui é preciso considerarde qualquer nutl1eira qlle (:3.11Jel'usal:5n1.nãoexistia ainda, r.aquele tenlpo.o 'bispado propriamente dito, razão porqne o paralelo com At 6 não deve ser'tJ:'açada de forma completa).Havia na constituição sinagoga.! umduplo oficio. Nas mãos do m~,hisynagagosestava a direção do culto; aoseu lado colocava-se o hyperetees. Nojudaísmo a atividade de ambos oficiaslimitava-se, em todo caso, ao culto. Ao1)resbítero cabia a direção c'a comlmi­(Jade sinagogal. Existia, não obstante,um certo exemnlo na relação entre osofícios. A forçâ eriadora do cristianismonascente foi sufieientemente fortepara desenvolver e planificar de COllteúdoofícios eorrespündentes tanto àsexigências de sua vida em congregação,como à profurudeza do seu culto.Não se deve esquecer ainda o charismados apóstolos, que, agindo críadoramente.elevaram as congregações a umnível que jamais telia sido possívelà comunidade sinagogal. Portanto,quanto à forma os ofícios foram talvezrecebidos da comunidade sinagogal; receberam,pürém, conteúdo correspondenteàs necessiclaÜesda congregaçãocristã.Pode consta.tar-se que vez Ol' entraa designação diakf>nos envolvem ta.,-nbémativtdades cultuais. O significadoda expressão é suficientemente amplopara tanto. Mas, em todo caso. foi emprimeira linha o cristianismo quemtransformou o diaconato em símbolo dotrabalho providente e prestativo em favordo outro, em favor do próximo.O significado permanente do diáconocomo servidor à mesa indica qu,? ,cferidoofício cristão tem sua. origem na


efeição ,comum, na refeição do amor,no ágape, que formava o centro da vidacongregacional primitiva, culminandocom a Santa Ceia do Senhor .IV -AFOSTOLADO E EPISCOPADO:RELAÇA,o MiJTUAJesus tinha escoll1ido e e."lviado osdoze para anuneiarem o seu nome e,depois de sua partida, serem no mundotestemunhas da sua morte e ressurreição.Outros mais surgiram, chamadosimediatamente pelo Senhor e porele dedicados ao apostolado. Destacase,em .primeiro plano, o apóstolo Paulo.O a.postolado se condiciona a referidaincumbência direta e imediata por partedo Senhor ressusdtado. Não é transmissívela outros.O a,postolaido, portanto, desaparececom a morte dos que tinham sido diretamentecham8idos. Mas a atividadedos apóstolos e de seus auxiliares, queiam de lugar em lugar, resultou naformação de congregações, necessariamentefixadas em certo local. Paraque essas congregações continuassemexistindo depois da partida dos apóstolose de seus auxiliares, tinham deser providos com a Palavra vivificante.Portanto, havia necess1d8ide de homensque, a exemplo dos a.póstolos, se tornassem.portadores da mensagem e dasalvação de Jesus Cristo - e portadoreslocalmente c.ircunscritos, de vezque estavam a serviço de congregaçõeslocalmente fixadas. - Naturalmente,além do ofício da Palavra, incumbiaa esses homens a direção eorganização das congregações. ParaeSSe fim era também necessário umeharisrna (1 Co 12.28).Quanto mais cresciam as congregações,maior se tornava a responsabilidadedos liJderes das congregações etanto mais se fortaleciam eles no ofício.l!: altamente significa.tivo que já nasprimeiras epístolas de Paulo se fala,com a maior naturalidade, daqueles queiPres~dem a congregação: 1 Ts 5.12:«Agora vos rogamos, irmãos, queacateiscom apreço os que trabalham entrevós, e os que vos presidem. no Senhore vos admoestam; e que os tenhaiscom amor em máxíma consideração,por causa do trabalho qUe realizam!»E que os servidores da congregaçãomerecem ordenado condigno, GI 6.6:«Mas aquele (lue está sendo instruídona palavra fa, '1 participante de todasas cousas boas aquele que o instrui.»- São os mesmos que em Filipos recebemo nome de epislmpoi e dialmnoi(F:p 1.1), enquanto em .Éfeso e muitosoutros lugares se chamam presbyteroi.É significativo que, para designaro ofício dos dirigentes da congregação,os cristãos elegeram termos singelos,·que de modo algum sugerem pretensõesespirituais; escoll1eram termos,porém, que distinguissem os respectivostitulares dos apóstolos e profetas,Assim não há possibil1dade nenhumade se colocar apostolado e episcopadoem relação direta de sucessão. Nenhumdos legitimas apóstolos jamais se tornou~iskQipos. Nem mesmo Pedro. Osofícios congregacionais se mantiveram,ao passo que o envio original dos apóstolose discípulos de apóstolos acrubou.Na verdade, os ofícios congregacionaissomente 3Jdquiriam seu verdadeiro significadoquando abandonavam o lugarOU morriam aqueles que tinham s1doímedirutamente chamados e enviados peloSenhor. A incumbência essencial dosofícios congregacionais é a mesma doapostolado; porém - digamos assim- o sentido Ide sua carreira é outro.Os apóstolos tinham s1do enviados decima e retornaram ao que os tinha enviado;a ele devolveram o seu ofício,Os bispos e presbíteros, porém, defrontavam-seCOilTl uma tarefa de certamaneira caracterizada pela horizontalid3lde.Tinham de assegurar nas congregaçõesa continuidade da mensagema eles cOOJfiada pelos apóstolos. Nenhumapóstolo tinha o direito de convocaralguém para o aposto lado ; osb~s, porém, tinhanl a incumbênciade passar adiante o seu oficio, a fimde que jamais€'.mudeça a mensagemnas congregações por eles dirigidas.Ao Novo Testamento é estranho oulterior desenvolvimento do episcopado,que substitui o colégio de bispos peloepiscopado monárquico e se cristalizafinalmente na hierarquia da Igreja Romana.57


° MINISTÉRIONA PATRíSTICAMário Luiz RehfeldtUma das divergências fundamentaisque ainda hoje separa vários ramosda cristandade é a doutrina e a formado ministério, isto é, há igrejas- as Ortodoxas Orientais, a CatólicaRomana e a Anglicana - que afirmamserem os bispos os sucessoresdiretos dos apóstolos e, portanto, osministros por excelência, indispensáveispara uma administração válÜ:la dossacramentos. Se assim fosse as igrejasque não possuem bispos em sucessãoapostólica não teriam os verdadeirossacramentos nem um ministérioautêntico. Este seria tambêm ocaso de nossa igreja. O que o NovoTestamento tem a dizer sobre o assuntojá foi exposto. Neste artigo tentar-se-ásintetizar a evolução do ministériona Era da Patrística. Trata-sedo período da História da Igreja quevai desde a morte do último dos apóstolos- certamente João. por v-altado ano 100 - e o inicio da IdadeMédia, entre 500 e 590. Foram quatroou cinco séculos - dependendodo critério empregado para determinaro início da Era Medieval - deprofundas transfor~ações em todos ossetores da vida da igreja cristã, destacando-seentre elas as introduzi dasna organização eclesial, pois na EraApostólica os ministros por excelênciatinham sido os apóstolos, como líderesindiscutíveis que eram, sendo os demaisministros: profetas, mestres, diácanos,presbiteros-'bispos, etc., atlxJliaressubordinados a eles. O desapare~cimento dos apóstolos criou assim umvácuo de liderança que, de uma maneiraou outra, teria de ser preenchido.O prcenchimentodeste vácuo, con-"dicionado pela situação histórica concretados séculos li e lI! de nossaera será um dos tópicos centrais desteestudo. Outra causa de transformaçõesfoi a mudança radical de atitudeexistente entre igreja e estadoantes e depois do reinado do imperadorConstantino. Antes dele, a igrejafoi duramente perseguida pelo estadorU,lnano, contudo, a partir de seu reinado,a igreja recebeu toda a sortede favores do estado, mas, contO conseqüência,entrelaçou seus destinos comos do estado a tal ponto que ambasas instituições sofreram prejuízos comisto até os Tempos Modernos, só entãopassando outra vez a haver separaçãode igreJa e estado. Este fatonão poderia deixar de fazer sentir seusreflexos sobre a estrutura, a:s funçõese o comportamento do ministério cristão,e, por isso, servirá também detema para este estudo.Uma das principais dificuldades en­00nt1'3:,:'asna análise do desenvolvimentodo lYlinistério na Ei"a da Patrísticaé a fluidez com que são usados ostermos que indicalTI os vários tiposde ministérios na Era Apostólica enas gerações imediatamente seguintes.Os mesmos termos indicam, por vezes,funções diferentes, ou então, a mesmafunção é descrita por vários termos,dependendo do autor, ou ainda, o lnesmoministro podia exercer várias funçõesdescritas por termos diversos. Istoacontece tanto no Novo Testamentocomo na literatura do segunc'o século.Por exemplo At 20.17 e 20.28,Os mesmos ministros são denDminadosora bispos, ora prebíteros; isto tambémocorre em 1 Tim 3,1-7 e 5,17-19.No caso do termo presbítero é impossível.às vezes, saber se o termosignifica simpLesmente pessoa idosa ouentão o ministro (presbitero).A grande preocupação subjacenteà evolução das formas de ministériona Era da Patristica foi a unidade daigreja, que se manifesta (1) em unidadede doutrina, isto é, confissão concordeda doutrina correta em oposiçãoa heresia e (2) em unanimida:1e quantoao que constItui a vida santificadaem oposição a um rigorismo exageradoe a urna vida indigna de cristãos.Essa preocupação subjacente suseitDUos desenvolvimentos seguintes: adistinção entre clérigos e leigos coma idéia que o ministério da igreja écontinuação do sacerdócio do AntigoTestamento, com a concomitante transformaçãoda' Ceia do Senhor em sacrifícioda Missa; a ascensão do episcopadoe a multiplioação dos grausda hierarquia acima do episcopado eabaixo do diaeonato.58


o SURGIMENT'O DO CLERO COMOCLASSE SEPARADA DOS LEIGOSAo livre acesso do cristão a Deusda Era Apostólica foi, neste período,interposto uma classe saoerdotal, semcuja mediação a aproximação ao tronodivino foi tornada proibitiva.No Novo Testamento todos os cristãossão chamados «sacerdotes~' e sóCristo é o sumo-sacerdote. (1 Pe 2.5,9; 5.3: Ap 1.6; 5.10; 20.6). EmPrimeiro Pedro os cristãos todos sãochamados coletivamente dü «clero» (1Pe 5.3).O Novo Testan1ento só fala de váriostipos de ministros que devem conduziros cristãos da infância à plenitudeda fé, mas esses ministros nãoconstituem classe especi~l, e seu acessoa Deus não é diferente do que °outorgado aos demais cristãos. Nemmesmo os apóstolos reivindicavam ouexerciam um sacerdócio especial. .Como o gradual declínio da altaespiritualidade que marcou a Era Apostólicacomeçou a aumentar a distânciaentre ministros e demais cristãos.O primeiro a fazer uma distinção nítidaentre ambos foi Inácio de Antioquia(m. ± 115), líder da igreja deAntioquia que foi condenado. já idoso,a morrer estraçalhado pelas feras naarena d€ Roma. Na viagem para seumartÍlio escreveu 7 cartas a comunidadese líderes da igreja na ÁsiaMenor, falando de seu martírio iminente,do perigo das heresias e da necessidadeda união dos cristãos em tornode seus lideres, notadamente osbispos. É ele o primeiro a distinguiruma hierarquia nítida na igreja: «Quemestá dentro do santuário (ou altar),é puro; mas aquele que está fora dosantuário não é puro; isto é. aqueleque faz qualquer coisa sem bispo epresbítero e diácono, não é puro deconsciência.»1 Apesar disso, Inácio nãoreivindica autoridade ou funções sacerdotaispara os ministros. Somenteno final do segundo século é que °termo saCerdote passa a ser usadopara ministros cristãos. Policrates, bispode Éfeso (.± 190) 2 diz que o apóstoloJoão era sacerdote e usava atiara. Mas é Tertuliano, o fundadorda teologia ocidental, advogado e presbíterode Carbago, notável polemista,que no final de sua vida aderiu aomontanismo, movimento semelhante aopentecostalismo, quem introduziu a terminologiasacerdotal na descrição doministério. Denomina o bispo de «sumo-sacerdote»"e, referindo-se ao ministériocristão fala de «funções sacerdotaisl?4,Estas idéias foram desenvolvij'aspor seu aluno o bispo Ciprianode Cartago (m. 258), que é geralmentereconhecido como o estruturadorda teoria sacerdotal do ministério.Pode-se encontrar o motivo para talevolução tanto no desejo de não seperder no cristianismo a tradição sacerdotaldo Antigo Testamento comotarnbém na pressão exercida pelo mundopagão que não podia conceber religiãosem sacerdotes e sacrifícios.É evidente que sace~dotes: realizamsa{lrifícios, por isso era necessário encontrarum sacrifício que só o sacerdotecristão pudesse oferecer, e estepassou a. ser a Missa, isto é, chegousea considerar a Ceia do Senho·r umsacrifício, incruento é verdade, masreal, em que o sacerdote oferece novamenteo sacrifício do Filho de Deusno altar em beneficio a princípio devivos e, posteriormente, também demortos.Agostinho (m. 430) complen1entouo desenvolvimento do conceito de sacerdóciocom a idéia da validez da açãosacramental independente do caráterpessoal do sacerdote defendendo igualmentea validez do sacramento exopere operato.A ASCENSÃO DO EPISCOPADONo Novo 'I'estamento os termospresbítero e bispo são usados parade-screver as mesmas pessoas ou funções.Um grupo deles dirigia uma comunidadenuma espécie de colegiado.Enquanto que para o ensino havia mestres,para a pregação havia profetas eevangelistas e para a assistência socialdiáconos. muitas atividades estavama cargo dos presbíteros-bispos,tais como, o horário e o local dos cultos(nos primeiros dois séculos nãoha.via edifícios especiais para cultos,os cristãos reuniam-se em casas particulares),era preciso anunciar a visita-de um apóstolo, mestre ou profetade fora, era. precíso decidir seum profeta desses era autêntico oufalso; um visitante de outra igreja59


precisava ser hospedado, um membroda comunidade ia viajar e precisavade cartas de recomendação a outrasigrejas, disputas entre cristãos tinhamde ser solucionaclJas sem recurso a autoridaidespagãs, em época de perseguiçãoera preciso decidir como enfrentá-Ias,diferenças de opinião sobredivórcio, ressurreição ou qualquer pontodoutrinário precisavam ser resolvidias;doentes precisavam ser visitados,os pobres, órfãos, idosos precisavamajuda; estas e muitas outras atividadesexigiam tomada de posição, planejamento,arrecadação dB fundos ea administração dos mesmos. 5 Estalista que poderia ser prolongada quaseque indefinidamente já mostra comoa importância dos supervisores -­que é a tradução literal de episcopos- bispo, enquanto que prelsbítero significaancião, aumentava à medidaque as comunidades cresciam e suasatividades e responsabilidades se multiplicavamenquanto que a autoridadee a importância dos ministros ambulantes- profetaJs e evangeli:stas ­dirmnuía por .s:erem seus contatos comas congregações esporáJdico.s, e como correr do tempo suas mensagensse tornaV1am cada vez menos fidedignas,pois pretendendo revelações quemuitas vezes não tinham - previsõesque não se cumpriam - diziam coisasexóticas passíveis de correção, hajavista Hermas, autor da mais popular«profecia» de meados do séc. lie que ainda assim contrasta com oNovo Testamento como a noíte como dia.Aos poucos, no final da Era Apostólioaos «supervisores» começaram amonopolizar também a celebração daCeia do Senhor e progressivamente seadonamm do restante do culto públicoinclusiv'e a pregação. O principaloficiante litúrgico do culto público foise de.stacando dentre os demais presbítleros,re.s,ervando para si só o títulode bispo. IDsta foi uma das causas dosuI1gimento da organização episcopalda igreja oristã na Era da Patrística.Entre as outras causas merecem destaque:a posição de Tiago, o irmãodo Senhor, na congregação de Jerusalém.Ele tinha um ministério local,mas sua aut.oridade não era menor doque a dos doze, monopolizava a presidênciado presbitério mesmo em pre-sença de apó.stolos. Hegesipo G, o primeirohistoriador da igreja, diz queTiago () irmão do Senhor sucedeu aogoverno da igreja juntamente com osapóstolos e que Simeão, um primo doSenhor o sucedeu como bispo seguinte.7Ê hipótese viáV1el que o ~emplode Tiago de Jerusalém tenha influenciadoo d'es,envolvimento da organizaçãoda igreja de Antioquia da Sma,pois o primeiro defensor de um episcopadomonárquico, isto é, um só bispoem cada oongregação, acima dospre.sbiteros, é exatamente Inácio, quefoi provavelmente o primeiro de.stesbispos ele Antioquia. Em suas sete cartasmenciona o bispo cerca de 50 vezes.Ele concebe a estrutura do ministérioem cada oongregação comouma hierarquia de três graus,: um bispoque tudo dirige; vários presbíterossubordinados a ele e diáconos abaixodie ambos. «Convém que estejaisem harmonia com a mente do bispo,como acontece conosco. Pois vosso muil.ouvável presbitério, digno de Deus, estáligado ao bispo como o estão ascordas à harpa.» 8Em séculos posteriores os bispos seriamtomados como sendo os sucessoresdos apóstolos, lnácio ainda oonsideraos presbiteros como seus sucessores,para ele os bispos são representantes(vigários, substitutos) dopróprio Deus: «Exorto-V1OSa procurarfazer tudo em unanimidade divina: obispo presidindo em lugar de Deus,os presbíteros em lugar do colégio dosapóstolos, e os diáconos, muito carosa min"l, incumbidos com o ministériode Jesus Cristo.» 9«Onde está o bispo, lá esteja o povo;assim como onde Cristo está, aliestá a igreja católica.» 10 Além de sero primeir.o a distinguir bispos de presbíteI10sInácio, nesta passagem, tambémé o primeiro a usar o termo católicapara descrever a unidade e universalidadeda igreja.Citações como as precedentes poderiamser multiplicadas cl3JScartas deInácio. Chega a dizer: «Aquele quehonra o bispo será honnado por Deus;aquele que faz qualquer coisa sem oconhecimento do bispo serve ao diabo.»11 Afirma ainda que há bispos emtodo o mundo.12 A realidade, no entantoera outra. Nem mesmo E'le, ao60


escrever aos filipenses e aos romanosconseguiu mencio1ULros bispos destasduas comunidades, e seu contemporâneo,Clemente de Roma (± 96) usaos termos bispo e presbitero comoequivalentes e ao escrever aos corintiossó menciona seuspresbiteros. TambémPolicarpo de Esmirna (m. 156),discipulo do apóstolo João, em sua cartaaos filipenses só menciona presbiterose diáconos. lrineu, seu discipuloe bispo de Lyons, já no final elo séc.n só faz dtstinção relativa entre bispose presbiteros e até chama os bisposde Roma de presbiteros. 13 Contraa reivindicação de revelações secretasdos gnósticos - os sincretistasda época - Irineu salienta a sucessãoapostólica dos presbiteros, H queexlplica como sucessão de bispos. 15Dionisio, bispo d


Uma descrição. precisa dos deveresdos presbíteros em meados da séc. Hencantranlos em Pseuda Clemente (±225) novelista cristão: Exarta-os daseguinte maneira: «Amai todos vossosirmãos cam o.lhos graves e compassivas,desempenhando. jlmto aos órfãasa papel de pais, às viúvas o de maridos,concedendo-lhes o sustenta comtada bandade, canseguindo casanlentosaas que estão. em idade, arranjando.empregos para as desempregados e esmalaspara as incapacitadas ... Alimentaios famintos, vesti os despidos,visitai os daentes e os prisioneiros ~ajudai-as na medida do possível ~ erecelbei estranhos em vossa casa ... ~"1DOS DIACONOSOs diáconas constituíram grupo numerosoe importante em todos os periodosda Igreja Antiga. São descritospor Palicarpo (m. 156) como «Ímaculadooperante Sua justiça, servas deDeus e Cristo e não de homens, nãodifa;:madores, não gananciosos, moderadosem tudo, compassivos, cuidadosos,que andanl confal'Ine a verdade do Senhor,que foi «o servo de todos». 20Conforme a Tradíção. Apo.stólica de Hipólito(± 220) as funções dos diáconoseram: litúrgicas, administrativas,de assistência social, ~sto é, tão anlpliascomo as do bispo só que semprea seu serviço. Mas, apesar disso, Hipólitonão inclui os diáconos entre oclero.O fato de serem os diáconos osauxiliares diretos dos bispos, por vezes,lhas trazia maior in1;portãncia ou poderdo que ° das presbíteros por serseu número, em geral, bem menor doque o destes.Com o correr do tenlpo, no entanto,o diaconato passou a ser encaradomailS como um degI'au na escala dahieratrquia da igreja, pelo qual se passavaem espaço de tempo relativamentebreve, para galgar postos mais elevados,do que um ministério permanente.Isto se deu quando. a igreja adaptousua estrutura 81dministrativa a do ImpérioRomano, mais ou menos na épocade Constantino (± 325). Foi então queo ministério cristão perdeu muito desua responsa.bilidade democrática originalpara se tornar uma hierarquiarígida comparável à caueira civil dofuncionalismo elo Império.DESENVOLMIMENTO POSTERIORDA HIERARQlnAAbaixo dos diáconos foram surgindo.vários graus, ou ofícios: sub-diáconos,isto é, auxiliares dos diáconos;leitores que liam a Escritura nos cultospúblicos e guardavanl os lívros sagrados;acólitos ~ auxiliares dos bisposna litul'gi.a; exorcistas que expeliamdemônios de possessos e catecfunenospor oração e imposição das111ãos, porteiros -- que cuidavam dassalas de culto e catequistas, que auxiliavamna instrução.Entre os bispoo também f01'aln surgindograus hierárquicos. Os bispos dasc8.pitais do provincias --- ou metrópoles-- com a convocação de sínodosa partir da 2' metade do sBC. lI, pas­&


ali terem sido ma,rtirazooos os apóstolosPedro e Paulo, reivindicou taInbémautoridade sobre os demais patriarcas,m31s estes nunca se submeteram.Mas este conflito entre patria;r'.cas já pertence à História Medieval.CDNCLUSAORestaria ainda falar sobre ° papeldos monges no ministério da IgrejaAntiga mas isto seria tema já paraoutro estudo próprio, devido a sua.aInplitude.ProcuroU-fse aqui apenas mostrarcomo o episcopado surgiu em partepara preencher o vácuo de liderança.deixado pelos apóstolos a partir do colegiadodos presbiteros que evoluiu deforma não uniforme em toda a parteno séc. li mas que aD final dele jáse firmara em todo o mundo cristão,praticamente monopoli~do todas asfunções ministeriais que no Novo Testamentopertenciam a vários tipos deMinistros diferentes. Na época, estacentralização foi a única maneira encontradapela igreja para superar osperigos qUe a an1.eaçavam de fora ede dentro - perooguições e heresias- só que mais tarde esta autOlidade,a principio merecida, transformouseem domínio, por vezes, até opressivo,o que exigiu uma reformulaçãodo ministério na época da Reforma,NOTAS1 - Inádo. Aos tr-,diauos, 7.2 - Citado por Eusébio. HistóriaEclesiástica. IV. 24.3 - De bapt. 17"4 - De P.roesf..r. 41.5 - J 000 Knox. The Ministry in thePrimitive Chutrch. ln: H. RichalldNie.buhr e Daniel D. WilliaIns.The Ministry lu Hist-oricalPerspeG'ti'\'es. New York, Harper,1956. P. 11-12.6 - Citado poo-- Eusébio. Hist-óriaEclesiástica.. lI, 23.7 ---- Ibid., IV, 22.8 - Aos Efésios, 4.9 - Aos Ma.gnesianos. 6,10 - Aos Esmirneanos. 9.11 -- Ibid.12 - Aos Efésios. 3.13 - Adv. Haer. lU 2, 2; 3, 2; IV 26,2, 4, 5.14 -- lbid. IIl, 3, 2.15 ,- Ibid. Ill, 3, 2.16 - Eusébio. vrr, 11.16b - Epist. LXVI, 3.17 - Epist. XIV, 4.18 - Sobre a Penitência. 9.19 ' -- Pseudo Clemente VIII-IX.20 ,-- Aos Fllip. 5.2.21 - Ep. CLXIX.22 - Or.at, XLII, 23.--0--o MINISTÉRIOEM LUTEROH. Kuchenbeckel'«Senhor concede-nos um minist.ériosanto e fi~b Assim o DI'. C. F. W.Walter orava freqUentemente. Quãonecessária é esta oração, especialmentehoje.Satanás sempre procurou perturbare destruir o sar1to ministério. Querpelas idéias de um falso «discipula,do:l>que procura esvaziar o ministério, dando° direito de pregar e ensinar apalavra p~blicamente a todos, mesmosem chaInado; quer pelo esvaziamentodo ministério para que se perca emtantos outros trabalhos e não tenhatempo para a oração, o estudo e apregação da palavra; quer pelo desrespeitodiante do ministério ou peloabuso de poder no ministério. Por issoé necessário, para leigos e pastoreslembrar o que é o ministério.Ainda hoje as teses do Dr. Walterextraídas da palavra de Deus e comprovadaspela correta interpretação dospais são clara luz em toda a discussãosobre o ministério.Para mostrar o que Lutero pensavado ministério, julgamos não encontrarcaminho mellior do que basear-nos nascitações que o DI'. Walter anexou asuas teses. Elas nos mostram que emtoda a discussão sobre o ministériopermanecem duas perguntas funilamentais:Que é a igreja? e: Quem nateITa foi investido com todos os bense direitos espirituais? A única respos-63


ta a estas perguntas é a que cadaconfirmando sabe dar: «A igreja sãounicamenlte os cristãos e unicamenteeles são os verda,deiros possuidores eportadores dos bens eclesiásticos, direitos,poderes e ofícios,»Vejamos, guiados pelas teses do Dr.Walter, algumas das muitas referênciasde Lutero sobre o santo ministério.H Teseo S:a.nto IMinistério .ou Ofwio da Pregaçãoé Um .oficio distinto do sa.oordócioespiritual de t.odos os crentes.Citações de Lutem:Por isso o Espírito Santo evitou,com muiito cuidaldo, que no Novo Testamentoo nome «sacerdote» fosse dadoaos apóstolos ou outrosunicamente aos batizadosofídos, masou como nomedos cristãos, como unl nome queherdamos no batismo. Porque ninguémde nós se torna um apóstolo, pregador,professor ou pastor pelo batismo, mMapós o batismo toma-se dos renascidossacerdotes a fim de chamar e escolherparalugaros ofícios,de todosparanóso exercerem em(St. Louis XIX,1536) .NiLnguém pode negar que cada cr:is­Itão tem a palavra de Deus e foi instruidoesacerdote,ungido porcomo CristoDeus parao afirma:ser«Serãotodos ensinados por Deus» (J o 6.45), e: «Por isso Deus, o teu Deus,te ungiu com o óleo de alegria comoa nenhum dos teus companheiros» (SI45.7). Estes companheiros são os cris·tãos, irmãos de Cristo, que com eleforam ungidos para sacendotes. Assimafirma Pedra: «Vós, porém, sois raçaeleita, sacerdócio real, nação santa,povo de propriedade exclusiva de Deus,a fim de proclamardes as virtudes daqueleque vos chamou das trevas paraa sua maravilhosa luz» (1 Pe 2.9). Sendoassim, que eles tem a palavra deDeus e foram ungidos por Deus, entãosão devedores para confessar, ensinare difundir o seu nome, como Pauloafirma: «Tendo, porém, o mesmoespíritoda fé, oComoestá escrito: Eu cri,por 'isso é que falei (2 Co 4.13) ,» E oprofeta diz de Itodos os cristãos: «A,bre,Senhor, os meus láibios, e a minha bocamanifestará os teus louvores (SI 51.16).» Esta passagem mostra com ela-reza que o cristão não só tem o direitoe o pQder para ensinar a palavra deDeus, mas nem pode diferente, semlevar prejuízo em sua alma ou colhera ira de Deus. Tu dirás, como? Seeu não tiver chamado, não posso pregar.Você mesmo ensinou assim! Resposta:Devemos aprender a distinguiras situações. Em primeiro lugar, seum cristão está num lugar ande nãohá cristãos, ali ele não precisa de umchamado, pois ele é internamente chamadoe ungido por Deus. Ali ele édevedor para pregar e ensinar o evangelhoaos gentios errantes e aos pagãos,por dever e amor cristãos, mesmose nenhum criSJtão o chamou ,paraisto. Assim fez Estêvão (At 6.7). Aele não fora confiado o ofício da pregação,mesmo assim pregou, Da mesmaforma fez Felipe o diácono e companheirode Estêvão (At 8.5). Damesma forma ApoIo (At 18.25,26),Nestes casos o cristão olha com amorfraternal a necessida!de das aimas aflitase pel'ddas e não espera por chamadosou ol'dem de príncipes e bispos.Pois a necessidade quebra todas asleis e não tem lei. Mas o amor é devedorpara ajudar onde não há ninguémque ajude ou deveria ajUdar. - Poroutro, se um cristão está num lugaronde há cristãos, que tem com ele omesmo poder e direito, então ele nãodeve sobrepor-se, mas esperar até serchamai::lo e sobreposto, para ensinar emlugar e por ordem dos outros (X.1801).QUe os apóstolos de início forampregar o evangelho em casas de estranhos,o fizeram por ordem de Cristo:Ide por todo o mundo e pregai o evangelhoa toda a cri altura (Mc 16.15).Mas, após isto, ninguém tem mais umaondem apostólica tão geral, pois cadabispo e pastor tem sua paróquia e comunidrude,ou como Pedra o chama: seurebanho (1 Pe 5.2), a saber uma parte." e que ninguém e nenhÜm estranhoSe atreva sem o saber e consentimentoensinar no I'ebanho de outrem,quer escondido ou publicamente. A talpessoa ninguém Ideve escultar, mas denunciá-Iaa seu pastor e as autoridades.Isto deve ser mantido que nenhumpregador, por mais piedoso ecorreto, vá ensinar em particular oupublicamente o povo dos católicos ou64


das seitas sem o consentimento dosmesmos. IV. 1000).o Ministério da Pregação{}U pastoralnão é institui~ humana, mas umoficio estabelecido pelo próprio Deus.Citações de Lutero:Em primeiro lugar alguns são apóstolosque não foram escolhidos porhomens ou através de homens, mas porJesus Cristo e por Deus Pai, como osprofetas e apóstolos. Por outro, algunssão escolhidos por Deus, mas .por intermédiode home."1s,como os discípulosdos apóstolos e todos os ,que, atéao fim do mundo, entram corretamenteno ministério da pregação enl lugardos apóstolos, como os bispos e .pastores.Estes não poderiam existir semos primeiros, dos quais eles tem o oficio(XI. 2553).Paulo diz a seu discípulo Tito: «Poresta causa te deixei em Crma, paraque pusesses em ordem as cousas restantes,bem como constituísses presibiterosem cada cidade, conforrne teprescrevi» (1.5). Quem' crê que aquio Espírito Santo fala pelo apóstoloPaulo, reconhece que isto é uma instituiçãoe ordem divina, que em cadacidade haja muitos bispos ou pelo menosum em cada cidaJde (XIX. 1334).3' Teseo :Ministério da Pregação nã{l é umofício fa.cultativ6, mas um ofíci{l cujoexercício é ordenado por Deus à igrejae ao qual a igreja está efetivamentepresa até ao dia do juizo final.Citações de Lutero:Muitos, talvez, perguntam irritados:Porque precisamos de pastores e pregadores,nós mesmos podemos ler aB~blia. Vão seguros de si e em casaigualmente não lêem a Bíblia. E mesmose a lessem em casa, o proveitonão seria tão frutífero e poderoso, comoé poderoso pela pregação e pelaboca do pregador ao qual Deus chamoue ometlou para que pregasse ete dissesse a palavra (XlITI. 1816).Aqui deve· ser nota!do especialmenteque, apesar de Deus ter falado a Paulodo céu, não anula o oficio da pregação,nem faz uma exceção, mas dirigePaulo para a cidade ao ofício da pregação,ao pastor, lá ele deve ouvir ea,prender. Deus quer qUe vamos ouviro Evangelho daqueles que o pregam.Lá o encontraremos e não em outroslugares (XIII. 2528).4.' Teseo Ministério da Pregaçào não constituium estado especial, mais santo,formando contraste com o cristianio.;mocomum, como o sacerdócio levitico, masum ofício de oorviços.Citações de Lutero:Agora talvez digas: Será verdadeque todos nós somos sacerdotes e devemospregar? O que será disto? Nãohaverá diferença entre as pessoas, esão as mulheres também sacerdotizas?Resposta: No Novo Testamento nenhumsacerdote deveria destacar-se pelatunsão, não por ser em si má,alguém poderia deixar rapar todo seucabelo; mas pelo motivo de nã.o sefazer diferença enitre eles e os cristãosem geral. Isto a fé não suporta ...Portanto há somente uma diferençaexterna, por causa do oficio, o de serum chamado pela comunildade; maspara Deus não há diferença (IX. 7(2).5' Teseo Ofício da Prega.ção tem o poder depregar o evangelho, administrar os !laIltossacramentos e o poder de julgareousas espirituais_o Ministério da Pregaçãeo é confiadopor Deus a uma pessoa, atra,vés 1lacomunidade, a detentora do podereclesiásticoe das chaves, pelo chamadopresc-lito por Deus .Citações de Lutero:Exceto em casos especiais, movidospor necessiidade, os qUe tem o direilto,o poder e o dom de ensinar, não deveminstalar um bispo sem a escolha,vontade ou chamado da comunidade,mas devem confirmar o escolhido echamado pela comunidade ... Po~uenem Tito, nem Timóteo, nem Paulo instalaramum bispo sem que a comuni-65


dade os tivesse escolhido e chamado.Isto provam as passagens de Tt 1.7 e1 Tm 3.10, onde se lê: «o bispo sejairrepreensível», e "sejam estes (:cliáconos)primeiramente experimentados».Como Tito poderia saber quem são osirrepreensiveis, a não ser pela comunidade.Esta deveria indicar as pessoas.Da mesma forma lemos em At3.6. Os apóstolos não podiam instituirdiáconos, um oficio inferior ao pastorado.sem o conhecimento e a vontadeda comunidade, mas a comunidade escolheue chamou os sete diáconos e osapóstolos os confirmaram. Se os a,póstolosnão podiam ordenar para este ministérioque distribui alimentos materiais,como se atreveriam a ordenar alguémpara o oficio tão superior, oapostola(clo, sem o conhecimeI'to nelTIVontade da comunidade (XXI. 448).7' Teseo sant'l> Ministério da Pregação éop'l>der transferid'l> por Deus através (Iacomunidade, a ,portadora do sacerdócioe dos poderes eclesiásticOS,de exerceros direitos do sacerdócio espiritual emofícios pÚblicos por dever comunitário.Citação de Lutero:Por isso, todo aquele que quer serum cristão, deve estar certo e lembrarque todos somos igualmente sacerdo~tes, isto é, que todos temos o mesmopoder na palavra e nos sacramentos.Cabe a cada um não fazer uso do mesmo,a não serpeIa concordância da comunidilJdeou chamado dos superiores.Pois o que é de todos, ninguém devetomar pa.rticularmente para si, até serchamado para isso.o Ministéri{) da Pregação é {)I}fíciosuprern.o na igreja, do qual id


o pregador maneja a palavra de Deus,porem o pregador não tem domínio naigreja; não tem direit-o de fa7..ernovasleis, de instituir arbitrariamente asdiáfo.ras e cerimônias, ou impor e executarsozinho a exoomunhào sem o devidoc-onsenti.ment-ode tooa a comunidade.Citações de Lutero:Um cristão piedoso, ao ouvir serensinado algo errado, vai e com humilda-detom fraternal e amigo admoestao pregador, porém não se dirige contraele com alarde e gritarias. - Em resumo,o que tange a nossa pessoa,queremos e devemos suportar, mas agraça e o oficio que prega a graçaqueremos ver hom'adopor todos.(VIII. 1191).Por os pregactores tereTI1o oficio,o nome e a honra de ser€lIl cooperadoresde Deus, ninguém deve juJgarseItãoculto e santo que possa perdel'ou desprezar a mais humilde das pregações,visto não conhecer a hora emque Deus quer operar graciosamente emseu coração pela pregação (XII. 584).Entre os cristãos não deve neTI1podehaver autoridade, porque cada umé submisso ao outro, como Paulo oafirma: Amai-vos cordialmente unsaos outros com amor fraternal, preferindo-vosem honra uns aos outros(Rm 12.10), e: ·tNão sejais sábios aosvossos próprios olhos» (Rm 12.16). Lucas:«Vai tomar o último lugar» (Lc14.10). Entre cristão não há ninguémsuperior a não ser unicamente Cristo.Que t1po de superiores poderia haverali onde todos são iguais e onde todostem o mesmo direito, pOdere bens ehonras; onde ninguém deseja ser superiorao outro, mas cada qualquerser submisso ao outro? NeTI1seriapossivelconstitUir ali autoridade porquea indole e a naturez1'. nem opermitem,por ninguém querer n€lIl pudersê-Io. Onde não há tais pessoas, tambémnão há cristãos verdadeiros. O quesão então os pastores e bispos? Resposta:O seu regimento não é governoou poder, mas serviço e oficio, poisnão são mais altos, nem melhores doaue outros cristãos. Por isso não dev~emimporleis ou mandamentos sobreos outros,sem o consentimento e desejodos mesmos. O seu governar nãoé outra cousa do ·quepromover a palavrade Deus, pela qual conduzem oscrisltãos e venCeTI1as heresias. Comojá foi dito, só se pode dirigir um cristãopela palavra de Deus. Eles sãodirigidos na fé, não com obras ex,ternas.A fé, no entanto, não vem pelapalavra de homens, mas unicamentepela pala'\''l'a de Deus (Rm 10.17).Quem, agora, não crê não pertence aoscristãos, nem ao reino de Deus, masestá sob o governo do mundo, para serforçado e dirigido pela espada e ,pelasleis do governo. Os cristãos fazem desi e sem serem forçados todo o beme tem o seu contentamento na palavrade Deus (X. 465).Eu chamo isto umaexcomunhão diabólicaonde alguém é excomungado frivolamentesem antes ser convencidopublicamente diante da comunidade deque agiu contra a ordem de Cristo.Tal excomunhão não deves temer (XIX.1181 ).10' TeseAo Ministério da Prega~ também cabe,conforme direito divino, o ofldode julgar a doutrina, mas também osleigos têm este direito; por isso têmeles assento e voz ativa junto com 08pregadores nos tribunais eclesiásticos enos concilios.Citações de Lutero:Reconhecer a Idoutrina e julgá"lacabe a todos os cristàos e de tal formaque é maldito todo aquele que pretendeferir um milirnetro deste direito.Porque Cristo mesmo o~denou tal direitocom abundância de .palavras. Porexemplo Mt 7 (XIX. 424).Homl'JlS e ensino de homens colocarame ordenaram que o direito dejulgar a douhina deve ser deixadopara os bispos, estudiosos e concílios.O que eles resolvem deve ser acatadoe aceito como artigo de fé. Deste direitoque conferem ao papa orgulhamsediária e abundantemente. Por issonão ouvimos deles outra cousa a nãoser isto que eles têm o poder e o direitopara julgar o que é crL'ltão ouherético, e que o cristão simples deveaceitar suas decisões. Disto se orgulham.Com isto amedrontam o mundo.Isto é o seu baluarte. E tudo isto vaiviolenta e frontalmente contra a ordeme a palavra d-e Deus. Pois Cristo or~67


denou o contrário. Jesus toma aos bispos,doutOl'es e concílios ambas as cousas,o !direito e o poder de julgarema doutrina, e as entrega a cada cristão,sim a todos os cristãos ao dizer:e eles o seguem porque lhe reconhecema voz, mas de nenhum modo seguirãoo estranho ... porque não conhecema voz dos estranhos (v. 4,5),todos quantos vieram antes de mim,são ladrões e salteadores, mas as ovelhasnão 1hes deram ouvido (v. 10).Aqui vês com clareza de quem é odireito de julgar a doutrina. Bispos,papa, doutnres e cada um tem o direitoIde ensinar, mas as ovelhas devemjulgar se o ensino é voz de Cristoou voz diferente (X. 1797).Notem, por isso, a quem o apóstoloPaulo eleva a doutores da EscrituraSagra,da. a saber, a todos os quetêm a fé e mais ninguém; estes devemjulgar toda a doutrina e seu julgamentodeve valer (XII. 1254).Ext,raido e tradUZi!l:liode «H.irche u.Amt, de C. F. \V. Walther.-:0:-Nota da. Re


cer o Oficio das Chaves em público' eem particular. 3)2 Cha.mado imediato e mediato.Jamais alguém exerceu o ministériopÚblico sem ser chamado para omesmo. As Es,crituras não conhecemnenhum exemplo. Os profetas, a;póstolos,incluin:l.oPaulo, tiveram um chamadodivino hnediato, Le. direto deDeus. (:Ê]x3.10, 18 6.8,9, Me 16.15, At22.21, CI 1.1) O chamado divino é imediato,quando feito sem a intermediaçãode homens. Em defesa de seuapostolado PauJo muitas vezes faz referênciaao seu chamado imediato.«Paulo, chamado pela. vontade de Deus,para ser apóstolo de Jesus Crislto».(1 Co 1.1, 2 Co 1.1, Ef 1.1, Gl 1.1)Antes


Febe (Rm 16.1) são colaboradoras noreino de Deus. Lutero es,creve: «OElspírito Santo barrou às mulheres aosanto ministério público.» 11)As congregações não deveriam chamarqualquer pessoa para o ministérioentre elas, mas somente aqueles quepossuem as qualificações conforme 1Tm 3.2-7, Tt 2.7,8. Por isso, assiste acongregação o direito de investigar epergunJtar a respeito dos dons e qualificaçõesdos candidatos ministeriais.Muitos são os casos, onde as congregações,delegam o poder de chamaralguém. 8. uma comissão do seu própriomeio, ou a um departamento daigreja (Depto. Missão). Mas mesmoassim, o chamaldo ,partiu da congregaçãoe tem seu caráter divino.O chamado divino é uma instituição


al dos membros votantes reunida nosdias , de , de19 , resolvemos por unanimidadede votos, chamar para ser nosso Pastor,o ReverendoAssim, em nome de Deus, e emnome da congregação, estendemos-lheatravés desta oSOLENE CHAMADO.Esperamos e rogamos-,lhe,por amordo Senhor Jesus Cristo e das preciosasalmas, que ocupe o quanto anteso ofício ministerial em nosso meio,cUlTIjprindofielmente todas as atividadesde sua função, em conformidadecom o que se estipula abaixo.Esperamos e exigimos do Pastorchamado, que como cura de almaspregue a palavra de Deus em públicoe em particular, conforme a Lei e oEvangelho, como recomenda 2 Timóteo4.2;que administre em conformidadecom a instituição divina os santos Sacramentos;que supervisione os Departamentosda congregação;que oriente o trabalho geral dacongregação; eque, com a assistência de Deus vivauma vida verdadeiramente cristã e,assim seja um exemplo para todo orebanho (Tito 1.7ss).Para alcançar estas finalidades, deveminis,trar o seu ofício de acordocom a Palavra de Deus e as Confissõesda Igreja Luterana, contidas noLivro Concórd.ia do amo de 1580.De nossa parte nos comprometem()@a receber o nosso Pastor como servode Cristo, honrá-Io, amá-Io e auxiliá-Iono desempenho de seus encargos comnossas fervorosas preces e cooperação;providenciar o seu sustento decentee honesto conforme prescreve a Bíblia;dar-lhe uma residência adequada;facilitar-lhe o cum;primento de seuofício pela rmidajde de espírito e desentimentos com uma conduta cristãe conci1iáv~l.Suplicamos a Deus, que abençoe oseu trabalho entre nós, para a glóI'iade Deus, para a salvação de almas preciosase para a edificação de seu reinoaqui na terra.Congregação Evangélica Luteranade .................. , de , de 19 .Assinatura do Preso Congr.ASiSinaturade um pastorASiSinatura do TesoureiroAssinatura do SecretárioBibliografia e fontes:1. The Pastor At Work - Albert H.Schwermann, pg 862. A Summary Of Christian Doctrine- Edward \V. A. Koehler, pg. 2653. Idem4. Triglotta, pg. 5235. Dogmátka Cristã, VaI. lI, pg. 250,John 'Dh. MueHer6. ChristJiche Dogmatik, VoI. IIT, pg.517, D. Franz Pieper7. Triglotta,pg. 5228. Triglotta, pg. 489. A Summary Of Christian Doctrine- EdwaI1d'\V, A. Koehler, pg. 26910. lidem, !pg. 26811. Obras de Lutem, IDdiçãoSt. Louis,V01. XVI, 2280---:0:---71


DEVOCIONALPROCURAIJohannesPROGREDIRH. RottmannSermão proferido no culto de aberturado ano letivo de 1976, na Faculdadede Teologia do SeminárioConcórdia.Quando, juntan1entc com o programapara a última Convenção Geralda IELB, recebi o lema escolhido -­«ProcuraI :progredir 'para a ~dific."l,çãoda igreja)} -- pensei cá comigo: Seráque o,S irmãos organizadore.s da Convenção,ao escolherem estas palavrasdaquele capítulo polêmico, em que o8!póstolo fala dos dons carismáticos,dos dons do Espirito, e em que comtanta seriedade adverte a igreja deCorinto contra o abuso destes dons,e em especial do dom de «falar emlínguas», será que ele,s realmente t0­maram em consideração este contextodo lema escolhido?Confesso, irmãos, que, depois de termeditado algo mais sobre todo o textode Paulo, sobre seu objetivo de entãoe também para nós, e considerandoo contexto histórico e existencialem que a nossa igreja se encontrahoje, me convenci ter sido umaescolha feliz e abençoada. Isto foi amplamenteprovruGo durante os dias daConvenção: nas devoções, nas pregações,nos cultos solenes, pelos trabalhosem grupos e pelo espírito que sefez notar em todas as deliberações.E portanto foi também, sem dúvida,uma resolução certa da Convenção proporà igreja toda, isto é, a todas assuas congregações, que tomassem estaspalavras do apóstolo, es,critas hámais de 1900 anos atráJs, por lemade seu trabalho eclesiástico - em todosos seus ramos - durante o anode 1976.O trabalho na e da Faculdade deTeologia do Seminário Concórdia é,sem dúvida, parte essencial e funda-72


mental de toda a obra que a no&.


A resposta mais certa e mais claraàs pergtUlitas: para que e em quedevemos progredir, encontramos lã ondenos é contado como começou todaa obra da igreja de Cristo.Uma das primeiras noticias qUe temosda vida da igreja de Cristo aquina 'terra, revela-nos o segredo do seumagnifico progresso inicial. E acho quetambém nós, nos fins do século XX,podemos aqui aprender o «como» e ot:por que» do progresso de nossa obraem prol da causa de Cris.to:Lucas nos dá, em Atos 2.42, umanoticia em tom quase lacónico; no entanto,é uma noticia que, por assimdizer, nos dá a chave de todo e qualquerprogresso na igreja de Cristo ~a de então como a de hoje ~. Tendorelatado e dado a primeira estatisticada igreja: «Havendo lli11. acréscimo naqueledia de quase três mil pessoas»,Lucas procede descrevendo-nos o segredode todo o progresso da igrejade Cristo aqlú na terra: «E perseveravamna dQutrina dos apóstolos e nacomunhão, lli) partir do pão e nas orações»,São estes os dons básicos dos quaisqualquer progresso da igreja de Cristoaqui na terra pode, sim, precisapartir. Portanto: Procurai progredirpara a edificação da igreja: na doutrinados apóstolos ~ na comunhão~ no partir do pão ~ nas orações!Procurai progredir - na doutrinados 3lPÓSto1os!Que significa, neste contexto,«doutrina dos a,póstolOlS»?Certamentel1ão existia, naquelas semanase meses depois do primeiro Pentecoste,um sistema, uma elaboração filosófiade doutrinas assim como nós hojea temos em grar.ldevariedade. Havia,ilsito sim, aquilo que Pedro declaravaser requisito indispensável para a eleiçãodos substituto de Judas, o traidor:«:m necessário que dos homer.sque nos acompanharam todo o tempoque o Senhor Jesus andou entre nós,começando no batismo de João, atéao dia em que entre nós foi levadoàs alturas, um destes se torne testemunhaconi>SOOda sua ressurrei9ão.»(At 1. 21.22) No início, portanto,«doutrina dos apóstolos» foi aquele testemunharda vida, da morte e muiespecialimenteda ressurreição do «SenhorJesus». Sim, «doutrina dos apóstolos»foi aquilo que Pedra e Joãotestificaram diante do Sinédrio dos judeUlS,quandofor8Jm acusados de teremperturb81do a paz e de blasfemaremo Deus de Israel,declaran(lo: «...tomai conhecimento vós todos e todoo povo de Israel de que ... Jesus Cristo,o Nazareno, a quem VÓs crucificastas,e a quem Deus ressuscitou dentreos mortos ... , es.te Jesus é pedrarejeitada por vós, os construtores, aqU811se tornou a pedra angular» (At4. 10,11). Sim, «doutrina dos apóstolos»foi justamente essa mensagem emcujo centro está, como ponto alto edecisivo, aquilo que Paulo, lIDS vinteanos mats tal'de, escreve aos Corintios:«.. , venho lembrar-vos o evangelhoque vos anunciei ... , o que tam.­bém recebi, que Cristo morreu pelosnossos pecados, segundo as Escrituras,e que foi sepultado, e ressuscitou aoterceiro dia, segundo as Escrituras» (1Co 15 .1ss). Sim, é essa a «doutrinados apóstolos» que nós ainda hoje confessamosexatamente no centro do nossoCredo: «Creio em Jesus Cristo, (}qual ... padeceu S{)b Póncio Pilatos,foi crucificado, morto e sepultado; desceuao inferno, no terceiro dia ressuscitoudos mortos».Essa doutrina dos apóstolos, pelagraça de Deus, temos e confessamosainda hoje. Porém, também pela graçade Deus, temos ainda muito mais.Ao lado daquela Escritura da qualPaulo fala, por cima do Antigo Testamenlto,possuímos hoje também aquelasjóias que são os livros do NovoTestamento. Ora, segundo o nosso lema,não é suficiente [possuir estasjóias. A nossa meta é «progredir». Como?~ Certamente não progrediremosse tratarmos nossas jóias como os homensdo mundo tratam as suas: segurando-asem suas caixas fortes, protegendo-81sdoroubo, exibindo-as apenasocasionalmente e em festas. ­Ah! existem muitas Bíblias bonitas,com dorso de couro e titulo dourado,muilto bem conservadas e protegidascomo se fossem jóias seguradas. ~Tats Bíblias não nos servem. Isto porqUesó aquela Bíblia na qual «estouem casa», que me serve diari=entecomo guia, só esta pod.e também meservir para o «progresso na doutrina»,isto é, no melhor conhecimento dasverdades divinas.74


Se, portanto, queremos progredir,crescer espiritualmente, precisamos emprimeiro lugar «criar raizes» na Bihlia.Já da naJtureza sabemos que semraizes fortes e profundas nada realmentepode crescer. Ah! sim, pode vegetar,pode ter aparência de vida, mascrescer a finl de produzir frutos certamentenão vai.Seja, portanto, o nosso alvo noano letivo que agora inicianl0s, o apro'fundar-nos sempre ma~s na Palavra deDeus, na leitura e nas devoções particularesdiárias, na meditação sobreas verdades que esta palavra nos oferece;e isto, com lTIãos dobradas, afim de chegarmos à conclusão bendita:Esta palavra é dirigida a mim!Se está escrito: Cristo morreu! entãoisto quer dizer: Crista marreu em meu!ugar; se lemos ali: Cristo ressuscitou!então isto. significa: Cristo venceua morte para a minha libertaçãoda morte e do seu poder. Só assimpodemos, pela graça de Deus, crescer,porque é o Espírito Santo quem, naPalavra, fala a mim. Então tambémconseguimos crescer para fora, testificandopessoalmente da abundância quetemas. -, Ah! que desta maneira oMont'Serrat se torne ponto inicial ecentral de um reavivamento espiritual,de um crescimento em frutos do Espíritoem nossa igreja toda! Irmãos,procuremos progredir, progredir nadoutIina dos apóstolos!3O segundo paSlSo no sentido docrescimento da igreja, segundo o textode Atos, foi que eles «perseveraram... na COIllunbão», Esta comunhão,na qual, segundo Lucas, os primeiroscristãos perseveraram, certamente nãofoi um mera estar-juntos ou um ajuntamentocomo de associados que tinhamos mesmos interesses. Essa camunhãonão restringiu-Se aas cultosque realizaram, ou ent.ão ao. cantarem conjunto, ao tomar refeições emconjunto, ao recitar seus «credos» emconjunto. A verdadeira comunhão cristã- tanto então como hoje - temduas dimensões: uma vertical, outrahorizontal.Uma verdadeira comunhão cristã sópode existir onde Jesus está presente,onde se nota o. cumprimento da promessada próprio Salvador: « ... ondeestiverem dois ou três reunidos emmeu name, ali estou no meio deles».ComU4"lhãOcristã só existe onde se estásentindo e onde se confessa a gloriosaverdade contida nas palavras testamentáriasdo Salvador: «Eis que estouconvosco todos os dias até a consumaçãodos séculos!» - Sim, ondese observa a ligação direta com a centralde todas as forças e de toda autoridadeno céu e na terra.Porém, esta dimensão vertical precisase demanstrar numa dimensão, horizontal:deve demonstrar-se na nossavida neste mundo" assim como se feznotar na vida dos primeiros cristãosna meia da mundo pagão, aos quaisseus contemporâneos, profundamenteimpressionados, apontavam: Eis co,mose amam! - Que o nosso Senhor tambémneste dom nos faça crescer paraque o mundo. note em nós algo diferente,algo que temos a mais do queo, mundo. Foi o ateu Nietzsche quese admirava: «Die Chrlsten mtisstenerWster aUlSSehen,wenn ich das glauhensollrt:e, was sie sagell». - (Oscristãos deveriam demonstrar mais acerteza de sua salvação em suas facespara que eu realmente pudessecrer o que eles dizem). - Mostremosaos Nietzsches do fim do século,XX, por meio de nossa aleglia na salvação,que realmente cremas aquiloque pregamos! Mostremos que a nossacomunhão é comunhão nos doissentidOlS:Amor a Deus sempre maio,rpor sua graça e anlor ao próximo; eque cresçamos sempre mais neste dom,pelo auxílio do Es,pírito Santo! - Sejamosalegres bandeirantes da cruzneste mundo, demonstrando,: «Famíliasanta somos, familia de Jesus; comummorada temOiSna mais pereneluz. Com zelo mui dito,so, com entranhadoamar e com sublime gozo servimo,sao Senhor».4Com mui significativo terceira passopara o crescimento da igreja, notemosque os primeiros cristãos «perseveraram.'" no partir do pão», ­Sabemos que este «partir do pão»consistia na celebração da Santa Ceiaa'SSim como Jesus a tinha instituído,para que ela fosse celebrada «em me-75


mória minha». Os primeiros cristãosnão somente tiveram a celebração daSanta Ceia como parte integral nosseus cultos diários. Não, eles cresceram,eles progredirarn; e, em poucotempo progrediram de modo tal quelogo depois, na sua história da igrejaa,postólica, Lucas nos pode relaitar:«Diariamente perseverava;m unânimesno templo, partiam pão de casa emcasa, e tornavam as suas refeiçõescom alegria e singeleza de coração,louvando a Deus, e contando com asimpatia de todo o povo» (At 2.46,47). - Nesta passagem temos, por assimdizer, Ullla sintese dos dois passosno crescimento da igreja, os quais enumeramoscomo o segundo e o terceiropassos: Sua comunhão se demonstravanos seus cultos pela celebração da SantaCeia, - e isto não só no culto, massim de uma maneira tal que sua vidade peregrinos neste mundo brilhavadiante de seus semelhaT'.tesa pontode terem a «simpatia de todo opovo». Isto certamente não era umasimpatia barata, mas simpatia baseadanuma real admiração.«P.rocurai progredir .. , no partirdo pão». Que quer isto dizer paranós hoje? Certamente não se pode pensarnum progresso ou num desenvolvimentoda doutrina da Santa Ceia.Nesta não pode haver progresso. Aocontrário: a Instituição da Sanita Ceiapor Cristo e a maneira como Ele acelebrou no início, com seus discípulos,é o ponto de partida do nossoprogredir. Então, em que sentido podemos«progredir» no partir do pão?Durante a Convenção foi feita, daparte de 1h"Udos deputados, uma perguntaalgo perturbadora, Tratava~se,em plenário, do problema da freqüênciana participação da Santa Ceia porparte dos membros da nossa igreja.Foi constatado que antigamente aténas congregações grandes celebrava-sea Sal'lta Ceia somente três e, se muito,quatro vezes ao ano. Foi dito queneste senUdo indubitalvelmente houveprogresso notável. pois em muitas congregaçõesjá Se oferece a Santa Ceiauma vez por mês. De outro lado existem,no entanto, como também foiconstart:ado,alnda muitas congregações,geralmente distantes das sedes paroquiais,as quais e.'ltãocelebrando a Ceiado Senhor só algcunas vezes duranteo ano. ~ Veio então a pergunta perturba,doradaquele deputado leigo: Porque não podemos celebrar a SantaCeia dominicalmente? - Sim, irmãos,porque não!? Tanto quanto sabemos,os primeiros cristãos celebravam aCeia do Senhor diariamente, em cadaculto. Porque não podemos nós tê-Ia.,ao menos, uma vez por semana? Seráque temos medo de que a SantaCeia se torne enitão algo corriqueiro,algo con'lum, U111 m.ero costume? ­Ah! qUe se torne costume em nossomeio este mais inUmo encontro quepodemos ter com o nosso Senhor eSalvador' Ah! que não só cantemos,mas sim, que realnlente confessemosde coração o que diz u1"ndos hinosmais cantados na celebração da SantaCeia: «Teu corpo e sangl.le, Ó meuJesus, são de minha alma vida e luz',!'. Isto certamente não sósignifica Ulna maior freqüência da celebraçãoda. Santa Ceia. Significa tambémque este progredir deve começarno coração. Que Deus acenda em nósverdadeira fome, verdadeira sede poreste encontro tão pessoal, tão íntimo,com o Senhor e em que visivelmente,palpavelmente me é dada a certeza:Teu Senhor morreu em teu lugar, parate livrar da morte! Ah! CordeiroDivino, morto por mim, sê compassivo,a paz concede! A paz concedesempre de novo! - Irmãos, procuremosprogredir no partir do pão!5Procurai progredir ... nas orações».certamente poderíamos dizer muitosobre este tema. E verdade que emnosso meio, graças ao bom Deus, existeeste dom. Muítos de nós, sem dúvida,podem --.- como eu --- testificarque se ora nesta família concovdiana,que Se fazem intercessões fervorosasno Mont'Serrat. -- Os meus própriosolhos são lill1.a prova, e para mimsempre de novo ll."Umilagre, de queDeus ouviu e ouve as orações feitas= nosso meio. Porém, gostaria deaqui perguntar a c8Jda um em particular:Está em ondem tua ligação diretacom teu Senhor e Salvador?76


Numa das noites escuras duranteas férias vi, sentado na escada da nossaCalSa, as milhares de luzes nos edifídose casas ao redor do Mont'Serrat,estendendo-se através das colinas deMoinhos de Vento até ao centro dePorto Alegre. E, neste olhar, me veio,quase como de pesadelo, o reconhecimentode que aJtrás de cada uma da.sluzes certamente estava mna pessoaao menos, unl homem com uma vidaa ganhar ou a perder. Perturbou-meprofundamente a pergunta: Já fizestealgo para que destes homens um úniconão se perdesse?? - E um outropensamento, qual relâmpago, me a.tingiu:Se cada uma das nossas oraçõesa-cendesse lrma pequena vela, será que,na escuridão deste mundo em perdição,haveria luz ao nosso reclor, luzp€la qual um homem, perdido na escmidão,pudesse achar o caminho certo??Irmãos, - falo agora de mime de cada um de nós - se cada umadas nossas orações, que dos nossos coraçõessobem ao trono da misericórdia,acendesse mna luz, luz de uma pequenavela apenas, não deveria o Mont'­Serrat constituir-se em farol brilhaníteque, na escuridã,o do mundo sem luz,mostral'ia o caminho à cruz -. o únicocaminho que salva?! -- Ah! meuSenhor, concede-nos a gl'aça de tambémnas orações progredir!Iniciamos mais lrm ano letivo. Deusno-lo permite. Por isso, dirijo-me aosirmãos que hoje, nesta noite e nesteculto, participam conosco na doutrinados apóstolos, na comunhão, no partirdo pão e n!lJSorações a que, peloamor de Deus, nos acompanhem comsuas orações, nos acompanhem a nósque somas cham'laJdos a dar instrução,acompan..hem aqueles que nos ouvenl,para que a todos nós aqui da Fa,culdadede Teologia da Igreja EvamgélicaLuterana do Brasil seja dada a graçade, segundo o lema da igreja para1976, realmente progredir pa.ra a edificaçãoldia igreja na doutrina dosapóstolos, na comunhão, no partir dopão e nas 'Orações.Lsto, meu Senhor JeStis, agora estácontigo! Confio em ti! Amém.NOSSA CASA ESPIRITUAL(Sermão - Mt 7.24-29)Theo ReuterQuando Jesus acabou de falar, agramde multidão que assistira ao Sermãodo Monte, ficou admirada, poisa maneira de ensinar dele não era comoa dos escribas; ensinava ele comautorid!lJde. Por eles não saberem nadado evangeHlO do Redentor, ta.mbémnão sabiam lidar devidamente com alei. Achavam ser a lei o meio parareconciliar-se com Deus. Jesus agoralhes mostrou, que homem algum conseguecumprir a lei na sua essência eqne por isso ele, Jesus, veio cumprira lei totalmente, assÍln como veiocwnprir também todas as promessasdivinas a respeito da salvação da lmmanidade.Confrontando ele no seu sermão,lei e o evangelho, de maneiracorreta, Jesus deixou o povo admirado.O que ainda impressionon tanto foique Jesus ensinava como quem temautoridade, por ser ele o «Mestre vindoda parte de Deus», como Nicodemoso chanlOu ma.is tarde. Ê porque Jesusnão a;Jenas tem, mas ele é a Palavraeterna que se fez carne.Onde quer que se pregue tambémhoje a Palavra de Deus, distinguindocorretamente entre lei e eva,ngelho, aísempre é J eStis quem fala, ele quedisse a todos os pregadores ortodoxos:«Quem vos der ouvidos, ouve-me amiln.>' - Aceita, pois, caro ouvinte,as palavras desta mensagem como ensinamentosdo próprio Salvador, meditando-nosneste momento nas palavrasfinais do seu Sermão do Monte:Como edificar nossa casa espiritualpara este tempo eaeternidade.r.Jesus fala dos que ouvem a suapalavra. Que vem a ser isto?Certa vez tive uma conversa C01num cidadão muito convencido de si ede suas belas qualidades. Aí aponteipara o fato de também ele ter provocadoa ira de Deus com peca!dos. Respondeu:«A Bíblia diz que o justo iacair sete vezes e se levantaria.» Ele,ao ouvir a Palavra de Deus, apenas77


soube escolher aquilo que mais lheagradou, como quem procura apenasas passas no bolo. Assim procedemaqueles homens que do Sermão doMome escolham e apontam por exemploa passagem: «Sede vós, pois, perfeitoscomo perfeito é vosso Pai celeste»,pois são convencidos de Se poderemtornar perfeito mediante a observaçãode dúzias de ordens e cerimôniasreligiosas. Outros apontam parao versículo: «Convertei-vos e vivereis»,tornando-o por preceito da lei,convenddos de que podem converter-sepor seU3 próprio,s esforços.Ouvir a Palavra de Jesus, porém,é bem diferente. Jesus dizendo: «Todoaquele, pois, que ouve estas minhaspalavras», refere-Se ao Sermão do Montetodo. Mas este não é simplesmenteuma sorna de preceitos morais, masantes um resumo de toda a Palavrade Deus. Diz ele: «Não penseis quevim revogar a lei e os profetas. Nãovim pa:ra revogar, vim para cUlllprir.»A lei, isto é o nome dos cinco livrosde Moisés, e os profetas, isto designaos restantes livros do Antigo Testamento.Tudo isto tem valor soberano,pois tudo é Palavra de Deus. Agoraprestar ouvido a tudo que Deus diz.isto é «ouvir a Palavra de JesUS»).Devemosouvi-Ia atenciosamente em todosos ,seus pormenores como qUe dirigidaa cada um de nós individualmente.Assim devemos também ouviros sermões dominicais. A Bíblia. falandotão freqUeIlJtemente do ouvir, nãose refer'e com isso, como alguns querem,ao fato de naqueles tempos apenaspoucos terem ,sido alfabetizados.Não. Devemos ouvir a pregação no conjuntode nossa congregação, porqueCristo «concedeu uns para apóstolos,outros para profetas, outros para evangelistase outros para pastores e mestres,com vistas ao aperfeiçoanlentodos sarrtos para a edificaçáo do corpodeCristo».Pregar e ouvir a pregação têm porfinalidade a edificação dos ouvintes. Êpena que se perdeu ,tanto o sentidodesta expressão. Costumamos chamarum sermão edificante. sem entretantopensarmos no sentido original desta palavra.Mediante cada sermão devemosedificar a nossa casa espiritual, tornarsólido o nosso cristianismo paraeste tempo e para a eternidade.Persiste, pois, caro ouvínte, em ouvirreverente, atenta e assiduamentea Palavra de Jesus.n.Jesus, porém, não fala apenas emouvir, mas também em pra.ticar a Palavrade Deus. Que quer dizer isto?O evangelho é o assunto principaldas Escrituras. Tirando o evangelhoda Bíblia, não haveria mais diferençaessencial entre a me.srna e qualquer manualde religião pagã. Então o Sermãodo Monte seria de fato apenasum sermão moralista, uma eJ1U1l1eraçãode mandamentos. Não há dúvidaque nele encontramos muitos preceitosde como reconciliar-se com o irmão,perdoar-lhe, amar os inimigos, dar esmolas.Mas o Sermão do Monte contémigualmente palavras evangélicas.Fala do perdão que o Pai celeste C(}l1­cede, fala da justiça do reino de Deus.do Es.pírito que o Pai dos céus daráaos que o pedem. Ensina-nos a pedir:«Perdoareis; batei, e abrir-se-vos-á!»Ouvindo este evangelho, como podeser pr8Jticado? - Aqui não se tratade produzir boas obras. Jesus diz: «Sea voso-«t". justiça não exceder em muitoa dos escribas e fariseus, jamaisentrareis no reino dos céus.» Adverteseriamente contra o «exercer a justiçadiante dos homens», dando, porexemplo. esmoilas publicamente, orandonas ruas e praças, ostent:mdo sua observaçãodo jejum. Chama tal procedimento«praticar a injustiça» e dizque aqueles que procedem desta maneira,já receberanr a sua recompensa,isto é, a glória da parte de homens,e que não receberiam de Deusgalal'dão algum.Praticar o evangelho é o mesmocomo aceitá-lo. Significa reconhecerque somos transgressores da lei e quenão podemos subsistir perante Deussem a obra Ralvadora de Jesus. Praticaro €Nangelho é reconhecer que necessitamosdo perdão dos nossos pecados;consiste na confiança naqueleDeus que prometeu dar o EspíritoSanto aos que lho pedireIl1.. Praticaro evangelho é o mesmo que abrir asmãos, mãos vazias, na certeza de recebermosgrat.uitamente a paz comDeus e uma boa consdência por amorde Jesus. Praticar o evangelho, esta.78


gloriosa vontade, sim, dádiva de Deus,significa numa palavra «crer no Filhode Deus», coano diz Jesus em João:«A vontade do meu Pai é que todo ohomem que vir ao Filho e nele crer,tenha a vida eterna.»Queres tu, meu ouvinte, edificar atua existência espiritual firmemente paratempo e eternidade? Conseguí-Io-ásouvindo a Palav:r'a de Deus e crendofirmemente naquele a quem o Pai envioupara a nossa salvação. Perceberá.sdeste modo que não és tu quem praticao evangelho, mas sim Deus mesmoque cria a fé em teu coração medianteo evangelho e que fortifica diariamentepor sua Palavra.II!.Praticar a Palavra de Jesus temainda outro sentido. Se bem que nadapossamos contribuir para que creiamosem Cristo, pois a fé é obra exclusivado Espírito Santo em nós, Deusespera que produzamos frutos desta fé,boas ohras. A sã doutrina da nossa salvaçãopela fé somente em Jesus, facilmenteé corrompida pelo diabo quenos quer induzir a descansarmos nestafé como numa almofada cômoda,contentando-nos apenas com o ouvir doevangelho. Aí Jesus diz: «Todo aqueleque ouve estas minhas palavras e nãoas pratica, será comparado a um homeminsensato que edificou a sua casasobre areia. Caiu a chuva, transbordaramos rios, sopraram os ventos ederam com ímpeto contra aquela casa,e ela desabou, serudo grande a suaruína.» Assim acontece, porque tal homemanula a fé por seu modo de viver.Vel1dadeka fé é, como diz Lute­1'0, algo vivo, ativo, solicito, que nãopode ficar sem as obras da vida. Sebem que tal homem saiba de cor todoo catectsmo, possa recitar capHulosinteiros da Bíblia, todavia sua féé fé apenas de cabeça e não de coração,é fé morta. Como é que este, negandoa fé viva. quer edificar a suacasa espiritual? Com ela cairá, poisa mesma se acha edificada na areiade opiniões humanas, na idéia errôneade que baste ouvi·r a Palavra deDeus, sem entretanto traduzi-Ia na vidae pela vida.Uma árvore boa produz hons frutos.Um verdadeiro cristão vive emboas obras. Ê o Espírito Santo quelhe dá as forças para tais obras agradáveisa Deus. E estas não são apenasde caráter exterior OU visível. Crescem,runtes,primeiro no coração, no íntimo.A isto Jesus se refere no começodo Sermão do Monte, falando dahumi1da.dede espírito, da mansidão, damisericórdia, da pureza do coração. Emostra depois que também o pecadose m81l1ifesrtaprimeiro no coração, porexemplo, pela il'a que alguém sentecom o próximo. ou pela impureza aoolhar para uma mulher estranha. Praticara Palavra' de Deus consiste, pois,em primeiro lugar na correção e noajustamento das moções e dos pensamentos.Esta santificação do íntimo precedeaquilo que é perceptível: Maneiras,gestos, palavras e, afinal, ações. Muitasreferências· a este respeito se encontram.no Sermão do Montte. Deusquer se agradar com cada pormenorda tua vida. Nada é excluWo. Aí nãohá neutralidade. Em tudo deves perguntar~te:«Que dirá Jesus a isso, aaquilo? Faria eu isto ou aquilo, estandoJesus visivelmente na minha presença?»Vivendo desta maneira, mostrarásque a tua casa espiritual, que teu cri.&­tianismo, se acha edificado numa rochasólida, na Palavra de Deus quenão permitirá desabamento no ímpetodas tormentas, nem no dia derradeiro.Repetindo nossa pergrnlita inicial:Como edificar nossa casa espiritual paraeste tempo e a eternidade?, a conclusãodo Selmão do Monte responde:Conseguimos isto, ouvindo a Palavrade Deus inteiramente, confiando emJesus Cris,to e praticando a Palavraem toda a nossa vida. E se duvidares,meu amigo, da força necessáriapara efetuá-lo, lembra-te da promessado teu Senhor: «Pedi, e dar-vos-á!»Amém.79


ESSEÉ noite! Trevas cercam um punhadode homens. Dormitam por entreárvores e rochas. Um homem estáSÓ. Ele não dorme. Este homem luta.A sua frente uma montanha se ergue.-- A maior montanha do universo.- A barreira intransponível - abarreira entre a criatura e o Criador-- entre os homens e Deus. Jamaishomem algum conseguirá. por si só,transpô-Ia. Jamais homem algum, porsuas próprias forças a transporá.InÚteís todas as tentativas - os picose precipícios aumentam.É a montanha dos pecados da humanidade!Eis mil homem só! diante damontanha. Um só homem vai tomá-Iasobre seus ombros; - um só homema aniquilará. Está de joelhos. Sentirádores jamais sofridas por vivente algum.Agoniza! Gotas se formam emsua fronte. - Gotas desa.ngue vãotingir o solo rochoso: - Jesus! NossoSalvador. - Em oração fervorosadirige-se ao Pai. - E, toma sobre sio fardo do inferno.Perto estão 11 homens, vencidospelo sono. Poderão estes aliviar o peso?- Não - Eis que ainda aumentarãoo mesmo.Ao longe ouve-se um tropel. Porentre a luz bruxoleante de tachas brilhamespadas e armaduras. O que lideraos soldados, se aproxima dizendo:«SALVE, MESTRE>-" dando-lhe um beijo.~ o ósculo de anligo, o simbolodo amor. «AMIGO, PARA QUEVIESTE?» Sim, o Salvador o chamadeOLHAR(DevoçãoDELc 22.61)JESUSHans G. Rottmann«amigo».Mas o amigo tornara-se vil traidor.- Cristo carrega o peso só. ­Suas mãos estão atadas -- Os disCÍpulosfogem espavoridos.·- Conduzemnoao palácio do sumo sacerdote. Doishomens, de longe, seguem. Um consegueentrar no palácio, o outro ficano pátio. Ali os criados se juntam aoredor de um fogo. Uma criada notaaquele homem. «Não era ele um dosseguidores daquele galileu que foi preso?» .""- «Não sei o que dizes!» Pou-co depois aquele homem que brandirasem temor a espada diante de soldados,novamente treme diante de umaescrava: - NÃO, NÃO O CONHEÇO!Ao ser reconhecido por um soldadojura desconhecer aquele que está sendojulgado. -- Quem é este homem?Será o mesmo que dissera: «Aindaque me seja necessário morrer contigo,de nenhuan modo te negarei!»?Eis dois home.'1s! Um, 10 horas antesde sua morte. O outro acabarade dizer: «Não, não, eu não o conheço,nunca estive com ele. Juro quenão».- E cantou o galo saudando a madrugada.«Então, voltando-se o Senhor, fixouos olhos em Pedro». É um dos poucosmonlentos de silêncio numa noitecneia de gritos, mentiras e horror. ­Era perto da madrugada. - O fimde uma longa e amarga noite, -- Homenstentando livrar-se de seu Deus.O prisioneiro, sendo levado de umasala para outra, passara pelo pátio.Seus olhos se fixam sobre aquele homemperto da fogueira. UM SêOLHAR!SubitRJITlente o homem se retira ­para dentro da fria madrugada, ­para dentro do silêncio, - para dentroda solidão.Quanto não havia neste olhar? Erasomente mn breve olhar, mrus quantonão dizia! O que dis"e a Pedro? -­«Simão Pedra, eu sei o que fizeste.Eu conheço o teu pecado. Eu ouvi tuaspalavras, tua negação, teu juramento,tudo.>'Prezados amigos -.- Jesus nos vêsenlpre, e conhece nossos pensamentos,nossas palavras e nossos altos. Nós sabemosisto, mas nossa vida nos mostraque muitas vezes o esquecemos.Jesus vê e ouve quão frequentemente,por nOSsa covardia, .por nossa infide~lidade, por nosso si:lêncio, nós o negamos,a ele, que por nós morreu. Elevê todos os nossos pecados, ele lê nossosmais íntimols pensamentos. Ele gabeo que fizeste no domiJ1go, ontem,na noite passada. - Se nós sempreestivéssemos consdente disto, nossa vidaaqui no S"eminário, muitas vezesseria outra. Seria outra nas aulas,seria outra nos campos de esporte, seriaoutra nos quantos de estudo e nosdormitórios.80


«TU, DEUS,No.S V.Ji:S!»O olhar de Cristo falou mais do queisto. Falou também de dor, pesar ecensura. Pedro não pensara em aumentara dor de seu Mestre, em aumentaro peso que Oristo carregava, Pedropensara somente em si, em salvar-se.- Pedra, como pudeste fazer isto?Tu que te consideravas como sendo odiscipulo mais leal, mais destemido, ­tu, homem, me negaste com juramento.Como pudeste fazê-Io. Minha almaestá triste; tu me feriste mais do queestes que me puseram algemas e queme batem! - O olhar penetrou nomais fundo da alma de Pedro. Pedrareconhece ser o mais miserável entreos pecadores.Estamos nós sempre conscientes dador, do sofrimento que nossos pecadoscausam a Cristo? - Quantas vezespensamos soment.e em nós mesmos,querendo fugir do ódio ou desprezodos outros, calando-nos para não destoarmosdo círculo em que às vezesnos encontrarmos, tendo receio de sermosridicularizados ou desprezados. ­Com cada pecado, com cada negação,seja por palavras" atos, ou pelo nossosllêncio, nós crucificamos a Cristo.Mas o olhar de Cristo é tambémum olhar que salva! - Se Pedra tivesSeví:sto no olhar de Cristo, nadamais que a grandeza de seu pecado,só lhe restaria A NOITE ESCURADA CONDENAÇÃO.. Ma;s o olhar deCristo era também de amor. Sim, OAMOR ERA A PRóPRIA CAUSA DO.OLHAR. o. amor do Salva;dor paracom o peCador. O amor que fez comque tomasse sobre seus ombros a montanhados nossos, pecados, que o fezentregar~se em nosso lugar para serprega;do no lenho da ma,1dição. ESTE!limar não des!lipareceu em meio aogrande sofrimento, em meio à mentira,desprezo, môfa, ódio, falsidade ehipocrisia que cercavam o Salvador.Ê com este !limor que chama a Pedra,e é com este amor que chamatambém a nós. E o chama.do do Pastorpela ovelha perdida e desgarra;da.- Ficamos maravilliados diante de umtal amor. Sim, EM TAL OLHAR HÃSALVAÇÃO!O que fez Pedra? - «Samdo dali,chorou amargamente». - A tristezapor seu pecaid'o foi amarga. Lembrousedas palavras de Jesus: «Simão, Simão,eis que Satanás vos reclamoupara vos peneirar como trigo. Eu, porém,roguei por ti, para que tua fénão desfaleça!» - O olhar fê-Ia recordaresta promessa, trazendo-lhe acerteza da imutabilidaJde do amor doRedentor.Nós SOMOS COMO PEDRO. NósnegrumOls a Jesus!, não somente trêsvezes, mas muitas vezes. Também anós Jesus diz as palaVras que disseraaPedro.Choremos o nosso pecado como Pedro;e também a nós, Jesus, em seuamor, chama. POiiS seu amor desdea;quele dia não cessou por um só momenton - ele é imperecível, imutável,et.erno.Cristo abre seus braços, nos olhaa cada um de nós, como olhou aqueleque o negava, mostrando-nos o nossopecado, mas dizendo em seu amor:«Vinde· a mim todos os que estais cansadose sobreearrleg\ados, e eu ViOSaliviarei.» - «Ainda que os VOSSOS pecadossão como a escarlate, eles setornarão brancos como a neve.» ­«O que vem a mim de modo nenhumo lançarei fora».«Grato sou por tanto amor,Meu bend~to Redentor!»Amém.--0--SUBINDO COMO(Devoção - Is 40.31)AcirÁGUIASRayrnannIrmãos:Tempos como este em qUe vivemosdeixa muita gente cansa,da. A tensão,as mudanças, as ex1gências deixam OShomens cans;aJdos, cheios, às vezes tristes,muitas vezes dese,sperados.Israel é um povo que está cansado.Cansado de viver exilado numa terraest·ranha. Triste porque seu país estáem ruína. Desolado pOl'que seu temploestá destruido.E Israel pen,sa que seu Deus se esqueceude seu povo. E em veI1sículosque antecedem nosso texto rs'rael la-'menta: «O meu caminho está enco-81


erto ao Senhor e o meu direito passadeSlPerce'bi,doao meu Deus».Na verdade, nós também não estamosisentos ,de sentimentos de depressãoalgumas vezes e de cansaço muitasvezes. O call1saçoque pode se manifestarem 8Jlguns por problemas deadaptação, problemas de ordem sell1timental,incerteza na vocação, resrponsabilid8Jdeeexigências em demasia. Eentão pode vir a crise, a tristeza, alamentação: «O meu caminhe) está encobertoao Senhor e o meu direito passadespercebido ao meu Deus».E Deus que observa Israel e a nós,pergunta: «Porque, por que pensas assim,ó Israel?» e corutinua:«Não sabesque o eterno Deus, o Criador dosfins da terra não seC8Jnsa nem se fatiga»?Não s3Jbes? Esta pergunta de Deusé uma pergunta retórica: exige umaresposta afirmativa. Israel sabe. Nóssabemos que ele é todo~poderoso.Masdamos pouco valor. E então é necessárioque Deus nos dê uma visão clarado seu poder. E ele o faz nestecapítulo de :Ds.aias.E para dar-nos umaidéia do que isto significa, vejamosesta definição que o profeta faz emalguns verskulos que antecedem nos­So texto: «Quem na concha da sua mãomediu as águas, e tomou a medidados céus a palmos? Eis que as naçõessão consideradas por Ele COIDQum pingo que cai dum balde c comoum grão de pó na balança; as ilhassão cOlmopó fino que se levanta».Este é o Deus todo-poderoso queIsaías viu. É o Deus eterno qUe nãose cansa nem se fatiga. O nosso Deusé Deus de força e de poder. Sabemosdisso. Sabemos também que é misericordioso,amorável, benigno, e apesardisso algumas vezes nos lamentamos:«O meu camtnho está encoberto ao Senhore o meu direito passa despercebidoao meu Deus».E Se tal lamentação ainda persiste,precisamos olhar mais adiante nestecapítulo de Isaias e ver o que o Senhorali nos diz: LeV'anta ao alto osteus olhos e vê. Quem criou estascausas? AQUELE que faz sair o seue1Cércitode estrelas, tü;da.s bem contadas,as quais ele chama pelos seusn01lleS. Por ser ele grande em forçae fonte em poder, nem uma só vema faltar.Levanta os teus olhos. Conta as estrelas,diz o Senhor. És capaz de contara.s estreilas? Abraão não pode. Umsofisticado observatório astronômico dosUSA fotografou apenas 1 bilhão deestrelas.M.A.So Senhor Deus sabe o númerodelas. E o Senhor sabe tan:l1bémonome de cada uma delas. E se o Senhorconhece as estrelas pelo nomenão vai conhecer a cada um de nóspelo nosso nome? a ti que és maisimportante que elas?SIM o Senhor não esqueceu. Masse interessa por Israel, o Senhor seinteressa por nós. Deu-se a si mesmopor nós. Tomou sobre si as nossasenfermid8Jdes,diz o profeta, e as nossasdores levou sobre si. Foi TRAS­PASSADO pelas nossas transgreSlSõese mo~do pelas nossas inqüidades.ESTE É O SENHOR em quem Israelesperou, em quem renovou suasforças para sobreviver às .situações edificuldades. Quantas vezes gostaríamosde estar longe dos problemas, das preocupações,das responsabilidades. Masque fazer para solucioná-Ios? Jesusafirma que nós não somos do mundocomo ele também não é. Resta, pois,que para solucionar preocupações e libertar~nosdos problemas devemos desligar-nosdo mundo em que vivemose então subir: «Os qUe esperam noSenhor ... sobem com asas comoáglÜas», diz nosso texto.O salmista Davi certa vez exclamouno salmo 55: «Ah! se eu tivesseasas como da pomba voaria parabem longe para buscar repouso». Mas,como o profeta Isaias, eu preferia asascomo da águia. A pomba voa, mas aáguia sobe.Sobe sempre, quase reto. Sobe atéque não vê nada mais da terra senãoapenas o céu limpido e sereno. E 00­tão ali descansa. Assim nós devemosvoar. Voar tão alto até que nos desprendamosdas cousas terrenais e busquemosos céus - e coloquemos nos~sos problemas na concha da mão daquelequetem poder para nos ajudar.De qUemllJneirapodemos subir? Temosduas asas.: palavra de Deus e oração.Não queremos ficar com elas dobr3Jdas.Mas queremos ba.tê-Ias continuamenteem ritmo poderoso e cessarapenas quando tivemlos alcançado odescanso que está em Cristo Jesus.82


Não precisamos nos lamentar comoIsrael. Não precisamos ouvir o «porque,por que pensas assim.», de DeusPor que Ele está conosco, com poder.Está conosiCOlevando o castigo quenos traz a paz.QueremOls.pois, viver nossa vida enosso ministério cOlmoaqueles que esperamno Senhor que nele renovamsuas forças e que por isso: correme não se cansam caminham e não sefatigam.--o-~-NOÉ ANDAVA COM DEUS(Devoção - Gn 6.9)Mamm C. WarthNa nossa vida como na de cadahomem, há mome~tos em que o mundoparece pass,sr por nós, em que somospassados para trás e sentimosuma grande solidão. Talvez a dor maisangu!stiante seja aquela compreensãosúbita em que sentimos que nossosamigos nos acharam dispensáveis, sobrando.Todos Italvez já sentiram aangústia cortante de ser ignorado, omitidoou indesejado.AiCOInteceucom Noé. Estava só, comsua família, no meio de um mundoque passava por ele, que o deixavapara trás. Estava sOlbrrundo.Uma solidãodestas, no meio da mu1Udão, ocoração não tolera e grita de dor. Nestahora precisamos de um verdadeirocompanheiro. Esta era a tranqüilidadede Noé. A Escritura só diz: «Noé andavacom Deus».Conhecendo a nossa solidão o apóstoloPaulo usa duas variantes da expressão«Noé andava com Deus». Dizaos colossenses, que precisavam deconforto: «Ora, como recebestes a CristoJesus, o Senhor, aJssim andaí nele»(CI 2.6). Aos gála:tas (5.16) recomenda:«Anrdaino Espírito».Mas que certeza posso ter de queeles andam comigo? Paulo rôcorda em2 Co 6.16 que o Pai prometeu: «Habitarei.e andarei entre eles; serei oseu Deus, e ~les serão o meu povo».(Lv 26.12) O Salmista tem certezade que mesmo «no vale da sombrada morte» «tu estás comigo». E mais,Jesus nos assegura que está «em nós»(Jo 4.20); que, como o Pai está nele,ele quer estar em nós (Jo 17.23).Jesus quer estar conosco «todos osdias até a consumação do século» (Mt28.20). Jesus prometeu nos dar o EspíritoSamlto,o Consolador, para tambémestar para sempre conos·co. EDeus prometeu com firmeza: «De maneiraalguma te deixarei, nunca jamaiste abandonarei» (Hb 13.5).Quando andamos com Deus já nãoestamos sós. «Somos um só corpo emCristo, e membros uns dos outros».(Rm 12.5) Fazemos parte da famíliade Deus, do povo de Deus. «Andarcom Deus» é fazer parte da luz domundo e do sal da terra.«Noé andava com Deus». É intere:ssanteesta expressão. Noé andava.Havia muito que fazer: a arca precisavafi.car pronta. Andar com Deussignifica ação. Há s'empre alguma coisaa fazer, também aqui no Seminário.Andar com Deus significa ajudarna escoli:nha de Jesus, na reunião dajuventude, no dketório acadêmico, nosestudos, no trabalho. Andar com Deusé viver o amor de Deus com o colegano banco ao lado, com oS professorels,com oS moradores da Lucas deOliveira.«Noé andava com Deus». Com DeusOISpadrões são diferenltes. Um grupode adolescentes conseguiu esconder-senuma gra


Deus usou vasos quebrados para derrubaros muros de JericÓ.«Noé rundava com Deus». QueiraDeus que também se possa dizer issode cada um de nós, estudantes e professores.Pedro não entendeu que estavarecebendo um diploma de honraquando a empregada lhe disse (Mt26.29): «Também tu estavas com Jesus!»Deus nos conduza pela mão enos dê fir,meza para confessarmos oseu nome com a nossa vida, para quesempre e no fim da nossa vida possamdizer de nós, como disseram deNoé: «Noé andava com Deus». Amém.Oração: Senhor Jesus, obrigado porandares cOO1igoe estares em mimpela fé. Guia-me passo a passo noteu amor, para que no fim da jornrudatu possas dizer de mim, comodis,seste de Noé: «Noé andava comDeus». Amém.--0---o MUNDO ZOMBA DE CRISTO(Devoção - Me 15.29-82):iHário L. RehfeldtA pena de crucificação era a maisdolorosa, prolongada e infame. Era somentereservada a escravos e criminososda pior espécie. Pelo menosmorrer o homem quer com dignidade.Mas Cristo nem para agonizar e morrertem direito ao minimo recato oudignidade. Era o alvo da curiosidademórbida dos que passavam sob suacruz. Soldados pagãos, o povo e até,e princ~pallmente, Os chefes religiososmeneiam a cabeça e zombam dele. Suazombaria dirige-se contra quatro fatosem sua vida e obra:I" Zombam da nova relação entrea reUgião de Israel e o templo. Posamcomo defensores do templo que dizemJesus queria destruir e que ele agorarecebe o castigo merecido por atacaro saIIltuário. Sua zombaria consiste emdizer: o templo ainda está lá e tu estásliquidado. Cegos, não viam que otem;plo verdadeiro, o lugar da presençamanifesta de Deoo estava ali diantedos seus olhos, agonizando, e quepor sua incredulidade o estavam perden.doirremediavelmente.Em 2" lugar zombavam da novarelação COlfio Pai através do Messias.Viram sinais e milagres COlfique setinham maravilhado, ouviram palavraspoderosas, presenciaram uma vida sempecrudo e tudo que fazem é duvidar,zombar e desafiar: desce dai, salva-teagora.A,s outras duas zombarias são proferidaspelos chefes religiosos do povode Deus. A que nivel ignóbil tinhad'eseidoessa chefia religiosa. A 3" zombariadirige-se cOIljtra a nova ajudaplena trazida por Cristo para corpo eaLma. «Salvou os outros, a si mesmonão pode salva;r-se.»Ridicularizam umavida toda devotada a faze'r o bem aenfermos e atribuJados. Zombaria foia recOlfipensa que Jesus recebeu portodo seu amor Mas nem esses zombrudorespodem' negar que ele aju.doua muitos, até suas palavras de sarcasmotêm de confessar que salvouos outros. E o que sabem eles fazer?Só desencaminhar outros e perder-se asi mesmos.Em 4" lugar zombam de seu maisnohre titulo messiânÜco: o de rei deIsrael. Não pode s·er o Messias, o reiglorioso quem está dependura;dona cruzda maldiçã'o. Um messias desses, n6snão querenlos. Olhem como Deus oabandonou. Se fosse o amado de Deus,este já o teria livrado.Ecoa em suas palavras o pedidode um sinal portentoso, indiscutíveltaIljtas vezes feito antes e que o diabojá fizera no deserto sugerindo quetransformasse pedras em pães ou saltassedo pináiculo do templo, que fizessede sua missão wna carreira desucessos gloriosos ininterruptos. Agora,no final da carreira, o tentadorsugere, no desafio de sacerdotes e escribas,que Jesus sofrera derrota total,que Deus publicamente repudiarasua confirunça nele.Os homens não gostam de fra.cas.­sos. O mundo não quer saber de fracassados.Acontece que os homens sóvêem pavte da realidade, não vêemalém do momento presente. Só Deusvê o conjunto dos aconte!Cimerutose ofim deles. Só no fim é que se podefalar em fracasso. Para o mUll1dozombadiora cruz era o fim, mas paraDeus, o cmneço.Não preciso dizer que o fim dahistória de Jesu."l não aconteceu na84


6' feira mas sim no domingo de madruga-da.Suportar com silêncio e oração deperdão a zombaria fez parte do caminhoárduo que percorreu até a vitóriafinal, a vitória sobre o diabo, sobreo inferno, sobre o pecado, sobrea morte.Ü mundo, no entanto, zomba aindahoje. Zomba do corpo de Cristo. suaigreja, por causa ele suas tribulaçõese fracassos momentâneos. E até nósmeneamos a cabeça quando tanta coisana igreja parece ser fracasso. quandoparece que Deus não dirige 'a igrejacomo nós achamos que ele deveriafazê-Io. Não ecoa em nós a voz dotentador: «Se tu és o Filho de Deusdesce daí ?») quando nós queremos vercoisas prodigiosas, espetaculares naigreja, e não as vemos? A igreja emsua pureza só veremos no fim dahistória dela, no céu, só então serátriunfante. Aqui nos compete crer numasanta igreja, e seguir o exemplode Cristo, escutar as zombarias quevem de fora e a voz tentadora dentrode nós em silêncio, com paciência,fazendo tudo o que está ao nosso alcancepara que nossa conduta nãotorne a igreja alvo de zombaria. Quea paciência de Cristo na Cruz nosensine a ter um pouco mais de paciênciacom Deus, com a maneira comoele dirige o mundo, a igreja enossas vidas, seguros de que no fimos planos de Deus sempre triunfam.Amém .85


MEDITAÇÃOCOISAS LEVES E BELASDA PALAVRA DE DEUS(Meditação)«Arrancar pela raiz»Jesus Cristo «se entregou a si me..'lmopelos nossos pecados, para nQS desarraigardeste mundo perverso, segUi!l.doavontade de nosso Deus e Pai»Gl 1.4).O verbo desarraigar é forte. Significaarrancar pela raiZ ou com raízes,tirar inteiramente. Revela tanto a extensãode nosso comprometimento como pecado como a grandiosidade daboa-vontade de Deus. De fato estávamos- e muitos ainda estão -- presos,agarrados, cimentados, chumbadosa este mundo posto no maligno.As amarras são as tradições, os costumes,a força do hábito, os vícios,as crendices, as informações erradas,os compromissos mal adquiridos, a pressãoi.n!tema e externa do pecado. SóDeus pode arrancar, desligar, soltarou livrar o homem nasciuo e criadonum anlbiente alheio à sua vontade.«Ele nos libertou do império das trevase nos transportou para o reino doFilho do seu amor, no qual temos aredenção, a remissão de pecados» (Cl1.13,14).Não se trata de uma retirada fisicado mUi!l.do,o que não é possivel,agora, nem correto. O próprio Jesusorou: «Não peço que os tires do mundo;e, sinl, que os guardes do mal»(Jo 17.15). Não se acende uma luzpara colocá-Ia fora das trevas.Dec(}J'açãoA doutrina de Deus é c.erta e boa.Mas para atrair OS profanos, para serconvidativa aos olhos, é necessário queela esteja adornada, enfeitada, decorada.A vida moldada pela douttrina cristãé a mais eficiente pro.paganda daqualidade e do poder do Evangelho.86


Paulo trata deste assunto quando sedirige aos empregados crentes na Epistolaa Tito - eles deveriam dar provasde toda a fidelidade, «afim de ornaremem toda.sa,scousas,a doutrina.de Deus, nosso Salvador» (2 . 10) .Este modo de encarar o testemunhocristão concorda com 8JS palavras deJesus no Sermão da Montanha: «Assimbrilhe a Vossa luz diante dos homens,para que vejam as vossas boasobras e glorifiquem a vosso Pai quee,


Mas nós não queremos resignarnunca, pois apesar da grande miséria,vale a palavra bíblica: «Porque Deusamou ao mundo de tal maneira quedeu seu Filho Unigênito, para que todoaquele que nele crê não pereça,mas tenha a vida eterna» (J o 3. 16) .Esta mensagem precisa ser anunciadapor todo o munido. Precisamos leval'o Evangelho salvador à nossa geraçãoque cresce rapidamente! O que valeo homem? Ouve o que diz o Senhor:«Visto que foste precioso aos meusolhos, digno de honra, e eU te amei»(1s 43.4a). Tu que vegetas sem desti;no,e não sabes donde vieste nempara onde vais: o Deus eterno olhapara ti. Tu és precioso e de muitovalor para Ele. Todo o seu grande eimensurável amor se concent.ra em ti,que te sentes só e abandonado, e quepensas: Minha vida não tem sentido.Deus te ama! Uma prova? A Escrituradiz: «Mas Deus prova o seupróprio amor para, canasco, pelo fatode ter Cristo morrido por nós, sendonós ainda pecadores» (Rm 8.5). Istosignifica que, antes qUe o Senhor Jesusmorresse, estávamos irremediavelmentee eternamente perdidos. Masquan


COMENTÁRIOSA SEITA DOS MORMONS(Quem são os Santos dos últimos Dias),Alci!dies Juckseh(


camente lá podem ser realizadas lmiõesmatrimoniais qUe duram para todo osempre.Nós {'!~emos examinar todas asideologias sob a luz do Evangelho. Éo que pretendemos fazer nesta exposição.O fUIlldador da seita dos Mórmonsfoi Joseph Smith (1805-1844). Com18 anos c.omeçou a ter visões. Viuum mensageiro, chamado Moroni queteria sido enviado por Deus. Este amjo,assim conta Joseph Smith, disseque Deus tinha um trabalho para ele.HaveIia um livro com lâminas de ouroali perto, que continha a históriados antigos habitantes do continenteamericano. Nele, disse o anjo, igualmentese encerrava a plenitude do Evangelhoeterno, assim como foi entreguepelo Salvador aos antigos habitantesda América. Estariam lá ainda duaspedras em aros de prata e presas aum peitoral, que se chamavam Ul'ime Tumim. Estas pedras estarian1- juntocom as folhas de ouro, e, con1- aposse e o uso delas, ele poderia traduziro livro.Joseph Smith conita que neste lugare na data indicada, isto é, no dia22 de setembro do ano 1827, recebeuo livro com as folhas de ouro.Joseph, que agora contava 22 anos,começou a tradução, que somente podiaser feita por um milagre. Ele nãoconhecia outras línguas, a não ser oinglês, nem mesmo os sinais gravadosnas lâminas, que para ele eranlcoisas estranhas, conforme sua narração.Mas ele os traduziu - assimafirmou - com o auxílio dos óculosproféticos: Ê o livro dos Mórmons.Este livro é considerado pelos «Santosdos últimos Dias» como sendo apalavra de Deus igual à Bíblia. Assimdiz o al1tigo oito do Credo dos MÓI'­mons: «Cremos também - além daBíblia - ser o Livro Mórmon a Palavrade Deus». E, pois, consideradopelos mórmons uma nova Santa Escritura,e Joseph Smith um verdadeiroprofeta.O livro Mórmon está re,pleto deabsuI'doo. Por exemplo:A pá.gina. 57 (edição brasileira de1960) diz que, ao chegarem os Israeltt8Bà América do Norte no ano 600antes do nascimento de Cristo, acharamlá entre os animais da floresta«a vaca e o boi, o burro e o cavalo;,"Mas é certo que estes animais nãosão nativos da América, tendo sidointrqduzidos naquela terra pelos europeussomente depois do seu descobrimentopor COIOHlbo no século XV.Se o livro fosse devidamente inspirado,esse engano elementar não teriasido cometido.O !i:ler da


A Biblia ii:llzque Deus nunca mudaou progride. Etema:menJte Ele era, é,e será o mesmo: «Pai das luzes, emque não pode existir variação, ou sombrade mUldan~81»(Tiago 1. 17) . iO>éleusdos mórmons não passa de umhomem completamente desenvolvido,que, apesar disso, ainda está progredindo.Acham possivel ele ter forçasinatas que desenvolveu, superando outrosespiritos, e assim alcançou a divindadesuprema.Os mórmons crêem:O matrimônio não precisa temilnarcom a morte, ma,S, sim. pode continuarpara toldo ose·mpre. Entretantotal união etema somente pode ser efetuadapelo presidenJte da Igreja dosMórmons. ou aquele que designará paratal fim. Contudo esta união matrimonialeterna só po:1erá ser feitaem templos especiais. No ano de 1954existiam sete santuários onde podemser feitas casamentos eternos.A Bíblia diz que o matrimônio nãocontinua no além porque teremos outraforma de existência. JesUls disse:«... na ressurreição nem casam nemse dão em casa,mento» (Mateus 22.23-30).Estudando o credo dos mórmons.assustamo-nos ouvir que os mórmonsdizem:",Comoo homem agora é, Deus foioutrora. Como Deus é, o homem poiderásê-lo uma vez. Deus está se desenvolvendopara frente. Cremos emum ser que alcançou sua posição elevadapor um caJ1Ylinhoque agora osseus filhos possam andar avante. (Osartigos da Fé, página 448).Neste ponto devemos 'dizer categoricamente:Os mórmons têm um outrOé'eus.não o Deus da Bíblia, o(mal nós adoramos e ao Qual servimos!Eles. pelos seus prÓprios pensamCcTltos,formaramum deus para si,não sendo nada mais do aue um homem-Deusou uma espéci; de sUjpet'­homem. Crêem num deus que é umnobre 0 alto parente do homem, somente.muito mais avançado no progressoespiritual. Certa vez, porém, elefoi tal qual como nós somos agora.Com isso os mórmons crêem que oshomens podom gerar filhos. que qualquerdia rta:mbém serão deuses; !deusescomo Deus é agora!!Nunca a Biblia nos ensina taiscoisas! Nela lemos a respeito de Deus:«Ele é o único qUe possui imortalidade,que habita em luz inacessível» (1Timóteo 6.16). Por cúmulo. os mórmonsa.dmítem que Deus possivelmentetenha morrido e ressuscitado. Osmórmons têm a ousadia de dizer: « ...ímortal ou ressuscitado e glorificadoPai» (Artigos da Fé, pálgina 493), ­As Sagradas Escrituras não adnútemtais hipóteses!lU - NOSSA ATITUDE PARACOM OS MóRMONSQuando ouvimos a afirmação dosmónnons de que o homem algum diapQ'derá .ser uma vez o que Deus éagora. len1:bramo-nosque foi exatamenteisto o que Satanás havia dtto aAdão e Eva: «Como Deus sereis». Estanotícia foi tão a.gradável a nossospais do Édem, que resolveram darouvidos ao que o maligno dizia, paraalcançar tal grau. Foi neste ponto queSatanás triunfou sobre eles, arrasta.ndo-ospa.ra o seu lado.A mensagem dos mórmons de queo homem é um Deus em germinação,sem dúvida algruna, igualmente agradaaos ouvidos humrunos. No fim. tudose dissolverá na harmonia de umprogresso sem término. Ba,sta que ohomem se esfOI'ce no sentido Idesterítmo progressista.A doutrina dos mórmons esltá tingidade um rosado otimismo humano.Seu conceito do Criador é a ;projeçãodos seus própríos pensamentos terrestressobre aquilo, que pensam serDeus. Nesta tela eles vêem o seu deuscom qu&lidades super-humanas, nãosendo impossível para eles taJ1Ylbémalcançá-Iasqualquer día. Afinal, tudodepende da boa-vontade dos homens.Ê só progrCldir, dizem os mórmons.como Deus também p.rogrediu. Eleconseguiu ser Deus - e porque nósnão conseguiríamos isto também?A crença .dos mórmons é, pois, umareligião progressista e tudo está destinadoa favorecer o progresso. Mesmoseu deus es,tá suje~to a esta elevaçãocontinua. Dizem: «Sim, o EternoPai também está no desenvolvimentodo progresso ... eterna:mente seestá expandindo». Não percebem quea nossa situação natural é i.gual a de91


uma flor eürtada pela ~>aiz, que, mesmocolocada em um vaso com água,não tem esperanças de crescer. Estácondenada à morte, salvo se alguémconseguir fazer o milagre de religá-lanovamente com a raiz. Deus fez essemilagro para com os homens. QuandoJesus morreu na cruz, fomos religadoscom nosso Crirudor. Pela féaceitamos este presente maravilhoso.Por isso não esperamos do nosso progressoa nossa glorificação, mas. sim,unicamente de Jesus Cristo.A assim chamada «Igreja de JesusCristo dos Santos dos últimosDias» tem sua origem em diferentesraízes: No paganismo, onde o céuigualmente é imaginado, sendo cheiode grandes e pequenos deuses. Nomaometisrno, com seus pensamentos depoligamia no aquém e no além, e emoUJtras religiões que ensinam a vindade espíritos ao mundo. a fim de seremencarnados. Re-institui tambémcertas leis teocráticas e ordens do sacerdóciojudáico no Antigo Testamento.Além disso possui intepretações eexplicações falsas de passagens bíblicase sobretudo visões e fantasias deum moço, chamado J oseph Smith.Os mórmons têm e usam a Bíblia.Entretanto misturam o seu conteúdocom idéias estrambólicasde livros excêntricos.Que tal, se alguém nos oferecesseum bolo feito de farinha detrigo e ... areia, pregos e lascas devidro? Teríamos que rejeitá-Io, vistoque não podemos comer coisas tais.Do mesmo não podemos aceitar estamistura de ideologias, que os mórmonsnos oferecem para a nossa a1n~a.Os mórmons têm mais de 6.000missionários em ação, anda,ndo por todoo mundo. :li:bem possível que tambémcheguem à nossa casa.O melhor meio de enfrentá-Ias édizer imediatamente:- «Pel'tenço ao Senhor Jesus e Lhesirvo em mínha igreja, onde Deus mecolocou. Portanto não preciso de outrocampo de ação. Não quero discutircom os senhores sobre as vantagensde sua igreja.»Se querem vender livros, devemosrejeitar a oferta. Quando vierem pelasegunda vez - e eles virão, porquesão como mosquitos, que não largammais a gente - daremos um testemunhopessoal de nossa fé e tambémperguntaremos: «Os senhores têm certezana fé de que são salvos por J e­sus Cristo?» - Pessoas que, com suasboas obras, queremvação, não têm estacooperarcerteza.na sal­Depois não convém mais abrir aporta aos missionários mórmons, Destamaneira estaremos agindo de acor­,do com a Biblía que nos admoesta:«Evita discussões insensatas .,. evitao homem faccioso, depois de admoestá-Iaa primeirato 3.9,10).e segunda vez» (Ti­Não devemos ser mais corteses doque a Bíblia nos manda ser. Não obstante,oremos pelos mórmons. Jesustambém morreu por eles e quer conduzi-Iosda sombra de Joseph Smithà sua presença, para,luz do Evangelho.--0---que vivam nao NOVO TESTAMEHTO NALINGUAGEM DE HOJE(Umaapreciaçoo)(\Valter Faustini, em«A Bíblia no Brasil»)Há que separar antes a tese dalinguagem popular para a Biblia, docaso específico da versão «Linguagemde Hoje». Gostaría de destacar, primeiramentealgumas fac€itas da tese,em especial a que se referiu à comunicação,- que, segUllido creio, estáno ponto frmdamental da questão.Para comunicar - fazer saber, tornarcomum, participar; transmitir, difundir;esta,belecendo entendimento ­são necessários signos e sinaís, principahnentepalavras, mas sempre inteligíveis.Palavras são as de hoje, enão as que a fala generalizada deuso tornou absoletas.Ora, a Bíblia é o principal instrumentode eveangelização. :li: a arma ea ferramenta de que dispomos parao cU!l11primento


crucificado à margem da estrada, nasaida da c~dade, falava a linguagemdo povo. Mesmo só cClnhecendoa versãovernácula de suas palavras sabe-sedisto: suas parábolas, suas comparaçõesrurais, suas figuras simples, semsHogismos elaborados, el~am de fácilentendimento para as multidões que oacoITljpanhavam.Pregar é uma idéia essencialmentedo Novo Testamento, tanto quanto profeltizaré Ido Velho Testamento. Paraque o gentio se converta, diz Pauloaos Romanos (10.14), é necessário quepreguem, que ele ouça e que creia.Mas como ouvirão, se a mensagem estáem código?Uma das grandes conseqüências daReforma, decorrente do princípio do sacerdÓciouniversal, foi a tradução daBíblia. Lutero, diz-so.entregou a Bíbliaao povo. Em seu exílio da Wartburgesforçou-se para fazer os apóstolosfalarem alemão com sotaque deSaxônia. A difusão da Bíblia em linguagemcorrente foi uma das suasprincipais preocupações, de 1520 atéo fim de sua vida em 1546, embora,como se ;1iz um seu biógrafo, «nãofosse ele um mestre do grego e nemum gênio literário».Do ponto de vista de comunieação,e enquanto instrumento de evangelização,a linguagem bíblica deve ficar umpouco aquém do clássico, e ser livrede expressões em desuso e de dificilentendimento. Não é preciso, com isso,excluir seu valor l~terário ou sua absolutacorreção. Não se ,defende, se éque há alguém que o faça, uma Bíbliaescrita em gíria. Se~ia um mausubstituto para o jargão néo-testamentáriotradicional. E nem se espera umaversão mobralizada, nalguma espéciede ,português básico. Há um conteúdobíblico, com til e com jota,a ser resguardado.A fideUdade ao original é uma caraterísticaa ser exigida em qualquertradução. No caso da Biblia, porém,a fide1tdade tem sido também estendidaà tradução anterior, como se Almeidae Figueiredo :tivessem sido alçadosao câmone, agora acrescido ,decomponentes gramaticais, léxicos, estilisticose sobretudo sentimentais. Talveztenhamos medo de que, numa novaversão, as palavras não estejamtotalmente de acordo com nossas crenças.Além da versão do. Novo.Testamentoem «Linguagem de Hoje», outrastêm surgido na mesma linha. Em línguainglesa, por exe~plo, são notáveisas traduções de J. B. Philips, em especialas «Letters to Young Churches».Egtas versões, às vezes parafraseadaspara tentar o completo entendimento.despertaram grande interesse entre nós,chegaindo a haver traduções para oportuguês, baseadas no texto inglês,o que já representa um sério risco àfidelidade.Depois desse preliminar, uma palavrasobre o texto. Na leitura do «NovoTestamento na Linguagem de Hoje»não encontrei frases e palavrasque a repetição tornou familiares eesiteriotipadas, e à memória incorpo-'rou, mas ildéias de perfeito entendimentoefácil circulação. Jesus fazcomparações. Os escribas são professoresde Lei, que não usam filactérios,mas levam na testa e nos braçoslongos trechos das Sagradas Escritura.s.A hora sexta, acertou-se o relógiopara o meio-dia. A Cidade Santa,com suas dimensões medidas no sistemamétrico decimal, ficou mais próximoe mais real.Julgo váHdo e bem sucedido o importantetrabalho da Sociedade Bíblicado Brasil em preparar esta tradução«que se esforça -para comunicar amensagem de Deus de tal maneiraque toldos os leitores en)tendam». ASociedade Bíblica do Brasil, que anteriormentepromoveu demorada e cuidadosarevisão da tradução de Almeida,já demonstrou sua autoridade eseu ,critério. Digam, porém, os doutossobre as qualidaJdes intrinsecas da novaversão.Oomentárío: Estamos de pleno acordocom a apreciação acima. Recomendamosa «Bíblia em Linguagem de Hoje»-para leitura e estudo -pariticular.Ê evidenteque, como Walter Faustini acertadamenteescreveu, também esta traduçãodeve ser lida não como se fosse textoinspirado, mas como uma tentativade melhor comunicar a mensagem divina,contida nos originais absolutamenteinalterável, numa linguagem queos homens da atualidade entendem. Ênecessário, no entanto, tomar ;por exern-


pIo os cristãos de Beréia, os quais «comtoda a avidez» examinaram as Esclituras«todos os dias para ver se ascousas eram !de fato assim». Isto significano caso de uma tradução desempre de novo estudar o texto origimaIe o comparar com a traduçãooferecida. Sabemos perfeitamente quea ,sociedade Btblica do Brasil esta abertapara críticas constt'utivas desta tradução,críticas qUe naturalmente devemser fundamentadas. ~ Estamos prontosa aceiltar tais críticas, e até pedimosaos nossos leitores de enviar ao abaixoassinado sugestões e indicações depassagens a.parentemente ou tambémprovajdamente mal traduzidas ou atéerroneamente reproduzidas. Apontamospara uma destas passagens, que evidentementenãotraduz o sentido dooriginal e que deve ser modificada.Trata-se de l\U 28. 19,2Q, na «Bibliana Linguagem de Hoje» com o texto:"Portanto, vão a Itodos os povos efaçam que todos sejam meus discípu­105: batizcnl esses discípulos enl llOIuedo Pai e do Filho e do Espírito Santo,e os ensinem a obedecer tUljo oque tenho mandado.» _c_ As palavras,sublinhadas por nós, deixam concluirque só discílJUlos devem ser batizados.Tacitamente com isso Se nega a validadedo Batismo como Meio ela Graçano caso de crianças trazidos para apia batismal. A tradução evidentementetambém está violando o sentido dol1:exto original, que faz, mediante osidois particípios equivalentes (baptízontesedidáskontes h do batizar e do ensinar,duas modalidades do imperativomatheteusate, isto é do «discipular» dospovos. Nesta passagem o texto precisasofrer uma alteração no seu sentido.-.- Ê interes~ante que W11a outra tradução~'ecente ~ !também já. em usoentre nós ~ «0 Novo Testamento Vivo»erra na mesma passagem, no entanto.em direção oposta. Lê-se lá:«Vão El façam discípulos em (com anota «literalmente 'de'») todas as nações,batizando-os no nome do Pai,e do Filho, e do Es,pírito Santo. e depoisensinem estes novos dlscípulos ... »~ Também esta tradução não está deacordo com a -formulação da grandeordem missionária de Cristo, contidano fim do Evangelho de Mateus. Lá(temos em primeiro lugar um particípiodo aoristo que nos indica a situa-ção: «Tendo ido ... >, Depois vem o imperativoda ordem que indica ° objetivode seu sair para fora de suaterra: « ... fazei discípulos (mathetéusate)de todos os povos ... » Seguementão duas modalidades de execuçãodesta ordem, am'bas em. particípios depresente: « ... batizando-os no nomedo Pai (: do Filho e do Espírito Santo,en.'iinandO-os de guardar ... ». Estesdois particípios niio indicam um «antes»e t1m «depois»; estão no mesmonivel de execução. Estavam absoluitamentecertos os nossos pais, até a idadeapostólica que «fizeram discípulos:"das crianças batizando-as primeiro edepois as ensinando, e que «fizeramdiscípulos» de pessoas com a faculdadede entender, ensinando-as primeirosobre o significado do Batismo (ao menORisto.) , e depois as batizaram. ~Se, portanto, é feita uma nova edição.da «Bíblia na Linguagem de Ho.je;"deVemos insistentemente pedir que osrevisores tomem em consideração. essasnossas ponderações com respeito a essapassagem.Mais uma vez apelan10s aos nossosirmãos. especialmente os pastores.de nos enviarem 'tais indicações e sugestõesa respeito, para que, depois dumestudo do original, possamos mandar àSo.ciedade Bíblica do Brasil propostascondizenteg.Johannes H. Rottmaul1~~o~~MAÇONARIA NÃO ÉASSUNTO SUPERADOBenjamin Themudo Lessa.Estan10s vivendo e sentindo nos diasde hoje, em todo o mundo, um período.de reVisão geral de costumes e situações,parece que procurando tirar arestaslncomod,'Üivas ou superados dosgrupos e instituições.Na bvolução natural da humanidadeé uma coisa louvável e henéfica emmuitas direções. Realmente, arejam o.ambiente, tiram o bolor, derrubanl hábitosarraigados que não mais se justificam.Entretanto, é preciso. nã.o haja abusoe interpretações errôneas. Nem tão94


pouco que se misturem o profano como sagrado, principios sóHdos da morale da religião que venceram séculos,exatamente pelo seu valor indestrutive-l.Como se fossem degraus que sobempara a vida eterna. Dada umdeles, atingido, não ,permite ao caminheiroque «olhe para trás~·.Há mais de 72 anos, entre os motivosque determinaram a organizaçãoda IGREJA PRESBITERIANA INDE­PENDENTE, figurou a incompatibilidadeentre a Maçonaria e o Evangelho(destaque é nosso, Red.). E ficou comoum motivo distintiveo de nossa denominação.Os fatos históricos estão registradosna irnprensa e em livros, comdetaihes. e mostram que tudo resultoudeestudos acurados, profundos,com base bíblica, a,pós debate de algunsanos.Não houve de nossa parte atravésde Concílios «revisão» dessa atitude.Porque, rea.l1nente, não havia motivopara isso. Em 1976 ainda consideramosválida a resolução de 1903.Os jornais Item noticiado a aproximaçãoda Maçonaria com a Igreja Católica.Ou vice-versa. Em outros arraiais,portanto. Mas as duas instituições,como é notólio, estão separadashá séculos, POR QUESTÕES TEOLÓ­GICAS.Sinal evidente de que a interferênciada Maçonaria na religião não écoisa superada ou de importância secundária.Comprovando, ainda uma vez, quedevemos estar firmes no nosso posto,e para que os próprios leitores possamtiraras suas conclusões transcrevemos,a seguir, a noticia que veio da sucursalde Salvador, na Bahia, para o jornal«O Estado de São Paulo»:Cardeal celebra para os Maçons ­«A catedral de Salv3Jdor estava reple­,ta de maçam;; quando, na· manhã dodia de Natal, o cardeal Avelar BrandãoVilela, arcebispo de Saàvador, celebroumissa solene em ação de graçaspelotranscurso do aniversário deuma Loja Maçonica baiana. A missa,a primeira celebrada em vários sécu----:0:---10s por intenção de maçons, COl'OOUumperíodo de 3Jproximadamente um anode entendimentos sigilosos entre a IgrejaCatólica e a Ondem maçonica, noEstado, e poderá ainda ser um passodefinitivo para o congraçamento dasduas instituições, há séculos separadaspor questões teológicas.Dirigindo-se aos maçons (


"SE ELES SE CALAREM,AS PRÓPRIAS PEDRASCLAMARÃOu(Lc 19.40)o Senhor Jesus compara o tempode Noé e o tempo de Sodoma como tem;po da sua volta. Por isso não éde espantar que tanto as ruínas de 80­doma e Gomorra como também as daArca de Noé, chamem cada vez maisa atenção do mundo sobre si, nos últimosséculos, pois o Senhor fala atravésdelas. Já há muitos anos, quandoestive em Israel, foi me dito qUe nosul do Mar Mol'to, em dias claros, podiamser vistas florestas petrificadas.Existe um relatório, que eu transmitocom reserva, mas que não consideroinacreditável:«Dois mergulhadores americanosdescobriram ruínas de construção nosul do Mar Morto. Suas tentativas defotografar o achado não tiveram êxitodevido ao elevado teor salino da água.Mas eles afirmaram que se trata deruinas de obras feitas por mãos humanas,que nem mesmo se adaptamà fotografia sob a água. É um fatoconhecido que o Mar Mor1te é hoje algunsquilômetros mais longo no suldo que antigamente.»Numa viagem recente ao desertode Negev, notei, enquanto passávamosao longo da parte sul do Mar Morto,que a água retrocedeu ao nível de hádez anos atrás. A indústria israelensetrabalha lá em ritmo acelerado, aproveit8iI1doa grande qU8illtidade de minerais.Com respeito à Arca de Noé sabemosque Deus julgou o mundo deentão através dela (Gn 6 e 7). Nãoé de espantar que Ele, antes da volrtade Jesus, lembre a Arca de Noéà humanidade degenerada de hoje, quese assemelha em tudo aos contemporâneosde Noé. O americano ErylCummings colecionou durante 25 anostodos os indícios e relatos que falavamsobrea descoberta da Arca deNoé. Segue o resumo das suas pesquisas:1840 - Um terremoto, que destruiuaproximadamente um décimo domaior cume do Monte Ararate, soterroua pequena cidade de Ahors. Desdeentão exploradores começaram a informarque teriam visto a Arca deNoé.1856 - Um guia armênio, seu filhoe três ateus ingleses encon.trarama Arca. Mas os ateus juraram nuncadivulgar a descoberta. O filho do ,guiaemigrou para os EUA onde contou ofato incrível. Um dos três ateus confessou,mais tarde, no leito de morteaquilo que tinham ocultado.1883 - Jornais londrinos relatarama história de um grupo, encarregadopelo governo turco de examinar umdesliz8iffiento no Ararate. Estes homensencontrar8iffi a Arca, que estaria sobuma montanha de gelo. Eles informaramqUe tinham afastado o gelo detrês compartimentos e verificado deque se tratava de um gigantesco navio.1887 - O príncipe Nouri, arquidiácanode Babilônia e dirigente apostólicodos nestorianos, escalou três vezeso Ararate e relatou que havia ficadoestarrecido e cheio de veneraçãodiante do velho navio que estaria presoentre duas rochas, coberto de geloe neve. Ele afirmou ter constaJtado nainspecção de um dos compal'itimentos,que corTes.pondiam à descrição que aBíblia faz deles.1916 - Um piloto da Força AéreaRussa, relatou que, num vôo sobreo Ararate, ele ter visto o navio.O relatório foi enviado ao Czar, quedestacou dois contingentes de soldadospara localizar o navio. Ambos os gruposviram, fotografaram e medirama Arca, Um mensageiro foi enviadoao Czar com a noticia. Enquanto aindaestava a caminho, o governo czaristafoi derrubado pela revolução, Nadamais se ouviu do mensageiro, Atravésdesta história, que se !tornou conhecidano mundo cristão somente em1945, e que não foi levado a sério porquenão havia maiores evidências paracomprová-Ia, Eryil Cummings foimovido a colecionar todas as informaçõesque havia sobre a Arca de Noé.Desde então esta história foi-lhe contadano mínimo por cinco diferentestestemunhas ou informes.1917 - Cinco soldados tUl:'COSqueapós a guerra contra a Rússia, volta-96


vam a Bagdá através do Ararate,contarama mesma história: teriam vistolilll grande navio, que coberto de gela,estaria no alto do monte.1943 - O jornal do Exército «Starsand Stripes», informou durante a SegundaGuerra Mundial: Dois pilotos daForça Aérea Americana que realizavamum vôo de Erivam na Rússiaaté Tunisia sobre o Ararate, afirmaramter visto num pequeno lago. domonte um grande navio. Um majorrl1SSO afiI1nou também tel' visita talnavio.1948 -- Um agricultor curdo, denome Rehit, afirmou ter escalado o.monte e ter encontrado um grande navio,cuja m3'deira seria tão. dura quenão. conseguiu cortá-Ia com sua faca.1954 - Trinta pessoas juraram, tervisto oito fotos feitas por Georg J.Greene, de Corpus Christi no Texas,durante uma expe:1içãode mineraçãorealiZada na região do Ararate, As fotos,batidas de um helicóptero, mostravamum grande navio, envolvido nogelo. Infelizmente Greene morreu naGuiana Inglesa, e as fotos nunca. maisforam encontradas.1955 - O pesquisador francês FernandNavarra:1isse que ele e seu filhohaviam encontrado a Arca Elesteriam visto a gigantesco casco do'navio. dentro do gelo. 1\1as não. somenteisto., ele também cortou umpedaço de madeira trabalhada, medin­-do 25 : 25 : 150 cm. Segundo Navarra,uma grande quantida.de de pedaçosde madeira trabalhada, cada umpesa.ndo várias toneladas, estariam espalhadasnas imediata.ções. Navarra,praprieitário em Paris de uma empresade demolição, pergunta: «o que poderiaser isto, a 5000 metros de alturanas montanhas e muito longe dequalquer árvore, senão a Arca cte Noé?»O pedaço. de madeira trazido por Navarrafoi submetido a teste de idadeatravés da carbono. O rela.t6rio do testedeclarou que o pedaço de madeirapoderia ter par volta de 4.500 anos.Depois as cientistas sauberam que amadeira seria da Arca de Noé, publicaramum segundo relatório., em queafirmavam que a madeira poderia tambémser de data mais recenite. Serápossivel que eles estivessem com medode encarar a verdade? Dais ingleses,Sir Ja.mes Br


A IGREJA NO MUNDO98CONS:E;LHO ~:IUNDIAL DE IGREJà8QUINTA ASSEMBLÉIA GERALNAIROBI - QUÊNIA23 :d:eNovembro a 10 de Dezembro 1975Durante os últimos meses passarampor nossa mesa de trabalho dezenasde documentos, avaliações, opiniõese relatórios sobre esta reunião,em seu estilo e no seu campo, semdúvida, algo extraordinário. Lá estiverampresentes mais de 1. 800 pessoas,incluindo cerca de 600 jornalistas, quase400 clérigos delegados de quase 300igrejas e organizações eclesiásticas, alémde mais ou menos 300 leigos, em partede altas posições no mundo político.Sim, aparentemente uma reuniãode significativa extraordinária. Lemosboa parte de toda esta literatura e,porque não o ,dizer, ficamos algo confusos.Havia elogios de um taman..'lOtal que se notava a tendência propagandistica;havia críticas sóbrias, baseadasna Escritura Sagrada, que, semdúvida não permite um ecumenismo comofoi praticado nesta reunião. Teriamos,possivelmente, nem anotado algosobre essa Assembléia, se não nos tivessechegado às mãos uma avaliação,que ao mesmo tempo nos fez pasnmre concordar. Trata-se de uma avaliaçãode parte de um liGer destacadode uma das igrejas membros e participantesdo Conselho de Ig1'eja,s, aIgreja Metodista no Brasil. Enquantoo único delegado o.ficial da Igreja Metodistano Brasil naquela Assembléia,Prof. Clory Trindade de Oliveira, semostra «alegre e entusiasmado comtudo que viu e ouviu na V Assembléia»(Pro.f. Clo.ry é professo.r da cadeirade Teolo.gia Sistemática no SemináriolVletodista de Rudge Ramos,SP) no. seu relatório, publicado no«Expositor Cristão» (Nr. 2 de 1976),o PrOf. B. P. Bittencourt, no mesmonún1ero desta revista, dá-nos uma avaliaçãodeveras sombria da mesma. Comparandotudo que temos lido (também


da parte de irmãos luteranos de váriaspartes do mundo), somos forçadosde nos associar à esta avaliaçãosombria, de maneira nenhuma podendopartidpar da alegria e entusiasmo deoutros. Reproduzimos o artigo do prof.Bittencourt, sem p()!dendo acompanhartodos os julgamentos feitos pelo autor,por não tendo em mão osdocumentose dados aos quais o artigo serefere. Já o título mostra a posiçãodo autor: (H. R.)NAIROBI: .o COMEÇO DO FIMB. P. BittencourtA imprensa nacional (j internacionalcomentou o acontecimento protestantedo ano: a V Assembléia do ConselhoMundial de Igrejas que, pelaprimeira vez, se reúne em solo africano.E, lendo os grandes órgãos decomunicação do país e fora dele, gostariade reparti.!' com os amados leitoresdo Expositor Cristão o que ficoucom alguém que já participou da As­,sembléia da "\V. C. C. (World Councilof Churches) em Evanston, Illinois,USA e que tem acompanha:do o desenvolvimentodo movimento nestes últimos20 anos (Evanston realizou-se em1954) .Participei na Euro;pa a 3 Válias reuniõesde um movimento rival, nascidoentre as igrejas do mundo socialista,a Conferência Cristã da Paz, cujo-sencontros em Praga, Buda.Jlest. Sofiae dois na Rússia tive o privilégio deassistir. Lembro-me que numa reuniãode certo porte em Budapest, num dosmais belos recantos da cidade, a ilhade Santa Margarida, alguém propôsuma moção de desagrado aos EstaJdosUnidos por sua interferência no Vietnam.Nã.o tinha qualquer dúvida emvotar favorável à indébita intromissãodos americanos em assuntos in.ternosde um país do sudoeste asiático quenão lhe competia e de cujo solo suasforças saíram humilhadas. Propus igualmenteuma emenda que fazia justiçaaos americanos: que se incluísse namoção de desagrado ao de protesto,igual voto endereçado à Rússia Soviéticapor sua intervenção - maisido que isto - por sua ocupação daLetônia, Estônia, Lituânia, parte daPolônia. e da Alemanha e sua intervençãomilitar e política mun grupode nações da Europa. Não preciso dizerque não mais se discutiu o assunto:os russos e seus satélites eram amaioria.Uma das respeitáveis revistas editadasem São Paulo, comentando orucontecimenrt:o de Naírobi disse que,quanto aos aspectos teológicos, haviaharmonia e sobre eles revelava a Assembléiapouco interesse; as grandesdivergências encontravam-se no campopolítico, aliás dizia o autor do comentário- o ponto central do encontro,dando mesmo informação a respeitodas forças do mundo ocidental(Europa e EE.UU.), de um lado e oterceiro mundo e os socialistas e eonllmistasde outro, forças estas quesentiram na última Assembléia o pesodo VOlto ocidental e que agora encontravam-seem balanço e em algumasvotações vencendo o terceiro mundo .socialistas e comunistas .O maior jornal diário de São Pauloe do Brasil e um dos mais ilustresdo mundo, em sua edição de 31-12-75,publica noticia que informa haver aIgreja Ortodoxà da URSS expulso doissacerdotes Glab Yakunin e DimitrioDudko, p~r terem denunciado na reuniãodeNairobi a situação das igrejasnos países comunistas e a perseguiçãoa que muitos de seus colegas estãosujeitos. O apelo dos referidos sacerdotesfoi publicado num jornal cristãode Nairobi, «Target». Dizia umprelado ortodoxo que o W. C. C. nãolevantou sua voz quando a Igreja 01'-,todoxa Russa foi destrutda pela metadenos idos de 60, fazen!do igualmenteum apelo para que o Conselho se manifestassea respeito da cruzada de perseguicãomovida contra os cristãos naRússia. Com Glab Yakunin, assinou oaipelo em «Target» um leigo de nomeLev Refelson.Respeitável revista de circulação internacionalinforma em seu comentáliosobre Nairobi qUe por duas semanasos líderes da Assembléia evitaram quequalquer critica à União Soviética viessea plenário. Aliás, diz a mesma revistaque, quando a Igreja OrtodoxaRussa ingressou no W. C. C. em 1961,hOUVe um acordo de cavalheiros peloqual se pouparia aos delegados de Moscouqualquer embaraço em relação a99


seu governo e 'desde então só os americanostêm sido o «bode expiatório».Proposta condenando perseguição religiosaapresentada ao plenário recebede Jacques Rossel, eminente líder evangélicosuíço (da Federação das IgrejasProtestantes da Suíça) emenda pai'amencionar «especialmente a D.R.S.S.».EstabeleceU-se, então, com a efetivagestão dos ortodoxos russos, verdadeirabatalha. A proposição é retirada taticamentedo plenário, volta emendadae com redação que urge investigaçãode repressão de direitos humanos,sem mencionar a emenda Rossel.Nos comentários da imprensa internacionalsente-se que o movim.entoliderado por Billy Graham e seu congressode Lausanne, Suiça, não passoudespercebido em Nairobi como desafioao vV. C. C. que tem mais se preocupadocom fornecer fundos para armarguerrilhas esquerdistas de libertação,do que com a evangelização dospovos. Basta notar que uma moçãopara proibir o W. C. C. de financiarmovim.entos que causam «sérios ferimentosou morte», foi derrub3!do pelomesmo grupo que não permitiu censuraa Moscou,Num dos documentos apresentadosà Assembléia, «Confessing Chrisb, pontode vista expresso de que evangelizaçãodeve novamente tornar-se tãoiUlportante como os assuntos políticos,dá-nos ijéia do plenário de Nau'obLAliás, não é de hoje que, indo freqüentementea Genebra, percebo astendências politicas do movimento aoqual minha Igreja está filiada. Maisdo que isto, tenho sentido o caráterdemagógico com que são tratados algunsassuntos eminentemente sériosencaminhados pelo Cogeime (ConselhoGeral da Igreja Metodista) a Genebra.Um exemplo bastaria. Quando uma -dasinstituições educionais relacionadas como Cogeime pleitou fundos para illl1aEscola de Comunicação Social. recebeua visita de uma comissão de duassenhoras, nomeadas com o aval do«Latin America Desk»: uma delas haviasaído do Bennettquando a instituição60freu intervenção e cujas tendênciaseram notólias. Outra foi demiHdapelo Governo 'do Estado de SãoPaulo da direção de uma de suas instituiçõesde ensino também por suasidéias radicais no campo marxista. Poisbem, que se podia esperar dessas duasdamas, na verificação da necessidadede UJma escola desse tipo, numa áreado Brasil já desenvolvida e sob a égidede 111TI Governo ao qual eram C011­trárias? Foi exatamente o que aconteceu:seu relatório com sua opinião fora111contrárias. R a verba, vultosa. sediga, já conseglÜda da agência financiadora.não pôde ser enviada porquea opinião delas foi mantida pela «LatinAmerica Desk» e seu executivo.Mas falei em demagogia. Há noBrasil hoje um grupo que estuda eaprova planos para obtenção de verbasde agências européias que dependemda sanção da "vV.C. C. Decidiuesse grupo, em harmonia com SUll. ma,­triz, que só se aprovarão projetos referentesao Nordeste do Brasil, 1.11formaçãoque me foi dada por membroilustre do grupo. Ora, só há pobreza,miséria e necessidade no Nordeste doBrasil? Porventura o Noroeste e o Sul.já que o Centro-Sul foi excluído, nãopossuem igualmente suas misérias esuas necessidades?A Igreja Católica não é membro doW. C. C. Garanto aos nobres leitoresque já no Brasil um Arcebispo Católicocuja palavra, mesmo não sendo amais certa e melhor, vale pela palavrade todos os Bispos Metodistas enfeixados,e nossa Igreja é membro doConselho.Tenho a nítida impressão ele quea Igreja Metodista, a minha Igreja,está perdendo seu tempo e de seushon1ens no seu relacionamento com oW. C. C. Nail'obi, e os dez anos detrato direto que tenho tido com a burocraciado Quartel Ge..l1eral de Genebra,dão-me a idéia de que o ConselhoMundial de Igrejas já iniciou háalgum tempo sua descida, RevejoEvanston como um dos pontos altosda ascensão. Mas nenhuma dúvida mepassa pela mente quando leio e li bastantesobre Na5robi, para, sem serprofeta, sentir que a reunião do Quêniamarca mais um passo na escaladainferior do "\V. C. C.Não estou sozinho quando antevejoo futuro do W. C. C. nestas cores. Omaior e mais ilustre dos ecumenistas,Executivo do Conselho por anos e anos,seu próprio fundador, a figura ínclitado Rev. DI'. W. A. Visser't pouco antesda abertura da V Assembléia, di-100


zia: «Se essa reunião não produzir umnovo senso de propósito e dinamismo,o Conselho irá encontrar-se em dificuldades.Já é tempo das Igrejas deixarem'de olhar para o Conselho comoum tipo de enfeite».--0--ESTADO DE OOMA DO CONCíLIOMUNDIAL DE IGREJAS - C. lU. I.Dr. Irineu Monteiro de Pinho(Nota da redação: Sob este títuloo «Presbiteriano Biblico» (Fevereiro de1976) publica uma avaliação ainda maisnegativa do que a anteriormente dadapelo Prof. Bittencourt, Conhecemos aposição radical de alguns grupos aoredor do mundialmente conhecido CarlMclntire. Achamos entretanto a críticado C. M. 1., aqui exposta, justificada,Se colocamos este organismo realmenteem base eclesiástica (como elemesmo quer ser visto), e não em basepolitica,se bem qUe não nos queremosidentificar com o tom às vezesdemais sarcástico.)O Concílio Mundial de Igrejas estevereunido em Nairobi, Kenya, ÁfricaOriental, de 23 de novembro a 10de dezembro de 19,75. Foi sua 5~ Assembléia.As anteriores foram realizadasem Amsterdam (1948); Evanston(1954); Nova Delhi (1961); e Upsala(1968). 747 delegados ali comparecerame representou esta cifra uma autênticadefasagem para a estruturaecumênica massificada e de orientaçãocomunista, Pior ainda a cifra da delegaçãolatino-americana: 24 pessoasapenas! E os interessados na prosperidade,do CMI lamentaram a exiguidadecifrônica. A Igreja Católica Romanamandou 16 observadores nomeadospelo Papa e, também, votou uma verbade 15 mil dólares a fim de «coIaborarna realização do grande encontrocristão» (CEI - outI75). Os temasforam todos fundamentados naideologia marxista e na teologia darevolução. Quer dizer: nada bihlico.Tudo secularizante e objetivando «estruturas»,«libertação política», «cultura»,«comuni'd'ade humana». Na delegaçãoinscrita havia 155 mulheres, 75 jovense 300 leigos (40% da delegação).O órgão oficial do CMI (ONEWORL - dez175 ." pp 3-6) nos di",uma clara idéia da problemática quemachuca os ecumênicos massificados.Tudo nos indica que o organismo estáem estado de coma, não apenas pelaretratação por parte das igrejas, mastambém pelos conflitos internos provocadospela alienação cristã, pela tomadade posição comunista e pelo apoioaos movimentos revolucionários e ocombate aberto ao capitalismo.Robert McAfee Brown repisou olugar comum «lutar juntos». E quetipo de luta? A luta política, o incrementoda subversão, a penetração nasigrejas para transformá-Ias em célulasrevolucionál'ias, Frisou McAfee: «JesusCristo liberta os povos ,para que lutemjuntos>'. Depois: «Temos que demonstrarque somos suficientemente livrespara irmos além das nossas divisões».Tudo em termos de revolução ideológica,e, portanto. completamente fOl'ado contexto da fé e da redenção emCristo. McAfee buscou uma união nocampo da agressividade ideológica extremistacomo um agitador de passeatasaplaudido pelos «camarados» decumbuca. Não se referiu ao testemunhocristão, à pregação do Evangelho,podel' 'de Deus para a salvação doque crê. Os objetivos do CMI são outros,que não se encontram na Palavrade Deus.O feminismo também teve lugarproeminente com as representantes dosexo, O tema seria «As Mulheres numMundo em Mudança» e as advogadasinscritas: Una Kroll (psicologista inglesa),Prakai Nontawasses (pastorada Tailândia) e Annie Jiagge (juizaem Ghar.a). As teses levantadas pelasintérpretes feministas não tinham nemcheiro de religião. Tudo em termosprofanos, segundo as normas do CMI.Annie Jiagge martelou na velha teclados mitingueiros vermelhos: «A e~ploraçãoeconômica das mulheres». Pintouo bordou carnavalescamente a situaçãoda mulher sem se lembrar deqUe tudo quanto ocorre no mundo, nãorupenas em relação à mulher, mas itambémao homem, é conseqüência do peca.do,da corrupção, como está caraterizadoem Romanos 1. 18-32. PrakaiNontawasses fez o confronto entre ohomem e a mulher na Igreja sem selembrar das atribuições de cada um.101


Uma leitura superficial feita no textobiblico evidencia este fato de modopreciso. Todavia, a lideI' feminista preferiuignorar os ensinamentos reveladose ater-se a conclusões humanas.Discutiu os «pontos fracos e fortes»do tema e nada disse de importante.Coisas mais elaboradas há em folhetosdistribuidos gratuitamente, e, se oscomponentes do CMI soubessem disto,teriam lido apenas um deles. Teriampoupado despesas inúteis e com assuntosirrevelantes. Mas, justifica-se aintrodução do tema na agenda ecumênica.se pensarmos que a finalidade ébadernar tudo. É colocar problemas ondenão há problemas. É fazer lavagemcerebral com problemas inventadosna hora até que os tais problemascomecem a ter vida na circulaçãoespiritual das igrejas. A tática éa mesma aplicada em relação à pregaçãodo ateismo nos domínios soviéticose da China vermelha.Mais adiante topamos com o biologistaaustraliano, Charles Birch, quediscorreu sobre a «convenção para aunidade da natureza, do homem e deDeus.» A publicação 0'NE WORLD destacouesta afirmação: «se a vida domundo está para ser renovada, teráque ser com um novo tipo de ciênciae de tec:nologia, governado por um novotipo de economia e política». Mais:«Uma socieda:de global sustentável requerzero crescimento populacional, zerocrescimento em bens de consumo.distribuição de recursos onde houvermais necessii::lade,zero crescimento dapoluição». Ainda: «Numa sociedade sustentávela ênfase será posta. na populaçãoe não nos bens do conSUlno».A tirada é de um observador zarolho!Charles Birch se mostra. além domais, um autêntico ginasiano em matériade economia e política. Pois queprocura colocar o problema fundamentalda humanidade em termos de «crescimento»e «Mo-crescimento», e «ênfasena população», ignorando os bensde consumo. Por isso mesmo. pode serele incluído no rol de todos os utopistasmarxistas. Em qualquer aborlClagemque se faça sobre os problemasrelativos ao homem e ao mundo a éticadeverá ocupar o primeiro plano. Economiae política sem ética é corposem alrma. A mensagem de Cristo éfundamentalmente ética e visa atingira transformação moral da pessoa humana,e não o seu estômago. Cristoquer que o homem se arrepende e vivauma vida abunda;nte, não como escravode sistemas desumanos em que oescravismo é frase feita. Ele veio libertaro homem dos seus pecados. enão restringir a natalidade humana.Se a homem Se libertar da escravidãO'do pecado, então ele concorrerá paraum mundo melhar. A tese de um mundoutópico é mentira. O mundo melhorsomente será uma realidade com.os mansos e puras de coraçãO', quandoCristo colocar o termo final ao atualestado de coisas. O cris.tão nãO'se conformacom este mundo (Rm 12.2).Phillip Potter, secretário geral daentidade, disse que o CMI jamais deveráesquecer «sua razão de ser paraque se transforme em instrumento deDeus a fim de a,mparar e capacitar asigrejas na comunicação de umas paracom as outras ... » E, se a fizer, ele'deverá ser «a Igreja em cada lugar eem todos os lugares». Mas o conceitO'de igreja de Potter escapa à abordagembíblica. A Igreja não será invadidapelas potências do inferno. E oCMI é o representante da potência dainferno e trabalha de mão dadas camo principe das trevas. 0' órgão oficialda entidade, ONE WORLD, acentua:«Vemos a crise financeira como um desafiopara todos nós considerarmos,novamente, qual a vocação posta porDeus sobre nós, quais as nossas priorildadesc como podemos contribuir paraum fundo comum realizando essasprioridades?» E, falar em prioridaQes,o CMI deu provas suficientes de queelas são os financiamentos a movimentossubversivos. E Deus não canvocaninguém para praticar o que ocorreno Terceiro Mundo e em outrasáreas sob os simpáticos sorrisos doCMI. Em seguida, Patter volta ao chavãO'criado pela teologia da revolução,teologia da libertação ou teologia negra:«Há uma, angústia ardente pelaHbertação dos seres humanos ... » Aque tipo de libel;tação? Nos camposde concentração e no trabalho forçado?Leia-se o «Arquipélago Gulag»(Alexan!dre SO'ljenítsin), ou «Torturadospor amor a Cristo» (RíchaI'd'Wurmbrand), ou ainda do mesmo autor,«Cristo nas Cadeias Comunistas».Philli.p PotteI', se tivesse um pouco de102


sentimento cristão, não choraria ao saberde sua traição à mensagem do Filhode Deus e torturados em cadeiascomunistas por amor a Cristo? - perguntamosnós.A revislta VEJA (171dez/75) abriusua reportagem sobre o CMI em Nairobicom este titulo, que, aliás, foi feitosob medida: «OS REVOLUCIONÁ­RIOS». Se os repórteres da revistadesconhecem assuntos teológicos, pelomenos estão em dia com os temas polfticos.E VEJA, de fato, foi ao centroda questão: O Concílio «preferiuesquecer qualquer preocupação ma.rcadamenteteológica oU litúrgica ... ~faisque mdiO, discutiram-se assuntos profanos,desde a luta antieolonial na Mricae a revolução socialista até o fimdas. injustiças le a libertação sexual».Mais adiante, lemos que «ao fim dedezoito dias de debates em plenárioou em comissões acerca do tema bá­S1cO«Jesus Cristo Liberta e Une», ficouclaro que, ,em questões de fé, nãohavia maiores divergências entre tãovaria,das comuniJdades.Suspeita-se, issosim, que a política acabará, em poucotempo, rompoodo a sólida unidaJde doque é hoje o mais ambicioso esforçode ecumenismo em todo o mundo».Frisa-se, logo mais, qUe «desde oprimeiro dia do conc1ave, as posiçõesse polarizaram drasticamente entre«conservadores;>e «progressistas;;, apesardas denodadas ,tentativas do secretáriogeral do Conselho... em mitigaras divergências iJdeológicas;;.Daquise poldeconcluir que os fatos ocorridosem Nairobi representam a continuaçãoda temática do CMI em Upsala,Suécia, 1968. Pois ali ficou patenteque a meta última do CM! éalin1entada pelas chamas ideológicas,quando Lenin se destaca, ao ser invocadaa tática revolucionária e a práticada violência, ao se pretender ai.1nposiçãode determinada mudança social.WUJ:1illbrandesteve presente emUpsala e, do lado de fora, entregoupanfletos denuncianido as táticas comunistasdo CM!. Mas, em Nairobi,tantoWurmbrand, como Alexandre Soljenítsin,ou McIntire, ou qualquer outroobservador fUltdamentalista teriao visto de ingresso vetado ...Continuando, VEJA destaca o seguinte:«Em nome dos principias quecriaram e com o socorro do 1.5 milhãode dólares (pouco mais de 14 milhõesde Cruzeiros) o programa estendeude maneira bastante ecléticasuas atribuições. Seus responsáveis chegarama financiar, por exemplo, movimentosguerrilheiros da África Negra,como a Frelimo, de Moçambique.e, o Movimento Popular para a Libertaçãode Angola. E amda hoje enviamdotações para 'movimentos de libertação'negros na África do Subo Aindaesta: «Além disso, o Programa de Combateao Racismo acabou forjando umageração de sacerdotes e leigos preocupadosbasicamente com política eideologia - geração que hoje em diaestá disiposto a proclamar publicamenteque o «capitalismo é o cemitérioda integridade morab. Se o escopo doCMI é de ordem política e ideológica,não s,e deve estranhar que eletenha feito uma lista dos «principaisvioladores -dos direitos humanos naAmérica Latina;;, abrindo ela o Chile.E, como no Ke:nya há pruridos de violênciaem Jomo Kenyatta e Arap Moi,Philip Pottel', rastejando-se diante dosprepotentes líderes da «libel1tação;;procurafazer média, quando feriu a questãopolítica sul-africana do apartheid.Mais: Potter sorriu com as palmasresultantes da badalada ... Mas, logodepois, Potter, que antes estava eufórico,enfiou a viola no saco. Deu-seo fato no momento exato quando alguém... levantou a questão dos direitoshumanos e .da perseguição religiosana União Soviética... E por que?POJ:1queo assunto sobre as torturasaplicadas na União Soviética a religiososmachucou a delegação comunista.Os representantes da Igreja Ortodoxadas áreas socialistas ameaçaramdeixar o recinto das conferên-cias,e mesmo, o CMI, se o assunto continuasse.Com o recuo de Potter, suastese.s revolucionárias e o tema geralda 5~ Assembléia tinham perdido o senttdo.Potter se reduziu a um palhaço.Quase teve um colapso caI1dia.co,poisa razão de ser do CMI é exatamentea delegação soviética. Sem ela, o CM!vira caldáver.O tema do CMI (JESUS CRISTOLIBERTA E UNE) está certo no seuenunciado. Não está certo na sua .distorção.Cristo liberta os homens deseus pecaJdose os une no corpo místi-103


co ~- a IGREJA. Na mensagem deCristo não há implicações politicas, nemsugestões à prática da revolução armada.A revolução cristã é espirituale visa a ,transformação do homem interior.A oI'dem bíblica é «arrependeivos»,e não «matai-vos uns aos outros».A busca do cristão: (:0 reino{los céus e sua justiça»,União Soviética e as suase não~avioléncias».Finalmente: depois de anos de tentativas,os soviéticos ganhararu o quartel-generalelo ecumenismo massifica­{lo. É que o Metropolitano Nikodim,(porta-voz soviético em assuntos religiosos)foi eleito para uma das seispres~dências do CMI. Ê conhecido tambémcomo membro da KGB soviética(polícia secreta).-- Ê verdade: o Conselho 1\1undialde Igrejas es.tá em Estado de Coma! ----0--POR QUE SEMPRE MAISPESSOAS SE SUICIDAM?Como é alarmante o faJto do constanteaumento dos suicídios, nos émostra:lo pela seguinte notícia da Alemanha:«o 'stress' e o isolamento não levamao suicidio somente os habitantesdas grandes cidades. Justamente o supostosuicidio campestre esconde muitoscasos, em que :pessoas Se tomama vida,normalmenite por depressão.Isto S(! torna claro pelo exemplo dacidaJCle de Bad Hersfeld (estação decura e festivais). Hersfeld tem aproximadamente30.000 habitantes, a regiãovizinha 80.000. AproxiInadamente300 delas - a população de todauma vila - suicidaram-se desde 1970.Curiosamente, segundo a delegacia polícialespecializada, durante alguns diasou semanas não ocorreU1 casos de suicídio.Mas repentinamente eles ee acumulam.'Nosso recorde', informou umpolicial, 'foran1 quatro casos no mesmodia. e oito ou nove durante urnasemana'. Ele não é capaz de explicareste desejo de morte. 'Talvez algumarelação com o tempo ou com as fasesda lua' J'O aumento dos suicídios não !temrelação com o tempo ou com as fasesda lua, mas com o completo desnorteamentodo homem moderno sobreo sentido da sua vida e o conseqüentedesespero e instabilid8Jde. Este exemplo,segundo o qual 4 pessoas Se tomama vida no mesmo dia e lugar,ou 8 ou 9 na mesma sem.ana. mostra-noscorno os poderes demoníacos seconcentram para levar à ruína o homemindefeso. Por isso a nossa responsabilidade-- a da Igreja de Jesus- é tão grande, para que todos oshom.ens ouçam o poieroso evangelhoda libertação através de Jesus Cristo.(


- O exército americano está desenvolvendouma nova bomba de gásletal. Duas substâncias relativamenteinofensivas são reunidas formando empoucos segundos um gás mortal. Estegás inodoro e incolor é absorvido pelospulmões, pele, olhos, es!tômago eintestinos, bloqueando a ação de umaenzima, necessária para o funcionamentode sist.ema nervoso. Até agora estáproibida somente a aplicação. destaarma, não, porém, a sua experimentação.-- Com raios «laser» pode-se destruiralvos como satélites, tanques,aviões ou mesmo soldados. Eles nãofazem parte, entretanto, dos meios dedestruição de massas, já uma antenade Ull1a super-aparelhagem de radar,com alta emissão de energia, poderia«cozinhar» até à morte grandes massasde homens.- Comparados a tudo isto, parecemaNUas convencionais, os chamadosFo,BS (Fractional o,rbit BombardmentSystem): são satélites armados que levamsua carga mortal ao destino jáantes de concluirem sua primeira órbitaem torno da terra.PO!' que noticiamos isto? Porquequeremos ver claro e com olhos abertose ouvir com ouvidos atentos, emque época nos encontramoscomo Igrejade Jesus. Na;turalmente, o príncipedas trevas é que demoniza a ciência,para que ela produza estas terríveisarmas de destruição. Mas não esqueçamostambém: tudo acontece com apennissão de Deus e está dentro de suaprevisão para o tempo antes do Fim.Convém estudarmos nessa época aquelaspassagens que nos falam dos últimostempos, aplicando a nós mesmosas advertências que nos chamam paravigiar e trabalhar até o últimoalento. H. R.-o---OAIUPANHA C-ü:r..'TRA A FOME NOl"lUNDOA Ação Católica Feminina da Espanhateve a iniciativa de promover,no país, a Campanha contra a fomeno mundo. Os bispos espamhóis escreveramcartas pastorais a respeito doassunto. O Bispo de Córdova salientouque no mundo há um bilhão de homensque passam fome e outro meiobilhão de subalimentados. Estas massas,disse o bispo, têm também fomede instnrção e de cultura, E concluique não basta recolher fundos paradar pão a quem tem fome: é necessáriosobretudo promover iniciativas dedesenvolvimento a fim de que os povossaiam da miséria. O arcebispo de Valênciaacrescentou que «é necessáriodenunciar o escândalo dos desperdícios,orientar os esforços em favor dosverdadeiros necessitados e fazer comque a própría economia instaure relaçõesnovas, cujo objetivo primário sejaum autêntico serviço para o desenvolvimentointegral do homem todo ede todos os homens».(eei - Março 1976)--0----IGREJA INDIANA ORDENAMULHERESA Igreja da índia do Sul, formadapela fusão das Igrejas Anglicanas, Presbiteriana,MetOldista e Congregacionalista,decidiu-se pela ordenação de mulheresA decisão foi tomada no 15­Sinodó da mesma Igreja, o qual declarouque «homens e mulheres sãoigualmente elegíveis para o ministério»e autorizou as dioceses a «recrutar,formar e ordenar mulheres paraexercer as funções de presbiteros». Outradecisão do Sínodo é de que as mulheres,a partir do mesmo, devem formar25 por cento dos membros de todosos Comitês, Comissões, Conselhosdas dioceses e do próprio Sinado. ­A fusão que originou esta Igreja daíndia do Sul, se deu em 1947.(CIC de Nova Delhi)105


LIVROSRendtorff, R{)}f: Israel und seinLand - Theologische überlegungen zuei:nem :politischen Problem - TheologischeExistenz heute, Nr. 188 (Israele sua terra - reflexões teológicas diantede um problema polítko - Existênciateológica, hoje, n" 188) - 1975,Chr. Kaiser Verlag, München - 53pgs., broch. DM 7,80.Otndice deste fascículo indica aproblemática abol'daJda: 1) Israel comoestado judáico - uma perguntaproposta aos cristãos; 2) Existe umpovo judáico?; 3) Povo e religião; 4)Povo e ,país; 5) Jerusalém; 6) Terrade Israel e diáspora; 7) Israel e suaterra no conflito do oriente próximo.- Epílogo.O autor justifica a sua posiçãopro-judáica em contraste com o anti·semitísmo, aberto ou velado, da teologiacristãem geral. - Citamos doEpílogo (pg. 51): «Poderiam perguntar-me,por que não focalizei a voltados judeus para sua terra sob o ângulode cumpridas promessas bíblicas, seja apromessa da terra, seja a da volta dosdispersas e do início ,do tempo do fim.Poderia, nesta conexão, enumerar basesexegéticas: que acho difícil considerarpromessas bíblicas isoladas doseu con textocon temporâneo- histórico;e poderia fazer valer dúvidas teológicas:caso, aliás, estejamos hoje capazesde ver concretizarem-se promessasdivinas imediatas em acontecimentoshistóricos concretos ... » - Estas reflexõesdão uma idéia da complexidadeda questão toda aqui abordada.As igrejas da Alemanha, especialmentea EKD, a Igreja Evangélica naAlemanha, ultimamente tomarám posiçõesnesta questão teológico-política(o autor cita as respectivas obras)mais do que as agl'emiações eclesiásticasno resto do mundo, talvez induzildaspor um certo sentimento de culpocoletiva frente ao antisemitismo esuas conseqüências funestas na épocado 3" Reich. - Nós vemos a questãoapenas do 'ponto de vista bíblico-exegéticoe da posição genuinamente luteranafrente às promessas e ameaçasdivinas tanto do AT como do NT e documprimento parcial indicado na NovaAliança, que aliás pressupõe o términoda Antiga Aliança.São poucas as referências bíblicascitadas pelo autor que se baseia especialmentena história geral do povoisraelita. Não podemos, p.ex., concordarcom a 3iplicação de Jr 29. 10 e11 (pg. 28). Porém uma réplica emmuito iria passar os limites de umabreve apreciação do trabalho do autorcomo a presente. As reflexões apresentadassão próprias Ide todos aquelesque negam um completo consenso entreo AT e o NT, inspiradas pelo mesmoDeus, e daí surge toda a oposiçãono campo teológico.No demais: Quem se interessar pelaquestão, neste trabalho não apenasencontra o material e a bibliografianecessários, sim, de fato não pode abordaro complexo destas reflexões, ignorandoa presente obra.Também nós condenamos o antisemitismomas ficamos dentro dos limites,teDI6gico-biblicos. A salvação existepara todos, porém, não há salvaçãofora de Jesus Cristo. É por isso queincluímos o povo israelita em nossasintercessões e nossos esforços missionárioi'l.WaIter G. Kunstmann--0---Kreck, Walter: Grundfragen christlieherEthik - Einführungen in díeevang. Theologie, Band 5 (Questõesbásicas da ética cristã - IrntrOlduçõespara a teologia evangélica, voI. 5)Chr. Kaiser Verlag, Munique, 1975. ­350 pgs., broch. DM 34,00.O índice traz nada menos do que69 itens, agrupados sob dois títulosgerais: A - Das bases da ética, e B- Ensaio de uma ooncretização emalguns campos da ética social. - Ah parte se acha subdividida em: 1)Ética como pergunta por Deus - 2)Jesus Clisto, o mandamento divino3)0 mandamento do Criador, Reconciliadore Redentor - 4) O mandamentoe os manldamentos - 5) O mandamentodivino e a consciência humana- 6) O mandamento e as estrutu-106


ações. - Na 2'1 parte encontramosapenas dois subtítulos: 1) Capitalismoe socíalismo - 2) O estado democrático.- Ambas as partes trazem aindaexcursos: I a) Contribuição ao tema:Teologia e sociologia; b) Da questãodas posições eclesiásticas frente aosproblemas sociais. - II a) As baseseconômicas do marxismo; b) Igreja eautoridade; c) Da questão do direitoà resistência e à revolução. - Umregistro dos autores citados (ca de3OO!) é anexado à obra.Como vemos, o autor em apenas350 páginas oferece vasto material paraestudo e discussões, e nos é bastantedificil' fazer justiça à uma obrade tamanha envergadura. Limitamonosa algumas provas de amostras.Soo o título: «A boa obra:;" (pg.98), o autor distingue entre «Lei» e«Mandamento evangélico>-',dando ênfaseao fato, «que este mandamentopressupõe nossa reconciliação comDeus, qUe não pode ser mais o sentidoe a finalidade do mandamento de noscolocar em um estado agradável paracom Deus, i.e., de nos justificar a nósmesmos. TTata-se, pois, não de umalei que devia ser cumprida por nós,mas da já cumpri;da por Cristo .. , Aobra aqui exigida se acha sustentadae circunscrita pela sola gr1Vtiae solafide», e lembra «a volta diária ao batismo(rediltus ad baptismum), e o permanecercomo ramo na videira (enChristo einai), segundo Lutero» e citaainda a palavra do Reformador: «Somentea fé justifica, mas esta nuncase encontra sozinha!» (pgs. 98/99)Mais adiante (pg. 125) lemos: «Oseguimento a Cristo não é um conceitormivoco. Podia ser com.preendido nosentido de uma imitatio, que faz deJesus um mestre de moral, vê nelepersonificajio um santão, um ideal moralista... » -l!: pena que logo depoisadmite que «Jesus desistiu do predicado'Messias', não ensinando alPenasumalei mosáica mais rigorosa, mas a salvaçãopara os pecadores ... » (a ênfaSeé nossa).:m atualíssimo o caIP~tulo(pg. 325):«Teses resumidas a respeito da incumbênciapolítica da .congregação cristã»,que o autor termina com a frase: «Tãopouco como é inevitável, que em questõesimportantes políticas também dentroda igreja se dividam os espiritos,todavia isto não pode ser consideradoevidente, mas não pOd.ecessar o esforçopara estabelecer união e testemunhoem comum entre aqueles que confessamJesus Cristo como conselheiro em,e direito a sua vida integral (ZuSiPruchund Anspruch auf ihr ganzes Leben).»O estudo da obra de Walter Krecké recomendável a todos que estão interessadosna ética cristã.Walter G.Kun"ltmannJürgen Moltmann: Kirche iu derKra.ft dos Geistes. E:in Beitrag zurmessianischen Ekklesiologie. - MUnchen1975, Chr. Kaiser Verlag. -- 372Seiten Leinen - DM 38. -JUrgen Moltmann, com sua obra«Theologie der Hoffnung» (traduzidopara o português «Teologia da Esperança»,Ed. Vozes, Petrópolis) tornou­Se iniciador de uma corrente teológica- ou, se assim queremos, de um movimenltoteológico - com a designação«Teologia da Esperança», uma das diversas«teologias com genitivos» (daEsperança, da Libertação, da Revolução,etc.) e, ao nosso ver, ainda a maispositiva. Com a obra anunciada o autortermina sua «Triologia» teológica(«Theologie der Hoffnung», já nanona edição, como primeira, e «Dergekreuzigte Gott», já na segunda edição,como a segunda parte). O e8copo,eminentemente ecumênico, que o autorteve, se pode deduzir do dedicatóriodado à obra: «Dem OekumenischenRat der Kirchen - Seinem GeneralsekretãrReverend Philip Potter - Denbedrãngten Chrislten :in aller Welt.»O livro não foi escrito, como dizo autor, para ser um «Lehrbuch» nosentido acadêmico, mas sim como estimulo,servindo de orientação parauma prática genuína numa «Igreja deEsperança», :m, como a editora avisa,«geschrieben aus ,persõnlicher Erfahrungund aus Kenntnis der Kirchenhier und in anldern Lã!JJdernund Situationen»e quer servir como «Buch derOrientierung der Kirche». Se tomarmos«Orientierurng» no sentido de«informação», e não como orientaçãoteológica, o livro, estudado criteriosamente,será de grande proveito. :mevidente, enitretanto, qUe o teólogo que107'


segue a orientação das confissões luteranas,não pode acompanhar o autor,nem nas suas pressuposições, nem nassuas conclusões. Aqueles que, conhecendoa «Teologia da Esperança», queremtambém conhecer mais sobre odesenvolvimento desta teologia e sobresua aiPlicação aos problemas das igrejasenvolvidas no movimento ecumênicode nosso século, devem estuidá-Iocriteriosamente. E não há dúvida queesta obra será de grande influênciana teologia protestante em geral, emesmo na teologia católica-romana,que pela tradução da primeira parteda «Trilogia» já tem acesso às idéiasdo autor, muito estimado pela teologialiberal no meio do catolicismo brasileiro.Da riqueza do conteúdo desta últimaobra de Jürg~'1 Moltmann mostranosalgo o esboço geral do livro. Dostítulos algo enigmáticos não segueque a linguagem do autor seja cane-ga:]a demais. Ao contrário, acho eu,a lingua.gem teológica de Moltmannnão é tão difícil como e.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!