90...................................................................................15..Île <strong>de</strong> laCité..................................................................................Em 1925, Le Corbusier propunha oferecer os “prazeres essenciais” do ver<strong>de</strong> e daluz solar aos moradores <strong>de</strong> Paris. Nos arredores <strong>de</strong> Ile <strong>de</strong> la Cité, o arquitetoplanejava implantar o seu Plan Voisin, com a ajuda econômica do empresárioGabriel Voisin, dono do cartel automobilístico/aeroviário <strong>de</strong> mesmo nome, e quejá havia patrocinado em 1920 as casas protótipos pré-fabricadas. Dada a ênfasedas propostas do arquiteto no <strong>de</strong>scongestionamento da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> traçadomedieval pela sua completa <strong>de</strong>struição e o aniquilamento da tradicional “ruacorredor”, várias indústrias automobilísticas e até mesmo fabricantes <strong>de</strong> pneuscomo a Michelin foram procuradas por Le Corbusier, que oferecia apossibilida<strong>de</strong> das empresas – uma vez garantidas as divisas necessárias earticulado o processo <strong>de</strong> implementação frente ao Ministério da Construçãofrancês – emprestarem seus nomes a essa gran<strong>de</strong> realização urbanística 77 (LECORBUSIER, 2000:262). Assim, o plano reestruturaria toda uma área da cida<strong>de</strong>e ainda possibilitaria a instauração <strong>de</strong> um novo centro, conectado ao resto <strong>de</strong>Paris por rápidas vias expressas. Tendo <strong>de</strong>struído a cida<strong>de</strong> arcaica, o automóvelse tornara agora a chave do novo começo i<strong>de</strong>alizado “<strong>de</strong> acordo com o aforismoempresarial <strong>de</strong> Le Corbusier, uma cida<strong>de</strong> feita para a velocida<strong>de</strong> é uma cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sucesso” (FRAMPTON, 1997:186).O Plan Voisin era a materialização das Cida<strong>de</strong>s-Torres <strong>de</strong> Auguste Perret, mastambém um emblema da or<strong>de</strong>m econômica a que ele se <strong>de</strong>stinava, assim comoum símbolo inconteste das possibilida<strong>de</strong>s da “Era da Máquina”. A partir <strong>de</strong> “doisnovos elementos essenciais: uma cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negócios e uma cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>77 “Como o automóvel abalou as bases seculares do urbanismo, havia eu concebido o projeto <strong>de</strong> interessaros fabricantes <strong>de</strong> automóvel na construção do Pavilhão do Espírito Novo na Exposição Internacional dasArtes Decorativas, uma vez que esse pavilhão <strong>de</strong>via ser <strong>de</strong>dicado à habitação e ao urbanismo. Havia-meencontrado com os dirigentes das Fábricas Peugeot, Citroën e Voisin e lhes dissera: ‘O automóvel matoua gran<strong>de</strong> cida<strong>de</strong>, o automóvel <strong>de</strong>ve salvar a gran<strong>de</strong> cida<strong>de</strong>. Os senhores querem doar a Paris um ‘PlanoPeugeot, Citroën, Voisin <strong>de</strong> Paris? Um plano não tendo outro objetivo senão o <strong>de</strong> fixar a atenção dopúblico sobre o verda<strong>de</strong>iro problema <strong>arquitetura</strong>l da época, problema que não é <strong>de</strong> arte <strong>de</strong>corativa, e sim<strong>de</strong> <strong>arquitetura</strong> e <strong>de</strong> urbanismo: a constituição sadia da moradia e a criação <strong>de</strong> órgãos humanos queatendam as condições <strong>de</strong> vida tão profundamente modificadas pelo maquinismo?’ A firma Peugeot receouarriscar seu nome em nosso barco <strong>de</strong> comportamento tão temerário. O Sr. Citroën, com muita gentileza,respon<strong>de</strong>u-me que não compreendia nada da minha pergunta e que não entendia que relação o automóvelpo<strong>de</strong>ria ter com o problema do centro <strong>de</strong> Paris. O Sr. Mongermom, administrador representante do‘Aéroplanes G. Voisin (Automóvel)’ aceitou sem hesitar o patrocínio dos estudos do centro <strong>de</strong> Paris e oplano daí resultante se chama portanto o Plano ‘Voisin’ <strong>de</strong> Paris” (LE CORBUSIER, 2000:261).
91residência” (LE CORBUSIER, 2000:261), o arranha-céu, elemento básico daproposição para Paris, foi incorporado por Le Corbusier como “o tipo” maisapropriado às <strong>de</strong>mandas da civilização mo<strong>de</strong>rna baseada nos negócios e navelocida<strong>de</strong>: “as cifras são espantosas e sem pieda<strong>de</strong>, magníficas: conce<strong>de</strong>ndo acada indivíduo 10m_, um arranha-céu <strong>de</strong> 200m <strong>de</strong> largura abrigaria 40.000pessoas” (LE CORBUSIER, 1997:34). Assim, “malgrado a gran<strong>de</strong> superfíciedos parques, a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> normal das cida<strong>de</strong>s é aumentada <strong>de</strong> 5 a 10 vezes” (LECORBUSIER, 1997:34). Uma vez que, cada edifício com sessenta pavimentosfosse implantado distante do vizinho entre 250 a 300 metros, somente 5% daárea disponível seria ocupada, com os 95% restantes <strong>de</strong>stinados às áreas livresver<strong>de</strong>s, às garagens e estacionamentos e às circulações dos automóveis.Em 1920, quando começou a <strong>de</strong>senvolver o conceito enunciado, mas não<strong>de</strong>senhado por Perret, Le Corbusier acreditava que tais construções <strong>de</strong>veriam ser<strong>de</strong>stinadas apenas aos negócios (escritórios) – que se localizados nos novoscentros <strong>de</strong>scongestionariam a cida<strong>de</strong> antiga – uma vez que as famílias não seadaptariam à rotina dos <strong>de</strong>morados, porém necessários elevadores (LECORBUSIER, 1997:34). Entretanto, em 1925 o arquiteto vai adaptar sua versãooriginal <strong>de</strong>stinada aos negócios ao “negócio” da construção da habitação emgran<strong>de</strong> escala, que seria a ênfase do primeiro encontro dos CIAM em 1928. Paraisso, os imensos edifícios em planta cruciforme – “radiadores <strong>de</strong> luz” (LECORBUSIER, 1964:206) – cobertos em toda a sua superfície em vidro, tiveramsua configuração interna modificada para acomodar o máximo <strong>de</strong> apartamentoscom menos recursos possíveis. Assim, esses edifícios seriam para Le Corbusiercomo “gran<strong>de</strong>s hotéis <strong>de</strong> viajantes” (LE CORBUSIER, 2000:269).Mas “’on<strong>de</strong> [...] arrumar o dinheiro?’ (<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1922, pergunta estereótipo)” (LECORBUSIER, 2000:275). Le Corbusier explica em seu livro <strong>de</strong> 1929,“Urbanismo” (LE CORBUSIER, 2000:277), que enquanto preparava apublicação, havia <strong>de</strong>cidido confiar a um economista o capítulo “Cifras”,encarregando-o <strong>de</strong> ratificar as suas conclusões enquanto arquiteto:Queria pedir isto ao economista: [...] Calcule o valor imobiliário dasproprieda<strong>de</strong>s atingidas por meu projeto. Calcule as <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong><strong>de</strong>molição, as <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> construção e <strong>de</strong> urbanização <strong>de</strong> novos
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