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arquitetura e consumo Cançado - MOM. Morar de Outras Maneiras.

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88<strong>de</strong>senvolvimento, fazia eco a seus <strong>de</strong>sejos <strong>de</strong> transformar radicalmente asocieda<strong>de</strong>...” (HOLSTON, 1993:101). Apesar disso, JK estava disposto agarantir e perpetuar a construção simbólica e mítica envolvida nos processos quegeraram a Nova Capital. Assim, o dia 21 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1959 foi <strong>de</strong>finido por seufundador para a inauguração e o dia 3 <strong>de</strong> maio 75 <strong>de</strong> 1957, escolhido como o diada primeira missa oficial no Planalto Central:Escolhi a data [...] por me parecer a mais expressiva, já querecordava a missa mandada dizer por Pedro Álvares Cabral. Aprimeira assinalara o <strong>de</strong>scobrimento da Nova Terra; e a segunda,quatrocentos anos mais tar<strong>de</strong>, lembraria a posse efetiva da totalida<strong>de</strong>do território nacional. (KUBITSCHEK,1975:76)A <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> todo esforço simbólico e objetivo no sentido <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> umaestrutura social i<strong>de</strong>al através da planificação e da racionalização plena dasformas <strong>de</strong> produção, do sistema político e da vida cotidiana, Brasíliatransformou-se, antes mesmo <strong>de</strong> concluída, em mais um exemplo daimpossibilida<strong>de</strong> do abarcamento totalizante da realida<strong>de</strong> pelas proposiçõesutópicas, e da dicotomia entre este “plano” e a “realida<strong>de</strong>”. O prenúncio da<strong>de</strong>sestabilização da or<strong>de</strong>m prometida pelo Plano-Piloto <strong>de</strong> Lúcio Costa nascemesmo com a própria concretização do i<strong>de</strong>al, quando já em 1958, 25.000pessoas residiam no local on<strong>de</strong> ainda não havia sinal da Capital(KUBITSCHEK,1975:173). Enquanto que toda a infraestrutura necessária paraaten<strong>de</strong>r a esse ajuntamento populacional <strong>de</strong>veria existir na teoria somente noPlano-Piloto, surge então a Cida<strong>de</strong> Livre, nome dado ao assentamento dostrabalhadores e dos operários encarregados da construção <strong>de</strong> Brasília. Com arapi<strong>de</strong>z do processo <strong>de</strong> construção da Capital e a <strong>de</strong>manda por mais operáriosnos canteiros <strong>de</strong> obras, milhares <strong>de</strong> pessoas <strong>de</strong> todo o país rumaram em direçãoao Planalto Central e a situação em pouco tempo estava fora <strong>de</strong> controle, com aspessoas se amontoado sem quaisquer recursos, situação que JK pô<strong>de</strong> confirmarem visita à Cida<strong>de</strong> Livre. Diante da massa humana prostrada a sua espera,respon<strong>de</strong>u à indagação por moradias para os sem-casa com a que po<strong>de</strong>ria ser a“Frase-Síntese” da utopia <strong>de</strong> Brasília: “está bem, pessoal. Que cada um faça suacasa, mas nada <strong>de</strong> invadir o Plano-Piloto” (KUBITSCHEK,1975:174).75 Data oficial da primeira missa em território brasileiro.

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