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arquitetura e consumo Cançado - MOM. Morar de Outras Maneiras.

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7extinção após um último “soluço” pós-mo<strong>de</strong>rno. Continuando, entretanto, aaparecer nesses volumes os nomes dos já consagrados arquitetos ativos antes do<strong>de</strong>saparecimento total da <strong>arquitetura</strong> que insinua a autora. De outra forma, o queesse processo revela também é uma incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> articulação <strong>de</strong> um discursoteórico e conceitual que transcenda os limites rígidos <strong>de</strong> uma herança mo<strong>de</strong>rnista(im)positiva:Enquanto satisfaz apenas às exigências técnicas e funcionais – não éainda <strong>arquitetura</strong>; quando se per<strong>de</strong> em intenções meramente<strong>de</strong>corativas – tudo não passa <strong>de</strong> cenografia; mas quando – frutoinstantâneo <strong>de</strong> inspiração, ou <strong>de</strong> procura paciente – aquele que ai<strong>de</strong>ou pára e hesita ante a simples escolha <strong>de</strong> um espaçamento <strong>de</strong>pilares ou da relação entre altura e largura <strong>de</strong> um vão, e se <strong>de</strong>tém naprocura da justa medida netre cheios e vazios, na fixação dosvolumes e subordinação <strong>de</strong>les a uma lei, e se <strong>de</strong>mora atento ao jogo<strong>de</strong> materiais e seu valor expressivo, - quando tudo isso se vai pouco apouco somando, obe<strong>de</strong>cendo aos mais severos preceitos técnicos efuncionais, mas também, àquela intenção superior que seleciona,coor<strong>de</strong>na e orienta em <strong>de</strong>terminado sentido toda essa massacontraditória <strong>de</strong> pormenores, transmitindo assim ao conjunto, ritmo,expressão, unida<strong>de</strong> e clareza – o que confere à obra o seu caráter <strong>de</strong>permanência: isto sim, é <strong>arquitetura</strong>. (COSTA, 1997:257)A questão colocada da “extinção” da <strong>arquitetura</strong> brasileira po<strong>de</strong> ser abordada <strong>de</strong>várias formas, mas a principal tomada aqui como hipótese, é <strong>de</strong> que o que seespera (críticos, arquitetos) chamar ou reconhecer como <strong>arquitetura</strong>, não somentee obviamente não se extinguiu misteriosamente no século passado como nuncafoi tão potencialmente construída, disseminada e consumida, mas pelo fato <strong>de</strong>exigir conceitos, <strong>de</strong>finições e parâmetros que não os mo<strong>de</strong>rnistas ortodoxos, epor violar os principais requisitos das normas <strong>de</strong> “etiqueta” mo<strong>de</strong>rnas, essa<strong>arquitetura</strong> é alijada completamente do universo oficial arquitetônico.“O paradoxo está, portanto, na terminologia” diria Le Corbusier ao se “autoindagar”o porquê <strong>de</strong> chamar “arte <strong>de</strong>corativa ca<strong>de</strong>iras, garrafas, cestos,calçados, todos esses objetos úteis, ferramentas [...], se “a arte mo<strong>de</strong>rna não tem<strong>de</strong>coração?” (LE Corbusier, 1996:84). Pois, se o paradoxo está na terminologia,porque chamar <strong>de</strong> <strong>arquitetura</strong> todos esses edifícios que se proliferam pelasprincipais cida<strong>de</strong>s brasileiras, banais, vulgares, medíocres e <strong>de</strong>finidosexclusivamente pelas regras difusas do que se convencionou chamar <strong>de</strong> mercado

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