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arquitetura e consumo Cançado - MOM. Morar de Outras Maneiras.

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68quantitativos” 55 (COCAB, 1996:49). Acrescentado <strong>de</strong> “um estimulante maispo<strong>de</strong>roso, e, acima <strong>de</strong> tudo mais versátil [...], o ‘querer’” e está completa “alibertação do principio do prazer, limpando e dispondo dos últimos resíduos dosimpedimentos do ‘princípio da realida<strong>de</strong>’” (BAUMAN, 2001:89).Livres dos “obstáculos sólidos” à felicida<strong>de</strong>, os consumidores <strong>de</strong>finitivamenteinvestem na “experiência”, sublimando completamente as fronteiras entre arealida<strong>de</strong> vivida e representação, que para Debord eram essencialmentemediadas por imagens (DEBORD, 1997:14). Nesse sentido, em que o <strong>consumo</strong>ten<strong>de</strong> a ser cada vez mais “experimental”, “o branding em suas encarnaçõesmais autênticas e avançadas, trata <strong>de</strong> transcendência corporativa” (KLEIN,2002:45). Se as imagens não são mais o media, uma vez que “o espaço socialestá agora completamente saturado com a cultura da imagem” (JAMESON,2001:115), então, a própria idéia <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> se expan<strong>de</strong>, confundindo-se com aesfera da cultura 56 , “<strong>de</strong> modo que o cultural já não se limita mais às suas formasanteriores [...], mas é consumido a cada momento da vida cotidiana, nascompras, nas ativida<strong>de</strong>s profissionais, nas várias formas <strong>de</strong> lazer...” (JAMESON,2001:115). As corporações, na vanguarda dos movimentos <strong>de</strong>slizantes do capitalavançado, perceberam que po<strong>de</strong>m então se libertar da obrigação <strong>de</strong> fabricarprodutos – “todo mundo po<strong>de</strong> fabricar um produto, raciocinam eles”, portanto,essa “tarefa ignóbil” <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>legada a terceiros (KLEIN, 2002:46).Concentradas em seu verda<strong>de</strong>iro objetivo – “criar uma mitologia corporativapo<strong>de</strong>rosa o bastante para infundir significado a esses toscos objetos” (KLEIN,2002:44) – as empresas, após transformarem suas marcas em cultura e culturaem mercadoria, começaram a enxergar a publicida<strong>de</strong> como um mecanismo<strong>de</strong>snecessário nesse complexo sistema. Afinal, quem precisa <strong>de</strong> propaganda emoutdoors e revistas quando as lojas são publicida<strong>de</strong> tridimensional, quando aprópria vida cotidiana se confun<strong>de</strong> com os happenings e performancescorporativos, quando os enfeites <strong>de</strong> natal <strong>de</strong> toda uma cida<strong>de</strong> fazem parte <strong>de</strong> umplano <strong>de</strong> branding <strong>de</strong> uma empresa qualquer?55 Tradução nossa. Texto original espanhol.56 Esse argumento foi originalmente <strong>de</strong>senvolvido por Fredric Jameson em seu livro <strong>de</strong> 1992, “Pósmo<strong>de</strong>rnismo,ou a lógica cultural do capitalismo tardio”, publicado no Brasil em 1996 pela Ática.

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