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arquitetura e consumo Cançado - MOM. Morar de Outras Maneiras.

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54(precisos, velozes, eficientes, etc.), Le Corbusier <strong>de</strong>u-lhes então um meio eficaz<strong>de</strong> atingir diretamente os prováveis consumidores (L’Esprit Nouveau). A“personalida<strong>de</strong>” corporativa em processo em todos os ciclos da mo<strong>de</strong>rnaindústria capitalista européia havia chegado à <strong>arquitetura</strong>, retirando-a <strong>de</strong> seucaráter genérico pela aplicação e reconhecimento das logomarcas maisconhecidas e divulgadas do <strong>de</strong>sign da “Era da Máquina”: L.C., βαυηαυσ.Entretanto, se Le Corbusier atuava na linha <strong>de</strong> frente do processo industrialmo<strong>de</strong>rno servindo inclusive como divulgador <strong>de</strong> sua i<strong>de</strong>ologia operante, e comonão po<strong>de</strong>ria estar simultaneamente a serviço da indústria e dos consumidores,uma vez que os interesses das duas partes se distanciavam cada vez mais, haviauma escolha <strong>de</strong>cisiva a ser feita, não somente pelo arquiteto, mas por todas asvanguardas artísticas, se entendidas “como projetos i<strong>de</strong>ológicos e comoindividualização <strong>de</strong> ‘necessida<strong>de</strong>s insatisfeitas’” (TAFURI, 1985:40). Nomomento <strong>de</strong>cisivo, entre o i<strong>de</strong>al da planificação do cotidiano através da arte e asestratégias do mercado <strong>de</strong> administração do produto visando o <strong>consumo</strong> emmassa, o programa mo<strong>de</strong>rno foi subvertido pelo seu “<strong>de</strong>stinatário natural – ogran<strong>de</strong> capital industrial” (TAFURI, 1985:92) – e o “<strong>de</strong>clínio da utopia social<strong>de</strong>termina a rendição da i<strong>de</strong>ologia à política das coisas realizada pelas leis dolucro: à i<strong>de</strong>ologia arquitetônica, artística e urbana resta a utopia da forma...”(TAFURI, 1985:38).Nesse processo, a inconciliável polarização inerente à própria industrializaçãodas socieda<strong>de</strong>s capitalistas entre os produtores e consumidores em massaprevistos por Henry Ford, criou, após a gran<strong>de</strong> crise econômica <strong>de</strong> 1929 e aconseqüente reorganização internacional do capital (TAFURI, 1985:92), umainsustentável “tensão entre o proprietário dos meios <strong>de</strong> produção econsumidor” 38 , <strong>de</strong>scortinando o “binômio valor <strong>de</strong> troca/valor <strong>de</strong> uso”impregnado nos objetos mo<strong>de</strong>rnos (FERRARA, 1989:123).Ambos encontram-se, no mercado, como testemunhas <strong>de</strong> interessesopostos. Por sua vez, o produto, enquanto mercadoria, se divi<strong>de</strong> emduas categorias divergentes: o valor <strong>de</strong> troca e o valor <strong>de</strong> uso. Se a38 E portanto entre vanguardas e sistema produtivo e entre vanguardas e consumidores, uma vez que essapretendia ser a mediação entre esses dois campos.

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