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arquitetura e consumo Cançado - MOM. Morar de Outras Maneiras.

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20<strong>de</strong>ve sobrepor-se à revolução” (TAFURI, 1985:68). Entretanto, a interpretação emanipulação pela “crítica operativa” das estratégias, <strong>de</strong>silusões e contradições da<strong>arquitetura</strong> mo<strong>de</strong>rna, através <strong>de</strong> uma construção mítica, visa <strong>de</strong>svincular asvanguardas do modo <strong>de</strong> produção, apresentando-as, então, simplesmente comointérpretes <strong>de</strong>sse processo industrial e <strong>de</strong> <strong>consumo</strong> do qual elas foram alijadas.Retirado o compromisso da “impossível tarefa <strong>de</strong> ser responsável pelaorganização técnica da reestruturação da produção e do <strong>consumo</strong>” 14 por parte dosarquitetos – que aceitam o papel <strong>de</strong> participantes do plano, porém “seapresentando sempre como os autores <strong>de</strong>ste” 15 (HEYNEN, 1999:134) – a “críticaoperativa” aproxima seus procedimentos dos empregados pelos mecanismos <strong>de</strong>suporte do próprio sistema, publicida<strong>de</strong> e propaganda, para “ven<strong>de</strong>r” a<strong>arquitetura</strong> das vanguardas como um produto (<strong>de</strong> massa) disponibilizado por estemesmo sistema. Confirma-se assim o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> massificação e estandartizaçãoda <strong>arquitetura</strong>, não pela reprogramação completa da produção industrial emfunção <strong>de</strong> uma nova forma <strong>de</strong> planejamento controlado e gerido pelos arquitetos,mas pela incorporação <strong>de</strong>ssa <strong>arquitetura</strong> pelo modo <strong>de</strong> produção capitalista comoum produto vendável, legitimado pela rotulagem da “crítica operativa”. BeatrizColomina é incisiva quanto às relações entre a <strong>arquitetura</strong> mo<strong>de</strong>rna e o sistemaprodutivo. Para ela, “a <strong>arquitetura</strong> mo<strong>de</strong>rna não simplesmente se interessa ouexplora a cultura <strong>de</strong> massa. Ela é, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início, uma mercadoria” 16(COLOMINA, 1994:195). E assim sendo:Talvez em nenhum outro lugar isso tenha sido tão explicito quantona exposição <strong>de</strong> 1932, Arquitetura Mo<strong>de</strong>rna, no Museu <strong>de</strong> ArteMo<strong>de</strong>rna e o livro que a acompanhava, O estilo Internacional:Arquitetura <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1922. 17 (COLOMINA, 1994:195)Para um produto i<strong>de</strong>ologicamente programado como a <strong>arquitetura</strong> mo<strong>de</strong>rna, oesquema estrutural Dom-Ino <strong>de</strong> Le Corbusier expandiu suas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ser produzida por uma “racionalida<strong>de</strong> neutra” e explorada comercialmente pela“flexibilida<strong>de</strong> genérica” <strong>de</strong> seus espaços, condições i<strong>de</strong>ais e indispensáveis à suaviabilização como mercadoria universal. Ao mesmo tempo, <strong>de</strong> forma vigorosa,14 Tradução nossa. Texto original inglês.15 Tradução nossa. Texto original inglês.16 Tradução nossa. Texto original inglês.17 Tradução nossa. Texto original inglês.

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