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arquitetura e consumo Cançado - MOM. Morar de Outras Maneiras.

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109CORBUSIER, 1996:72). Para o arquiteto, todas essas <strong>de</strong>finições revelam aurgência da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fixar padrões para a produção dos objetos utilitários(incluída a <strong>arquitetura</strong>), uma vez que as <strong>de</strong>mandas do ser humano po<strong>de</strong>riamfinalmente ser atendidas em massa pela revolução da máquina.A arte <strong>de</strong>corativa é um termo vago e inexato com o qual serepresenta o conjunto dos objetos membros humanos. Estes aten<strong>de</strong>mcom certa exatidão a necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m claramente objetiva.Prolongamentos <strong>de</strong> nossos membros, são adaptados às funçõeshumanas que são funções-padrões. Necessida<strong>de</strong>s padrões, funçõespadrõeslogo, objetos-padrões, móveis-padrões. O objeto-membrohumano é um servidor dócil. Um bom servidor é discreto e se retraipara <strong>de</strong>ixar seu patrão livre.A bem dizer, a arte <strong>de</strong>corativa é uma ferramenta, uma belaferramenta. (LE CORBUSIER, 1996:79)Se “a arte <strong>de</strong>corativa mo<strong>de</strong>rna não tem <strong>de</strong>coração”, por que chamar <strong>de</strong> “arte<strong>de</strong>corativa ca<strong>de</strong>iras, garrafas, cestos, calçados, todos esses objetos úteis,ferramentas? Paradoxo <strong>de</strong> fazer arte <strong>de</strong>corativa com ferramentas” argumenta LeCorbusier (LE CORBUSIER, 1996:84). “O paradoxo está, portanto, naterminologia”. Para Le Corbusier – bem como para Loos – a presença da<strong>de</strong>coração nos objetos cotidianos, nas ferramentas, era intolerável e sem sentido,pois “a arte nos é necessária”, não a <strong>de</strong>coração: “miscelânea <strong>de</strong> cores,divertimento agradável ao selvagem”. Se as necessida<strong>de</strong>s utilitárias requeremverda<strong>de</strong>iros “objetos-membros” fabricados <strong>de</strong> acordo com a precisão e aperfeição dos processos industriais, são esses “objetos perfeitamente úteis, <strong>de</strong>cuja elegância <strong>de</strong> concepção, pureza <strong>de</strong> execução e eficácia <strong>de</strong> serviços emanaum verda<strong>de</strong>iro luxo” que “<strong>de</strong>leita nosso espírito” (LE CORBUSIER, 1996:81).Partindo da eliminação dos ornamentos e da <strong>de</strong>coração dos objetos cotidianos edos utensílios, Le Corbusier exortava a “hora da <strong>arquitetura</strong>” servir aos homenscomo serviam já os objetos-membros industriais, e para isso esta <strong>de</strong>veria<strong>de</strong>finitivamente se converter na verda<strong>de</strong>ira “máquina-<strong>de</strong>-morar”, caracterizadapelo conforto mecânico e a eficiência tecnológica que a produção em série po<strong>de</strong>proporcionar. Para Le Corbusier, no cotidiano do homem mo<strong>de</strong>rno somente sejustificaria a utilização dos ornamentos e do excesso da <strong>de</strong>coração em edifícios<strong>de</strong>stinados a oferecer e abrigar divertimentos fugazes, os dancings e os salõesdos restaurantes, lugares que são reservas da frivolida<strong>de</strong> explícita do <strong>consumo</strong>

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