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arquitetura e consumo Cançado - MOM. Morar de Outras Maneiras.

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107ser radicalmente combatido por uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> purificação e exortação dosupérfluo e <strong>de</strong> tudo que impregnava a <strong>arquitetura</strong> <strong>de</strong> futilida<strong>de</strong>s e a<strong>de</strong>reços e <strong>de</strong>proposição <strong>de</strong> uma nova forma para esses objetos que fosse coerente com ai<strong>de</strong>ologia da “Era da Máquina”. Essa postura estabelecida como estratégia geralpara a <strong>arquitetura</strong> mo<strong>de</strong>rna vai levar Le Corbusier, quando da sua participação naFeira Internacional <strong>de</strong> Artes Decorativas em 1925, a apresentar sob o título <strong>de</strong>“A arte <strong>de</strong>corativa” (L’Art décoratif d’aujourd’hui), escritos que tinham comoalvo o ornamento e a <strong>de</strong>coração na <strong>arquitetura</strong> e nos objetos utilitários.Sempre reforçando o papel da máquina e do progresso industrial no<strong>de</strong>senvolvimento do mundo mo<strong>de</strong>rno, Le Corbusier construiu o pavilhão francês,batizado também <strong>de</strong> L’Esprit nouveau, sintetizando em um edifício os i<strong>de</strong>aisfuncionais e estéticos do Purismo 112 . “Mesmo sendo ostensivamente contrário àsartes <strong>de</strong>corativas – num gigantesco evento que <strong>de</strong>veria exaltá-las – o pavilhão <strong>de</strong>Le Corbusier” correspon<strong>de</strong>u <strong>de</strong> modo “absolutamente idiossincrático àexpectativa <strong>de</strong> elegância da comissão <strong>de</strong> organizadores”, que contou com aparticipação do próprio arquiteto 113 (PAIM, 2000:101).“Se a questão da arte <strong>de</strong>corativa este ano parece, nos gritos da multidão, dasgirândolas dos fogos <strong>de</strong> artifícios, nos palácios <strong>de</strong> gesso dourado, ocupar um111 Para Greenberg, para quem a arte continua valer principalmente como força visual e como campoautêntico e puro, as intervenções <strong>de</strong>liberadamente contraditórias dos Dadaístas e <strong>de</strong> Marcel Duchamppouco lhe interessaram.112 Em 1918, logo após o final da Primeira Guerra, Le Corbusier, ainda conhecido como Jeanneret(Charles Edouard), e Amé<strong>de</strong>é Ozenfant, expuseram seus trabalhos em pintura em uma galeria <strong>de</strong> Paris.Quando adolescente, Edouard havia sonhado em se tornar um pintor, com o encontro <strong>de</strong> Ozenfant, e sobforte influência do Cubismo e <strong>de</strong> figuras como Picasso, Braque, Delaunays, Duchamp, Metzinger, JuanGris, Fernand Léger, a exposição surge como a oportunida<strong>de</strong> não só <strong>de</strong> realizar sua ambição, comotambém uma forma <strong>de</strong> se enveredar através da arte contra o bizarro e os aspectos <strong>de</strong>corativos da arte,inclusive do próprio Cubismo. No catálogo da exposição, os dois se autoproclamaram como “Puristas”.Em um esforço conjunto <strong>de</strong> superar o Cubismo em favor da lógica, da clarida<strong>de</strong>, da simplicida<strong>de</strong> e daor<strong>de</strong>m, os Puristas consi<strong>de</strong>ravam que nem a figura humana e nem mesmo a paisagem eram relevantespara a arte pictórica, <strong>de</strong>sejando representar objetos do cotidiano dos quais as características mais gerais<strong>de</strong>veriam ser extraídas (garrafas, copos, etc.). A obsessão com os objetos típicos produzidos em massapela indústria, seria mais tar<strong>de</strong> transferida por Le Corbusier para a <strong>arquitetura</strong> e urbanismo pelaproposição dos standards, dos pilotis e dos arranha-céus, como conseqüência lógica da “Era daMáquina”.113 “Os vários pavilhões nacionais eram ecléticos no estilo, e esta foi uma exposição que a ‘Art Déco’ –uma síntese chique <strong>de</strong> fontes exóticas, ornamentos policromáticos e consumismo – teve gran<strong>de</strong> impactosobre o público. Havia duas alternativas a essa cena luxuriante, o pavilhão soviético <strong>de</strong> KonstantinMelnikov, [...]; e o pavilhão <strong>de</strong> L’Esprit nouveau <strong>de</strong>senhado por Le Corbusier” (CURTIS, 1986:64)

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