Perfil d e Empreendedora Im i g r a n t eAsa Kalavade, co-fundadora do Tatara Systems, nascida na Índiajunto com a imigrante chinesa Hong Jiang, criou aTatara Systems. Sediada em Acton, Massachusetts,a empresa de administração privada emprega 60pessoas. A Tatara Systems desenvolve e distribuisoluções para provedores de serviços de comunicaçãoe os ajuda a fornecer serviços móveis convergentes aseus consumidores. Entre os clientes da Tatara estãoempresas como a Vodafone, a Telus Mobility e a O2UK.A tecnologia e o empreendedorismo fazem parteda família de Asa. Seus dois irmãos são engenheiroselétricos nos Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>. Seu marido, nascidona Índia, iniciou seu segundo empreendimento, aCortesia: NVCAHá dezessete anos, a idéia de que uma jovem mulher criasse sua própriaempresa de tecnologia seria considerada improvável na Índia. “Desdequando comecei a estudar engenharia, as pessoas procuravam meus paispara convencê-los a me fazer desistir — imagine então criar minha própriaempresa”, disse Asa Kalavade. Asa foi para os Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong> como estudanteinternacional e tornou-se mestre e PhD em Engenharia Elétrica e Ciência daComputação pela Universidade da Califórnia em Berkeley.Enquanto a maioria das pessoas pensa em redes sem fio e streaming(transmissão em fluxo) como tecnologias de ponta, Asa vem trabalhando comesses sistemas há mais de dez anos. No início de sua carreira nos LaboratóriosBell, ela inventou tecnologias que ainda esperam por patentes para sistemas destreaming multimídia sem fio, interfaces de redes e multiprocessador em temporeal DSP (processamento de sinal digital). Asa detém muitas patentes.Depois de trabalhar como vice-presidente de tecnologia da Savos, Asa,“Desde quando comecei a estudarengenharia, as pessoas [na Índia]procuravam meus pais para convencêlosa me fazer desistir — imagineentão criar minha própria empresa.”Asa KalavadeTizor Systems, empresa financiada por capital de risco que fornece segurança de da<strong>dos</strong> para empresas. “Somoempreendedores em série”, disse ela.As opiniões expressas neste artigo não refletem necessariamente a posição nem as políticas do governo <strong>dos</strong> EUA.Nota: Este perfil foi publicado originalmente no estudo American Made: The Impact of Immigrant Entrepreneurs and Professionals onU.S. Competitiveness [Fabricado nos EUA: O Impacto <strong>dos</strong> Empreendedores e Profissionais Imigrantes na Competitividade Americana],encomendado pela Associação Nacional de Capital de Risco e realizado por Stuart Anderson, da Fundação Nacional para Políticas Americanas, eMichaela Platzer, da Content First LLC.eJournal USA 8
Da Ponderosa ao Googleplex: Como osAmericanos Combinam Dinheiro com IdéiasAmity ShlaesO desenvolvimento do modelo de capital de risco permitiuque os empreendedores lançassem uma cornucópia de empresasiniciantes do setor de alta tecnologia.Amity Shlaes, membro sênior de história econômicado Conselho de Relações Exteriores, é autora do livro TheForgotten Man: A New History of the Great Depression[O Homem Esquecido: Uma Nova História da GrandeDepressão] (Harper Perennial). Gaurav Tiwari e May Yangcontribuíram com a pesquisa para este artigo.O ator Lorne Greene retratou Ben Cartwright, exemplo de autoconfiançatípica <strong>dos</strong> valores americanos, na série de televisão BonanzaNos i<strong>dos</strong> de 1959, a National BroadcastingCompany, rede americana de televisão, colocouno ar uma nova série. Intitulado Bonanza, ofaroeste com uma hora de duração representou umainovação tecnológica — foi o primeiro seriado transmitidoem cores. O programa retratava os Cartwrights, umpai e três filhos que criaram um novo estilo de vida emsua fazenda Ponderosa, no Lago Tahoe, em Nevada.Os Cartwrights eram o oposto <strong>dos</strong> assalaria<strong>dos</strong>. Erampioneiros — um filho participou da construção da fazenda© AP Imagesda família. Viviam perto de uma cidade que enriqueceurapidamente com a prata e onde o trabalho duro e a sorterepentina podiam eventualmente transformar um homempobre em rico.Para muitos americanos, Bonanza simbolizou aliberdade de cuidar da própria vida e de encontrar a suaprópria maneira de ganhar dinheiro. O programa tornouseenormemente popular, não apenas nos Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>,mas em todo o mundo. Em 1969, a série Bonanza eratransmitida em 80 merca<strong>dos</strong> estrangeiros. Até mesmo opresidente Richard Nixon mostrou grande preocupaçãoem relação à substituição do programa em importantediscurso sobre políticas do governo. Outros filmes defaroeste, tais como Wagon Train, Gunsmoke e Rawhide,também conquistaram grandes audiências.A grande popularidade <strong>dos</strong> auto-suficientesCartwrights e seus equivalentes em outros filmes defaroeste na TV nos dá uma idéia mais aprofundada dacultura americana pós-Segunda Guerra Mundial. Emboraas histórias-padrão do período pós-1945 ressaltemcom razão a Guerra da Coréia, o Vietnã, os programassociais da Grande Sociedade do presidente Lyndon B.Johnson e as vitórias do movimento pelos direitos civis,elas normalmente não conseguem captar outro avançoimportante: o surgimento de técnicas financeiras queajudavam a liberar e alavancar as já fortes energias criativase empresariais <strong>dos</strong> americanos. Mesmo nos anos 1960,normalmente vistos como um período de revolução social,algo que poderíamos chamar de os Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong> deBonanza estava em andamento. Eram os Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>da criação de novos negócios e do que chamamos agora decapital de risco.Iniciar uma nova empresa não passava pela cabeça damaioria <strong>dos</strong> americanos enquanto o país retornava à vidacivil após a Segunda Guerra Mundial. Uma das razõesera que isso parecia impossível devido à falta de acesso aocapital. Naquele tempo havia apenas três lugares onde sepodia encontrar dinheiro para o financiamento de novosplanos de negócios: o governo; as grandes empresas; outalvez, com alguma sorte, um banco. No início <strong>dos</strong> anos1950, o governo ocupava sem dúvida o primeiro lugar. Osgastos com defesa atingiam em média 11% do produtointerno bruto, cerca de três vezes a participação atual.De qualquer forma, o capital era algo que as pessoaseJournal USA 9