23.11.2012 Views

2 A história da Bíblia como história do livro - Maxwell - PUC-Rio

2 A história da Bíblia como história do livro - Maxwell - PUC-Rio

2 A história da Bíblia como história do livro - Maxwell - PUC-Rio

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

2. A história <strong>da</strong> Bíblia <strong>como</strong> história <strong>do</strong> <strong>livro</strong> 65<br />

Figura 28 . Detalhe de Bíblia latina impressa por Nicolas Jenson<br />

(1476). Nota-se a divisão em capítulos entre uma linha e outra. A<br />

tradição de marcar um novo capítulo por meio de uma rubrica na<br />

primeira letra ain<strong>da</strong> manti<strong>da</strong>, nesse caso, era feita posteriormente<br />

à mão.<br />

O perío<strong>do</strong> que sucedeu a reprodução impressa testemunhou<br />

também alguns <strong>do</strong>s mais importantes avanços gráficos<br />

no que se refere à hipertextuali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Bíblia Sagra<strong>da</strong>.<br />

Certamente, <strong>como</strong> já se mencionou, alguns desses avanços<br />

aconteceram devi<strong>do</strong> aos aprimoramentos trazi<strong>do</strong>s pela nova<br />

tecnologia. Mas, sem dúvi<strong>da</strong>, foi graças ao ímpeto acadêmico<br />

e às influências exegéticas que novos instrumentos surgiriam<br />

para formar definitivamente a imagem de Bíblia <strong>como</strong> a<br />

conhecemos hoje.<br />

A Reforma Protestante foi, nesse contexto, forte impulsiona<strong>do</strong>r<br />

<strong>da</strong>s transformações. Assim <strong>como</strong> o ocorri<strong>do</strong> a<br />

partir <strong>da</strong>s reformas acadêmicas <strong>do</strong>s séculos XII e XIII, o século<br />

XVI viu construir-se uma nova arena de debates que<br />

culminariam não só em novas formas de manusear a Bíblia<br />

<strong>como</strong> na sua configuração propriamente dita. Nesse senti<strong>do</strong>,<br />

Martinho Lutero, na sua tradução ao alemão, trazia não somente<br />

a Bíblia à língua vernácula, o que não chegava a ser<br />

o fator original em si, mas questionava a autori<strong>da</strong>de de alguns<br />

<strong>livro</strong>s, inclusive sua canonici<strong>da</strong>de, reconfiguran<strong>do</strong> a<br />

estrutura <strong>do</strong> Livro Sagra<strong>do</strong>.<br />

Unicamente devia ser valoriza<strong>do</strong> o que estava basea<strong>do</strong> na<br />

Escritura; mas dentre os numerosos e diversifica<strong>do</strong>s testemunhos<br />

<strong>da</strong> Bíblia, se devia escutar “aquilo que leva a<br />

Cristo”. A partir <strong>da</strong>í, pôde Lutero, no prefácio à primeira edição<br />

<strong>do</strong> Novo Testamento traduzi<strong>do</strong> para o alemão

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!