2 A história da BÃblia como história do livro - Maxwell - PUC-Rio
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2. A história <strong>da</strong> Bíblia <strong>como</strong> história <strong>do</strong> <strong>livro</strong> 44<br />
Não ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong>, até hoje, encontra<strong>do</strong>s vestígios de nenhum<br />
autógrafo <strong>do</strong>s <strong>livro</strong>s no NT, são de cópias posteriores<br />
<strong>do</strong>s textos nessa língua a que os pesquisa<strong>do</strong>res tiveram acesso.<br />
Esse idioma, entretanto, não perdurou sozinho por<br />
muito tempo entre os cristãos. Traduções em copta, latim<br />
arcaico, siríaco, armênio, etíope e árabe foram algumas <strong>da</strong>s<br />
realiza<strong>da</strong>s nos primórdios <strong>do</strong> Cristianismo. Isso atesta uma<br />
prática que seria somente mais tarde discuti<strong>da</strong> pela Igreja<br />
Oficial: a abertura <strong>da</strong> Bíblia à leitura comum. Ao contrário <strong>da</strong><br />
censura posterior imposta pela instituição, os primeiros cristãos<br />
divulgavam abertamente as páginas sagra<strong>da</strong>s, inclusive<br />
às comuni<strong>da</strong>des não-judias, numa prática expansionista que<br />
gerou <strong>como</strong> frutos o crescimento significativo <strong>da</strong> nova religião.<br />
Chirgwin, em seu <strong>livro</strong> The Bible in World Evangelism<br />
ressalta que:<br />
Parece incontestável que os prega<strong>do</strong>res e escritores cristãos<br />
<strong>da</strong> Igreja antiga constantemente usavam as Escrituras<br />
<strong>como</strong> meio de persuadirem não-cristãos a aceitarem a fé. A<br />
Bíblia era o instrumento regular de sua evangelização.<br />
(CHIRGWIN apud ZIMMER, 2006, p.120)<br />
Na ver<strong>da</strong>de, embora controlasse a leitura <strong>do</strong> Livro, a<br />
Igreja fez uso, durante vários séculos, <strong>da</strong>s diversas traduções<br />
disponíveis <strong>do</strong> texto sagra<strong>do</strong>. Somente durante a Contra-Reforma,<br />
no século XVI, que o Concílio de Trento decidiria<br />
por oficializar um único idioma, o latim, <strong>como</strong> a tradução<br />
oficial <strong>da</strong>s escrituras e uma versão específica, a Vulgata,<br />
<strong>como</strong> seu representante.<br />
A Bíblia Vulgata (vulgar, comum) foi uma tradução para<br />
o latim realiza<strong>da</strong> por São Jerônimo entre os séculos IV e<br />
V. Ela tinha por objetivo fornecer uma versão definitiva para<br />
o idioma comum de sua época em detrimento <strong>da</strong>s diversas<br />
traduções existentes até então. Ela se misturou, entretanto,<br />
durante to<strong>da</strong> a I<strong>da</strong>de Média, a outras versões latinas, assim<br />
<strong>como</strong> as versões nos demais idiomas. Desse mo<strong>do</strong>, os copistas<br />
tiveram à sua frente não somente o desafio de copiar<br />
textos na língua corrente <strong>como</strong> também em idiomas muito<br />
distantes de seus <strong>do</strong>mínios.<br />
O exemplo no quadro 1 mostra um <strong>do</strong>s erros muito<br />
comuns provoca<strong>do</strong>s pela não assimilação <strong>do</strong> idioma no<br />
momento <strong>da</strong> cópia que provocava falhas no senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> texto.<br />
Aqui a passagem <strong>da</strong> Carta de S.Paulo aos Romanos, no capítulo<br />
6, versículo 5, tem o seu senti<strong>do</strong> altera<strong>do</strong> pela confusão<br />
entre duas letras escritas em grego. Até hoje, muitas<br />
traduções bíblicas decidem por colocar as duas opções,<br />
sen<strong>do</strong> uma <strong>como</strong> alternativa.<br />
a termos e expressões muito característicos que são encontra<strong>do</strong>s<br />
na Bíblia.