2 A história da BÃblia como história do livro - Maxwell - PUC-Rio
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2. A história <strong>da</strong> Bíblia <strong>como</strong> história <strong>do</strong> <strong>livro</strong> 42<br />
2.4.1.<br />
A produção <strong>do</strong> <strong>livro</strong><br />
Quanto aos aspectos de produção gráfica, a história <strong>da</strong> Bíblia<br />
pode ser dividi<strong>da</strong> em duas etapas principais: a manuscrita<br />
e a impressa. A primeira toma <strong>como</strong> ponto de parti<strong>da</strong><br />
a oficialização <strong>do</strong> Cristianismo. Ain<strong>da</strong> que, <strong>como</strong> visto anteriormente,<br />
a história <strong>da</strong> Bíblia remonte a perío<strong>do</strong>s muito<br />
anteriores ao surgimento <strong>da</strong> religião, esse perío<strong>do</strong> compreende<br />
a Bíblia Cristã pre<strong>do</strong>minantemente no seu formato<br />
códice, onde os instrumentos e recursos de hipertextuali<strong>da</strong>de<br />
ganham impulsos significativos para o desenvolvimento<br />
desse trabalho.<br />
Quanto à produção impressa, são aponta<strong>do</strong>s os aspectos<br />
nos quais essa nova tecnologia impulsionou a elaboração<br />
de instrumentos e formatos que permitissem também<br />
a hipertextuali<strong>da</strong>de na Bíblia. Ain<strong>da</strong> que o estu<strong>do</strong> desse<br />
perío<strong>do</strong> seja um campo fértil quan<strong>do</strong> se trata <strong>da</strong>s relações<br />
<strong>do</strong> Livro com os usuários e o merca<strong>do</strong> editorial, o foco <strong>da</strong><br />
pesquisa está na estrutura gráfica quanto à apresentação<br />
<strong>do</strong>s instrumentos para essa forma de leitura específica.<br />
2.4.1.1.<br />
A Bíblia manuscrita<br />
Vimos anteriormente <strong>como</strong> os processos de transmissão <strong>da</strong><br />
Palavra de Deus interferiram no seu mo<strong>do</strong> de leitura. Agora,<br />
a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong> definitivamente no formato códice, a Bíblia encontraria<br />
outras a<strong>da</strong>ptações referentes, não somente à evolução<br />
tecnológica, mas ao mo<strong>do</strong> <strong>como</strong> a Igreja entendia sua importância.<br />
Durante <strong>do</strong>is terços de sua história no Cristianismo, a<br />
Bíblia Sagra<strong>da</strong> foi copia<strong>da</strong> à mão por dedica<strong>do</strong>s monges<br />
que tomavam para si a tarefa <strong>como</strong> um ato sagra<strong>do</strong>. Sacrifício<br />
(sacer “sagra<strong>do</strong>” + faere “ativi<strong>da</strong>de”) é, realmente, um<br />
termo apropria<strong>do</strong> para essa ativi<strong>da</strong>de. No entanto, apesar<br />
<strong>do</strong> extremo cui<strong>da</strong><strong>do</strong> com que esses copistas executavam<br />
sua ativi<strong>da</strong>de, erros na reprodução <strong>do</strong>s textos não eram<br />
incomuns. Algumas vezes, trabalhan<strong>do</strong> em regime de produção<br />
intensiva, deixavam inadverti<strong>da</strong>mente para trás palavras<br />
repeti<strong>da</strong>s, omiti<strong>da</strong>s ou substituí<strong>da</strong>s. Diringer (1982,<br />
p.213-214, tradução nossa) destaca algumas dessas características<br />
que influenciavam na dificul<strong>da</strong>de em manter a<br />
fideli<strong>da</strong>de <strong>do</strong> texto:<br />
Além de, nos primeiros momentos, as cópias serem feitas<br />
apressa<strong>da</strong>mente e sem oportuni<strong>da</strong>de de uma revisão acura<strong>da</strong>,<br />
os copistas eram freqüentemente meio educa<strong>do</strong>s,<br />
meio iletra<strong>do</strong>s.