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Ed. 101 - NewsLab

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Nobel de Medicina que descobriu relação entre HPV ecâncer é destaque de Simpósio de Patologia em SPCientista alemão Harald zur Hausen fala sobre a descobertado Papilomavírus Humano como fator causador de câncer de colo uterinoA descoberta de que o Papilomavírus Humano (HPV) pertenciaa um grupo um tanto heterogêneo de vírus que causa câncerresultou ao cientista alemão Harald zur Hausen, 74 anos, doCentro de Pesquisa em Câncer de Heidelberg, na Alemanha, oprêmio Nobel de Medicina de 2008. Hausen foi um dos destaquesdo III Encontro de Patologia Investigativa e XIII Jornada Internacionalde Patologia, promovido pelo Hospital A.C.Camargo,de São Paulo.O feito do cientista Harald zur Hausen, que resultou no prêmioNobel, começou a ser construído a partir da década de 1970 eculminou em 1983 com a identificação do HPV tipo 16 em biópsiasde mulheres com câncer do colo do útero. No ano seguinte foia vez de associar a doença também com o tipo 18. Os dois sãoencontrados em aproximadamente 70% das biópsias desse tipo decâncer em todo o mundo, o segundo mais comum em mulheres,atrás apenas do câncer de mama. As estimativas para o biênio2010/2011 apontam para 18 mil novos casos/ano no Brasil.Em seguida, identificou-se que outros tipos de câncer como osde boca e garganta também estavam ligados ao HPV. A partir daío mundo todo começou a estudar esta relação e concluiu-se quea incidência do vírus e, consequentemente, dos tumores, estavaligada à falta de higiene e condições básicas de saúde, além dadiversidade de parceiros e do sexo desprotegido. No início destadécada veio a primeira vacina, resultado de uma pesquisa demais de dez anos em que o A.C.Camargo foi um dos principaiscontribuintes.Como resultado do pioneirismo de zur Hausen, hoje sãoconhecidos 120 tipos de HPV, sendo os tipos 16 e 18 responsáveispor 7 entre 10 casos de câncer de colo do útero. Estãodisponíveis para uso clínico duas vacinas profiláticas, a bivalentee a quadrivalente. A primeira produz anticorpos contraos tipos 16 e 18 e são indicadas para mulheres de 10 a 25anos e a quadrivalente atua contra os tipos 6, 11, 16 e 18 eé indicada para mulheres de 9 a 26 anos. Estudos apontamque em 97% dos casos de carcinogênese em câncer de colouterino há presença de DNA do vírus HPV.De acordo com o diretor de Anatomia Patológica do HospitalA.C.Camargo e coordenador geral do evento, Fernando AugustoSoares, trata-se de um momento histórico para a patologia brasileira.“Esta realização é o maior esforço concentrado em patologiano país não havendo precedentes em ter tamanha abrangênciade convidados estrangeiros aliado ao conhecimento científico quetemos em nosso território”, destaca.O evento reuniu especialistas internacionais provenientes dosprincipais centros de pesquisa europeus e americanos como UniversityCollege of London, da Inglaterra; University of <strong>Ed</strong>inburgo,da Escócia; University of Toronto, do Canadá; M.D. AndersonCancer Center, CDC, University of Pittsburg, University of Virginia,The Darthmouth Hitchcock e Washington University dos EstadosUnidos; além de especialistas brasileiros do Instituto Ludwig, Incor,Universidade de São Paulo, universidades federais do Rio de Janeiroe Uberaba e Faculdade de Medicina de Botucatu.ABHH vai acelerar o projeto DiretrizesA Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia(ABHH), integrada por médicos de todo o País, vai acelerar aimplantação do projeto Diretrizes que tem por objetivo qualificara assistência médica, fornecendo um instrumento seguropara que o profissional de saúde embase suas decisões clínicas.A partir de agosto, a ABHH nomeará coordenadores paracada uma das 12 diretrizes a serem encaminhadas para aprovaçãojunto à Associação Médica Brasileira (AMB), segundoinformou o presidente da Associação, Dr. Carmino Antonio deSouza. O trabalho será desenvolvido ao longo de vários anos.Além das duas diretrizes já aprovadas pela AMB, uma sobretransplante de medula óssea, em colaboração com a SociedadeBrasileira de Transplante de Medula Óssea e outra na área dehemostasia e trombose, concluída com a participação de outrassociedades de especialidades, a ABHH vai iniciar os estudospara a elaboração das diretrizes nas seguintes áreas: anemiaaplásica, leucemia aguda, leucemia mielóide crônica, leucemialinfóide crônica, linfomas malignos, hemoglobinopatias, anemiascarenciais, hemofilias, doenças hemorrágicas, mielomamúltiplo e síndromes mielodisplásicas.“Vamos tratar do estado da arte, aquilo que os especialistasentendem como uma prática mínima de qualidade. Ninguémvai propor absolutamente nada que não seja factível e como máximo de provas cientificas”, explicou o Dr. Carmino deSouza, que prefere usar a palavra prova em vez de evidência.A proposta é desenvolver uma agenda plurianual, com aedição de vários números especiais da Revista Brasileira deHematologia e Hemoterapia, que é órgão científico oficial daABHH. As diretrizes chanceladas pela AMB são consideradaspelos médicos e entidades representativas como uma “bíblia”que, no entanto, deve ser revisada a cada três ou quatro anos,esclareceu o presidente da ABHH.14<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010

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