11.07.2015 Views

Ed. 101 - NewsLab

Ed. 101 - NewsLab

Ed. 101 - NewsLab

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

04 <strong>Ed</strong>itorial08 Índice12 Notícias46 Nossa Capa – Siemens: a mais completa solução para doenças infecciosas54 Perfil - Diagnóstika Patologia Cirúrgica e Citologia60 Informe de Mercado100 Panorama - Projeto Genoma Humano completa 10 anos104 Analogias em Medicina - Talharim IntrometidoLeia ainda na Roche News:Artigo Científico: Uma nova era se inicia: desmistificarque todos os tipos de HPV são iguaisEntrevista: Dr. Charlles Heldan de Moura Castro,Assistente Doutor da Disciplina de Reumatologiada Unifesp-Escola Paulista de Medicina106 Infeções Urinárias de Origem Bacteriana em Pacientes Atendidos emLaboratórios de Análises Clínicas de Presidente Olegário. Mg - Cyntia Araújode Queiroz, Vanessa Pereira Tolentino Felício114 Avaliação da Atividade Enzimática de Gama-Glutamil-Transferase em Ex-Dependentes do Etanol - José Ricardo dos Santos Vieira, Ana Maria G. Reis,André Victor Sena Silva, Marcelo T. Saito Ito, Patrícia S.F. Jaime120 Associação entre Estresse, Cortisol e HIV/AIDS - Carolina Augusto Venker,Caroline Peres Klein, Gabriela Pessin Meyer, Gustavo Müller Lara128 Distrofia Muscular de Duchenne: Diagnóstico e Tratamento - Danilo MartinsBorges, Suélen Rodrigues de Moraes, Cátia Rezende136 Estudo Parasitológico de Exames Coprológicos no Hospital Municipal dePiracanjuba. GO - Lílian Carla Carneiro, Franciane Almeida Souza144 Avaliação dos Níveis Séricos de psa Total e psa Livre em uma Amostrada População de Novo Hamburgo, rs - Daiane Laux Conte, Mara Sarquiz,Gustavo Muller Lara, Rejane Giacomelli Tavares156 Novas Perspectivas Laboratoriais para a Detecção da Lesão Renal - ElizandraLeal Steffen, Caio Fernando de Oliveira, Luziane Potrich Bellé, Renata da SilvaPereira, Sílvia Juliane Piva, Vanessa Oliveira Domingues, Rafael Noal Moresco,Maria Beatriz Moretto172 Epidemiologia do Papilomavírus Humano (HPV) em Adolescentes. RevisãoBibliográfica - Elionôra de J. C. Jansen de Mello, Dulcelena F. Silva, LucianeMaria O. Brito, Walder Jansen de M. Lobão, Marcos Davi G. de Sousa, Maria doDesterro S. B. Nascimento202 Estudo da Incidência do Gênero Candida em Hospital Público Universitário -Gilberto Costa Valle, José Carlos Rende, Mônica Hitomi Okura226 Agenda228 Biblioteca <strong>NewsLab</strong>230 Classificados234 Endereços dos AnunciantesA sua opinião é muito importante para nós. Por isso, criamos vários canais decomunicação para o nosso leitor.Escolha o que for melhor para você.Mande sua carta para nossa redação, no seguinte endereço:Av. Paulista, 2073. <strong>Ed</strong>ifício Horsa I. Conjunto 2.315 - Cep: 01311-300. São Paulo. SPFones: (11) 3171-2190 / 3171-2191 / 3171-2192Envie sua mensagem pelo e-mail: redacao@newslab.com.br.Navegue também em nossa home page: www.newslab.com.br


Tuberculose: 42 municípios de São Paulo atingem metas no controle da doença no PaísMinistério da Saúde entrega certificação a gestores que alcançaram melhora nosindicadores da doença, como ampliação de tratamento e de percentual de curaO Estado de São Paulo e 42 municípios prioritários parao controle da tuberculose foram certificados pelo Ministérioda Saúde por terem alcançado metas importantes nocontrole da doença. O Distrito Federal e o município deJoinvile (SC) se destacaram por atingir todas as metas.A certificação foi entregue pelo Programa Nacional deControle da Tuberculose (PNCT), do Ministério da Saúde,para os gestores que tiveram melhora nos indicadoresde controle da doença, que ainda produz mais de 70 milcasos novos por ano no Brasil. No total, quinze estados,o Distrito Federal e 114 municípios prioritários foramhomenageados.Para o coordenador do PNCT, Draurio Barreira, o comprometimentodesses municípios e estados com a ampliação daoferta de diagnóstico, a garantia do tratamento com a duraçãoadequada e sem abandono, o aumento do percentual de curasão essenciais para o controle da doença no país.A avaliação dos concorrentes foi feita com base em seiscritérios epidemiológicos, sendo que três deles referentes aoano de 2007 e outros três de 2008. Do ano de 2007 foramselecionados os indicadores de percentual de cura acima,abandono do tratamento e informações sobre o enceramentode casos.Do banco de dados de 2008 foram consideradas as informaçõessobre a realização de testes de HIV em pacientescom tuberculose e percentual de pessoas que tiveram de sesubmeter a um novo tratamento da doença e que realizaramo exame de cultura, que permite o diagnóstico de bacilos resistentesaos medicamentos. Além desses, também foi consideradoo percentual de cobertura do Tratamento DiretamenteObservado (TDO), medida que estimula o acompanhamentodo paciente por um profissional de saúde, familiar ou amigodurante os seis meses em que ele precisa tomar diariamentea medicação contra a tuberculose.Norte ganha primeiro Banco Público de Sangue de CordãoUnidade da Amazônia, a nona do país, aumenta chance de transplante ediversifica perfil genético da Rede BrasilCordFoi inaugurada em Belém (PA) a nona unidade da Rede deBancos Públicos de Sangue de Cordão Umbilical (Rede Brasil-Cord). A ampliação da rede no país tem entre seus principaisobjetivos aumentar as chances de realização de transplantesde medula óssea. Nesse contexto, é fundamental a inauguraçãode um Banco Público de Sangue no Norte do Brasil, ondeparte expressiva da população tem miscigenação indígena.O investimento médio no banco de sangue de Belém foide R$ 3,5 milhões e a nova unidade tem capacidade paraaté 3.600 bolsas de sangue de cordão. Como os demais,o novo banco foi viabilizado com recursos da ordem de R$31,5 milhões obtidos por convênio com o Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em 2008. AFundação do Câncer administra financeiramente o projeto,que é implementado em parceria com o Instituto Nacionalde Câncer (INCA).A Rede BrasilCord hoje é abastecida com material genéticodas populações das mais diversas regiões do país e ameta é atingir, até 2011, 13 bancos no país. “A intensa miscigenaçãoétnica da população brasileira dificulta a localizaçãonos registros de doadores voluntários existentes”, afirma LuísFernando Bouzas, diretor do Centro de Transplante de MedulaÓssea do INCA e coordenador da Rede BrasilCord. “Outro benefício,é levar desenvolvimento tecnológico, servindo de basepara novos centros realizarem transplantes”, afirma Bouzas.A inovação tecnológica na região norte também é ressaltadapor Luiz Antonio Santini, diretor-geral do INCA. “É umincremento para a infraestrutura local em pesquisa, além deenriquecer a rede com informações genéticas característicasdessa região do país”, observa Santini.Criada pelo Ministério da Saúde em 2004, a Rede BrasilCordprevê ainda a inauguração de bancos no Rio Grandedo Sul, em Pernambuco e em Minas Gerais. A expectativa éarmazenar, nos próximos anos, 65 mil unidades de sanguede cordões umbilicais – quantidade considerada ideal paraa demanda de transplantes no país, somada à colaboraçãodos doadores voluntários de medula. “A expansão da RedeBrasilCord amplia a capacidade de se encontrar doadoresnão-aparentados para transplantes”, diz o superintendenteda Fundação do Câncer, Jorge Alexandre dos Santos Cruz.12<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Nobel de Medicina que descobriu relação entre HPV ecâncer é destaque de Simpósio de Patologia em SPCientista alemão Harald zur Hausen fala sobre a descobertado Papilomavírus Humano como fator causador de câncer de colo uterinoA descoberta de que o Papilomavírus Humano (HPV) pertenciaa um grupo um tanto heterogêneo de vírus que causa câncerresultou ao cientista alemão Harald zur Hausen, 74 anos, doCentro de Pesquisa em Câncer de Heidelberg, na Alemanha, oprêmio Nobel de Medicina de 2008. Hausen foi um dos destaquesdo III Encontro de Patologia Investigativa e XIII Jornada Internacionalde Patologia, promovido pelo Hospital A.C.Camargo,de São Paulo.O feito do cientista Harald zur Hausen, que resultou no prêmioNobel, começou a ser construído a partir da década de 1970 eculminou em 1983 com a identificação do HPV tipo 16 em biópsiasde mulheres com câncer do colo do útero. No ano seguinte foia vez de associar a doença também com o tipo 18. Os dois sãoencontrados em aproximadamente 70% das biópsias desse tipo decâncer em todo o mundo, o segundo mais comum em mulheres,atrás apenas do câncer de mama. As estimativas para o biênio2010/2011 apontam para 18 mil novos casos/ano no Brasil.Em seguida, identificou-se que outros tipos de câncer como osde boca e garganta também estavam ligados ao HPV. A partir daío mundo todo começou a estudar esta relação e concluiu-se quea incidência do vírus e, consequentemente, dos tumores, estavaligada à falta de higiene e condições básicas de saúde, além dadiversidade de parceiros e do sexo desprotegido. No início destadécada veio a primeira vacina, resultado de uma pesquisa demais de dez anos em que o A.C.Camargo foi um dos principaiscontribuintes.Como resultado do pioneirismo de zur Hausen, hoje sãoconhecidos 120 tipos de HPV, sendo os tipos 16 e 18 responsáveispor 7 entre 10 casos de câncer de colo do útero. Estãodisponíveis para uso clínico duas vacinas profiláticas, a bivalentee a quadrivalente. A primeira produz anticorpos contraos tipos 16 e 18 e são indicadas para mulheres de 10 a 25anos e a quadrivalente atua contra os tipos 6, 11, 16 e 18 eé indicada para mulheres de 9 a 26 anos. Estudos apontamque em 97% dos casos de carcinogênese em câncer de colouterino há presença de DNA do vírus HPV.De acordo com o diretor de Anatomia Patológica do HospitalA.C.Camargo e coordenador geral do evento, Fernando AugustoSoares, trata-se de um momento histórico para a patologia brasileira.“Esta realização é o maior esforço concentrado em patologiano país não havendo precedentes em ter tamanha abrangênciade convidados estrangeiros aliado ao conhecimento científico quetemos em nosso território”, destaca.O evento reuniu especialistas internacionais provenientes dosprincipais centros de pesquisa europeus e americanos como UniversityCollege of London, da Inglaterra; University of <strong>Ed</strong>inburgo,da Escócia; University of Toronto, do Canadá; M.D. AndersonCancer Center, CDC, University of Pittsburg, University of Virginia,The Darthmouth Hitchcock e Washington University dos EstadosUnidos; além de especialistas brasileiros do Instituto Ludwig, Incor,Universidade de São Paulo, universidades federais do Rio de Janeiroe Uberaba e Faculdade de Medicina de Botucatu.ABHH vai acelerar o projeto DiretrizesA Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia(ABHH), integrada por médicos de todo o País, vai acelerar aimplantação do projeto Diretrizes que tem por objetivo qualificara assistência médica, fornecendo um instrumento seguropara que o profissional de saúde embase suas decisões clínicas.A partir de agosto, a ABHH nomeará coordenadores paracada uma das 12 diretrizes a serem encaminhadas para aprovaçãojunto à Associação Médica Brasileira (AMB), segundoinformou o presidente da Associação, Dr. Carmino Antonio deSouza. O trabalho será desenvolvido ao longo de vários anos.Além das duas diretrizes já aprovadas pela AMB, uma sobretransplante de medula óssea, em colaboração com a SociedadeBrasileira de Transplante de Medula Óssea e outra na área dehemostasia e trombose, concluída com a participação de outrassociedades de especialidades, a ABHH vai iniciar os estudospara a elaboração das diretrizes nas seguintes áreas: anemiaaplásica, leucemia aguda, leucemia mielóide crônica, leucemialinfóide crônica, linfomas malignos, hemoglobinopatias, anemiascarenciais, hemofilias, doenças hemorrágicas, mielomamúltiplo e síndromes mielodisplásicas.“Vamos tratar do estado da arte, aquilo que os especialistasentendem como uma prática mínima de qualidade. Ninguémvai propor absolutamente nada que não seja factível e como máximo de provas cientificas”, explicou o Dr. Carmino deSouza, que prefere usar a palavra prova em vez de evidência.A proposta é desenvolver uma agenda plurianual, com aedição de vários números especiais da Revista Brasileira deHematologia e Hemoterapia, que é órgão científico oficial daABHH. As diretrizes chanceladas pela AMB são consideradaspelos médicos e entidades representativas como uma “bíblia”que, no entanto, deve ser revisada a cada três ou quatro anos,esclareceu o presidente da ABHH.14<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Pesquisa mostra aumento de 50% no número de pacientes com câncercolorretal que realizam testes com biomarcadoresIndicador demonstra que mais especialistas estão optando porterapias personalizadas para aumentar a eficácia dos tratamentosA Merck Serono, uma divisão daMerck KGaA, divulgou na 12ª ediçãodo Congresso Mundial de CâncerGastrointestinal (World Congress onGastrointestinal Cancer - WCGIC), osnovos resultados de uma pesquisa globalapontando que 66% dos pacientescom câncer colorretal metastático (quese espalha para outras partes do corpo)estão realizando o teste do gene KRASpara determinar qual o tratamentomais adequado para sua doença. Empacientes com o gene KRAS não mutadopodem ser empregadas terapias personalizadas,como o uso de medicamentoscomo o Cetuximabe.“Isto demonstra um aumento de50% nos níveis de testes para KRASem apenas um ano”, afirma o professorFortunato Ciardiello, pesquisador chefee professor de Oncologia na SegundaUniversidade de Nápoles na Itália. Osnúmeros indicam que os médicos emtodo o mundo estão se tornando cada vezmais conscientes de que realizar o testede avaliação do gene KRAS lhes permiteoferecer a cada paciente o tratamentopersonalizado, com maior possibilidadede melhora nos resultados.“O teste de KRAS é uma ferramentaessencial que permite aos médicos identificarexatamente quais tratamentos sãomais adequados para esses pacientes”,reforça o professor Ciardiello. “Essa pesquisamostra que cada vez mais médicosestão convencidos da importância dasevidências estatísticas e estão realizandotestes KRAS como procedimento padrão.Dessa forma, eles podem garantir queseus pacientes recebam tratamentopersonalizado, aumentando as chancesde resposta e principalmente de cura”,completa o especialista.A pesquisa (que aponta os númerosmais recentes de uma avaliação anual deconhecimento e uso do teste por parte demédicos na Europa, Ásia e América Latina)demonstra um grande aumento nonúmero de médicos que agora avaliam ogene KRAS como parte dos procedimentospadrão de diagnóstico para câncercolorretal. No início de 2009, menos deum ano após a divulgação de evidênciascomprovando a eficácia de Cetuximabeno tratamento de pacientes com câncercolorretal em tumores com o gene KRASdo tipo não mutado, 33% dos médicosna Europa já usavam o teste como rotinapara determinar esse diagnóstico. Até2010, esse número saltou para 73%, umenorme contraste em relação à pequenaporcentagem de pacientes submetidos aesse teste em 2008.“Essas descobertas são muito positivase demonstram que, em apenasdois anos, houve uma revolução notratamento do câncer colorretal, comgrande benefício para os pacientes,”afirmou o Dr. Wolfgang Wein, Vice PresidenteExecutivo da área de Oncologiada Merck Serono. “O teste de avaliaçãodo KRAS permitiu que os pacientes recebamtratamento personalizado, como oCetuximabe, que dá retornos no combatea sua doença específica e lhes proporcionauma maior chance de resposta aotratamento, com mais anos de vida”,completa o Dr. Wein.Importações no setor de diagnóstico in vitro tiveramincremento de 40% de janeiro a maio deste anoNo mesmo período, 3.898 novos postos de trabalho foram criadosMantendo uma tendência que jáera visível desde o início deste ano,o volume de importações do setor dediagnóstico in vitro – kits, reagentes emeios de cultura – teve um incrementode 40% no período de janeiro a maio,se comparado ao mesmo período doano passado.De acordo com Carlos Gouvêa,secretário-executivo da Câmara Brasileirade Diagnóstico Laboratorial(CBDL), entidade que representa maisde 40 empresas deste segmento, ocâmbio favoreceu as importações dosetor de materiais e equipamentos paramedicina e diagnóstico, que tiveramum incremento de 27%, em geral,nos meses de janeiro a maio de 2010em relação ao mesmo período do anopassado. “Deste total, o destaque foi onosso setor”, ressalta.Ele acrescenta que “um maiorinvestimento no setor de saúde e oaumento da conscientização para odiagnóstico precoce são fatores quetêm contribuído constantementenos últimos anos para o aumento domercado”.O dirigente chama a atenção aindapara outro dado importante. “3.898novos postos de trabalho foram geradosnos primeiros cinco meses de 2010 nasatividades industriais e comerciais dosetor de materiais e equipamentos paramedicina e diagnóstico. Só no mês demaio, foram 862 novos postos. É umcrescimento de 7,4% em relação aonível de emprego existente no mesmomês de 2009”, conclui Carlos Gouvêa.16<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Trabalho identifica micobactérias não causadoras de tuberculoseO pesquisador do Centro de ReferênciaProfessor Hélio Fraga da EscolaNacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz)e doutor em genética Jesus PaisRamos acaba de apresentar resultadospreliminares de um estudo que identificaas micobactérias não causadorasde tuberculose por meio de diferentesmarcadores moleculares.De acordo com o pesquisador, oscasos de surtos oriundos de infecçõescausadas por micobactérias têm aumentadoa importância do estudo desses microrganismos,pois têm sido constatadosem diversas regiões brasileiras desde1998. Segundo a Agência Nacional deVigilância Sanitária (Anvisa), entre osmeses de janeiro de 2003 e fevereiro de2009 ocorreram 2.128 casos de infecçõesem hospitais públicos, privados, clínicasde cirurgia plástica, oftalmológica, acupuntura,estética e, recentemente, emunidade de vacinação.A identificação no nível de espécie deisolados MNT clínicos está se tornandocada vez mais importante em função dasdiferenças na sensibilidade a drogas antimicrobianas,que determina diferentesopções de tratamento. Sendo assim, aidentificação da maioria dos isolados micobacterianosao nível de espécie, e nãoapenas como grupo, como M. chelonae/abscessus do grupo é recomendado.Segundo Jesus, a identificação ocorrepor métodos fenotípicos e moleculares. Aidentificação por de métodos fenotípicosse baseia em características tais comovelocidade de crescimento, produção depigmento, temperatura de incubação,crescimento em meio de cultura específicoe com agentes inibidores e testesbioquímicos. Porém, esses métodosdemandam um gasto considerável detempo e, muitas vezes, fornecem resultadosinconclusivos.O pesquisador enfatiza que a utilizaçãode alguns métodos moleculares, como oPRA (PCR-Restriction Enzyme Analysis), jáé utilizado há muito tempo pelo Laboratóriode Bacteriologia do Hélio Fraga, sendoutilizado como uma ferramenta complementarna identificação em micobactérias.Porém, em alguns casos, o PRA tambémnão permite uma identificação precisa nonível de espécie. Em função desse fator,outras ferramentas moleculares, como osequenciamento de diferentes alvos genéticos,são necessárias para a identificaçãoprecisa no nível de espécie.Ao longo dos anos, vários artigos propõemo uso do sequenciamento de diferentesalvos na identificação de micobactérias,e alguns laboratórios já o utilizam comométodo de identificação. Porém, poucospesquisadores têm realizado estudos comparandodiferentes alvos genéticos.Jesus conclui afirmando que o projetodesenvolvido no Hélio Fraga propõe a análisee comparação das diferentes sequênciasproduzidas através da amplificação dasregiões ITS, rpoB, hsp65 e 16S, apenasem amostras de micobactérias onde aanálise por meio do PRA ou da metodologiatradicional baseada em métodos fenotípicostenha sido inconclusiva e levantamento demicobactérias não causadoras de tuberculose,cujo ADN se encontra armazenado noCentro de Referência.Os resultados preliminares apresentadosa partir do sequenciamento do genehsp65 foram os seguintes: das amostrasanalisadas, 48,84% apresentaram identificaçãoinequívoca. E cerca de 80% delasapresentaram 100% de identidade comuma única espécie. Foi detectado que6,98% das amostras não são micobactérias,e 44,19% apresentaram resultadosinconclusivos no nível de espécie.As micobactérias não causadoras detuberculose (MNT) podem causar infecçõessintomáticas, cujas manifestaçõesclínicas são pulmonares, linfáticas, napele ou disseminadas pelo corpo, sendoM. avium a espécie de bactéria oportunistamais encontrada em pacientes comHIV. A doença pulmonar crônica é a formamais comum pela qual se apresentaminfecções ocasionadas por espécies nãotuberculosas. Nesses casos, os pacientessão adultos com sintomas variáveis comotosse, falta de ar e cansaço.A expressão MNT é a mais comumenteutilizada para referir-se às espéciesdo gênero Mycobacterium, com exceçãoM. tuberculosis e M. leprae. As MNTse encontram no meio ambiente, tendosido isoladas nos animais, solo, água einstrumentos cirúrgicos.DUQ Consultoria: soluções sob medida em assuntos regulatóriosA DUQ Consultoria, empresa especializadaem Registro de Produtos,oferece soluções sob medida para asmais diversas necessidades dos departamentosde assuntos regulatóriosde empresas do mercado diagnóstico.Dentre os serviços oferecidos, estãoa revisão e/ou protocolização de processosde registros.“Várias empresas já têm seuspróprios departamentos de AssuntosRegulatórios, porém muitas trabalhamcom reduzido número de pessoal eàs vezes o volume de trabalho nãopermite uma revisão detalhada do trabalhorealizado. Um serviço deste tipopode detectar nos processos pontosque seriam questionados pela Anvisa,os quais retardariam a obtenção doregistro”, diz Mônica Duque, da DUQConsultoria.Na revisão do processo, toda informaçãolegal e técnica é checada e,se necessário, um relatório é enviadoao cliente.Quando o processo é finalizado, omesmo pode ser protocolizado pelaDUQ Consultoria, que se encarregará deseu envio à Brasília e do fornecimentodo comprovante de protocolo.: (11) 3258-7339: atendimento@duq-consultoria.com.br22<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


São Paulo recebe 1º Simpósio Internacional sobre pré-eclampsia,principal causa de nascimentos prematuros no BrasilDoença que acomete 5% das gestações é responsável por três mortes diárias,segundo dados do Sistema Único de SaúdeFoi realizado em São Paulo o 1º Simpósio Internacionalde Pré-Eclampsia, organizado pela Sociedade Internacionalpara Estudo da Hipertensão na Gravidez. No evento, médicosespecialistas em ginecologia e obstetrícia se reuniram paraapresentações e debates sobre novidades no diagnóstico e tratamentoda doença, que acomete cerca de 5% das gestaçõese é a principal causa de nascimentos prematuros no Brasil.A pré-eclampsia é uma doença grave, caracterizada porpressão alta e proteinúria, que apresenta sérios riscos paraa mãe e o bebê. Nas gestantes, a doença pode provocarcomplicações como falência renal, convulsões, insuficiênciahepática e acidente vascular cerebral. Para o feto, pode resultarem restrição de crescimento, parto prematuro e lesãoneurológica por hipoxia (baixo teor de oxigênio). Segundodados do Sistema Único de Saúde, a doença é responsávelpor três mortes diárias no Brasil.Além da alta incidência, a pré-eclampsia se desenvolvesem sintomas aparentes, o que dificulta o diagnóstico clínico,como explica o professor do departamento de obstetrícia daUnifesp, Nelson Sass, que preside o comitê organizador doevento. “Essa é uma doença crônica, silenciosa, que causaa insuficiência de múltiplos órgãos”, comenta. “Os sintomasafloram em geral apenas a partir da 20ª semana de gestação.Por isso ela é preocupante, por ser silenciosa e não existiração de cura”.Segundo o especialista, é importante detectar a préeclampsiana fase precoce, para iniciar intervenções voltadasà redução de danos. Nesse sentido, os testes diagnósticosElecsys PIGF e sFtl-1, desenvolvidos pela Roche, ajudama identificar gestações de risco. Por meio de amostras desangue, os exames identificam problemas no processo deformação e desenvolvimento da placenta antes mesmo dosprimeiros sinais físicos da doença.O evento aconteceu nos dias 16 e 17 de julho no HotelHilton São Paulo Morumbi, com apoio da Roche, da Associaçãode Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo,da Preeclampsia Foundation e do São Paulo Convention &Visitors Bureau.Congresso destaca os avanços da biologia celular e sua aplicação na saúdeEspecialistas brasileiros e internacionais mostram o que já existe deconcreto e as perspectivas proporcionadas pelas pesquisasEm julho passado, a cidade de São Paulo sediou o XV Congressoda Sociedade Brasileira de Biologia Celular, que discutiuos principais avanços obtidos pelas pesquisas na área e a suaaplicação no campo da saúde.Aproximadamente mil pessoas, entre estudantes, cientistase profissionais das áreas biológicas e de saúde participaramdo evento. A principal característica dos debates foia interdisciplinaridade e a interação entre a Ciência Básica eAplicada, especialmente nos casos de câncer, morfogênese,neurociências e terapias moleculares entre outros. O binômiopesquisa-terapêutica no uso de células-tronco em inúmerasdoenças também foi amplamente debatido.“Um evento desse porte proporciona uma intensa trocade experiências científicas, que contribui para a solidificaçãodo avanço da biologia celular. Com o desenvolvimento destaárea entenderemos com detalhes o funcionamento das célulase como poderemos interferir nas alterações que são responsáveispelas mais diversas doenças”, explica Vilma Martins,presidente da SBBC.A palestra de abertura do Congresso contou com a participaçãodo pesquisador Don Cleveland, do Instituto Ludwigde Pesquisa sobre Câncer (San Diego, Estados Unidos) e Prof.da Universidade da Califórnia, que falou sobre “Protegendo ogenoma: centrômeros, aneuploidia e tumorigênese”.O Diretor de Pesquisa do Instituto Sírio-Libanês de Ensino ePesquisa (IEP), Luiz Fernando Lima Reis, que integra o comitêcientífico do evento, foi o presidente do fórum “Ciência forada Academia”. Em sua palestra, abordou os investimentosfeitos pelos hospitais para a criação de centros de pesquisa.“Queremos fazer parte de atividades científicas promovidaspor entidades renomadas e, cada vez mais, apresentar oHospital como um importante pólo de pesquisa e geração deconhecimento”, explica Luiz Fernando.Sobre a SBBC - Fundada em 1978, a Sociedade Brasileirade Biologia Celular (SBBC) tem a missão de divulgar o estudoda célula em suas mais diversas possibilidades. A Sociedadeé aberta à participação de todos os interessados em estudosna área de biologia celular ou empresas que comercializemequipamentos para este fim.24<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Sociedade Brasileira de Patologia se posicionaSobre erros em diagnósticos de câncer de mamaPara comemorar o dia do Patologista (5 de agosto), Classe se unepara falar sobre diagnóstico precoce de câncer de mamaA Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) vem a públicoesclarecer sobre as informações que vem sendo publicadasna imprensa sobre erros nos laudos utilizados para prevençãode câncer de mama. O caso repercutido acerca de umapaciente diagnosticada erroneamente, nos EUA, com um tipode câncer de mama – o carcinoma ductal in situ, reacendeua polêmica sobre os exames preventivos.“Estima-se que este ano teremos cerca de 50 milnovos casos de câncer de mama”, segundo o INCA. “Emexames rotineiros, principalmente depois dos 40 anos,ou quando existe a suspeita de um problema mamário, omédico pode solicitar à paciente um exame em que serãoextraídos pequenos fragmentos dos tecidos mamáriospara serem estudados por um patologista e, assim, serádado o laudo e diagnóstico sobre o material, seja umtumor benigno ou maligno”, explica o presidente do SBP,Carlos Renato Melo.O que pode acontecer em vários estados do Brasil e domundo é a coleta inapropriada de material. “Em algumassituações a agulha utilizada pelo radiologista para colhermaterial não chega ao centro da lesão, com isso a análisepelo patologista do tecido coletado pode ficar prejudicada.Temos também casos em que a análise de tecidos chega aser realizada por profissionais não médicos. Em defesa de umdiagnóstico seguro para a população, a SBP atuou em 2009para alterações no texto do Ato Médico. Nosso objetivo foigarantir segurança dos pacientes deixando explícito no textodo Projeto de Lei que a análise e emissão dos diagnósticosanatomopatológicos e citopatológicos é atividade privativados médicos. Assim, diminuímos ainda mais o risco de laudosincorretos”, ressalta Carlos Renato.A SBP tem se mobilizado para que os próprios médicoscompreendam a necessidade do exame ser realizado porum médico patologista.I Simpósio de Doenças da Tireoide do Hospital do Coração apresentanovidades em tratamento e diagnóstico para o câncer da tireoideO HCor – Hospital do Coração, emSão Paulo, promoveu em julho o I Simpósiode Doenças da Tireoide com oobjetivo de apresentar as novidades emdiagnóstico, tratamento e indicações deradiodoterapia para o câncer da tireoide.Durante o simpósio foram discutidostemas importantes como repercussõescardiovasculares, ginecológicas e obstétricasdas disfunções tireoideanas,avaliação do nódulo tireoideano, controvérsiasno tratamento do pescoço,tratamento do carcinoma medular detireoide, entre outros assuntos.Um dos temas principais abordadodurante o simpósio pela especialistaem anatomia patológica do HCor, Dra.Fernanda Cavalcanti, foi um exame modernoe específico que pode contribuirpara determinar se um nódulo é malignoou benigno: a imuno-histoquímica. Esseexame é feito de rotina pelo laboratórioCICAP – um dos mais renomados do país– e responsável por todas as análises debiópsias e punções feitas no HCor.A endocrinologista do HCor, Dra.Regeane Trabulsi, abordou o que fazerna presença de um nódulo na tireoide,bem como toda a sequência de examescomo a ultrassonografia, a punção,entre outros.Segundo o Dr. Fábio Roberto Pinto,especialista do Serviço de Cirurgia deCabeça e Pescoço do HCor, o câncerde tireoide pode se espalhar para osgânglios do pescoço - as chamadasmetástases. “Quando não há evidênciasde metástases nos gânglios do pescoçochamamos o pescoço de negativo. Porém,em muitos casos de pescoço negativohá metástases ocultas. Trabalhosjaponeses mostram mais de 50% demetástases ocultas em pescoço negativo,por isso, durante a apresentaçãofoi explicado se é importante a retiradados gânglios mesmo sem evidência demetástases”, explica o Dr. Fábio Pinto.Para encerrar o simpósio, o Dr.Fábio de Aquino Capelli falou do carcinomamedular, um tipo mais gravede câncer de tireoide, o qual às vezesé herdado geneticamente. Em algunscasos, se for diagnosticada a mutaçãogenética específica do carcinoma medularno recém-nascido, é indicada aretirada da tireoide da criança, mesmona ausência de anormalidades, pois sea criança possui a mutação genéticairá certamente desenvolver o câncerainda jovem.28<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


SP quer eliminar infecção de mãe para filho por HIV até 2012Incidência de transmissão vertical despencou 90% desde 2000 no EstadoO estado de São Paulo quer eliminara transmissão vertical (mãe para filho) dovírus da Aids até 2012. Para isso apostano reforço das estratégias de diagnóstico eprofilaxia das gestantes na rede de saúdepaulista.Estudo realizado pelo Centro deReferência e Treinamento em DST/Aids, órgão da Secretaria de Estado daSaúde, em parceria com pesquisadoresda Califórnia e do Ceará, aponta que ocoeficiente de incidência da doença emcrianças menores de cinco anos caiu90,6% desde 2000.Os resultados do estudo foram apresentadosna última semana durante aConferência Internacional de Aids, emViena, juntamente com outros 25 trabalhosproduzidos pelo CRT/DST-Aids eaprovados para o evento. O número deestudos paulistas aprovados é recorde etriplicou em relação à última conferência,realizada em 2008.Sob o ponto de vista epidemiológico,a eliminação da transmissão verticalocorre quando há até duas criançassoropositivas em cada 100 gestantesinfectadas pelo HIV. A expectativa é deque isso ocorra nos próximos dois anos.Segundo a pediatra Luiza Matida,do CRT, a redução de 90% desde 2000é fruto da adoção de estratégias maiseficientes de diagnóstico e controle. “Emrelação às metas pactuadas, pode-se afirmarque a eliminação da TV do HIV seráalcançada. Entretanto, deve-se atentarpara a manutenção de ações de vigilânciae atenção integral, principalmente emcenários com desigualdades sociais”, diz.São Paulo foi pioneiro Estado a adotarmedidas preventivas da transmissão vertical(TV) do HIV, a partir de meados dosanos 1990. Consequentemente, a infecçãopor HIV em crianças vem se tornandoum evento cada vez menos frequente.APM promove simpósio sobre câncer demama e biologia molecularEntre 5% a 10% das portadoras dadoença podem ter mutação genéticaA Associação Paulista de Medicinapromoveu um encontro voltadoaos médicos mastologistas sobreo tratamento do câncer de mama,palestrado pelo vice-presidente daSociedade Brasileira de Mastologia,dr. César Cabello e tendo como coresponsávelo dr. Renato Torresan. Oevento trouxe recentes estudos querelacionam a Biologia Molecular e agenética à prevenção do câncer demama. Segundo o coordenador doevento e presidente da SociedadeBrasileira de Mastologia dr. Ivo Carelli,o objetivo do encontro é atualizar osmédicos e trocar experiências.Isso porque estes estudos têmauxiliado na prevenção primáriado câncer de mama. “O objetivo ésempre fazer uma atualização paraesses grupos de colegas que tratamdessa doença, para torná-los constantementeatualizados. Essa é umadas metas da Sociedade Brasileira deMastologia”, afirma dr. Ivo.Segundo ele, o estudo da BiologiaMolecular e Genética relacionadaà doença surgiu no momento quemédicos conseguiram identificar ocaráter do tumor por meio das interaçõesentre sistemas moleculares.Há alterações nos genes capazes deaumentar de forma significativa orisco da mulher desenvolver câncerde mama ao longo da vida (50-80%).“Constatou-se que de 5% a 10%das portadoras da doença podemter mutação genética. Assim, emuma família com alta incidência decâncer, pode-se verificar se umafilha ou irmã, por exemplo, tambémpossuem mutação, aumentando ocerco à doença por meio de medidaspreventivas. Ou seja, a genética selecionaa predisposição e o tipo decâncer e a biologia molecular detectacomo vai evoluir uma paciente e osriscos”, explica o especialista.No Brasil a pesquisa de alteraçõesgenéticas em pacientes de alto riscoainda é rara e de difícil acesso àmaioria das pacientes. As instituiçõespúblicas, em geral, não disponibilizamesse exame devido ao seu alto custo.SP desenvolve método inéditoa base de células-tronco paratratar deficiência visualO Instituto Butantan acaba de desenvolverum novo tratamento para pacientes que perderama visão devido a lesões na córnea. Atécnica utiliza células-tronco retiradas da polpade dentes de leite e, a partir de setembro,começam a ser testadas em humanos, emparceria com o Instituto da Visão da Unifesp.O procedimento é indicado para pacientesque apresentam problemas no mecanismo deação das células límbicas, situadas ao redordas córneas e responsáveis pela regeneração.Com isso, a córnea, que em indivíduossaudáveis é transparente, se torna opaca,levando à perda da visão. “Trata-se de umsalto significativo no sentido de devolver avisão para aqueles que tiveram a córneacomprometida em função de queimaduras oudoenças genéticas e imunológicas”, afirma acoordenadora do Laboratório de Genética doButantan, Irina Kerkis.Em um primeiro momento os testesserão aplicados em um grupo de pacientesvoluntários que já passaram por cirurgia enão obtiveram resultados satisfatórios, nãopodem receber enxertos de tecido e nãoapresentam quadro infeccioso. Os testesdevem demorar seis meses e, caso a técnicaapresente resultados satisfatórios, poderáser disponibilizada para a população.30<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Hospital A.C.Camargo inauguraCentro Internacional de Pesquisae Ensino OncológicoDeterminado a dar maior projeção internacionalà pesquisa oncológica feita no Brasil e trazer maisqualidade à ciência no país, o Hospital A.C.Camargoinaugurou em agosto uma nova sede para o seu CentroInternacional de Pesquisa e Ensino (CIPE), que vaiabrigar e centralizar toda a produção científica e deensino da instituição, líder no país segundo avaliação doMinistério da <strong>Ed</strong>ucação / CAPES em toda esta década.Com 4 mil metros quadrados, o novo CIPE tem infraestruturae tecnologia só comparáveis às de centrosinternacionais e foi inaugurado pelo cientista alemãoHarald zur Hausen - que em 2008 recebeu o PrêmioNobel de Medicina por identificar a relação do papilomavírus(HPV) com tumores como o de colo do útero.O cientista Ricardo Brentani, presidente da FundaçãoAntônio Prudente, mantenedora do HospitalA.C.Camargo, afirma que o novo CIPE coloca a pesquisaem câncer em condições privilegiadas. “Nãotemos no Brasil uma infraestrutura compatível comesta. Adquirimos equipamentos únicos no país, comoo sequenciador que pode realizar genomas completosde um ser humano em menos de uma semana, e temosalgumas das melhores cabeças da ciência oncológicareunidas num mesmo ambiente”, diz.Brentani ressalta que o desenvolvimento científicoreflete em benefícios diretos ao paciente, um diferencialdo hospital e também de suas linhas de ensino epesquisa. “Sete entre dez de nossos pesquisadoresintegram o corpo clínico do A.C.Camargo, o que significaque seu conhecimento reflete na prática médica.O trabalho desses cientistas retorna para o paciente naforma de um tratamento mais eficaz” afirma.Para saber mais:www.accamargo.org.brDirceu Greco assume diretoria doDepartamento de DST, Aids e Hepatites ViraisInfectologista substitui a pediatra esanitarista Mariângela SimãoO infectologista e doutor em medicina tropical Dirceu Greco éo novo diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Viraisdo Ministério da Saúde. Ele substitui a pediatra e sanitaristaMariângela Simão, que ocupa o cargo desde abril de 2006. Grecoé mineiro e atua na área de aids desde meados da década de1980. Foi um dos fundadores do primeiro Serviço de Avaliaçãode Imunodeficiências do Hospital das Clínicas de Minas Gerais,especializado no tratamento da doença, em 1985. Tambémparticipa da Comissão Nacional de DST e Aids (Cnaids) - maisimportante instância consultiva do Ministério da Saúde sobreo tema - desde a sua criação, em 1986.“Assumir o departamento na situação que está é confortável”,diz o novo diretor, acentuando conquistas como olicenciamento compulsório do antirretroviral efavirenz e a inauguraçãoda primeira fábrica estatal de preservativos do Brasil.Ao mesmo tempo, Dirceu Greco reconhece o desafio de manteras experiências exitosas e melhorar ainda mais as estratégiasde prevenção, diagnóstico, tratamento e direitos humanos daspessoas que vivem com HIV no Brasil. “Como o sucesso é esperado,qualquer deslize torna-se maior do que realmente é”,observa. À frente do Departamento, o novo diretor pretendeafinar a relação com a sociedade civil para dar continuidade àsações de prevenção e de acesso universal ao tratamento. “Nãosó na imagem internacional, como na nacional, o Departamentoé um espaço de interlocução”, acrescenta.Em relação à incorporação da área de hepatites viraisà de aids e outras doenças sexualmente transmissíveis, asperspectivas de Greco são promissoras. “Se o Brasil foi capazde enfrentar uma epidemia tão complexa como a aids,por que não utilizar essa experiência com outras doenças?”,argumenta. Desde outubro de 2009, a política nacionalanti-hepatite está atrelada às ações de DST/aids. “Vamosaproveitar a experiência já adquirida no Departamento paraas ações de hepatites”.SP ganha primeiro hospital público especializado em transplantes do paísO Governador Alberto Goldman inaugurou o primeiro hospital público especializado em transplantes de órgãos e tecidosdo Brasil. O Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo Dr. Euryclides de Jesus Zerbini fica nas dependênciasdo antigo Hospital Brigadeiro, na zona sul da capital.32<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Ministério anuncia medidas para hepatites virais a serem alcançadas em dois anosCompra de vacinas contra o tipo B aumenta 163% e editalfortalece a sociedade civil para o enfrentamento da doençaUma série de compromissos para reduziras hepatites virais no País foi apresentadaem 28 de julho, Dia Mundial do Combatea Hepatites Virais. Em 2011, o Ministério daSaúde vai ampliar em 163% o quantitativode vacinas compradas para a hepatite B. Sehoje a faixa etária que recebe a vacina vaidos 0 aos 19 anos, com a mudança, jovense adultos de 20 a 24 anos também poderãose imunizar. Para aumentar a oferta,nessa primeira etapa serão adquiridas 54milhões de doses a mais para hepatite B,que no ano anterior. O quantitativo perfazum total de 87 milhões de doses a seremutilizadas em 2011.Para redução da transmissão verticaldo vírus da hepatite B, até 2011 tambémserão intensificadas a oferta de triagemsorológica a todas as gestantes quefazem o pré-natal no Sistema Único deSaúde (SUS) e todos os recém-nascidosde mães portadoras da doença receberãoprofilaxia - vacina e imunoglobulinas.Com o intuito de fortalecer a sociedadecivil organizada em relação às hepatitesvirais, o Ministério, em parceria coma Unesco, também lança um edital pararealização de ações de enfrentamentodas hepatites. A medida visa a melhorara articulação do setor com os serviçosdo SUS, estimular o diagnóstico precocee promover mobilizações comunitárias.Na mesma data, o Departamento deDST, Aids e Hepatites Virais apresenta,pela primeira vez, um documento com osprincipais números das hepatites viraisno País. As medidas anunciadas marcamo dia de luta contra as hepatites, conformeresolução apresentada pelo Brasil naassembleia da Organização Mundial deSaúde (OMS), em maio de 2010.No País, dados do Ministério daTestes realizados para diagnóstico das Hepatites ViraisTipos de Hepatites Virais 2004 2009Hepatite A 288.267 mil 488.818 milHepatite B 1,97 milhões 7,22 milhõesHepatite B 1,33 milhões 1,47milhõesHepatite D 697 38.124 milTotal 3,59 milhões 9,22 milhõesSaúde revelam que de 1999 a 2009 ototal de casos confirmados de hepatiteB é 96.044. Mais de 50% dos casos seconcentram entre indivíduos de 20 e 39anos e cerca de 90% são agudos.A vacina para hepatite B passou aser oferecida pelo Sistema Único deSaúde a partir da década de 1990. Avacinação começou no Norte do País eo quantitativo oferecido foi aumentandogradativamente, conforme levantamentode áreas endêmicas e populações maisvulneráveis. Ela é oferecida em trêsdoses, tanto para criança, quanto paraadolescentes. Uma vez imunizado contraHepatite B, o paciente também estáprotegido de ser infectado pelo vírus D.A transmissão da hepatite B se dáprincipalmente por meio de relaçõessexuais, acidentes com instrumentoscontaminados por sangue ou pela gravidez,quando a mãe está infectada.Em relação à hepatite C, o total decasos confirmados de 1999 a 2009 é de60.908. Muitas vezes o paciente descobrequando vai doar sangue. Em geral,são pessoas que fizeram transfusão atéa década de 80 ou indivíduos que compartilharamseringas.Cientistas do Instituto Weizmann de Israel e doHospital Albert Einstein fazem palestras na A HebraicaA Associação dos Amigos do Instituto Weizmann doBrasil promoveu em junho no clube A Hebraica, São Paulo,um encontro onde foram realizadas as palestras “Células-Tronco: a revolução em curso na biologia e na medicina”,com o professor Dov Zipori (mestre em microbiologia pelaTel Aviv University e doutor em biologia celular do InstitutoWeizmann) e “Fronteiras da Pesquisa em Medicina Molecular”,com a Dra. Ana Carla Goldberg (coordenadora depesquisa experimental do Instituto Israelita de Ensino ePesquisa Albert Einstein).Nesta mesma ocasião, foram apresentados os três alunosbrasileiros que ganharam a bolsa de estudo patrocinadapelo grupo Amigos do Instituto Weizmann do Brasil para oInternational Summer Science Institute (ISSI), que acontecedurante o mês de julho, no Instituto Weizmann, em Israel.São eles: Ivan Lavander Candido Ferreira (Biologia USP),Fernando Augusto Gouvêa Reis (Farmácia UFMG) e AnaCláudia Martins Ciconelle Reis (Ciências Moleculares USP).Também fez parte da iniciativa a realização da palestra“Stem Cells and the Steam State - Relevance to Cancer”,ministrada pelo professor Dov Zipori no Hospital IsraelitaAlbert Einstein.36<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Hemo 2010: Brasília será a capital das doenças do sangue em novembroEncontro que é o maior da especialidade na América Latina discutiránovos tratamentos e abordagens terapêuticasEspecialistas em doenças do sangue - hematologistas ehemoterapeutas - estarão reunidos em Brasília (DF), de 5 a 8de novembro, durante o Congresso Brasileiro de Hematologiae Hemoterapia, o Hemo 2010, para discutir tratamentos eavanços na área. Organizado pela Associação Brasileira deHematologia e Hemoterapia (ABHH), o encontro é o maiorcongresso da especialidade na América Latina.Ao longo dos quatro dias, serão abordados assuntos relacionadosà onco-hematologia, hemoterapia, hemostasia, anemias,transplante de medula óssea e assuntos que envolvemas políticas públicas nacionais das doenças do sangue, comoaprovação do teste NAT, teste sorológico de última geraçãojá disponível no mercado e que permite maior segurança nastransfusões de sangue. Especialistas também falarão sobre asestratégias de captação de doadores de sangue.Por ser realizado em Brasília, o presidente do Congresso emembro da ABHH, Dr. Sérgio Barroca Mesiano, revela que aexpectativa para esta edição do encontro é de contar com aparticipação ainda maior de representantes do Ministério daSaúde (MS) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).O Hemo 2010 conta ainda com renomados conferencistasde todo o Brasil e de países como Dinamarca, Estados Unidos,França, Uruguai, Canadá, Alemanha, Itália, Portugal e Espanha.No último ano, o Congresso reuniu quatro mil pessoas eteve mais de 1.280 trabalhos científicos inscritos. No dia 4 denovembro acontecerá a prova para título de especialista e deproficiência técnica.Para saber mais:ww.hemo2010.org.brOcorrência do vírus da hepatite E no Brasil é investigadaA hepatite é uma doença inflamatóriaque atinge o fígado e comprometeo desempenho de suas funções podendoevoluir, conforme a gravidade docaso, para cirrose ou câncer. A hepatitepode apresentar etiologia viral, tóxica ouautoimune. A doença pode ter forma aguda(autolimitada e raramente fulminante)ou evoluir para cronicidade. As hepatitesmais comuns são de origem viral e causadaspelos vírus A, B, C, Delta e E. Ashepatites B, C e D podem ser transmitidasprincipalmente por via sexual, vertical(mãe-filho) e parenteral. No caso dashepatites A e E, a principal via de contágioé fecal-oral, por meio da ingestão deágua e alimentos contaminados. Nesteconjunto, a hepatite E vem merecendoespecial atenção dos pesquisadores.Para investigar a presença da hepatiteE no Brasil, 64 amostras sorológicasde pacientes com hepatite aguda semetiologia definida foram selecionadaspelo Grupo de Atendimento para HepatitesVirais do Laboratório de HepatitesVirais do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). O material foi submetido atestes sorológicos e moleculares noLaboratório de Desenvolvimento Tecnológicoem Virologia do IOC. As análisespossibilitaram o diagnóstico laboratorialdo vírus E em um dos pacientes acometidospela forma aguda da hepatite.Anticorpos específicos da classe IgG(anti-HEV) para este vírus já haviamsido encontrados em diferentes grupospopulacionais no Brasil, indicando umcontato anterior destas pessoas com oHEV, mas, até então, nenhum caso dehepatite E aguda havia sido registrado.A pesquisa, realizada por meio de umacolaboração entre os laboratórios de DesenvolvimentoTecnológico em Virologia,Hepatites Virais e de Virologia Comparadae Ambiental do IOC, é descrita no artigoFirst report of a human autochtonoushepatitis E virus infection, publicado noperiódico científico Journal of Clinical Virology.“Os estudos sobre a hepatite E noBrasil ainda são muito recentes se compararmoscom os de doenças causadas poroutros vírus”, afirma Débora Regina Lopesdos Santos, uma das autoras do artigo.Segundo ela, há pesquisas no mundoque detectaram a existência do HEV emanimais, principalmente em suínos, masela destaca que a transmissão zoonóticapor meio de contato direto com animaisou consumo de carne infectada aindaestá sob investigação.Os pesquisadores afirmam que a prováveltransmissão do vírus para humanospor via zoonótica pode contribuir para apresença dos anticorpos anti-HEV na populaçãobrasileira. No entanto, segundo oestudo, ainda é necessária a caracterizaçãomolecular dos vírus encontrados em casosautóctones no Brasil para investigar estapossibilidade. No trabalho publicado noJournal of Clinical Virology, a amostrado paciente demonstrou estar relacionadaa outra amostra de suíno, caracterizadaem outro estudo realizado pelo grupo emcolaboração com a Universidade Federaldo Mato Grosso e com o pesquisador doLaboratório de Neurovirulência de Biomanguinhos/FiocruzRenato Sérgio Marchevsky.De acordo com Marcelo Alves Pinto,chefe do Laboratório de DesenvolvimentoTecnológico em Virologia do IOC e coordenadorda pesquisa, um dos objetivos doestudo é chamar a atenção das instituiçõesde saúde pública para a possibilidadede haver mais casos não diagnosticadoslaboratorialmente e, portanto não notificados,permanecendo fora das estatísticasdo Ministério da Saúde.38<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


O Complexo de Pesquisa e DiagnósticoMolecular em Sanidade Animaldo Instituto Biológico, órgão vinculadoà Agência Paulista de Tecnologia dosAgronegócios da Secretaria de Agriculturae Abastecimento do Estado de SãoPaulo, foi inaugurado no dia 10 de agostocom uma homenagem aos 150 anos doMinistério da Agricultura, Pecuária eAbastecimento.Trata-se de um laboratório dedicadoao diagnóstico de doenças animais pormétodos moleculares, um dos mais vigorosos,ao apoio à defesa sanitária animal,em áreas estratégicas como: vigilância,prevenção e controle de doenças, dentreelas as zoonoses, garantindo a proteçãoda saúde dos animais e segurança higiênico-sanitáriados alimentos e demaisprodutos agropecuários.A decisão estratégica do Estado deinvestir nessa área está ancorada naexperiência adquirida pelo InstitutoBiológico com a realização de diagnósticos.Marca tradicional e com mais de250 análises disponíveis para atender àsnecessidades da sociedade, avaliou-seque a ampliação e modernização dosdiagnósticos seriam importantes para aconsolidação do IB como referência emdiagnóstico de doenças animais.O prédio, que foi adequado, possuicerca de 1.000m 2 de área construída,Instituto Biológico moderniza diagnóstico animalComplexo de Pesquisa e Diagnóstico Molecular em Sanidade Animal doInstituto Biológico acaba de ser inauguradodos quais 50m 2 de área biocontida. Oambiente é esterilizado por sistemasespeciais de filtragem e terá controledas cascatas de pressão do sistemade ar-condicionado – entre as áreasprotegidas e ambientes anexos – alémda obrigatoriedade da utilização deroupas e proteções específicas para otipo de procedimento previsto nesseambiente. O empreendimento, querecebeu investimento de cerca de R$3 milhões, possui estrutura física comcapacidade para evitar escape de agentesinfecciosos.Foram construídas salas, reformadoslaboratórios, com isolamento, portasde segurança, tratamento de ar, deresíduo. Essas adequações na estruturae a utilização de medidas de biossegurança,que indica o controle efetivo detodos os processos, garantem que osagentes fiquem confinados ao local.A estrutura permite controles absolutosnos processos de análise de acordocom normas internacionais de biossegurançae atende as normas e diretrizes debiocontenção e de biossegurança especificadasna Instrução Normativa n° 01 de16 de janeiro de 2007, do Ministério deAgricultura, Pecuária e Abastecimento,com vistas à garantia de manipulaçãosegura de agentes causadores de importantesdoenças animais.Também em resposta à necessidadede atender à demanda atual e futura pormétodos moleculares, equipamentospara extração e purificação de ácidosnucleicos (estação robótica de pipetagem)e analisador de DNA foram adquiridospara automação dos procedimentosdiagnósticos e desenvolvimento denovos processos de diagnósticos. Estesgeram aumento de credibilidade com aprecisão e agilidade nos resultados. Aresposta rápida no diagnóstico de umagente causador de surto de doençaanimal reduz o risco de disseminaçãode doenças e evita prejuízos.O Laboratório modernizado e automatizadopermitirá ampliar os serviçosprestados, seja através da capacidadeinstalada de produzir 200 mil análisespor ano e/ou pela disponibilização denovos exames. Além dessa atividade,este laboratório fortalecerá e multiplicaráa ação do Instituto em geração doconhecimento (pesquisa) e educação,no campo da saúde pública veterináriae higiene alimentar, uma vez que estarádisponível aos alunos do curso de pósgraduaçãoem “Sanidade, SegurançaAlimentar e Ambiental no Agronegócio”oferecido pelo Instituto Biológico.Para saber mais:www.biologico.sp.gov.brCientistas da Mayo Clinic dedicados à pesquisa de câncer recebem verbas da tributação do fumoO Departamento de Saúde da Flórida destinou quaseUS$6,5 milhões à pesquisa do câncer, desenvolvida por cincocientistas da Clínica Mayo de Jacksonville, a serem aplicadosem cinco anos. Esta verba faz parte do Programa de PesquisaBiológica da Flórida, cujos fundos são formados anualmentecom a tributação do fumo. Os projetos dos pesquisadorespreveem estudos como a identificação de novas mutações emtumores da mama, o entendimento de mudanças celularesque levam ao câncer de rim e o teste de novas terapias paratratamento do câncer de pulmão comum.As verbas do Programa de Pesquisa Biológica da Flóridasão bastante concorridas, de acordo com a Divisão de Pesquisade Saúde Pública do Departamento de Saúde. Mais de300 requisições foram submetidas por 22 instituições, sendoque 73 cientistas da Flórida foram selecionados para receberverbas, a partir de 1º de julho, num total de US$45.5 milhões.As verbas são concedidas com base em mérito, depois deuma concorrência, e são reservadas a pesquisas inovadoras,que buscam maior compreensão das práticas de prevenção,diagnóstico, tratamento e/ou cura do câncer e outras doençasprovocadas pelo fumo.Para saber mais:www.mayoclinic.org/news/40<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Siemens: a mais completasolução para doenças infecciosasConsiderando-se o crescente aumento populacional e, consequentemente, o incremento do número de pessoasafetadas por doenças infecciosas, a acurácia na detecção, monitoramento e tratamento tem permitido uma melhoriana saúde da população como um todo. A Siemens, alinhada com esta evolução, desenvolve constantementesoluções para atender tais necessidades. Não apenas na realização de testes, mas pensando sempre na melhoriaglobal do laboratório, permitindo o aperfeiçoamento de fluxo e um atendimento diferenciado ao paciente.Desde sua fundação, a Siemensplaneja suas açõescom os olhos no futuro, queaponta algumas tendências claras,como aumento de expectativa devida, crescimento do número de habitantese dos centros urbanos. Comesse foco, a Siemens investe seusesforços no segmento da saúde,combinando tecnologias em diagnóstico.A estratégia é desenvolverprodutos, softwares e serviços, visandomelhorar a qualidade, reduzire otimizar custos, colocando-se àfrente no campo de detecção e tratamentode doenças.No segmento de doenças infecciosas,seus produtos foram concebidoscom a mais alta tecnologiadisponível e são voltados para odiagnóstico e monitoramento dedoenças de grande importância paraa saúde. O menu atual da empresaé amplo e compreende grande partedas necessidades dos laboratórios,passando por diversos parâmetrosde Hepatites (HAV Total e HAV IgM,Anti-HBs, HBsAg, HBc Total e HBcIgM e HCV), HIV, Toxoplasmose eRubéola. E como a Siemens temo compromisso de sempre inovar,está trazendo para o mercado novosparâmetros que se somam aosanteriores, como HIV Combo, HBe eAnti HBe, Sífilis, EBV, entre outros.O constante desenvolvimento deprodutos faz parte da filosofia daempresa, que planeja lançar muitomais novidades em breve.46<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Desde 2006 a Siemens é a única fornecedora de testes de quantificação do HIV-1 para oDepartamento Nacional de DST, AIDS e Hepatites Virais. Atualmente são 83 laboratóriosem todo o Brasil que realizam quase um milhão de testes.HIV e aidsQuase 20 anos se passaramdo primeiro caso diagnosticadono Brasil e ainda hoje 20% dospacientes infectados pelo HIVmorrem sem o diagnóstico. Ostestes sorológicos utilizados nessediagnóstico necessitam seraltamente sensíveis e específicos,tornando precisa a detecção deanticorpos anti-HIV1/2.A Siemens, na luta contra oHIV, disponibiliza testes sorológicoscapazes de detectar anticorpos anti-HIV1/2 e o antígeno p24, tornandoo diagnóstico mais seguro e precoce.Mesmo para os casos onde aanálise sorológica é indeterminadaou em diagnósticos diferenciados,como em crianças, a Siemens tambémoferece solução através dostestes moleculares de quantificaçãode carga viral do HIV-1.Graças a avanços tecnológicos eàs pesquisas, novos medicamentosantirretrovirais foram surgindo, poréminfelizmente com eles a falhaterapêutica, ou a resistência aosantirretrovirais. Essa falha é caracterizadapelo aumento do nível de RNAdo HIV no plasma e a resistênciaaos antirretrovirais pela presença demutações no genoma viral associadasà resistência. Para esse cuidadocom o paciente, a Siemens tambémdisponibiliza os testes molecularesde quantificação do HIV e o teste deresistência genotípica do HIV, o qualfornece um laudo com as mutaçõesde resistência encontradas para osantirretrovirais mais modernos.Além dos testes moleculares, aSiemens disponibiliza o teste HIVatravés do equipamento ADVIACentaur. E, complementando o perfil,programa o lançamento do HIVCombo para os próximos meses,assegurando o compromisso de fornecero perfil de doenças infecciosascada vez mais completo.DiagnósticoHIVCentaur XP Centaur CP BEP 2000BEP IIIVersant 440Versant kPCRMonitoramento e TratamentoVersant 440VersantkPCROpengene<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 201047


A Siemens é, também, desde 2007, a única fornecedora de testes de resistência do HIV-1 parao Departamento Nacional de DST, AIDS e Hepatites Virais. Atualmente são 23 laboratóriosem todo o Brasil que realizam anualmente quase 26 mil de testes.Hepatite CConforme o Ministério da Saúde,a Hepatite C é a doença quecausa o maior número de óbitosentre todos os tipos da enfermidade,já que a maioria dos pacientessomente conhecerá seu statussorológico com os sintomas dodano hepático significativo.Devido à sua grande associaçãoa casos de cirrose e carcinomahepatocelular, o tratamento parapacientes infectados pelo HCV deveráser iniciado o quanto antes eeste deverá ser guiado pelo testede carga viral e pelo genótipo viralpresente no paciente.O diagnóstico da HepatiteC pode ser feito com o testede HCV no equipamento AD-VIA Centaur e, em casos depacientes com resultados indeterminadose crianças filhas demães portadoras deste vírus,a Siemens, através de testesmoleculares qualitativos, fechao diagnóstico.Ainda, com os testes de quantificaçãoda carga viral do HCV egenotipagem viral, atende todasas necessidades para o diagnóstico,monitoramento e tratamentopara 3% da população brasileira,que estima-se esteja infectada poresse vírus (dados da OMS).Hepatite BO vírus da Hepatite B (HBV) éendêmico em todo o mundo, sendoa principal causa de doença nofígado. Diversas porções do vírusda Hepatite B são utilizadas para odiagnóstico.O antígeno de superfície da HepatiteB (HBsAg) é um marcadorsorológico distintivo da HepatiteB aguda ou crônica. O HBsAg é oprimeiro antígeno a aparecer apósa infecção com o vírus da HepatiteB e é geralmente detectado entreuma a 10 semanas antes do iníciodos sintomas clínicos.O antígeno “core” da hepatiteDiagnósticoHCVCentaur XPCentaur CPTMAMonitoramento e TratamentoVersant 440Versant HCVGenotype(LIPA)(*) Disponível apenas para pesquisa.Opengene*48<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


B (HBcAg), encontrado em célulashepáticas, não circula no sistemavascular. Contudo, os anticorposIgM e IgG para o HBcAg podemser detectados sorologicamenteem indivíduos infectados peloHBV. Pouco tempo após a respostado IgM, o anti-HBc IgG aparecee pode permanecer detectávelindefinidamente.A presença do anti-HBc IgM aumentarapidamente, atinge o seupico durante o estado de infecçãoaguda e a seguir diminui para umnível relativamente baixo à medidaque o doente recupera ou se tornaum portador crônico, enquanto quea presença do anti-HBc IgG é característicade estados crônicos ou derecuperação da infecção pelo HBV.A presença de anticorpos contrao antígeno de superfície dahepatite B (anti-HBs) é usada paradeterminar o estado imunológicoem relação ao HBV ou à evoluçãoda doença. Um aumento nos níveisde anticorpos anti-HBs, associadoà perda de antígeno de superfícieda hepatite B (HBsAg) circulantedetectável, indica convalescençanas infecções por hepatite B.O anti-HBe aparece pouco tempodepois do fim da fase aguda dainfecção pelo HBV e está presenteà medida que o doente vai serecuperando ou se tornando umportador crônico. A Siemens lançourecentemente os parâmetrosHBe e Anti HBe para o sistemaADVIA Centaur.Resistência bacterianaA resistência bacteriana aosantibióticos é um problema desaúde pública. Se não bastasse aresistência natural e aquelas adquiridasentre as bactérias no meioambiente, ela também é induzidapelo uso indiscriminado de antibióticossem receita médica, pelo seuuso em grande escala na criação deanimais para consumo e até mesmoonde deveria ser usado de formaracional: nos hospitais.Em alguns casos, nos deparamoscom bactérias resistentes a todos osantibióticos existentes. Além disso,há alguns anos não são lançadosantibióticos descritos como “novose mais potentes”.DiagnósticoHBVImmulite 2000Centaur XPBEP 2000BEP IIICentaur CPImmulite 1000Monitoramento e TratamentoVersant 440Opengene*(*) Disponível apenas para pesquisa.<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 201049


Painéis MicroScan paraidentificação e antibiogramaWalkAway 96 PlusA Siemens, através dos produtosMicroScan ® , oferece várias opçõesde formatos de painéis, configuraçõese velocidade. Sua exclusivaconfiguração PROMPT TM com painéiscombo ID/AST (Identificação/Testede Suscetibilidade a Antibióticos)propicia o fluxo de trabalho demaior flexibilidade dentre todos ossistemas automatizados.Os equipamentos Siemens complementamlaboratórios de qualquertamanho e volume de testescom o sistema automatizado WalkAway® plus ou o semiautomatizadoautoSCAN ® -4. Os testes de suscetibilidadea antibióticos são baseadosno crescimento bacteriano paraassegurar a detecção de resistência,enquanto a capacidade de leitura visualembutida provê maior garantiados resultados.Os produtos MicroScan fornecema detecção dos principaismicrorganismos resistentes, taiscomo Staphylococcus aureus resistenteà meticilina (MRSA), Staphylococcusaureus resistente àvancomicina (VRSA), enterococcusresistentes à vancomicina (VRE),além de uma grande variedadede microrganismos Gram negativosresistentes a várias drogas,incluindo as Beta-Lactamases doEspectro Estendido (ESBLs) e asKlebsiella pneumoniae carbapenemase(KPCs). Noventa por centodos MRSAs são detectados em 6,5horas e 75% dos VREs em 8 horascom os painéis Synergies plus ® .Nos testes moleculares a Siemenscomplementa o seu portfóliocom a detecção qualitativa deClamidia/Gonorreia*, utilizando ossistemas Versant kPCR. (* registrosubmetido à Anvisa)VersaCellA consolidação para o diagnósticoclínico - agora com doençasinfecciosasPara atender à crescente necessidadede melhoria nos processosdo laboratório, a Siemens ofereceo sistema VersaCell - uma soluçãode simplificação no gerenciamentode amostras e na realização deexames, aumentando a produtividadeatravés da consolidação dosensaios. Este sistema também trazmais conforto aos pacientes porreduzir a necessidade do laboratóriocoletar mais de um tubo da mesmapessoa e elevando a qualidade dosresultados, pois torna desnecessáriaa criação de alíquotas a partir dotubo primário.A consolidação através do Versa-Cell permite a realização de ensaiosde maior complexidade - como osde doenças infecciosas - em umsistema tipicamente de rotina e emapenas uma plataforma, eliminandoerros e melhorando os tempos deentregas de exames, resultado deum melhor fluxo de trabalho nodepartamento de distribuição deamostras.Consolidação versus amplomenu: Por que o laboratório nãopode ter os dois?Aliar a economia de espaço eotimizar custos diretos e indiretosdo laboratório moderno, são desafiosconstantes no dia a dia deum gestor e este desafio aumentasempre, com o desenvolvimento denovos exames diagnósticos.Um novo parâmetro não necessariamentesignifica uma novamáquina. O conceito do VersaCelltraz a possibilidade de integração deequipamentos de setores diferentesdo laboratório: é possível integrarum ADVIA Centaur (imunologia ehormônios) e um IMMULITE 2000(imunologia, hormônios e alergia),o que representaria até 96%da rotina de doenças infecciosasde um laboratório. Ou ainda, umADVIA 1800 (bioquímica e plasmaproteínas) a um ADVIA Centaur, oumesmo com o IMMULITE 2000.VersaCell50<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Diagnóstika Patologia Cirúrgica e CitologiaConsolidado como formador de patologistas superespecializados, olaboratório busca agora a integração da especialidade por meio da telepatologiaDesde que foi fundada, em 1984,os sócios da Diagnóstika PatologiaCirúrgica e Citologia, Filadelfio Vencoe Roberto Ibrahim, vêm se mantendofirmes na missão da empresa: ser umacompanhia global, referência em pesquisae diagnósticos de patologia cirúrgica,aliando ética e visão de negócios.Está no DNA dos fundadores inovare produzir algo novo no país. Especialmentequando o mote do negócio estávoltado para diagnósticos de alta complexidade,com foco na necessidade doshospitais e demais clientes.“Nós nascemos prestando serviçospara hospitais. Mas com o crescimentonatural de nosso negócio, passamostambém a atender clínicas, consultóriose laboratórios. O fato de termosem nosso cerne a atividade hospitalar,exigiu que nossas respostas fossemaprimoradas para cada especialidade.Por isso temos hoje uma equipe de 22patologistas considerados ‘superespecializados’”,explica Dr. Filadelfio Venco.Esta visão de que o patologista geralprecisa também desenvolver umaespecialidade acabou tornando-se o diferencialda Diagnóstika, afinal os clientessão exigentes e não aceitam maislaudos superficiais. “Nossos laudossão concebidos para que os pacientesrecebam o melhor e mais personalizadotratamento possível, seja cirúrgico,imunoterápico, quimioterápico ouhormonioterápico. E como existe umasérie de diferentes patologias em cadaórgão, nós criamos departamentosespecíficos para atender a esse complexouniverso”, destaca o patologista,referindo-se aos setores de neurologia,pneumologia, nefrologia, gastrointestinal,mastologia, ginecologia, urologia eimunopatologia.Com esse desenho de negócios,todos os tecidos do corpo humano sãocontemplados, “do cérebro ao fio docabelo”, já que na Diagnóstika existemdermatopatologistas que examinam,por exemplo, casos de alopecia.Com um volume médio de 240 milexames por ano, incluindo biópsias epeças cirúrgicas, sendo cerca de 15%do volume representado por examesde Papanicolaou, o laboratório processaum dos maiores volumes do mercadoSede dolaboratório,em São Paulobrasileiro, quando comparado aos desua especialidade, com escala comparadaaos maiores centros mundiais depatologia cirúrgica.AutomaçãoNa atividade de patologia cirúrgicaexiste uma fase absolutamente artesanal.E como cada exame é diferentedo outro, todos os laudos mostramum resultado diferenciado. Por isso, amão-de-obra e a expertise médica nãopodem ser substituídas por máquinas.Mas quando o assunto é o preparodo material, aí sim a Diagnóstika buscouas mais modernas ferramentas deautomação. Desde a garantia da identidadedas amostras, com utilização decódigo de barras bidimensional, já nospontos de coleta, até o arquivamentodo material após o processamento,todos os passos do processo são controlados,possibilitando rastreabilidadee segurança em todas as etapas deobtenção dos resultados.O parque analítico extremamentemoderno, aliado ao lay-out especificamentedesenvolvido para a atividade,são fundamentais para conferira velocidade, qualidade e segurançarequeridos pelos clientes médicos ehospitalares.Nas etapas onde a automação nãoexiste, a manipulação dos materiais érealizada com critérios de ourivesaria,com os controles de processo extremamenterigorosos, como os corteshistológicos, por exemplo. “A imunohistoquímicajá está automatizada eestamos estudando as possibilidadesde implantação de um nível maior deautomação, no conceito walk-a-way”,ressalta Dr. Filadelfio.E para que essas etapas automatizadase manuais se integrem em perfei-54<strong>NewsLab</strong> - - edição <strong>101</strong> 93 - 2009 2010


ta harmonia, o departamento de TI dolaboratório desenvolveu e implementouum sistema de informação inteligente,que administra todo o volume de examesrealizados de forma integrada aossistemas comercial e financeiro.Como em uma linha de produção, odesenho do laboratório possibilita queos profissionais apliquem seus conhecimentosinserindo novas informaçõesao sistema regularmente. Com esseaperfeiçoamento constante, o sistemaapresenta um grau enorme de facilidade,de integração e customização.Para o preparo do material, são usadasas mais modernas ferramentas deautomaçãoImuno-histoquímicaUm dos departamentos de maioratividade dentro da Diagnóstika é o deimuno-histoquímica. Este segmentocomplementar da patologia é utilizadopara melhor definir diagnósticospor meio do resultado de reações deanticorpos específicos nos tecidos,possibilitando o diagnóstico diferencialde neoplasias e o direcionamento detratamentos.Para certos tumores, como os demama, alguns marcadores imunohistoquímicossão extremamenteimportantes para definir os perfisprognósticos e os tratamentos quimioterápicos,além de ser ferramentafundamental para auxiliar na caracterizaçãodo tipo histológico. “Em algunstipos de neoplasias, caso haja evoluçãodesfavorável, recidiva do tumor ouresposta insatisfatória à quimioterapia,existem alternativas tanto no exameimuno-histoquímico como nos examesmoleculares para se definir um novocaminho para o tratamento”, explica aDra. Annacarolina Silva, responsávelpelos setores de imuno-histoquímica eginecopatologia.A Diagnóstika participa dos programasde proficiência do Colégio Americanode Patologistas, com índices deconcordância em torno de 100%.Com um volume de 300 lâminas deimuno-histoquímica por dia, o paineldisponível reúne 90 anticorpos especialmentepara a subtipagem dos linfomas;tumores de mama, marcadores hormonaise de prognóstico; para pesquisa delinhagens indiferenciadas; melanomas;tumores do cérebro, entre outros.Patologia ginecológicaA patologista Annacarolina Silvaconta que uma das atividades maisrequisitadas pelo setor de patologiaginecológica está relacionada à endometriose.Hoje já se sabe que sãovários os padrões histológicos de endometrioseidentificados com diferentesprognósticos e que cada um recebe umtratamento específico.De acordo com a especialista, odiagnóstico correto da endometrioseé muito importante. A Diagnóstika fazparte, inclusive, de um grupo de abrangênciamundial que pesquisa a doença.“Nossa tarefa no grupo é coletar o tecidoa fresco, identificando as lesões noexame intraoperatório e garantir umaclassificação histológica adequada daslesões. Estudos tentam comprovar quea endometriose tem relação com a progressãopara neoplasias, dependendodas características morfológicas e clínicas.Já existe uma classificação para ostipos de endometriose e há correlaçãocom o prognóstico, mostrando como apaciente pode evoluir em termos de infertilidadeou estadiamento da doença”,explica a Dra. Annacarolina.Patologia mamáriaO setor de Mastologia, onde sãoestudadas as doenças da mama precursorasou não do câncer, tem recebidoum número crescente e expressivo deexames ao longo dos anos, o que acabounaturalmente trazendo uma maiorexpertise a seus patologistas.A Dra. Cristiane Nimir, responsávelpelo setor, dá uma ideia do volume:por ano o laboratório diagnostica positivamentemais de 3.000 casos dosmais variados tipos de câncer de mama.Esta quantidade permitiu, além deuma grande experiência no estudo,na qualificação e no diagnóstico dasneoplasias, o direcionamento para otratamento mais eficaz.“Nosso laudo de patologia mamáriaé constituído por duas partes. A primeiracontém o estudo anatomopatológico,com as características morfológicas dotumor. Aqui já estão implícitos algunsfatores que determinam o prognóstico,maior probabilidade de metástase ounão, boa evolução, chances de umaboa resposta só ao tratamento cirúrgicoseguido de radioterapia ou quimioterapia.Na segunda parte, segue o laudoimuno-histoquímico com marcadoresespecíficos que, além de determinarprognóstico, indicam o tratamento a serseguido adiante (quimioterapia ou hormonioterapia):receptores de estrógenoImunopatologia:os laudoscontam como duplo checkdo ColégioAmericano dePatologistas<strong>NewsLab</strong> - edição 93 <strong>101</strong> - - 2009 201055


e progesterona, mutação do Her-2/neu (que determina pior prognóstico,porém com tratamento específico) eKi-67 (índice de proliferação celular)”,explicou a Dra. Cristiane.Com essas ações, a Diagnóstikavai ao encontro do que anseia ocliente: poder contar com superespecialistas,que conseguem fazer aintegração entre a clínica, radiologia ea terapêutica, interpretando todos osexames do paciente e diagnosticandocomo indivíduo único.Dra. Cristiane chama ainda atençãopara o fato de que essa especialidadese tornou uma das mais complexasporque, atualmente, com os avançosdos exames de imagem e triagem, opatologista precisa encontrar lesõesde milímetros em um tecido que imitaa mama normal. “A presença do patologistano centro cirúrgico de mamaé muito requisitada. E a expertise é:primeiro fazer o diagnóstico propriamente,segundo determinar o nívelde ressecção e, terceiro, a pesquisade metástases ou micrometástases degânglios axilares, por exemplo”, clarificaa médica.Teste para câncer de mamaO mais recente teste incorporadoà rotina do laboratório é baseado embiologia molecular, determinando a sequênciade genes de um tumor para terapiaalvo e tratamento individualizado.Uma parceria com a empresa norteamericanaGernomic Health, que produzo Oncotype DX, possibilitou que maisesta tecnologia esteja disponível paraos clientes da Diagnóstika e do Brasil.O teste analisa as característicasgenéticas do tumor, através do estudode 21 genes, que darão a direçãoda sua evolução. Este teste vemsendo cada vez mais usado por oncologistase mastologistas brasileirospara ajudar na decisão terapêuticaem câncer de mama.Suas indicações são precisas: tumorespequenos (até 2 cm), receptorde estrógeno e progesterona positivose sem a mutação do Her-2/neu. Alémde tornar o tratamento individualizadopara cada paciente, o teste tambémfornece subsídios quanto ao benefícioda quimioterapia para cada tumor.TelepatologiaA Diagnóstika foi o primeiro laboratórioda América do Sul a importarum moderno sistema de telepatologia,ou seja, um escâner de alta resoluçãopara lâminas microscópicas. Com estatecnologia, a lâmina é transformadaem uma imagem digital e pode seranalisada em qualquer lugar do mundoonde houver banda larga, como umamicroscopia virtual.“Há dois anos já trabalhamos coma telepatologia com nossa filial no Riode Janeiro. O tecido vem para nossacentral técnica, é processado, transformadoem lâmina e devolvido viatelepatologia. O patologista faz entãoa leitura virtual e emite os laudos pelonosso sistema, que também o atenderemotamente”, explica o Dr. Filadelfio.A ideia da Diagnóstika é cada vezmais utilizar esse processo para distribuiro trabalho entre os patologistas deforma integrada ao laboratório. Alémde transferir exames com eficiência,a técnica possibilita a disseminaçãode conhecimentos porque da mesmaforma que a imagem “vai”, ela “volta”com informações agregadas.Como o Dr. Filadelfio bem explica, naoncologia o tempo é essencial e o usodessa tecnologia traz a vantagem de sebuscar segundas opiniões até mesmofora do país. “Nosso objetivo é aplicaresse modelo para a constituição de umarede integrada de patologistas e consolidaro mercado em uma área que é tãoparticular”, ressalta o médico, alertandopara o fato de que existe atualmenteuma carência de ordem mundial deprofissionais patologistas experientes.Isto porque devido à longevidade eao aumento natural de doenças degenerativas,a demanda é crescente, oque não condiz com a realidade de patologistasem formação. “Nosso modelode negócios está então desenhado paraintegrar e tentar potencializar patologistasaltamente qualificados e que nãoestejam necessariamente localizadosA equipe do laboratório é composta por22 patologistas ‘superespecializados’em grandes centros, para que possamse expressar nacionalmente atendendoinclusive às populações carentes”.Os recursos tecnológicos já existentes,somados a outros em processode desenvolvimento avançado, vêmpermitindo o estabelecimento de relaçõesde participação entre patologistasindependentes e empresas de patologiacom a Diagnóstika, na formação de suarede nacional de patologia.Uma empresa premiadaDois prêmios conquistados pelaDiagnóstika merecem destaque. Oprimeiro é o de “Empreendedor Endeavor”,recebido em 2006 em virtudedo seu modelo de operação inovadorpara a patologia cirúrgica. A Endeavoré uma organização não-governamentalque identifica e viabiliza a continuidadesustentada de negócios de empreendedoresde alto impacto, que são aquelesque sonham grande e crescem de formaacelerada. Inovadores, enxergam oportunidadese são pautados por princípioéticos, contribuindo para o desenvolvimentodo País.A Diagnóstika foi a primeira empresade prestação de serviços de saúde nomundo a ser incubada por essa ONG.A segunda premiação conquistadafoi a de “Empreendedor do ano” em2007, conferida pela Ernest & Youngna categoria de empresa em desenvolvimento.Foi o projeto de telepatologiaque chamou a atenção da comissãojulgadora, pelo ineditismo do projeto.Para saber mais:www.diagnostika.med.br56<strong>NewsLab</strong> - - edição <strong>101</strong> 93 - 2009 2010


ioMérieux anuncia parceria com a empresa Innogenetics ®A bioMérieux, pioneira no diagnósticode doenças infecciosas, confirma seuconstante compromisso na luta contraestas doenças, anunciando a distribuiçãodos Testes Confirmatórios produzidospela empresa belga Innogenetics ® .O acordo de distribuição compreendetodo o território nacional e vem aoencontro da estratégia da empresa emoferecer o menu completo para testesConfirmatórios:Os testes Confirmatórios da Innogenetics® utilizam a tecnologia LIA queproporciona facilidade na leitura, aumentoda especificidade e sensibilidadequando comparados aos testes similaresdisponíveis no mercado.A tecnologia LIA é utilizada desde omomento da produção dos kits, quandouma combinação de peptídeos sintéticose de proteínas recombinantes é adicionadaàs tiras de nitrocelulose atravésProduto Código Apresentação Registro MSINNO-LIA HIV I/II 80540 20 80433150001INNO-LIA HCV 80538 20 80433150006INNO-LIA HTLV I/II 80541 20 80433150008de um processo mecânico que disponibilizasempre a mesma quantidade deantígenos, no mesmo local e na mesmadistância de uma linha para outra. Esteprocesso proporciona controle total naprodução e resulta em um teste altamentereprodutível.Com os testes INNO-LIA e o testeSuplementar para a Doença de Chagas,o Tesa Cruzi, a bioMérieux Brasil disponibilizauma oferta global para os testesConfirmatórios.: 0800 026 4848: contato@biomerieux.com: www.biomerieux.com.brLinha de analisadores BTLyzerA decisão da aquisição de uma novatecnologia é um momento de grandeimportância no laboratório clínico. Coma evolução tecnológica e a participaçãodo Brasil no processo de globalização,diversos setores de nosso país vêm evoluindoem ritmo acelerado, tendo contatocom novas tecnologias e os laboratóriosclínicos vivenciam esse mesmo momento.Cada vez mais empresas oferecemsoluções em automação laboratorial,desde sistemas semiautomatizados, atéos modulares capazes de realizar toda arotina analítica do laboratório.Independente da modalidade do analisador,seja ele para bioquímica, hormônios,hematologia, dentre outros, algumasinformações e avaliações básicas devemser realizadas no momento da decisão:• Comumente, a primeira característicaavaliada é o preço. Porém, o que deve seravaliado é o valor agregado que essa tecnologiapoderá proporcionar ao laboratório.• Uma característica importante a seravaliada são os custos de manutenção. Porexemplo, um analisador com baixo custopara aquisição, mas que requer uma sériede manutenções preventivas para uso, tornainviável a sua permanência no laboratório.• Verificar a disponibilidade de empresasprestadoras do serviço de manutenção,condições de garantia e até mesmo ocusto de peças e consumíveis necessáriospara o funcionamento do analisador.• Avaliação do tempo de retorno do investimento:com a aquisição da tecnologia,qual será o ganho para o laboratório? “Capacidadepara processar mais amostras?Maior rendimento por teste? Autonomia defuncionamento?” Esses aspectos devem seravaliados e tabulados para que o laboratóriopossa verificar em quanto tempo terá oretorno do capital investido.• Outra avaliação pouco realizada é oacompanhamento do tempo de vida doanalisador para determinar quando seránecessário obsoletar a tecnologia em usoe substituí-la por uma nova. Durante otempo de utilização o analisador dá sinaisda necessidade de mudança ou até mesmo“aposentadoria”. Devem ser avaliadasas frequências de manutenção, se vêmrequerendo mais corretivas do que preventivase quais estão sendo esses custos.Sempre focada em oferecer soluções aseus clientes, a Biotécnica após diversaspesquisas e avaliações, lança com totalsegurança e compromisso a sua linha deautomação para bioquímica e turbidimetria:BTLyzer.Disponíveis em três modelos: BT 100,BT 150 e BT 300 a linha é capaz de atendera diversos tamanhos de demandas,oferecendo a tradicional qualidade dosprodutos Biotécnica.Refrigeração dos reagentes, softwareem português e estação de lavagem dascubetas são alguns dos diversos diferenciaspositivos que a linha possui.: (35) 3214-4646: sac@biotecnicaltda.com.br: www.biotecnicaltda.com.br60<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Grupo Biofast orienta população sobre exames que devem ser realizados para detectar dengueAs mortes por dengue no Brasil dobraramem relação a 2009, de acordo com orecém-divulgado Informe Epidemiológicoda Dengue do Ministério da Saúde. Atémaio deste ano, foram confirmados 321casos fatais, 94,5% a mais que o registradono mesmo período do ano passado(165). Somente em São Paulo, 99 pessoasmorreram por causa da doença. Os númerosdos primeiros quatro meses de 2010superam os da epidemia de 2002, quandoforam contabilizadas 152 mortes ao longode 12 meses. Para piorar o quadro, nesteano a letalidade da doença alcança 5% doscasos, cinco vezes mais que o consideradoaceitável pela Organização Mundial daSaúde. Em São Paulo, onde foram registrados1.737 casos, o índice de letalidade é de6%. Neste cenário alarmante, a populaçãodeve estar atenta aos sintomas da doença,principalmente quando a cidade onde viveestiver em estado de alerta, como é o casode São Paulo. Segundo especialistas, asmortes por dengue podem ser evitadasse a doença for rapidamente diagnosticadae tratada. Normalmente, os sintomasapresentados são: febre, dor muscular, decabeça, nas articulações e atrás dos olhose manchas vermelhas na pele.O Grupo Biofast, uma das principaisredes de laboratórios de análises clínicasdo País, alerta a sociedade sobre aimportância da realização dos examespara detectar a dengue. De acordo como Dr. Wilson Rodrigues, farmacêutico daempresa, o primeiro passo é procurar oserviço de saúde o mais breve possível.“O médico irá realizar perguntas sobreos sintomas e a saúde do paciente, poisprecisa saber se a pessoa não está comoutra doença que pode ser tratada commedicamentos que possam complicar maisainda o diagnostico da dengue. Após esteprocedimento, poderão ser solicitadosexames para confirmar a doença”, explica.O diagnóstico para detectar o problemaé laboratorial. Pode ser obtido por meiode exames de sangue, como hemogramacompleto, que apresenta a contagem dasplaquetas, e testes sorológicos para detectaranticorpos contra o vírus. “Muitas pessoastêm dengue e não sabem. O examelaboratorial fecha a hipótese diagnósticase colhida sua sorologia no quinto dia defebre. A realização do exame sorológicotraz maior segurança e tranquilidade aopaciente, que não ficará em dúvida sobreo seu diagnóstico. Além disso, do pontode vista epidemiológico, o exame laboratorialé fundamental para as autoridadessanitárias”, afirma o especialista.O Grupo Biofast oferece os examesem suas unidades de coleta em SãoPaulo, Taubaté, Rio de Janeiro, Brasília,Caraguatatuba e Praia Grande. Além disso,o diagnóstico pode ser realizado noVapt Vupt Saúde, laboratório que realizaexames com preço até 50% inferior aosdo mercado, onde os resultados são entreguesem 24 horas e também podemser conferidos pela Internet, por meio dosite www.vaptvuptsaude.com.br.Laboratório Alvaro e o Teste de HLA, ativo ocultoO Alvaro - Centro de Análises ePesquisas Clínicas, realiza tipagemHLA de classe I e classe II, utilizandométodos de Biologia Molecular naunidade de Imunogenética.A importância da tipagem HLAnos transplantes é verificar a compatibilidadeentre pacientes quenecessitam de transplante com seuspossíveis doadores.Também, o HLA de classe I e IIpermite a associação alélica com doençasautoimunes, nomeadamente adiabetes, esclerose múltipla e lúpuseritematoso, entre outras.Para realizar esta tipagem é necessáriosomente coletar uma pequenaquantidade de amostra de sangueem EDTA de cada paciente.A tipificação do HLA é feita comSondas de Oligonucleotídeos deSequências Específicas (SSOP –Reverso), através de técnicas deBiologia Molecular que se utilizam deDNA extraído destas amostras pararealizar o teste.As moléculas do sistema HLA(antígenos leucocitários humanoslocalizados na superfície da membranados leucócitos) são moléculas desuperfície da célula, expressadas emtodas as células somáticas nucleadase atuam num papel crucial na imunologiados transplantes e na suscetibilidadea doenças autoimunes.As características genéticas ou atipagem de cada indivíduo são herdadasmetade do pai e a outra metadeda mãe. Essas moléculas estãorelacionadas à resposta imunológicacontra agentes estranhos, ou seja,são responsáveis pelo reconhecimentode substâncias próprias ounão ao organismo e possuem papelfundamental no processo de rejeiçãoem transplantes.: www.alvaro.com.brEquipar obtém certificaçãoem Boas Práticas deArmazenamento e DistribuiçãoDesde o último mês de março, a empresaEquipar Comércio de Equipamentos Laboratoriaise Hospitalares Ltda. está certificada nasBoas Práticas de Armazenamento e Distribuiçãode Produtos para a Saúde (BPF – RDC 59/2000).Esta certificação foi concedida pela Agência Nacionalde Vigilância Sanitária (Anvisa).A Equipar tem como objetivo a importação ecomercialização de produtos para a saúde, seguindoos critérios de qualidade (Armazenamento,Distribuição, Transporte e Rastreabilidade).Esta certificação é o reconhecimento deum longo trabalho, onde a empresa estevepreocupada na busca da padronização de seusprocessos, exigindo de seus fornecedores produtose serviços com alta qualidade, garantindoum ótimo desempenho com confiabilidade esatisfação do cliente.: equipar@equiparlab.com.br: www.equiparlab.com.br64<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Abbott Laboratórios amplia seu menu para marcadores tumorais e doenças autoimunes• SCC (antígeno associado ao carcinomade célula escamosa): imunoensaioquimioluminescente por micropartículas(CMIA) para a determinação quantitativado antígeno associado ao carcinomade célula escamosa em soro ou plasmahumano como um auxiliar no gerenciamentode pacientes com carcinoma decélula escamosa. RMS 80146501489.• PTH: o ensaio Architect PTH Intactoé um imunoensaio quimioluminescentepor micropartículas (CMIA) para a determinaçãoquantitativa do hormônio da paratireoide(PTH) intacto em soro humanoe plasma humano no sistema Architect.Este ensaio pode utilizar protocolo de 18minutos fornecendo rapidez no diagnósticodos pacientes. RMS 80146501429.• Pro GRP: imunoensaio quimioluminescentepor micropartículas (CMIA) paraa determinação quantitativa de Pro GRP(Liberação de Peptídeo Pro-Gastrina). Oensaio Architect Pro GRP é utilizado nodiagnóstico diferencial de câncer de pulmãoem conjunto com outros métodosclínicos no gerenciamento de pacientescom células pequenas de câncer de pulmão.RMS 80146501608.• Anti CCP: imunoensaio quimioluminescentepor micropartículas (CMIA)para a determinação quantitativa deanticorpos da classe IgG específicos parao peptídeo citrulinado cíclico (CCP) emamostras de soro e plasma humanono sistema Architect. A detecção deanticorpos AntiCCP é usada como umaajuda no diagnóstico da artrite reumatoide.RMS 80146501617• NGAL: imunoensaio quimioluminescentepor micropartículas (CMIA)para a determinação quantitativa deNGAL (lipocalina associada à degeneraçãode neutrófilos gelatinase na urina eplasma humano). Utilizado para diagnósticoprecoce da insuficiência renal aguda.RMS 80146501666.: brazil_add_marketing@abbott.comArchitect ® i1000 SR*Architect ® i2000 SRArchitect ® ci82000 SRHoriba participa do Projeto Vale do Ribeira em parceria com a Universidade MetodistaA Horiba, multinacional japonesaespecializada na geração de novas tecnologiaspara medição e análise, líderno Brasil no segmento hematológico,participou, entre os dias 03 e 12 dejulho, do Projeto Vale do Ribeira, realizadoem parceria com a UniversidadeMetodista de São Paulo e coordenadopelo Prof.Victor Hugo Bigoli.Durante 10 dias as comunidadesquilombolas, chamadas Bombas ePraia Grande, localizadas na cidadede Iporanga, receberam atendimentode uma equipe compostapor multiprofissionais, alunos e professoresde diversas áreas, como:biomédicos, médicos, nutricionistas,educadores físicos, biólogos, psicólogose farmacêuticos.De acordo com o Prof. Bigoli, parachegar à comunidade de Bombas sãonecessárias cinco horas de caminhada,mata adentro, partindo da cidade deIporanga e para chegar até a comunidadePraia Grande, tendo a mesmacidade como ponto de partida, leva-se,aproximadamente,uma horad e c a r r oaté o pontode embarqueem umbarco sentidoà regiãoondeas casas estão instaladas. “Por conta dadistância e das dificuldades enfrentadaspelos moradores para chegar à cidade optamospor levar o atendimento até lá. Hápessoas nessas localidades que não pisamna cidade há mais de 15 anos. Imaginese recebem algum tipo de atendimentomédico?”, conta Bigoli, alarmado.Segundo o profissional, a parceria coma Horiba foi de extrema importância parao sucesso da ação. A multinacional cedeuo equipamento ABX Micros 60 à equipecomandada pelo professor, viabilizandoa realização de diagnósticos importantespara o atendimento às mais de 250 pessoasque vivem nas comunidades quilombolas.“Com os equipamentos pudemosfazer os hemogramas rapidamente,algo essencial para o bom andamentoda nossa proposta, e identificamos osmoradores que apresentavam quadrosde anemia ferropriva”, explica.Rafael Abdel, gerente de produto daHoriba, conta que ações como essas sãoimportantes para a empresa. “Iniciativascomo a do Prof. Bigoli são de extremaimportância para a sociedade. Apoiamosessas causas sempre que a proposta élevar um pouco de conforto e bem-estaràs pessoas que não conseguem acesso aalgo tão primordial quanto a saúde. Semdúvida, apoiaremos uma nova incursãoda equipe ao local”, afirma.De acordo com Abdel os equipamentoscedidos pela Horiba para oProjeto Vale do Ribeira têm capacidadepara realização de 60 testes por hora.Além disso, o ABX Micros 60 é indicadopara pequenas e médias rotinas, daí aescolha para integrar a missão.: www.horiba.com/medical66<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Greiner bio-one: treinamento para clientes entra na lista de serviços de grandes empresasMuitas empresas que possuemprodutos como foco de negócioestão investindo em serviços.Por meio deles, a relação com osclientes fica mais próxima, possibilitandomelhorias constantes nosprodutos, sem contar a melhordetecção de oportunidades demercado, que gera lançamentos enovos investimentos para atenderdemandas promissoras.A Greiner bio-one não é diferente.A multinacional austríaca está desde 2003 no Brasil eoferece diversas linhas de produtos voltados à área médicahospitalar.Entre os mais conhecidos estão os inovadorestubos Vacuette ® e a linha BioScience.Para completar, todos os clientes da Greiner bio-one possuemacesso a treinamentos que visam orientar e informarquanto aos possíveis erros pré-analíticos. O trabalho é feitona re-educação dos métodos utilizados pelos profissionaisda área de saúde, proporcionando a eliminação de erros,melhor conscientização dos métodos ideais no contextodo produto e paciente.Profissionais como flebotomistas, recepcionistas deinstituições de saúde, técnicos de enfermagem, técnicos delaboratório, enfermeiros, bioquímicos, biomédicos, biólogose médicos são os principais alvos destes treinamentos quesão oferecidos semanalmente em vários lugares do país.Os treinamentos são realizados tanto em locais escolhidospela Greiner bio-one como também atendem asolicitações de laboratórios, clínicas, hospitais ou equipesque queiram passar por momentos de aprendizagem etroca de ideias.O resultado é causar uma melhor percepção de pequenosdetalhes que podem levar a erros que impactam até mesmona avaliação final dos exames, causando falsos prognósticos.No final do curso, todos os participantes recebem certificaçãopara compor suas atividades extracurriculares.: www.gbo.comBD Diagnostics no CongressoBrasileiro de CitopatologiaEm 2010, pela primeira vez, a BD Diagnosticsparticipou do Congresso Brasileiro de Citopatologia,realizado no mês de junho em Fortaleza, onde apresentouo BD SurePath, um teste de Papanicolaouem meio líquido que eleva em 64,4% a detecção delesões de alto grau em relação ao teste convencional.No evento, que contou com cerca de 300 congressistas,o tema citologia em meio líquido foi um dosdestaques, presente em diversas palestras nacionais einternacionais. Para falar sobre o assunto em um dosconcorridos simpósios satélites, foi convidado o Dr. LeonidasDias Junior, do laboratório Paulo Azevedo de Belém, oprimeiro a utilizar a metodologia BD SurePath no país.No estande, além de obter informações adicionaissobre o BD SurePath com os especialistas científicos,os participantes também puderam assistir a um vídeodo BD FocalPoint GS Imaging System, o exclusivoequipamento para rastreio guiado computadorizadotanto de lâminas SurePath quanto de lâminas convencionais.Este equipamento, ideal para grandes rotinas,otimiza a produtividade do laboratório e eleva aindamais os índices de detecção de lesões de alto grau ecâncer cervical.: (11) 5185-9961: www.bd.comProdutos Gplast - tecnologia genuinamente nacionalA Gplast, empresa com tecnologiagenuinamente nacional,conta com uma equipe que somaa experiência de profissionais queatuam há mais de 30 anos na áreamédica, laboratorial e hospitalarao dinamismo e à força de jovensempreendedores.O fato de seus produtos seremfabricados no Brasil, mais precisamentena cidade de Morungaba,no interior do estado de São Paulo,torna a logística mais eficiente,além de gerar mais oportunidadese empregos diretos e indiretos emnosso país.Aliando conhecimento a soluçõesinovadoras, oferece ao mercadobrasileiro produtos e serviçosde alta tecnologia e qualidade apreços muito atrativos.Linha de Coletores Universais- capacidade de 80ml, graduado,em polipropileno transparente ebranco (leitoso). Para fezes, urina,escarro, esperma, líquor, biopsia.Linha de tubos para coleta desangue a vácuo Gvac.: (19) 3294-2796: vendas@gplast.ind.br: www.gplast.ind.br70<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


A vitamina D e suas benessesO termo vitamina foi criado pelo bioquímicopolonês Casimir Funk, em 1912,baseado na palavra latina vita (vida) e nosufixo amina, pois na época imaginavaseque todas as vitaminas eram aminas.A vitamina D (ou calciferol) é umavitamina lipossolúvel, obtida a partir docolesterol (7-dehidrocolesterol), que poração dos raios solares ultravioletas sobrea pele, converte-a em uma substânciadenominada cholecalciferol (D3).A vitamina D3, pela corrente sanguínea,chega ao fígado, sendo transformadaem 25-hidroxivitamina D (D3)que, através dos rins, adquire o statusda vitamina D ativa.Funcionalmente, ela atua como um hormônio(prohormonio) na manutenção dasconcentrações de cálcio e fósforo no sangue,promovendo a absorção de cálcio pelo tratointestinal, essencial para o desenvolvimentodos ossos e dentes. Atua, também, no sistemaimune, no coração, no cérebro e nasecreção de insulina pelo pâncreas.Sua deficiência pode precipitar e aumentara osteoporose em adultos e causar raquitismoem crianças. Na gestante, pode causarosteomalácia na mãe e raquitismo no feto.Uma pesquisa acompanhou 5.000pessoas na Finlândia durante 27 anos,sendo relacionado nível sanguíneo baixodesta vitamina com uma maior incidênciadas doenças cardiovasculares, em especialos acidentes vasculares cerebrais(AVCs). Pessoas com níveis adequadosde vitamina D apresentam índices menoresde calcificação da aorta devido asua ação anti-inflamatória.Ela também estimula a produçãode insulina, melhorando o controle daglicose, diminuindo a resistência aohormônio. Sua carência pode favorecero desenvolvimento do diabetes.Nesta mesma pesquisa, níveis baixosforam associados a uma maior incidênciade tumores de cólon, próstata e mama,esclerose múltipla, psoríase, além dadoença de Alzheimer.Quem tem deficiência de vitamina Dfica mais propenso a apresentar quadrosinfecciosos, pois ela atua na produção deproteínas antibacterianas.A deficiência da Vit D pode ser definida,em adultos, quando os níveis séricosforem < 20 μg/L da 25(OH)D. Em mulherespós-menopausa, que apresentemníveis séricos entre 20 a 32 μg/L observaseuma elevação da absorção do cálciointestinal em 65%. Uma outra forma desuplementação seria o consumo de concentradosdesta vitamina, habitualmentecomercializados em cápsulas, ingeridosCom o apoio da DiaSorin, o LPC realizou a palestra“A vitamina D e suas benesses” em Salvador, nocomeço de agosto. O palestrante convidado foi o Prof.Dr. José Gilberto Viera, professor de Endocrinologiada Unifesp. Na foto: Fernando Jorio Rodrigues (Dia-Sorin), Dr. José Gilberto Vieira, Dr. José Carlos Lima(LPC) e Walter Baxter (DiaSorin)preferentemente pela manhã. A reposiçãodiária recomendada situa-se entre 1.500a 2.000 UI em adultos, 1.000 a 1.500 emcrianças entre 1 e 10 anos e 400 a 1.000μg/L em crianças de até um ano de idade.Embora não seja frequente, a intoxicaçãopor vitamina D eleva os níveis decálcio e fósforo podendo causar litíase renal.Sugere-se monitorar níveis sanguíneos comintervalos de quatro em quatro meses.O Laboratório LPC utiliza na dosagemda vitamina D, um imunoensaio queidentifica os metabólitos D2 e D3, permitindoassim uma avaliação precisa destavitamina.: (71) 2203-9955: www.laboratoriolpc.com.brNova Biocolor Bioeasy com película protetora em NylonA tira reagente para Urianálise Biocolor, agora tambémapresenta uma película protetora, um revestimento em Nylonpara cada área reagente, proporciona uma melhoria na qualidadeda rotina laboratorial.Uma das vantagens da nova Biocolor é uma maior estabilidadenos resultados obtidos, evitando o escorrimentoda urina entre as áreas reagentes, impedindo a interação eminimizando os resultados falsos.Os parâmetros usualmente analisados em tiras de urina,tais como glicose, sangue, bilirrubina e nitrito, são passíveisde contaminação pelo ácido ascórbico, gerando possíveis resultadosfalsos negativos.Esse tipo de problema é reduzido em produtos que contêma malha protetora de Nylon, promovendo uma maior resistênciaao produto.O quadro demonstra as vantagens das tiras que possuema proteção de Nylon.Vantagens1. Frasco com 100 tiras2. Malha em Nylon laminada, evitando absorção do excesso deurina, eliminando uma etapa extraprocessual3. Não ocorre escorrimento da urina e interação entre as áreasreagentes, impedindo resultados falsos-positivos4. Melhor saturação da urina na almofada para uma coruniforme e fácil leitura visual5. Alta resistência ao ASC, impedindo resultados falsosnegativospara GLU, BLO, NIT, BIl: (31) 3048-0008: biomolecular@bioeasy.com.br: www.bioeasy.com.br72<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Tecnologia sustenta estratégias de laboratóriosO setor laboratorialtem registradoinúmeroscasos de sucessode gestão estratégicafundamenta d a e m b a s etecnológica. Concorrênciacrescente,diminuição darentabilidade e a cobrança incisiva porqualidade dos trabalhos dos laboratóriosclínicos são alguns dos fatores que têmexigido cada vez mais de seus gestores.Essa condição tem levado os laboratóriosa buscar alternativas precisase viáveis para ferramentalizar suas estratégias.“É aí que entra a tecnologia”,comenta Caio Fernando Quadros, agentede Negócios da Shift, uma das mais reconhecidasmarcas do setor de automaçãolaboratorial. Quadros conta que os sistemaspara laboratórios clínicos há muitotempo deixaram de atender à premissabásica da mera automação. “Atualmente,se o sistema não oferecer recursospara diminuição de custos e aumento derentabilidade, a tecnologia não pode serconsiderada uma solução completa para olaboratório”, declara o profissional.Dentre os inúmeros casos registradospela Shift, o do Hemos Laboratório Médico,de Blumenau-SC, chama a atenção.Com menos de um ano de implantação,os sistemas adquiridos pela empresajá oferecem números significativos naevolução do negócio. “O tempo médiode atendimento reduziu em 20%, poispassamos a monitorar com maior precisão,aumentamos nosso percentual decoleta a vácuo de 35 para 60% com omonitoramento por coletador e reduzimosas glosas para praticamente zero”,exemplifica o diretor administrativo dolaboratório, Kelson Yoshioka.Não é de agora que o laboratório optoupela estratégia de aumentar o potencialprodutivo da empresa quantitativa equalitativamente. Em 2006, o laboratórioimplantou o sistema de envio de SMS(Short Message Service ou torpedo, comoé popularmente conhecida a mensagemvia celular) para comunicar os pacientessobre a conclusão dos exames e respectivadisponibilidade dos resultados. “Aoimplantar o e-Lis Operacional, pedimosà Shift que desenvolvesse um módulo deintegração para envio do SMS e fomosprontamente atendidos”, comenta a diretoratécnica Silvana Hilgenberg. “Nossointuito é estreitar o relacionamento com ocliente e informar sobre o exame no exatomomento em que estiver pronto. E comoo banco de dados da Shift está acessívelem tempo real, ao receber o SMS, o clientejá pode acessar o exame pelo site”,completa Larissa Machado Welter, quetambém responde pela diretoria técnicado laboratório. “A demanda apresentadafoi muito oportuna”, relata Caio Quadros.“Já estávamos desenvolvendo algo compatívelcom a necessidade do LaboratórioHemos e, portanto, conseguimos atendêloscom mais rapidez”.Outra solução para diminuição decustos operacionais e consequentementemaior competitividade é a virtualização dainfraestrutura tecnológica. O Hemos LaboratórioMédico, com a ajuda da Shift, optoupela modalidade A.S.P., sigla em inglêspara Provedor de Serviços de Aplicação.Com isso, o laboratório não precisa manterservidores na empresa, nem uma equipede tecnologia. “Esse foi mais um diferencial”,conta Rosele Branco, diretora clínicado laboratório. “Disponibiliza um ambientemais seguro e backup atualizado, commenos mão-de-obra especializada”.O laboratório já adquiriu quase todosos sistemas da empresa e deverá adquirir,em breve, o e-Lis Controller, “que irácontribuir ainda mais para uma gestãocompleta, sólida e de resultados”, conformeprevê Yoshioka.“O Hemos é um grande exemplo deuso da tecnologia em prol da estratégia”,comenta Quadros. Mas o profissionaladverte: “A ferramenta tecnológica e océrebro estratégico precisam se completarpara que ambos desfrutem de todasas suas potencialidades”.: (17) 2136-1555: (17) 2136-1590: www.shift.com.brMelhoria contínua e garantia da qualidade em rede de frioA qualificação de sistemas de transporte ou de sistemasisotérmicos para transporte tem como principal desafio impedira formação de picos negativos ou registros de temperaturasabaixo de 2ºC e que hoje estão presentes na maioria dosrelatórios de qualificação térmica de embalagens, compondouma prática corriqueira e contraindicada.A Emba EPS está no mercado há quatro anos buscandoinovações para o transporte de termolábeis e desenvolveu,ao longo desse período, o Embagel: uma dispersãocoloidal semissólida e fixa - gel - que proporciona umaexcelente performance no transporte de termolábeis dentrodos limites de especificação de temperatura por 24,48 e 72 horas.A padronização dos lotes de fabricação do gel, pautadosespecialmente pela fórmula padrão e viscosidade, é uma dasgarantias oferecidas ao segmento farmacêutico através decertificação BPF – Boas Práticas de Fabricação. Dessa forma,é a primeira empresa do segmento que apresenta aos clientesum produto (Embagel) cadastrado na Anvisa como correlato emétodo próprio de qualificação de embalagem, registrado emcartório, na qual, rege como princípio fundamental a avaliaçãodo risco na qualificação térmica de embalagens.A empresa possui, ainda, um laboratório de qualificaçãotérmica de embalagens com estufa e câmara fria para execuçãode testes com profissionais para assessorar e desenvolverprojetos personalizados.: (11) 5666-6192 / 4063-1954: embaeps@embaeps.com.br: www.embaeps.com.br74<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


No México, programa nacional de teste HPV mostra controle bem-sucedido do câncer cervicalUm estudo divulgado recentementeno México – primeiro país na AméricaLatina a implementar um programanacional de rastreamento para os tiposde HPV de alto risco (HR-HPV) que podemcausar o câncer cervical – sobre ascausas e controle do câncer demonstraque utilização do teste de papilomavírushumano (HPV) em conjunto com o digeneHPV test, fornecido pela Qiagen, proporcionoua obtenção de melhores resultadosno controle da doença. A análisecomparou os resultados em relação aoteste Papanicolau (citologia) de rotinarealizado com 50 mil mulheres.O estudo piloto é a maior demonstraçãode rastreio primário de HPVrealizada na América Latina. Conduzidacomo para determinar a implementaçãomundial e o desempenho do teste deDNA-HPV no sistema nacional de Saúdeno México, a iniciativa confirmou aviabilidade e a eficácia de implementaro teste HPV como uma estratégia derastreamento primário de câncer cervicalem um programa nacional de basepopulacional.“Os programas de base populacionalque utilizam o teste HR-HPV podem melhorara prevenção e o controle do câncercervical na população mexicana e em outraspopulações onde o rastreamento porcitologia é inadequado para detectar aslesões precursoras do câncer cervical,”concluiu o autor do estudo Dr. <strong>Ed</strong>uardoLazcano-Ponce, do Instituto Nacional deSaúde Pública em Cuernavaca, México.“Nossos resultados oferecem uma forteevidência para justificar a implementaçãode programas de base populacionalutilizando o rastreamento por DNA-HPV”,explica o especialista.“Como um piloto de implementaçãoprática, o estudo foi desenhado para indicaras questões e os problemas diáriosenfrentados pelos clínicos e administradoresem um cenário clínico de rotina.E mesmo com essas considerações, oestudo demonstrou a implementaçãobem-sucedida de uma estratégia decontrole do câncer cervical com o testeHPV. Esse desfecho provavelmente teráum amplo impacto na América Latina, jáque toda região enfrenta uma carga decâncer cervical persistentemente alta.”explicou Dr. Attila T. Lörincz, co-autordo estudo e Professor de EpidemiologiaMolecular no Wolfson Institute of PreventiveMedicine em Londres.As 50.159 mulheres avaliadas noestudo fazem parte do programa deseguridade social do México. Durante aavaliação receberam ambos os testes:citologia convencional e checagem doDNA-HPV utilizando o Teste digene HPVda QIAGEN (também conhecido comoCaptura Híbrida ® 2 DNA-HPV).Os resultados apurados mostraramque a sensibilidade clínica dos testes porDNA-HPV utilizando o Teste digene HPVé duas vezes maior do que a citologiaconvencional, detectando 93,3% delesões pré-cancerosas e cancerosas emcomparação com 40% para citologia.Uma melhor detecção pode permitirintervenções precoces de tratamento ea maior sensibilidade do teste HPV podepermitir intervalos maiores e, assim,fornecer melhor custo X benefício, observaramos autores do estudo.A plataforma de Teste HPV CapturaHíbrida 2 da QIAGEN utiliza tecnologiamolecular avançada, padronizada ealtamente confiável. O teste pode serautomatizado para alto volume de amostrase requer menos recursos técnicos doque a citologia além de gerar resultadosobjetivos.: www.qiagen.comAbbott: melhorando os cuidados de transplanteNo dia 25 de maio, a Abbott DivisãoDiagnósticos realizou seu 1ºSimpósio de Transplante tendo comotítulo “Melhorando os Cuidados deTransplante: como o Laboratóriopode ajudar o clínico”. O eventoaconteceu na Associação Paulistade Medicina, onde o Dr. Hélio Tedesco,professor da UNIFESP doDepartamento de Nefrologia, iniciouas palestras com o tema “Utilizaçãoracional de dados de estudos clínicosno cuidado do indivíduo após otransplante renal”.Em seguida, o Dr. José Santiago,gerente geral dos cientistas da AméricaLatina e Canadá, falou sobre asLuciano Miranda, especialista científicoImunoensaios“Novas ferramentas em transplante comsegurança – Architect Chagas: um ensaioautomatizado para detecção de T. Cruzi”.Encerrando o evento, a palestra do Dr.Pierre Wallemacq, professor da Universidadede Clínicas de St Luc da Bélgica,abordou o tema “Tendências atuaisem transplante, terapia de tacrolimus,monitoramento da droga e qualidadede vida do paciente”.Reunindo mais de 50 participantes,este evento científico teve o objetivode identificar e conhecer o mecanismode ação de drogas imunossupressoras,minimizar o efeito imunossupressivodurante a terapia, assim como promovera discussão sobre os métodos demonitoramento de drogas imunossupressoras.: brazil_add_marketing@abbott.com78<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Segurança nas centrifugações: tubo cônico para centrifugação EasypathA centrifugação é um procedimentocomum e eficiente em diversas técnicaslaboratoriais e cada vez mais se faznecessária a utilização de materiais deconsumo de qualidade para este tipo deprocedimento.É de extrema importância trabalharcom produtos que não tragam “dor decabeça”, ainda mais quando temos sobnossa responsabilidade amostras biológicas,nas quais se houver quaisquerdeslizes na técnica desempenhada, suarepetição se tornará inevitável e aindase fará necessário a convocação do pacientepara uma nova coleta, obtendocomo consequência, a perda de tempoe dinheiro para o laboratório além dainsatisfação do cliente.Pensando na garantia, qualidade esegurança dos exames, a EasyPath desenvolveue agora disponibiliza os “tubosde centrifugação com fundo cônico ouautossustentável” desenhados e confeccionadosde modo a atender às maisvariadas técnicas, possuindo as seguintescaracterísticas:Graduação de fácilvisualizaçãoCorpo e Tampa com sistemade rosca Anti-VazamentoSuporta até 10.000 rpm• Confeccionados em polipropileno dealta transparência a resistência• Esterilizados por radiação gama,evitando possíveis contaminaçõesproporcionadas por outros tipos deesterilizações• Graduação de fácil visualização e comexatidão dos volumes apresentados.• Paredes uniformes apresentando resistêncianas centrifugações, suportandoaté 10.000 RPM• Tampa e corpo com sistema precisode rosca, dispensa o uso de o-ring´s eevita o vazamento de líquidos• Autoclavável à 121°C por até 30 minutos• Suporta baixas temperaturas• Volumes de 15ml (fundo cônico) e 50ml(fundo cônico e autossustentável)Uma amostra pode ser solicitada.A Erviegas esclarece que na ediçãonúmero 100 (Jun-Jul 2010), página 82,da revista <strong>NewsLab</strong> foi publicado equivocadamenteo anúncio dos “Tubos paraCentrifugação EasyPath” contendo fotosilustrativas de outro produto, “Frascospara Cultura de Células EasyPath”, fatoocorrido devido um problema na áreade inserção de anúncios da Erviegas. Aempresa lamenta o ocorrido e republicao anúncio visando informar seus clientese parceiros de forma correta e adequadasobre as novidades disponíveis no mercadocom a marca EasyPath.: www.erviegas.com.brAssessoria médica diagnóstica como um diferencial que agrega valor à assistência à saúdeCristina Kwhalli,da Formato ClínicoO crescimento exponencial do conhecimentoem todas as vertentes,mas em particular na área da saúde,determinou o surgimento das especialidadesmédicas, e também de umaprática comum entre os especialistas:a interconsulta. Trata-se de uma açãode saúde interdisciplinar, que tem porobjetivo integrar e promover a trocade conhecimento entre os diferentesparticipantes que atuam nos serviçosde saúde, visando ao aprimoramentoda tarefa assistencial.Quando um médico especialista realizauma interconsulta a um médico assistente, ele abrevia otempo e aproveita melhor os recursos disponíveis para finalizarseu diagnóstico, ou iniciar seu tratamento.Na área da Medicina Diagnóstica, por exemplo, o suportepara a correta interpretação dos exames realizados facilita atomada de decisão na conclusão diagnóstica, assim como auxiliana indicação dos melhores exames para, conjuntamente,com anamnese e exame físico atingir-se a meta do diagnósticocorreto. Esta correlação clínico-laboratorial é um diferencialcompetitivo para a empresa de medicina diagnóstica, promovendouma melhor utilização dos recursos disponíveis e contribuindopara uma melhor gestão da saúde e maximização dosresultados. Todos são beneficiários desta prática: o paciente,o médico assistente e a saúde suplementar.A interpretação adequada dos exames laboratoriais passapelo entendimento das variáveis pré-analíticas, que muitasvezes são desconhecidas dos especialistas, que não os patologistasclínicos, ou clínicos afinados com as armadilhaslaboratoriais. Também as variáveis analíticas desafiam todos,com novas metodologias surgindo e sendo introduzidas narotina a cada dia.Além dos inegáveis benefícios ao setor saúde e ao paciente,que vê maior brevidade em seu diagnóstico e tratamento, ainterconsulta com um especialista na área de assessoria emdiagnóstico laboratorial fomenta a difusão do conhecimento ea educação médica continuada, pois em cada contato, o clínicotem a oportunidade de esclarecer suas dúvidas e entrar emcontato com as mais recentes tecnologias diagnósticas.: www.formatoclinico.com.br80<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Labplus e Labmaster contam comexclusivo canal de comunicação82Newprov divulga a atualização CLSI 2010O CLSI (Clinical Laboratory StandardsInstitute) é um órgão internacional quedesenvolve e divulga padrões voluntáriosde consenso sobre exames de laboratóriopara a comunidade de serviços à saúde.É reconhecido e aceito no mundo todoe, especialmente na área de MicrobiologiaClínica, é seguido por vários países,inclusive o Brasil.Anualmente o CLSI divulga normasatualizadas para a confecção dos testesde suscetibilidade a antimicrobianos pordisco difusão (antibiograma), metodologiaadotada pela maioria dos laboratóriosclínicos. Neste ano de 2010, as principaisalterações foram as seguintes:1. Enterobacteriaceae: foram estabelecidosnovos critérios interpretativospara cefalosporinas e aztreonam,baseados na resposta clínica e naspropriedades farmacocinéticas e farmocodinâmicas;desta forma não é maisnecessário realizar teste de rotina paraESBL, bem como não é mais necessárioeditar os resultados para cefalosporinas,aztreonam ou penicilinas de sensívelpara resistente.2. Enterobacteriaceae: com osnovos pontos de corte estabelecidospara os carbapenêmicos não é maisnecessário fazer teste de Hodge modificadopara enterobactérias resistentesa cefalosporinas e que demonstramdiminuição no diâmetro dos halos paracarbapenêmicos.3. Staphylococcus: o disco de cefoxitinadeve ser usado em substituição aodisco de oxacilina; o resultado deveráser relatado S ou R a oxacilina baseadono resultado da cefoxitina.4. Staphylococcus: vancomicina deveser testada por diluição (MIC) para estafilococos.O teste por difusão (disco)não é confiável, sendo útil somente paradetecção de VRSA. Para detecção deVISA e hetero-VISA devem ser usadasplacas contendo 2 microgramas por mililitrode ágar BHI (Brain Heart Infusion).O crescimento nesta placa é presuntivode estafilococo resistente à vancomicina,devendo a cepa ser encaminhada para laboratóriode referência para confirmação.Os discos de antimicrobianos paratestes de suscetibilidade da Newprovapresentam as especificações exigidaspelo CLSI, garantindo assim a qualidadedo procedimento no que diz respeito aeste item a ser controlado na confecçãodos antibiogramas. A Newprov anualmentesintetiza os critérios do CLSI num folder.Solicite ao seu distribuidor as principaisrecomendações do CLSI 2010.: (41) 3667-1314: newprov@newprov.com.br: www.newprov.com.brO novo teste da empresa proporciona uma redução no período da soroconversãopara 7 a 10 dias.Determine HIV-1/2 Ag/Ab Combo: primeiro teste rápido HIV 4ª geração• Imunoensaio qualitativo• Teste rápido de leitura visual• Detecção simultânea do antígeno p24 do HIV e dos anticorpos anti-HIV 1e anti-HIV 2 em soro, plasma ou sangue total humanos• Sensibilidade 100% e especificidade 99,66%ImmunoComb HIV 1 & 2 TriSpot Ag/Ab: ensaio imunoenzimático (EIA) detempo reduzido• Detecção qualitativa e diferencial de anticorpos da imunodeficiênciahumana dos vírus tipos 1 e 2 (HIV-1 e HIV-2) e simultânea detecção doantígeno do HIV-1 p24 em plasma ou soro humano• Sensibilidade 100% e especificidade 99,3%.: (31) 2122-2951: www.prodimol.com.brProdimol lança teste 4ª geração paradiagnóstico precoce da infecção pelo HIVHá muitos anos a Hotsoft edita o Labnews,um boletim eletrônico com informações de interessedos laboratórios: anúncio e coberturade cursos e congressos, novidades de tecnologiae informática, leis e regulamentos queafetam o setor, etc. São 15.000 assinantesque ficam atualizados com as principais notíciasda área, através de notas curtas e comlinks para onde os assuntos são tratados emmaior profundidade. A escolha criteriosa dasnotícias, a abordagem sucinta e a ausênciade publicidade paga são responsáveis pelamanutenção do interesse dos leitores.Seguindo o exemplo do Labnews, a Hotsoftcriou agora o Hotnews, um canal de comunicaçãodirecionado aos usuários dos softwares daempresa. Além do anúncio das novas versõese releases dos softwares, os clientes ficamsabendo dos novos objetos disponibilizados naseção de suporte do site da Hotsoft (modelosde laudos, faturas, relatórios gerenciais, telas,etc.) e ainda recebem dicas de uso das inúmerasfuncionalidades dos softwares.É um veículo para o treinamento continuadodos funcionários do laboratório e o arautodas novidades para os administradores. Aoinvés de ser enviado por e-mail, contudo, oHotnews foi integrado à tela dos softwares.Dessa forma, a comunicação é instantânea eefetiva. Aproveitando a disponibilidade dessaferramenta, a Hotsoft integrou também oLabnews, inaugurando o BA Canais, umasolução que viabiliza a evolução da comunicaçãoda Hotsoft com seus clientes e quepoderá evoluir para a integração com outrosparceiros de interesse dos laboratórios.Centenas de laboratórios passam a receberde maneira on-line informações técnicas e demercado ao mesmo tempo em que continuama desfrutar de softwares e serviços de alta qualidade.Alavancar e agilizar o relacionamentocom os laboratórios é uma forma de reafirmaro compromisso com a satisfação dos clientes.Canais de comunicação integrados aossoftwares Labplus e Labmaster inauguramuma nova forma de comunicação no setor: (44) 3302-4455: negocios@labplus.com.br: www.hotsoft.com.br<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Por que validar o processo de transporte de produtos de cadeia fria?A Organização Mundial de Saúdeafirma que 50% das vacinas em todomundo chegam sem condições de uso aospacientes. A cada 10 pessoas vacinadas,cinco não estão protegidas.A garantia de ter o produto entreguede forma segura vai além das exigênciasdos órgãos reguladores. A preocupaçãodos laboratórios e empresas farmacêuticasé de manter o produto em temperaturaideal no transporte sem que alteresuas características.Com armazenamento e transporteincorretos de vacinas, exames laboratoriais,medicamentos e sangue,é impossível garantir a qualidade doproduto em transporte sem levar emconsideração a embalagem e os elementosrefrigerantes ideais para a suamanutenção térmica.Cadeia fria é um sistema de conservação,manejo, transporte e distribuição dosprodutos perecíveis, desde sua saída dolaboratório fabricante até o cliente final,conservados em temperatura ideal comeficácia, estabilidade e característicasfísico-químicas asseguradas.Quando ocorrem falhas neste sistema,a saúde do paciente é colocada emrisco, pois a exposição a temperaturasinadequadas faz com que percam o efeitoesperado e pode, muitas vezes, gerarefeitos prejudiciais à saúde.Os medicamentos não são os únicos ademandarem controles rígidos de temperatura.Vacinas e sangue são outros doisbons exemplos. O sangue quando expostoa temperaturas mais baixas do que asnecessárias pode ter sua cor alterada,facilitando a identificação da deterioração.Já se exposto a altas temperaturas nãoapresenta alteração visual, o que podeacarretar riscos se utilizado. Segundo aOrganização Mundial de Saúde, nos EstadosUnidos, referência entre os paísesmais profissionalizados no que se refereà cadeia fria, aproximadamente 2% dosangue transportado é descartado.Para a garantia da qualidade das embalagensde transporte de produtos perecíveise para que o processo de cadeiafria seja realizado de forma adequada, aPolar Técnica disponibiliza a seus clientessoluções eficientes e validação de embalagenstérmicas para todo o processo decadeia fria.: (11) 4341-8600: info@polartecnica.com.br: www.polartecnica.com.brGestão de qualidade Beckman Coulter BrasilSislab completa 15 anosEm um ambiente mundial detransformações, a gestão empresarialé a gestão da competência,onde as organizações devemposicionar seus planejamentosestratégicos para tornarem-seorganizações de aprendizado,enfatizando a aprendizagementre seus colaboradores, tornando-osagentes de contínuasmudanças.O Sistema de Gestão daQualidade (SGQ) leva a organizaçãoa analisar requisitose criar processos que tornempossível a obtenção de produtose serviços aprovados por seusclientes. Em um SGQ é crucialque todos procedimentos,normas e especificações sejamdocumentados, e que todo resultadode processo de trabalhoseja registrado. Portanto, trabalharcom SGQ é trabalhar comGestão de Informação.O SGQ Beckman Coulter, nabusca constante por melhoriascontínuas, investe nas necessidadesque alinham-se com amissão institucional da organizaçãoe persegue continuamente osrequisitos de seus clientes.A Beckman Coulter fornecesubsídios para o monitoramentocontínuo das atividades, melhoriado desempenho do processo esua rastreabilidade, investimentosna capacitação dos colaboradorese no clima organizacional.O envolvimento pessoal daalta direção, evidenciando seucomprometimento perante aspartes interessadas, é um dosrequisitos fundamentais parao sucesso dessa comunicação,do entendimento e aplicaçãode valores. E assim a BeckmanCoulter está trabalhando paraoferecer produtos e serviços comqualidade certificada.: www.beckman.comEm 2011, a Sislab Tecnologia Laboratorial Ltda.completará 15 anos de atuação na fabricação e comercializaçãode equipamentos para laboratórios.Entre os equipamentos de fabricação própria destaca-sea ampla linha de centrífugas com sete diferentesmodelos com até dois anos de garantia.Nos últimos anos a empresa concentrou seus esforçosna ampliação e modernização de sua fábrica,com destaque na implantação de produção de peçase componentes através de máquinas CNC (controlenumérico computadorizado), o que proporcionou aumentode produtividade e qualidade de seus produtosalém de redução significativa de custos.Segundo a empresa, o próximo passo será a ampliaçãode sua linha de fabricação própria. Além de centrífugas,a Sislab comercializa: estufas, agitadores, banhos-maria,balanças, micropipetas e tubos para centrifugação.: (11) 2255-6128 / : www.sislab.com.br86<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Laboratório de referência possui interfaceamento em todos os equipamentos analisadoresDesde 1983, a Sysplan desenvolvesistemas para vários segmentos, possuisede própria em área construída de1.000m² e estrutura técnica altamentecapacitada. Há mais de uma décadacriou, para gestão de laboratórios deanálises clínicas humanas e veterinárias,o software Labor.TI, presente em diversosestabelecimentos de todo o país.Através do Labor.TI o administradorpossui a rastreabilidade das amostras comcódigo de barras, com as etiquetas e ointerfaceamento, o sistema envia as requisiçõesdos exames aos equipamentos e estesretornam os resultados que são assinadoseletronicamente pelo responsável e impressosem laudos totalmente configuráveis. Opaciente recebe mensagem em seu celular epode acessar os exames via internet.O médico Renato Cassiano da Silveira,responsável pelo Laboratório da Santa Casade Misericórdia de Passos/MG, entidade queatende a macrorregião do sudoeste mineiroque contempla mais de 25 municípiose realiza mais de 50.000 exames/mês,utiliza o Labor.TI com mais de 30 pontosde atendimento entre a matriz e postos decoleta, relata alto nível de satisfação com aferramenta de gestão da Sysplan: “Nossohospital é referência em todo estado, alémda competência de nossos colaboradores, aescolha de nossos parceiros e a qualidadena prestação dos serviços prestados sãoimprescindíveis. Atualmente contamoscom vários equipamentos interfaceados noLabor.TI aumentando consideravelmentea eficiência e a segurança dos processos,além da grande economia de consumíveisem geral, indispensáveis para quematende ao SUS e é acreditada nível II pelaONA e busca a conquista do nível III, queé a Excelência”.Outras características marcantes sãoque o contrato mensal é opcional e o clientepode contratar somente os módulos quetem interesse, garantindo baixo investimentode acordo com o porte do laboratório,independentemente da quantidade deexames gerenciados pelo sistema.: (16) 3636-8999 :sysplan@sysplan.com.br: www.sysplan.com.brBiosystems lança dois equipamentosna sua linha de trabalhoHoriba participa do V CongressoSul Mineiro de Laboratórios ClínicosCentrífuga Spin para duas microplacas - Mps-1000A menor centrífuga para microplacas comparada àsatuais, foi desenvolvida pela Labnet para rápidas centrifugaçõesde amostras em duas microplacas de PCRseladas. Foi projetada para acomodar todos os modelosde microplacas. Aceita placas de PCR padrão e real time:com borda completa, meia borda e sem borda.Compacta e fácil de limpar, a centrífuga é utilizadaem laboratórios de pesquisas clínicas e industriais pararápidas centrifugações (spins) de gotículas provenientesda evaporação e homogeneização de reagentes.A rotação (velocidade) é fixa em 2.500 RPM (500xg)e dispensa ajustes. Já o rotor, é fixado verticalmente,sem a necessidade de trocas ou uso de adaptadores.Container para armazenamento de nitrogênio líquidoMais eficiente, leve e compacto, os contêineres sãoconstruídos em alumínio de alta resistência, conferindosegurança e baixo peso (quando vazios). Com sistemade fechamento de alta qualidade e design de isolamentotérmico multicamadas, permitem um longo tempode manutenção do nitrogênio, garantindo economiana utilização.Modelos disponíveis em 20, 35 e 50 litros e umavariedade de acessórios.: www.biosystems.com.brA Horiba, multinacional japonesalíder no mercado brasileirode hematologia desde 2001,participou do V Congresso SulMineiros de Laboratórios Clínicos,realizado entre os dias 13 e 15 deAgosto no Centro de Convençõesdo Hotel Guanabara, na cidadede São Lourenço, Minas Gerais.A participação aconteceu emparceria com a Labshopping,uma das principais parceiras damultinacional, distribuidora deprodutos para laboratórios.De acordo com Paula Coutinho,executiva de negócios daHoriba Medical, divisão especializadana fabricação de equipamentose reagentes destinados àárea médica, foram apresentadosquatro equipamentos ao públicovisitante: o Micros ES 60, Micros60, Pentra 60 e Start 4.O evento reuniu diversoslaboratórios da região, o quepermitiu aos profissionais locaiso acesso aos mesmos produtose tecnologias apresentadas noscongressos nacionais. “O portfóliorico em máquinas para laboratóriosde pequeno e médio portee a linha de reagentes, além daparceria com a LabShopping,foram os principais fatores parao resultado que alcançamos comessa participação no evento”,afirma Paula.Outro destaque da multinacionaldurante o evento foi arealização de uma palestra nopróprio estande. A especialistaem Hematologia, Denise Rezende,recebeu os visitantes do Congressopara uma aula sobre novastecnologias em hematologia,ocasião em que apresentou todasas funcionalidades e facilidadesdisponibilizadas pelo Micros 60.: www.horiba.com/medical88<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Alka lança testes para Hepatite E por método Elisa e ImunoblotO vírus da Hepatite E (HEV) é uma das causas mais comunsde hepatite adquirida por transmissão fecal-oral nos países emdesenvolvimento, geralmente resultante de água contaminada.Nos últimos anos relatos de infecções nos países industrializadossem associação de viagens têm sido mais frequentes.Quase todos estes chamados de casos autóctones de hepatiteE estão associados com o genótipo 2 HEV que mostra uma altahomologia de sequência para o genótipo 3 isolados de suínos.A Hepatite E aguda é uma doença grave, com umaapresentação clínica comparável a sinais de hepatite A. Ossintomas são similares à gripe, vômitos, diarreia, febre, artralgiae cefaleia geralmente associada a um aumento nosvalores das enzimas hepáticas. A icterícia colestática que sedesenvolve durante a evolução da doença pode persistir porvárias semanas. A infecção pelo HEV é geralmente autolimitada.Em regiões endêmicas existe uma alta porcentagem deinfecções de casos de HEV durante agestação seguindo para o curso fulminante,acompanhado pelo alto rangede mortalidade de aproximadamente20%. Em homens e mulheres nãogestantes o limite de mortalidade éde 0,5% a 4%.O recomLine HEV IgG/IgM (Imunoblot) usa antígenosrecombinantes purificados, para garantir a reprodutibilidadee alta sensibilidade e especificidade. A seleção de proteínashomologas a dois diferentes genótipos (genótipo 1 e genótipo3) provém a alta sensibilidade e também em regiõesnão endêmicas com alta porcentagem de casos autóctonesde Hepatite E.Vantagens do produto: antígenos recombinantes (altasensibilidade e especificidade, fácil e clara interpretação devidoà fácil leitura das bandas, antígenos homólogos de doisdiferentes genótipos: genótipo 1 e genótipo 3, detecção detodos os quatro genótipos de HEV); fácil procedimento doteste; detecção separada para anticorpos IgG e IgM – conjugadocontrole em cada tira.Já o recomWell HEV IgG, IgM usa antígenos recombinantespurificados, garantindo assim a reprodutibilidade naalta sensibilidade e especificidade. É muito apropriado paratestes de triagem.Vantagens do produto: antígenos recombinantes (altasensibilidade e especificidade, excelente discriminação entreresultados negativos e positivos); detecção separada paraanticorpos IgG e IgM; procedimento idêntico para determinaçãode IgG e IgM; fácil procedimento do teste; possívelautomação.Os kits disponíveis são: recomLine HEV IgG/IgM (Imunoblot)com 20 testes; recomWell HEV IgG (Elisa) com 96testes; recomWell HEV IgM (Elisa) com 96 testes.: (11) 5573-8814: (11) 5575-3749: www.alka.com.brJ. Moraes investe para alcançar excelência em qualidadeA J. Moraes Solução em LogísticaInternacional, empresa especializada emconsultoria e desembaraço aduaneiro,na importação e exportação de produtosfarmacêuticos, médico-hospitalares ediagnósticos laboratoriais, começou o anode 2010 fazendo investimentos em duasfrentes: desenvolve internamente umnovo software de gestão de processos, oque possibilitará o planejamento, acompanhamentoe controle de toda a operaçãoda empresa em tempo real, evitando,assim, possíveis erros e retrabalho, e aabertura de uma nova filial no AeroporoInternacional de Viracopos/Campinas-SP.Em pleno funcionamento, há cerca de doismeses o novo espaço chega para atender ademanda crescente e permite maior controledos processos por parte da diretoriada empresa, que entende que o atendimentodeve ser personalizado e seguro.O diretor-presidente da empresaJoão Moraes acredita que o novo espaçoe equipe própria possibilitam maiorcredibilidade junto aos clientes. Alémdisso, o novo software permitirá maiorflexibilidade de todo o fluxo de trabalho.A J. Moraes cresceu 17% em 2009,ano em que a crise econômica mundialafetou grande parte das empresas de todosos segmentos. Nesse período, além demanter seus mais de 30 clientes, captouseis novos, num período conturbado daeconomia nacional.A e x p e c t a t i -va de seu diretorpara 2010 é crescer20%, uma vezque os númerosdemonstram queapenas nos seisprimeiros meses desse ano a J. Moraesjá apresentou um crescimento de 16%no volume de negócios.O novo software de gestão e a filialem Viracopos fazem parte da estratégiade crescimento da empresa, cujo objetivomaior é alcançar excelência em qualidadede seus serviços.: www.jmoraes.com.brJoão Moraes, diretorpresidenteJoão Zacarias92<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Segurança em resultados via internetTrafegar documentos importantes via internet já é normalmenteutilizado no mundo, mas como fica a questão dosigilo e da segurança dos dados?A facilidade que a internet trouxe em enviar informaçãode maneira precisa e rápida, fez com que a criptografia setornasse uma ferramenta importante para permitir que apenaso emissor e o receptor tenham livre acesso à informação.Ela já é utilizada por muitas empresas para evitar ação deterceiros não autorizados e assim proteger o sistema quantoà ameaça de perda de confiabilidade e integridade.Esse processo é utilizado a fim de garantir:• Sigilo: somente os usuários autorizados têm acesso àinformação• Integridade: garantia oferecida ao usuário de que a informaçãocorreta, original, não foi alterada, nem intencionalmente,nem acidentalmente;• Autenticação do usuário: permite ao sistema verificar se apessoa com quem está se comunicando é de fato a pessoaque alega ser• Autenticação de remetente: permite a um usuário certificar-seque a mensagem recebida foi de fato enviada peloremetente• Autenticação do destinatário: permite a um usuáriocertificar-se que a mensagem será de fato enviada para odestinatário desejado• Autenticação de atualidade: prova que a mensagem é atual,não se tratando de mensagens antigas reenviadasChave de autenticação é a técnica mais conhecidapara garantir tudo isso, que é baseada em determinadafunção matemática, e garante acesso aos documentostrafegados. Se o receptor da mensagem usar uma chavede autenticação incompatível com a do emissor, não teráacesso à informação.Se o laboratório tem um conteúdo que não deve ser expostopara qualquer pessoa, como um resultado de exame,basta criar uma chave única de acesso para cada paciente,onde apenas ele e seu laboratório conhecem essa chave.Para garantir essa segurança na transferência de dados tãoimportantes como exames médicos, a S_Line trabalha comesse processo de criptografia baseado em chaves emitidasno momento da impressão do comprovante.: (27) 3205-6868: sline@sline.com.br: www.sline.com.brNovidades MedivaxA gripe é uma infecção viralaguda do trato respiratório superioraltamente contagiosa, acometendoambos os sexos e todas as faixasetárias. Pensando em um diagnósticorápido e com qualidade, a Medivax,em parceria com a SA Scientific, estálançando produtos para o diagnósticode afecções do trato respiratório.O SAS FluAlert A & B Test utilizaanticorpos monoclonais antinucleoproteínasdos vírus Influenza Tipo Ae Influenza Tipo B para a detecçãoqualitativa de antígenos em lavados easpirados nasais. O kit completo com30 testes contém cassetes, tampão deextração, tubos de extração e pipetasdescartáveis.Características de desempenho:Influenza A (sensibilidade 97,8% eespecificidade 100%), Influenza B(sensibilidade 100% e especificidade100%).O Vírus Sincicial Respiratório (RSV)é um importante patógeno na etiologiadas doenças respiratórias, tanto dasvias aéreas superiores como inferiores,infectando adultos e crianças.O SAS RSVAlert é um ensaio rápidoimunocromatográfico in vitro de leituravisual para a detecção qualitativa de antígenosdo RSV em lavado nasofaríngeo,aspirados e swabs. O kit completo 30com testes contém cassetes, tampão deextração e tubos de extração.Características de desempenho: sensibilidade100% e especificidade 100%.A legionelose caracteriza-se por umadoença febril aguda podendo evoluir parapneumonia fatal. O SAS Legionella Testé um ensaio rápido imunocromatográficoin vitro de leitura visual para a detecçãoqualitativa de antígenos da Legionellapneumophila sorogrupo 1 em amostra deurina. O kit completo com 20 testes contémcassetes e conta gotas descartávelCaracterísticas de desempenho:sensibilidade 90,5% e especificidade95%.Características dos kits: resultadosem 15 minutos, kit armazenado a temperaturaambiente, todos os kits sãoregistrados no Ministério da Saúde.: (21) 2622-4646: medivax@medivax.com.br: www.medivax.com.br94<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Diagnocare e Dialab: soluções, tecnologia e qualidadeA Diagnocare é a representante exclusivaDialab em todo território nacional(exceto região sul do Brasil), com estoquepróprio dos produtos e equipe técnica ecientífica formada por profissionais treinados,capacitados e atualizados. Com opropósito de fornecer toda a assistêncianecessária ao cliente, presta serviçosque vão além da qualidade dos produtoscomercializados, trabalhando com umagama extensa de produtos, desde itensbásicos de rotina até reagentes paraexames exotéricos, o que permite umainteração em praticamente todas as áreasdo laboratório e opções para clientescom diferentes focos de atuação. Contatambém com variadas apresentações dereagentes, facilitando a parceria independentedo porte do laboratório.A Dialab destaca-se no mundo dodiagnóstico laboratorial internacionalcomo uma empresa de qualidade e resultadosconfiáveis. Com sua matriz naÁustria, é fabricante e distribuidora deprodutos para diagnóstico, com seusprodutos sendo exportados para os maisdiferentes países no mundo.Fundada há mais de 38 anos, como aumento do interesse e demanda deoutros países, passou a exportar a partirdos anos 90, como expansão naturaldos negócios. Atualmente, 95% de suaprodução é destinada à exportação. Odestaque é para a linha de bioquímicaclínica, responsável por mais de 37% dovalor total da venda de produtos.O menu de produtos está distribuídonas seguintes linhas: bioquímica clínica,turbidimetria, testes rápidos (Diaquick),fitas de urina, coagulação e fibrinólise,sorologia, grupos sanguíneos & tipagemRhesus, monitoramento de drogas terapêuticas,drogas de abuso, Elisa.A marca CE, presente em todos osprodutos exportados pela empresa, indicaa procedência de produção seguindorígidos padrões de qualidade.A Diagnocare possui o registro demais de 130 produtos Dialab e espera, emcurto espaço de tempo, superar a marca200 produtos registrados.Expandindo sua atuação em territórionacional, a Diagnocare está selecionandorepresentantes e distribuidores paraa comercialização da linha de produtosmarca Dialab.: (11) 4445-7505: diagnocare@diagnocare.com.brSysmex KX-21N agora no programa de controle de qualidade interlaboratorial InsightOs usuários dos analisadores hematológicosSysmex KX-21N já podem participardo programa de controle de qualidadeinterlaboratorial Sysmex Insight. Esseprograma possibilita que os dados decontrole de qualidade dos equipamentossejam enviados pela internet, analisadose comparados com o grupo de usuáriosde todo o continente americano.O programa já é reconhecido comouma importante ferramenta pelos usuáriosdos analisadores da série X (XS-1000i, XT-1800i/2000i e XE-2100) no monitoramentoda rotina hematológica. Com o uso doInsight é possível gerar relatórios completose fáceis de interpretar, assim comográficos e resultados numéricos sobre ocomportamento do analisador.É uma ferramenta de controle dequalidade que reflete o desempenhodo analisador comparado com a médiade um grupo de analisadores. Essa nãoé uma avaliação cega nem pontual docomportamento dos analisadores comoa que se obtém ao analisar uma amostrade proficiência. Ele auxilia na detecção deimprecisão e tendências.Controle hematológico EightCheck-3WP X-TRA - Para participar do programade controle de qualidade é preciso queo laboratório utilize o sangue controleEightCheck-3WP X-TRA, recomendadoExemplo de relatório do controle dequalidade Sysmex InsightAnalisadorhematológicoSysmex KX-21Npela Sysmex. A utilização desse sanguecontrole é essencial para que sejamcumpridos os requisitos como valoresde referência, limites e estabilidade doproduto. O controle é fornecido pelaRoche Diagnóstica Brasil e sua rede dedistribuidores.: marketing@sysmex.com.br96<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Projeto Genoma Humano completa 10 anosPara o geneticista Dr. Salmo Raskin, os resultados do projeto até o presente momentosão permeados por exageros, frustrações e esperançasOdia 26 de junho de 2000certamente ficará marcadopor décadas nahistória da ciência, poisfoi nesta data que os cientistas revelarama ordem correta das substânciasbioquímicas que compõemo código genético humano. Foi umajornada de 10 anos de pesquisas emcentenas de laboratórios espalhadospor mais de 20 países do mundo, todoscom o mesmo objetivo: decifraro código da vida.Sabia-se que o ser humano,quando recém-nascido, tem cercade 26 bilhões de células, enquantoem um adulto este número saltapara cerca de 50 trilhões. No centrode cada uma destas células está onosso Genoma, termo que se refereao conteúdo total de material genéticode um organismo, seja esteuma bactéria, um vírus, uma moscaou um humano.De uma forma didática, o genomahumano pode ser comparadoa uma grande enciclopédia de 23volumes, que representariam nossos23 cromossomos que, por sua vez,trazem a mensagem fundamental doenredo da vida, ou seja, os genes.Porém, mesmo os genes, apesarde tão minúsculos que não podemser visualizados com o mais potentemicroscópio imaginável, não sãounidades indivisíveis; elessão formados por váriospedaços chamadosde Exons, que secombinam para dar forma aos aminoácidos,componentes básicos dasproteínas. Dentro dos genes, separandoos vários Exons, existem aindaos Introns, que, até então, pareciamnão ter significado.O primeiro passo para desvendarestes mistérios seria descobrir emqual ordem a natureza posicionouessa sequência de três bilhões deA, T, C e Gs, revelada após 10 anosde trabalho extenuante de umacolaboração científica internacionalcoordenada pela HUGO (HumanGenome Organisation), do qual fazparte o especialista brasileiro Dr.Salmo Raskin.Dez anos depois, ainda é prematurofazer uma análise completado que representa aquilo que foirevelado ao mundo em 2000, atéporque os próprios cientistas aindadesconhecem o significado de boaparte das sequências que descobriram.Porém, é preciso destacaralgumas lições:• O genoma humano teriamaior potencial de produçãode formas alternativasde proteínas e a hierarquiadas espécies estaria ao nívelproteico e não genômico;• O sequenciamento e as pesquisasque se sucederam demonstram queuma parte dos 98% do código genéticoque não produzem proteínas,são resquícios do passado evolutivodo ser humano, sequências queforam um dia ativas, produzindoproteínas há milhares ou milhõesde anos atrás, e que a evolução fezcom que se tornassem inativas;• Agora que o genoma completode mais de 20 seres humanos foisequenciado, sabemos que existeuma variabilidade dez vezes maior(cerca de 1%) do que a inicialmenteimaginada (0,1%) entre as bases nitrogenadasde dois seres humanos;• Genomas inteiros de mais de3.800 outras espécies já foramsequenciados e analisados por completo,inclusive de mamíferos muitopróximos ao ser humano na escalahierárquica da vida, como o camundongo,o rato e o chimpanzé. Por-100<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


tanto, pela primeira vez na históriaé possível praticar uma GenômicaComparativa, ou seja, é possívelcom grande precisão comparar osgenomas de espécies diferentes,de modo nunca antes imaginável,e tentar compreender o que nosdiferencia e o que nos assemelha aoutras espécies;• Aprendemos a desenvolver tecnologiasque sequenciam o Genomade forma mais rápida, com maisqualidade e menor custo.FrustraçõesPor outro lado, alguns aspectosainda preocupam a comunidadecientífica. Os geneticistas compreendemhoje que conceitos básicoscomo gene, regulação gênica,Exons e Introns, são muito maiscomplexos do que se imaginava.“Só o fato de muito recentementetermos descoberto que ao menosmetade do lixo genético é compostopor sequências fundamentais naregulação do genoma, já mostrao quanto pouco sabemos sobre agenética humana dez anos depoisdo anúncio do sequenciamento”,diz o Dr. Salmo Raskin. Para ele,é frustrante saber que em 2010 oconhecimento científico de genéticahumana é infinitamente menor doque se podia imaginar dez anosatrás e que há pressões cada vezmaiores para explicar como estesachados se encaixam.Apesar do enorme avanço nacapacidade de diagnosticar uma das10 mil doenças genéticas raras, ouse uma pessoa tem predisposiçãoa ter filhos com alguma delas, noque se refere às doenças mais comuns,o impacto foi até o momentomuito menor. Não sabemos quais equantos genes fazem parte do componentegenético de doenças comohipertensão, diabetes, obesidade,câncer, depressão, esquizofrenia,entre outras. Já no que se referea transformar os conhecimentosadquiridos em tratamentos, poucasdrogas foram desenvolvidasnos últimos 10 anos baseadas nasdescobertas do Genoma Humano.O futuroMesmo enfrentando barreiraséticas, legais, morais, filosóficas,culturais e religiosas, o conhecimentoa ser adquirido do genomapoderá ainda trazer boa parte dasrespostas para os enigmas doser humano, como “De onde nósviemos?”, “Quem nós somos?” e“Para onde nós iremos?”. Essasperguntas poderão ser, pelo menosparcialmente respondidas, quandocompreendermos a real mensagemque o Genoma pode nos revelar.A descoberta de um númerobem menor de genes do que imaginávamosno genoma humano, porexemplo, traz da natureza mais umalição a ser aprendida pelos sereshumanos: a de que não existe umdeterminismo genético para tudo,ou seja, nem tudo está escrito nosnossos genes. Traz também umalição de respeito aos outros seresvivos e ao meio ambiente.Para o Dr. Salmo, os cientistasdevem continuar a ser movidos peloinstinto e ter garantida a liberdadede seguir em suas pesquisas sem sepreocupar onde elas os levará. “Masdependerá da sociedade organizadadeterminar para onde devemoscaminhar”, diz.“Vamos precisar aprender atrabalhar em equipes interdisciplinares,que possam produzir conhecimentonão só em pesquisa, masem questões como propriedade intelectual,consentimento informado,legislações que protejam a populaçãode discriminação genética, protegendosuas privacidades. Vamosprecisar treinar os novos Médicos,os educadores, gestores públicose a população em geral para quepossam compreender a medicinagenômica”, explica o especialista.Por fim, será preciso formarmuito mais profissionais treinadosem Aconselhamento Genético, umprocesso de comunicação sobreproblemas humanos associados coma ocorrência ou risco de recorrênciade uma doença genética na família,através do qual os pacientes e/ouparentes que possuam ou estãoem risco de possuir uma doençahereditária são informados sobre ascaracterísticas da condição, a probabilidadeou risco de desenvolvê-la outransmiti-la, e as opções pelas quaispode ser prevenida ou melhorada.No Brasil, o quadro ainda é preocupante,já que o país tem um médicogeneticista para cada milhão dehabitantes, 80% deles concentradosnas regiões sul e sudeste. “É precisoque políticos e gestores de saúde compreendamque se o AconselhamentoGenético não estiver disponível paraa maioria da população, todo esteesforço será quase inútil. Para umpaís que nem sequer possibilita aospacientes do SUS acesso aos serviçosbásicos de genética há necessidadede uma mudança urgente e radicalna forma como a saúde é planejada e(des)valorizada em nosso país. “Issose realmente queremos um dia poderusufruir desta revolução na Medicina”,finaliza o Dr. Salmo Raskin.<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 20<strong>101</strong>01


ESPECIAL EspecialEspecialESPECIALEspecialESPECIALEspecial ESPECIALESPECIALEspecialAnalogiasemanalogias em medicinaMedicinaTalharim Intrometido. As tênias – parasitasintestinais do filo Platyhelminthes– acometem grande número de sereshumanos em pleno século 21. As principaisespécies são a Taenia solium,denominada verme em fita do porco(Ingl. pork tapeworm) e a Taenia saginata,verme em fita do boi (Ingl. beeftapeworm). A etimologia do vocábuloTaenia é do grego, significando tira oufita. Estima-se que existam, no mundo, cercade 2,5 milhões de pessoas acometidas pelaT. solium e 77 milhões pela T. saginata, incluindo32 milhões na África. São vermes grandes, achatados, emforma de fita e segmentados. A cor é geralmente branca,de aspecto leitoso, às vezes rósea ou levemente amarelada,devido a substâncias diversas absorvidas pelo parasito. A T.solium mede 2 a 4 metros de comprimento, mas pode atingir8 metros. A T. saginata, mais avantajada, 4 a 14 metros e,em casos extremos, 25 metros. Podem viver de 25 a 30 anos.Quando adultas, são constituídas de um pedúnculo fixador(rostro, cabeça ou escólex) e de um corpo em fita, compostopor uma cadeia de segmentos denominados proglotes ouanéis. A T. solium é também chamada de tênia armada(Ingl. armed tapeworm), pois contém dupla coroa deganchos (espinhos ou acúleos) no rostro. A T. saginata édita desarmada por não possuir acúleos (Ingl. hookless orunarmed tapeworm).Em geral, talvez por algum fator imunológico, o indivíduoé parasitado apenas por um espécime, explicando o termo“solitária”. Contudo, a infecção múltipla pode ocorrer. Ovocábulo solitária significa ainda a cela penitenciária onde éisolado um detento rebelde ou violento, como castigo ou medidade precaução (Dicionário Houaiss da língua portuguesa).Um professor de parasitologia levou uma tênia para demonstraçãoem sala de aula. Imediatamente, uma alunadisse: – Parece talharim. De fato, a comparação do aspectodas tênias com o macarrão talharim – massa alimentíciafeita de farinha de trigo e ovos, cortado em longas tirasdelgadas e achatadas – tem valor didático e é citada emvárias fontes educacionais.Minha esposa Zaíra, em oportuna e feliz inspiração, criou otítulo acima: talharim intrometido, pois o parasito têniaé persona non grata ao intestino e jamaisbem-vindo ao seu hospedeiro definitivo,que, infelizmente, é o ser humano.O professor apontou ainda as larvasdo verme, isto é, os cisticercos, nacarne crua e disse: – Essa bolinhabranca contendo líquido claro é chamadapopularmente de canjiquinha,pipoquinha, ladraria ou sapinho. Sevocês virem isso na carne, não comam!A aluna: – Professor, e se eu fritar a canjiquinha?– Bem, nesse caso, você liquida obichinho, transformando-o em diminuto e inofensivotorresmo.A infecção dos indivíduos é reconhecida pela eliminaçãoquase cotidiana de proglotes de mistura com as fezes (T.solium) ou entre as evacuações (T. saginata). Aliás, o própriopaciente relata ter notado nas suas fezes “pedaços de fitaachatados”. A infecção pela T. solium resulta da ingestãode carne de porco crua ou mal cozida, contendo cisticercose a da T. saginata do consumo de carne de boi crua ou malcozida, também com cisticercos.A teníase é, geralmente, assintomática. Quando sintomática,as manifestações clínicas são semelhantes em ambos osvermes e podem incluir tonturas, fraqueza, insônia, cefaleia,vômitos, distensão abdominal, diarreia, perda de peso edores abdominais. Raramente ocorre obstrução intestinal,apendicite e perfuração intestinal com peritonite. Em criançaspode causar retardo no crescimento e no desenvolvimento.Entretanto, o prognóstico na T. solium pode ser grave, oumuito grave, devido à possibilidade de ocorrer cisticercoseocular e do sistema nervoso central (neurocisticercose).De um estudante da Faculdade de Ciências Médicas deMinas Gerais:– Minha irmã presenciou um garoto expelindo uma tênia e, perplexacom o flagrante, disse que nunca mais comeria talharim.(Texto baseado, em parte, em Veronesi e Focaccia. Tratadode Infectologia, Atheneu, 1996 e Rey Parasitologia 3ª <strong>Ed</strong>.Guanabara Koogan, RJ - 2001).José de Souza Andrade Filho - Patologista, membro da AcademiaMineira de Medicina e professor de anatomia patológica daFaculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.104<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


ArtigoInfeções Urinárias de Origem Bacteriana em Pacientes Atendidosem Laboratórios de Análises Clínicas de Presidente Olegário - MgCyntia Araújo de Queiroz 1 , Vanessa Pereira Tolentino Felício 21 - Dicente do Curso de Farmácia do Centro Universitário de Patos de Minas2 – Professora de Microbiologia Clínica do Centro Universitário Patos de MinasResumoSummaryInfeções urinárias de origem bacteriana em pacientesatendidos em laboratórios de análises clínicas dePresidente Olegário - MgAs infecções do trato urinário são aquelas causadas pela invasãoe multiplicação de micro-organismos no aparelho urinário, causadasprincipalmente por bactérias como Escherichia coli e Staphylococcussp. O objetivo deste trabalho foi determinar a prevalência dos microorganismosresponsáveis pelas infecções do trato urinário e o perfil deresistência a antimicrobianos em uroculturas realizadas em pacientesatendidos nos laboratórios de análises clínicas situados na cidade dePresidente Olegário - MG, no período de setembro de 2008 a fevereirode 2009, levando-se em consideração critérios como gênero e idadedos pacientes. Os resultados deste trabalho demonstraram que a maiorocorrência de infecções do trato urinário foi entre os pacientes dosexo feminino. O mês de janeiro de 2009 foi o que apresentou maiorincidência de infecções do trato urinário; os micro-organismos maisprevalentes foram a Escherichia coli, Staphylococcus sp. e Proteus sp.;o antimicrobiano mais eficiente frente aos micro-organismos testadosfoi o ciprofloxacino; a associação sulfametoxazol/trimetropina e aampicilina foram os agentes antimicrobianos que apresentaram maioríndice de resistência aos micro-organismos testados.Palavras-chaves: Infecção, trato urinário, antimicrobianos,urocultura, Presidente OlegárioBacterial urinary tract infections among patientsof clinical analysis laboratories located in PresidenteOlegário - MgUrinary tract infections are caused by the invasion and multiplicationof microorganisms in the urinary tract, mainly caused bybacteria such as Escherichia coli and Staphylococcus sp. The aimof this work was to determine the prevalence of the microorganismsresponsible for urinary tract infections and the profile of resistanceto antimicrobials in urine cultures performed in patients in clinicalanalysis laboratories located in the city of President Olegário - MG,during the period of September 2008 to February 2009, consideringcriteria such as gender and age of the patients. The results of thisstudy showed that the higher occurrence of urinary tract infectionsamong the patients was in female. The month of January 2009showed the higher incidence of urinary tract infections; the mostprevalent microorganisms were Escherichia coli, Staphylococcussp. and Proteus sp., The most effective antimicrobial agent againstthe tested microorganisms was ciprofloxacin; sulfamethoxazole,ampicillin, trimetropin were the antimicrobials that had lower activityagainst the microorganisms tested.Keywords: Urinary tract infections, antimicrobials, urineculture, Presidente Olegário cityIntroduçãoAs infecções do trato urinário(ITUs) são aquelas causadaspela invasão e multiplicação demicro-organismos no aparelho urinário,compreendendo 2/3 superiores da uretra,bexiga, rins e ureteres. É consideradauma afecção muito comum, quandose trata de processos infecciosos (5).Esta enfermidade ocupa o segundolugar em incidência, perdendo apenaspara as infecções do trato respiratóriocomo a gripe, por exemplo (2, 11).Conforme Bradino et al. (2007), asITUs representam uma das patologiasmais freqüentes no cotidiano clínico eacometem indivíduos em qualquer faixaetária, sendo os recém-nascidos dosexo masculino, meninas em idade préescolar,mulheres jovens sexualmenteativas, homens com obstrução prostáticae idosos os grupos mais comprometidos.Os patógenos mais freqüentes associadosa este tipo de patologia sãoas bactérias, as quais podem colonizarqualquer nível do aparelho urinário, desdea bexiga, causando cistite até o rimocasionando pielonefrite que é a formamais grave e, geralmente, resulta daascensão de microorganismos do tratourinário inferior (SILVA et al., 2007).Conforme Bradino et al. (3), microorganismoscomo a Escherichia coli,Staphylococcus saprophyticus e osgêneros Klebsiella, Enterobacter, Actinobacter,Proteus, Pseudomonas eEnterococos são os principais respon-106<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


sáveis pelos casos de ITUs em todasas faixas etárias.A Escherichia coli é a responsávelpor mais de 90% das ITU adquiridaspela população, merecendo atençãoespecial. A E. coli presente nas fezescoloniza a uretra causando uretrite ea bexiga causando cistite. Na minoriados casos, os rins tornam-se infectados(pielonefrite). Estas bactérias sãoparticularmente virulentas devido àsua capacidade de produzir adesinas,que se ligam às células que revestema bexiga e as vias urinárias superiores,impedindo a eliminação das bactériasno fluxo de urina (13).O diagnóstico preciso e precoceda infecção urinaria é importantepara controlar o progresso damesma, impedir a ocorrência debacteremia secundária e evitar sequelasrenais. Este se fundamenta noquadro clínico, exame de elementosanormais e sedimento de urina eurocultura quantitativa.A urocultura consiste na quantificaçãode colônias bacterianas pormililitro de urina, tendo como resultadoo crescimento isolado de um únicopatógeno em uma concentração depelo menos 10.000UFC por mililitro,sendo usada para confirmação dessediagnóstico (14).Os agentes antimicrobianos sãomedicamentos utilizados para eliminardiferentes gêneros de microorganismos.Dentre os diferentes gênerosde antimicrobianos existentes,destacam-se os de uso comum, comoo norfloxacino, ciprofloxacino, nitrofurantoínaampicina e sulfametoxazol/trimetropina.O norfloxacino e o ciprofloxacinopertencem à mesma classe de medicamentosdas fluorquinolonas. A nitrofurantoína,sulfametoxazol/trimetropinae ampicilina pertencem à classe dosnitrofuranos, das sulfonamidas epenicilinas, respectivamente. Caracterizampor serem de amplo espectroe ter ação contra micro-organismosGram negativos e positivos (9).Na realização desta pesquisa foipossível esclarecer conceitos sobreas infecções urinárias e micro-organismosmais incidentes, além deconhecer a importância dos exameslaboratoriais (urina rotina e urocultura)pelo diagnóstico precoce dasITUs, que são de suma importânciapara a população, pois esses podemaderir ao tratamento antes de maiorescomplicações. Tal conhecimentoé relevante para que os profissionaisde saúde possam prestar maior assistênciaaos pacientes e para que omeio acadêmico possa intervir maisde perto na melhoria da qualidade devida da população.Pretendeu-se com este estudodeterminar a prevalência dos microorganismosresponsáveis pelas infecçõesdo trato urinário e o perfilde resistência a antimicrobianos emuroculturas realizadas em pacientesatendidos nos laboratórios deanálises clínicas situados na cidadede Presidente Olegário - MG, nosperíodo de setembro de 2008 afevereiro de 2009, levando-se emconsideração critérios como gêneroe idade dos pacientes.MetodologiaO estudo desenvolvido foi do tiporetrospectivo de corte transversal.Através de pesquisa documental dasfichas de exames de urocultura positivae negativa, de pacientes atendidospelos laboratórios de análises clínicasda cidade de Presidente Olegário –MG, no período de setembro de 2008a fevereiro de 2009, levando-se emconsideração critérios como gênero eidade dos pacientes. A autorização foiconcedida pelos responsáveis técnicosdos laboratórios para acesso a todosos registros de urocultura e antibiogramaneste período.Para análise, os resultados foramexpressos em número absoluto comum total de 200 amostras e em porcentagemutilizando o Programa Excelfor Windows (97-2003).Resultados e DiscussãoFoi analisado um total de 200uroculturas de pacientes atendidosnos laboratórios de análises clínicasde Presidente Olegário - MG, duranteo período de setembro de 2008 afevereiro de 2009. Destas amostrasanalisadas, 36 (18%) foram positivase 164 (82%) apresentaram negatividade,conforme mostrado na Figura 1.Os resultados obtidos no presentetrabalho são inferiores aos observadospor Menezes et al. (10), os quaisanalisaram 570 amostras de urina depacientes atendidos na cidade Fortaleza- CE, onde 39,3% das amostrasapresentaram positividade para infecçãodo trato urinário. Este resultado édiferente do verificado por Viera et al.(17) que, ao analisar 919 amostras deurina, obtiveram 22,6% de positividadepara urocultura. Por outro lado, Silva etal. (15) observaram resultados similaresaos verificados neste trabalho, compercentual de uroculturas positivas em18,4% dos pacientes analisados.A Figura 2 apresenta o percentualde uroculturas positivas relacionadas aosexo feminino e masculino. A prevalênciafoi maior no sexo feminino (92%) quandocomparado ao sexo masculino (8%).No estudo realizado por Silva et al.(15), observaram-se valores similaresaos observados neste estudo, com percentuaisde positividade para o gênerofeminino em 85,7% e masculino em14,3% dos pacientes analisados. Emcontrapartida, resultados inferiores aosverificados no presente trabalho foramobservados por Muller et al. (11), compercentuais de positividade de 17,5%em mulheres e 7,5% em homens.Segundo Heilberg et al. (6), amaior ocorrência de infecções dotrato urinário em mulheres pode serexplicada pela anatomia do aparelhogenital feminino, que apresenta uretramais curta e, ainda, maior proximidadeao ânus, o que aumenta a probabilidadede contaminações microbianas.No homem, a menor incidência deinfecções do trato urinário, ocorre<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 20<strong>101</strong>07


Figura 1. Percentual de uroculturas positivas e negativas em pacientes atendidos nos laboratóriosde Presidente Olegário - MG, durante o período de setembro de 2008 a fevereiro de 2009Figura 2. Percentual de uroculturas positivas em pacientes dos gêneros feminino e masculino,atendidos nos laboratórios de Presidente Olegário - MG, durante o período de setembro de2008 a fevereiro de 2009Figura 3. Percentual de uroculturas positivas com relação à faixa etária, em pacientes atendidosnos laboratórios de Presidente Olegário - MG, durante o período de setembro de 2008 afevereiro de 2009pelo maior comprimento da uretra efluxo urinário em maior volume e açãoantimicrobiana da próstata (16).Em relação à associação de positividadee faixa etária (Figura 3), osmaiores percentuais de positividadeforam verificados nos pacientes comidade entre 20 e 39 anos e os menoresvalores foram obtidos para pacientesde 0 a 20 e 80 e 99 anos.Esta maior prevalência em pacientesjovens deve-se possivelmente aofato de que o maior número de pacientesanalisados foi do gênero feminino.As mulheres incluem-se no grupo demaior prevalência, devido a diversosfatores como anormalidades do tratourinário, hábitos higiênicos, uso deespermicidas e, ainda, alterações hormonaisdurante a gravidez (8).Nos seis meses de amostragem,verificou-se que a maior prevalênciade casos de infecções do trato urinárioocorreu nos mês de janeiro de 2009,totalizando 35,6% das amostras.Dentre os micro-organismos prevalentescomo agentes de infecções dotrato urinário, nos pacientes atendidospelos laboratórios da cidade de PresidenteOlegário - MG, destacam-se a Escherichiacoli, Staphylococcus sp. e Proteussp., com percentuais de 72% (26), 11%(3) e 11% (3), respectivamente (Figura4). Os demais apresentaram baixaincidência, incluindo Enterobacter sp. eKlebsiela sp., ambas com 3%.O agente etiológico mais prevalentenas uroculturas analisadas foi aEscherichia coli. Este micro-organismoé um bastonete Gram negativo, pertencenteao grupo dos coliformes termotolerantes,que tem como habitatnatural o trato intestinal dos sereshumanos, o que pode explicar a maiorfacilidade em contaminar e ocasionarinfecções urinárias.A prevalência de Escherichia coli eminfecções urinárias é bastante relatadaem diferentes pesquisas, como observadoem trabalho conduzido por Horneret al. (7), onde 52,1% das uroculturasanalisadas apresentaram este microorganismocomo agente etiológico.Vieira et al. (17) também obtiveram resultadossemelhantes aos encontradosneste trabalho, com percentual de 69%de uroculturas positivas para E. coli.Além da Escherichia coli, o Staphylococcussp. e Proteus sp. apresentaramelevada ocorrência nas amostrasanalisadas. Resultado similar ao desteestudo para Proteus sp. foi observadopor Rodrigues et al. (12), com valor de15% das uroculturas realizadas.Sato et al. (14) obtiveram percentuaisde 6,9% para Staphylococcus sp.e 2,9% para Proteus sp., em uroculturasrealizadas em pacientes de ambosos sexos. Por outro lado, Silva et al.108<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Figura 4. Prevalência de micro-organismos em relação às uroculturas realizadas em pacientesatendidos nos laboratórios de Presidente Olegário - MG, durante o período de setembro de2008 a fevereiro de 200988,4%, o que também foi observadoneste estudo.A aquisição de resistência microbianaaos antibióticos de modo geral,e principalmente à ampicina e sulfametoxazol/trimetropinaobservados nesteestudo, representa um grave problemade saúde pública. O uso indiscriminadode antimicrobianos é considerado aprincipal causa da aquisição de resistênciapor parte dos micro-organismos,o que pode aumentar as taxas de morbidadena população.Portanto, a realização de uroculturasanteriormente à administração deantimicrobianos é uma prática essencialpara evitar o desenvolvimento deresistência microbiana em pacientescom suspeita de infecção urinária.ConclusõesFigura 5. Perfil geral de resistência dos micro-organismos isolados por uroculturas realizadasem pacientes atendidos nos laboratórios de Presidente Olegário - MG, durante o período desetembro de 2008 a fevereiro de 2009(2007), obtiveram valores inferioresaos obtidos neste estudo, com percentuaisde, respectivamente, 6 % e 3%para Staphylococcus sp. e Proteus sp.Os micro-organismos do gêneroStaphylococcus, principalmente o Staphylococcusepidermidis e Staphylococcussaprophyticus, são os principaisagentes etiológicos de infecçõesurinárias em mulheres sexualmenteativas e pacientes hospitalizados (4).Os resultados apresentados na Figura5 mostram que o antibiótico mais eficientefrente aos micro-organismos avaliadosfoi o ciprofloxacino, seguido do norfloxacinoe nitrofurantoína. Os que apresentarammaior resistência foram a ampicina eo sulfametoxazol/trimetropina.Vieira et al. (17) obtiveram comportamentosimilar ao observado nesteestudo para ciprofloxacino, norfloxacinoresistênciae nitrofurantoína como percentuais desensibilidade (maior inibição do crescimentodos micro-organismos) de 88%,77% e 74,3%, respectivamente, frenteaos micro-organismos testados. Paraampicilina observou-se também maiorresistência pelos micro-organismos avaliados,mas para sulfametoxazol/trimetropinaestes autores observaram maiorresistência pelos micro-organismos, oque não foi observado neste estudo.Em contrapartida aos resultadosobservados neste trabalho, Sato et al.(14) verificaram percentuais de resistênciaao ciprofloxacino e norfloxacinode 66,7% para ambos.Em estudo realizado por Bail etal., (1) verificou-se maior perfil desensibilidade por parte dos microorganismostestados à nitrofurantoínacom 95,3% e ao norfloxacino comDiante dos resultados obtidos, pormeio das análises de uroculturas realizadasem pacientes atendidos noslaboratórios de Presidente Olegário- MG, durante o período de setembrode 2008 a fevereiro de 2009, pode-seconcluir que:• A maior ocorrência de infecções dotrato urinário foi entre os pacientes dosexo feminino, correspondendo a 92%• O mês de janeiro de 2009, com35,6%, foi o que apresentou maior incidênciade infecções do trato urinário• Os micro-organismos mais prevalentesforam a Escherichia coli, com72%, Staphylococcus sp. e Proteussp., com 11%, respectivamente• O antimicrobiano mais eficientefrente aos micro-organismos testadosfoi o ciprofloxacino, com 30,9%• A sulfametoxazol/trimetropinae a ampicilina foram os agentes antimicrobianosque apresentaram menoração contra os micro-organismostestados (resistência), com 22,7% e16,1%, respectivamente.Correspondências para:Prof a . Vanessa Pereira Tolentino Felíciovanessa@unipam.edu.br110<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Referências Bibliográficas1. Bail L, Ito SAC, Esmerino AL. Infecções do trato urinário: comparaçãoentre o perfil de susceptibilidade e a terapia empírica com antimicrobianos.RABAC. 38(1): 51-56, 2006.2. Barza M. Trato Urinário. In: Schaechter M et al. Microbiologia Mecanismosdas Doenças infecciosas. 3ed. Rio de Janeiro: Guanabara,2002. cap. 60, p. 506-512.3. Bradino CA et al. Prevalência e Fatores Associados á Infecção do TratoUrinário. NEWSLAB. Limeira, 83. ed. 2007. Disponível em: .Acesso em 30 ago.2008.4. Camargo CBS et al. Infecções de vias urinarias na comunidade deRibeirão Preto-SP: Etiologia, sensibilidade bacteriana a antimicrobianose implicações terapêuticas. Revista de Medicina, Ribeirão Preto,35:173-178, 2002.5. Centro Universitário de Patos de Minas. Manual para normalizaçãode trabalhos acadêmicos. 2. ed. rev. e ampl; Patos de Minas, 2004.6. Heilberg IP, Schor N. Abordagem diagnóstica e terapêutica na infecçãodo trato urinário-ITU. Rev. Assoc. Méd. Brás., 36(3): 163-166, 2004.7. Horner R et al. Prevalência de microrganismos em infecções do tratourinário de pacientes atendidos no Hospital Universitário de SantaMaria. RBAC. Santa Maria, 38(3): 147-150, 2006. Disponível em:. Acesso em: 24 set. 2008.8. Kazmirczak A, Giovelli FH, Goulart LS et al. Caracterização dasinfecções do trato urinário diagnosticadas no município de Guaranidas Missões - RS. RBAC. 37(4): 205-207, 2005.9. Korolkovas A. Dicionário Terapêutico Guanabara. 2008/2009 ed. Riode Janeiro. <strong>Ed</strong>itora Guanabara 2008. cap 18.10. Menezes AE et al. Freqüência de Microorganismos Causadores deInfecções Urinárias Hospitalares em Pacientes do Hospital Geral deFortaleza. RBAC. 37(4): 243-246, 2005.11. Muller EV, Santos FD, Correa NAB. Prevalência de micro-organismosem infecções do trato urinário de pacientes atendidos no laboratóriode Análises Clínicas da Universidade Paranaense-Umuarama-PR.RBAC. Paraná, 40(1): 35-37, 2008. Disponível em: . Acesso em: 10 set. 2008.12. Rodrigues F, Alves FA, Lemos L. Infecções urinárias diagnosticadasnum serviço de urgência: dados microbiológicos e implicações naterapêutica e profilaxia. ACTA pediátrica Portuguesa. 1(37): 5-8, 2006.13. Santos OR, Lopes GS. Infecção do Trato Urinário. In: Santos OR.Dinâmica das Doenças Infecciosas e Parasitarias. 2ed. Rio de Janeiro.<strong>Ed</strong>itora Guanabara, 1, cap.23: 273-277. 2005.14. Sato AF, Sividzinski AE, Condolaro MEL, Boer CG. Nitrito urinário einfecções do trato urinário por cocos gram-positivos. LaboratórioBrasileiro de Patologia Médica. Maringá, 41(6): 397-409. 2005. Disponívelem: http://www.scielo.br/ pdf/jbpml> Acesso em: 2 set. 2008.15. Silva CO et al. Infecções urinárias de origem bacteriana diagnosticadasem Umuarama-PR. RABAC. Maringá, 39(1): 59-61. 2007.Disponível em: . Acesso em: 30 ago. 2008.16. Souza Jr. MA, Fernandez LG. Perfil de suscetibilidade aos antimicrobianosmais comercializados para o tratamento de infecção do trato urináriono ano de 2003 em Salvador- BA. <strong>NewsLab</strong>. 67: 96-104, 2004.17. Vieira SMJ et al. Susceptibilidade antimicrobiana de bactérias isoladasde infecções do trato urinário de pacientes atendidos no hospitaluniversitário Bettina Ferro de Souza, Belém-PA. RABC, 39(2): 119-121, 2007.<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 20<strong>101</strong>11


ArtigoAvaliação da Atividade Enzimática de Gama-Glutamil-Transferase em Ex-Dependentes do EtanolJosé Ricardo dos Santos Vieira 1 , Ana Maria G. Reis 2 , André Victor Sena Silva 2 , Marcelo T. Saito Ito 2 , Patrícia S.F. Jaime 21 - Doutor em Genética e Biologia Molecular, Professor Adjunto do Instituto deCiências Biológicas da Universidade Federal do Pará - ufpa2 - Concluintes do Curso de Farmácia do Centro de Ensino Superior do Pará - CESUPAResumoSummaryAvaliação da atividade enzimática de gama-glutamil-transferaseem ex-dependentes do etanolO alcoolismo é uma doença crônico-degenerativa originadapela dependência química do etanol que leva à degeneraçãohepática, sendo uma das principais causas de cirrose hepática. Aslesões hepatocelulares cursam com icterícia e aumento na atividadede enzimas hepáticas como a alanina-aminotransferase (ALT), aspartato-aminotransferase(AST) e gama-glutamil-transferase (GGT).A GGT aumenta em indivíduos alcoólatras mesmo quando não hálesão hepática evidente. Para verificar a atividade plasmática deGGT em ex-dependentes do etanol, foi realizada a dosagem deGGT, AST e ALT em 35 voluntários da Associação dos AlcoólicosAnônimos do Pará. Não foi observada variação significativa (p >0,05) nos valores médios das dosagens de ALT (20,8UI/L ± 7,2) eAST (24,7UI/L ± 5,2). Entretanto, os valores médios das dosagensde GGT (30,9UI/L ± 31,2) apresentaram variação significativa (p 0.05). However, GGT (30.9UI /L ± 31.2)enzymatic activity has shown significant increasing (p < 0.001)due to subjects with abstinence time lower than one month thathad a three fold increasing, whilst other subjects have shownnormal levels. Results suggest that GGT is an indicator of recentalcoholism by two months of abstinence, returning at normallevels with abstinence time increasing.Keywords: GGT, alcoholic hepatitis, alcoholismPalavras-chave: GGT, hepatite alcoólica, alcoolismoIntroduçãotamentais e sociais, por degeneraçãohepatocelular, sendo uma das principaiscausas de cirrose hepática.As enzimas hepáticas apresentamaumento de sua atividade, com aalanino aminotransferase (ALT) atingindovalores até 10 vezes aumentados(1). Outras enzimas hepáticasOalcoolismo é uma doençacrônico-degenerativa originadapela dependência químicado etanol que se caracteriza, alémde alterações neurológicas, comporcomoa aspartato aminotransferase(AST) e gama-glutamil transferase(GGT) também apresentam aumentoem sua atividade plasmática, porémnunca maior, proporcionalmente, aoapresentado pela ALT que, portanto,é considerada um bom marcador delesão hepática (2, 3).114<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


A GGT pode apresentar-se aumentadaisoladamente em casos dehepatite alcoólica, provavelmente peloaumento da degeneração enzimáticado etanol (4). Em exames clínicos depacientes alcoolistas, pode haver umaumento pronunciado de GGT mesmoquando não há lesão hepática evidente,o que pode configurar uma “cicatrizenzimática” que marcará o examelaboratorial de pacientes ex-dependentesdo etanol e que pode confundir odiagnóstico laboratorial para avaliaçãode dano hepatocelular (5, 6).A GGT (EC 2.3.2.2) é uma enzimade natureza glicoproteica regularmenteencontrada fixada à membranacelular e participa no transporte deaminoácidos e peptídeos para as células,na síntese proteica e na regulaçãodos níveis de glutationa tecidual (7). Éencontrada, predominantemente, nofígado, rins, próstata, pâncreas e noplasma, onde está associada a constituintesda membrana ou lipoproteínasou a imunoglobulinas.No parênquima hepático a GGTestá presente em grande quantidadeno retículo endoplasmático liso e ésuscetível a aumento da atividade enzimáticainduzida por drogas. Nestescasos, as elevações podem atingir níveisquatro vezes maiores dos limitessuperiores aos valores dos valores dereferência (3, 6).A dosagem de GGT é útil paraacompanhar os efeitos da abstinênciaalcoólica. Nesses casos, os níveisenzimáticos retornam aos valores dereferência em duas ou três semanas,podendo se elevar novamente caso ouso do etanol for retomado (5, 8, 9).etária entre de 38 e 62 anos (média48,3 ± 6,3 anos), com tempo deabstinência variando de um mês a19 anos, membros da Associação dosAlcoólatras Anônimos (AAA) de Belém–PA,aos quais foram explicadosos objetivos do trabalho, com todosassinando termo de consentimentolivre e esclarecido.Amostras sanguíneas foram coletadase as dosagens das enzimasGGT, AST e ALT foram realizadas pormeio de métodos cinéticos em espectrofotômetrosemiautomatizado(Bioplus 2000, Brasil), de acordo como protocolo sugerido pelo fabricantedos reagentes. No momento da coleta,nenhum indivíduo estava fazendouso de medicamento nas últimas 72he nenhum relatou o conhecimentode doença metabólica preexistente(p.ex.: diabetes mellitus, hipertensão,insuficiência renal). Todos os voluntáriosdeclararam que foram dependentesdo etanol por mais de cinco anos.Os resultados das dosagens foramagrupados por tempo de abstinência eas análises de variância e de regressãolinear foram realizadas utilizandoo programa estatístico SPSS versão8.0 para Windows (SPSS Corporation,1997). Um valor de p


As dosagens de GGT, no entanto,apresentaram uma variação significativa(p


ArtigoAssociação entre Estresse, Cortisol e HIV/AIDSCarolina Augusto Venker 1 , Caroline Peres Klein 1 , Gabriela Pessin Meyer 1 , Gustavo Müller Lara 21 - Acadêmicas do Curso de Biomedicina, Instituto de Ciências da Saúde, Centro Universitário Feevale2 - Professor do Curso de Biomedicina, Instituto de Ciências da Saúde, Centro Universitário FeevaleResumoSummaryAssociação entre estresse, cortisol e HIV/AIDSExistem milhões de pessoas que vivem com o HIV (vírusda Imunodeficiência Humana) em todo o mundo e muitasmortes pela sua consequente infecção, a SIDA (Síndrome daImunodeficiência Adquirida). Devido ao fato de esta doençaser crônica, ressalta-se a importância em uma melhoria nonível de qualidade de vida dos indivíduos que portam ovírus. Fatores como a depressão e inserção psicossocial nasociedade conduzem a um estado de estresse, que tem influênciano estado imunológico e, consequentemente, podemestar relacionados com a progressão da AIDS. Distúrbiospsicológicos, assim como distúrbios homeostáticos, tambémdesencadeiam resposta ao estresse. Nos indivíduos infectados,onde o estresse prevalece em resposta a um comportamentosocial evasivo e baixa da autoestima, ocorre um aumento naliberação de hormônios adrenocorticotróficos, onde o cortisolé o principal envolvido. Entre as ações deste, há inibiçãoda produção de algumas citocinas e células linfocíticas, emespecial os linfócitos T - condição que compromete pacientescom HIV, devido à crônica ativação do sistema endócrino,com consequente elevação de cortisol, que compromete osistema imune e promove a replicação viral. A viremia e adiminuição dos linfócitos T pioram o prognóstico e aceleramo desenvolvimento da sintomatologia da AIDS. Considerandoque o estresse psicológico, assim como o estresse imunológicoe físico, também produz efeitos patogênicos, ele é fator determinantena qualidade de vida de indivíduos com HIV/AIDS.Nesta revisão de literatura abordaremos a associação entreo estresse, cortisol e HIV/AIDS, com suas possíveis causas econsequências ao organismo, bem como sua relação psicossociale fisiológica.Association between stress, cortisol and HIV/AIDSThere are millions of people living with HIV (Human ImmunodeficiencyVirus) worldwide, and many deaths by theirconsequent infection, AIDS (Acquired ImmunodeficiencySyndrome). Due to the fact that this disease is chronic, weemphasize the importance in improving the quality of life ofthose virus’s carriers. Factors such as depression and psychosocialintegration in society lead to a state of stress, whichinfluences the immune status and thus may be related to theprogression of AIDS. Psychological disorders, as well as homeostaticdisturbances, are also trigger response to stress. Ininfected individuals, where the stress prevails in response toan evasive social behavior and low self-esteem, an increasein release of adrenocorticotropic hormone, cortisol is wherethe principal involved, called the stress hormone. Among theactions of this hormone, there is inhibition of production ofsome cytokines and cell lymphocytes, particularly lymphocytesT. Condition that compromises patients with HIV due tochronic activation of the endocrine system, with consequentelevation of cortisol, which affects the immune system andpromotes viral replication. The viremia and depletion of T lymphocytesworsen prognosis and accelerate the developmentof symptoms of AIDS. Whereas the psychological stress andthe immunological and physical stress, also the pathogeniceffect, it is also a determining factor in quality of life of individualswith HIV/AIDS. In this literature review we discussthe association between stress, cortisol and HIV/AIDS, withits possible causes and consequences to the body and itsrelationship psychosocial and physiological.Keywords: Stress, cortisol, HIV, AIDSPalavras-Chave: Estresse, cortisol, HIV, AIDS120<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


IntroduçãoOHIV (vírus da ImunodeficiênciaHumana) é um membroda família lentivírus dos retrovírus,que provoca infecção latente alongo prazo e efeitos citopáticos a curtoprazo, levando a uma doença lentamenteprogressiva e fatal, incluindosíndromes debilitantes e degeneraçãodo sistema nervoso central (SNC). OHIV é o causador da AIDS (SIDA, Síndromeda Imunodeficiência Adquirida)em que o grau de morbidade, mortalidadee o impacto global causadopor esse vírus nos recursos da saúdepública e na economia são enormes econtinuam a aumentar (1, 2).Existem 33.2 milhões de pessoasvivendo com HIV no mundo, entre asquais, na America do Sul estão 1.6 milhõesde pessoas, sendo só em 2007,100.000 novos infectados na Américado Sul. Ainda que continuemos evoluindopara a sobrevida dos portadoresde HIV. Existem muitas mortes e, em2007 foram 2.1 milhões de pessoasque morreram de AIDS no mundo,sendo 58.000 na América da Sul. NoBrasil, os casos de AIDS notificadosaté a metade do ano de 2008 são432.890 pessoas, acrescentando-se,este ano, uma preocupação muitogrande com os casos das pessoasacima de 50 anos, onde se nota umaumento importante nas taxas deincidência (3, 4).Há alguns anos a AIDS passou deuma doença aguda para uma doençacrônica, e por isto vem-se intensificandoos estudos para melhorar a qualidadede vida das pessoas que vivemcom HIV/AIDS em todo o mundo (5).Entretanto, outra questão importantepara quem vive com HIV/AIDS é o nível da qualidade de vida.Fatores como a depressão, a fadiga, aprática de exercícios físicos regulares,a inserção psicossocial destas pessoasem nosso meio podem interferirno nível de estresse, influenciandodiretamente no perfil imunológico,que é essencial para o prognósticoda AIDS (6-8).Anormalidades endócrinas já sãoanalisadas em pessoas que vivemcom HIV/AIDS, principalmente no eixohipotálamo-hipófise-adrenal (9). Ocortisol, conhecido como “hormônio doestresse”, está aumentado em pessoascom depressão sem HIV/AIDS, mase no contexto das PVHIV/AIDS, qualseria a principal causa da depressão,fisiológica ou social (10)?A partir destes pressupostos, esteartigo analisa a associação entre ohormônio do estresse e indivíduos comHIV/AIDS e quais as possíveis causase consequências destas alteraçõespara o organismo, já que este hormônioé um fator determinante no nívelda qualidade de vida dos indivíduoscom HIV/AIDS.HIV e estresseAltos níveis de estresse poderiamatuar como aceleradores da progressãoviral e desenvolvimento dasintomatologia da AIDS, acreditandose,então, que fatores psicossociaisinfluem no sistema imunológico. Umpior estado de ânimo, um maior nívelde estresse ou estratégia de enfrentamentosão destinados à soluçãode problemas e relação ativa com oaumento na replicação viral e possívelpiora no prognóstico (11).Recentemente relatos de estressee depressão são relacionados àprogressão da AIDS (12, 13), porémcom mecanismos não muito bem explicados,somente associados a altosníveis plasmáticos de cortisol (12,14). Alguns autores descrevem que afadiga poderia ser uma causa da de-pressão percebida por portadores doHIV. Alguns destes autores acreditamque a fadiga poderia ter uma causafisiológica, porém, estudos demonstramnão encontrar correlações entrea fadiga e o HIV (15).O aumento de eventos estressantesestá diretamente relacionado auma grande redução de células NK,especialmente em casos de depressão(12) e declínio rápido de T CD4+ (16).Porém, a hipótese de que o cortisolaltera a produção de citocinas pelascélulas T é contestada em outros estudos(12, 17).Leserman, 2008, em sua revisãosobre função da depressão, estressee trauma na progressão do HIV, demonstrouque estes fatores estão diretamenterelacionados à alta viremiae diminuição de TCD4+, assim comoalta da mortalidade (10).Cortisol: ligação entre os sistemasimunológico e endócrinoOs sistemas endócrino e imunológicoestão intimamente ligados onde,quando em uma situação de desequilíbrioda homeostase, situação deestresse em um organismo, os sinaisde ambos os sistemas convergempara os núcleos paraventriculares(NPV) do hipotálamo, a fim de regularo sistema imune e restaurar a homeostase(18). Um agente estressordispara respostas comportamentais efisiológicas de forma a restabelecer ahomeostase (19).As células dos núcleos paraventricularesdo hipotálamo secretam doishormônios essenciais em resposta aum desequilíbrio, o hormônio argininavasopressina(AVP) e o hormônioliberador de corticotropinas (CRH) eeste, por sua vez, regula a liberaçãodo hormônio adrenocorticotrópico(ACTH), guiando a atividade do eixohipotálamo-hipófise-adrenal (HPA),<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 20<strong>101</strong>21


que é refletido no aumento da concentraçãode hormônios corticoesteroidesno sangue (19-21).O ACTH é derivado de pro-opiomelanocortina(POMC), cujo gene detranscrição é estimulado pelo CRH einibido por glicocorticoides (19, 21),evento chamado feedback.O sistema de restauração da homeostaseenvolve a liberação de CRH,impulsionado pela resposta de lutafugado sistema nervoso simpático,o qual é mediado pelos receptores deCRH (CRHR1) que ativam o eixo HPA(19). A rápida ativação do sistemanervoso simpático resulta na liberaçãode adrenalina e noradrenalina (20).O eixo HPA envolve também aliberação de hormônios corticoesteroidespelas glândulas adrenais, ondeo cortisol se destaca como o principalhormônio envolvido (20). Em seu papelcomo modulador da homeostasebasal, o cortisol modula respostasimunes, metabolismo intermediário eo sistema cardiovascular (21).Os efeitos do cortisol na respostaimune são bastante complexos por teremefeitos estimulantes e inibitórios.Portanto, pode reduzir a proliferaçãode linfócitos T e células Natural Killer(NK), atuando como anti-inflamatórioe assim reduzindo o volume exsudativoinflamatório. Em contraste, como estimulanteda resposta imune, aumentaa proliferação de linfócitos B e númerode receptores de interleucina-2 (IL-2).As ações supressivas do cortisol, induzidopor alguma situação de estresse,têm início de minutos a horas após aação estressante. Essas característicasmostram que a resposta imunológicacontribui para a subsequente liberaçãode glicocorticoides, que atuam comoimunossupressores (22, 23).A função das células periféricas éalterada pelos glicocorticoides, que rapidamentediminui os níveis circulantesde linfócitos de T CD4, em maior proporção,e linfócitos T CD8, eosinófilos,macrófagos e monócitos, e aumenta osníveis de neutrófilos (24). Assim, emcontraste com o reforço de liberação decortisol, ocorre diminuição da secreçãode gonadotropinas (25).Cortisol e estresseO hormônio do estresse, cortisol,tem papel importante na regulaçãodo comportamento social. A secreçãode glicocorticoides é uma clássicaresposta ao stress (22).A homeostase de um organismo élevada a um estado de desequilíbrio,estresse, quando ameaçada por algumagente estressor, seja físico oupsicológico (20).Produtos finais do eixo HPA têmsido associados com o estado social(26). O estresse e sua correlação neurobiológicasão envolvidos na causa edesenvolvimento de depressão (27).Estresse físico, imunológico e/oupsicológico estão associados a umaumento na resposta do eixo HPA eelevação na circulação de glicocorticoides,os efetores finais do eixo HPA.Consequentemente, o estresse produzefeitos patogênicos ao metabolismo,crescimento, regeneração tecidual,resposta imune e comportamentoreprodutivo (28).Assim como distúrbios homeostáticos,os processos psicológicos tambémpodem determinar uma respostaao estresse. Se a resposta ao estresseé excessiva e prolongada, o tempopara a recuperação da homeostasetambém é maior (20).O estímulo de situações de estressesobre condições próximas àrealidade pode fornecer uma avaliaçãoexperimental de estressores e de seusefeitos de reação fisiológicos e emocionaisem humanos sobre condiçõesnaturais (29).Estudos mostram que em indivíduoscom comportamento de evasãosocial ocorre um aumento da atividadedo eixo HPA, importante sistema doestresse, ativação que resulta emliberação de cortisol. O aumento daatividade do eixo HPA em indivíduossaudáveis é relacionado a um aumentode evasão social (30).Cortisol e HIVEm estudo das alterações morfológicasda glândula supra-renalno estado terminal dos pacientescom AIDS, achados clínicos, comohipotensão, hiponatremia e hipovolemia,sugerem acometimento dasupra-renal, sendo caracterizado poralterações necrótico-degenerativas,acompanhadas por inflamação naglândula, sendo a medula mais frequentementeacometida pela inflamaçãoque o córtex, (31).Um estudo recente sobre ossistemas imunológicos e glicocorticoidesem humanos demonstrouque o cortisol inibe a produção demuitas citocinas como IL-2, IL-12 einterferon α, mas aumenta a produçãode IL-4 e IL-10, concluindoque a maioria dos pacientes HIVpositivos tem uma crônica ativaçãodo sistema HPA, ocasionando naelevação do cortisol e, consequentemente,comprometendo a funçãodo sistema imune, promovendo areplicação viral (32).O que explicaria em muitos casosa diminuição do cortisol, contrariandoa maioria dos estudos nesta área é asupressão da HPA com consequentediminuição do cortisol em indivíduosque sofrem de estresse pós-traumático(33, 34).Alguns artigos afirmam que o cortisolbasal parece estar aumentadoem pacientes HIV+ se comparadosa pacientes controles (35, 36). A122<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


explicação desta hipercortisolemia,principalmente em pacientes nãotratados, seria trocas enzimáticas nometabolismo do cortisol e aldosteronaenvolvendo principalmente enzimascomo DHEA e 17-deoxiesteróides(37, 38). Outra hipótese apresentadaé que as células infectadas liberammaiores quantidades de IL-1 e IL-6,estimulando diretamente o córtexadrenal (39, 40).A sugestão melhor aceita, porém,é que o cortisol participa da respostaimune contra o HIV, potencializandoa resposta humoral por células TH2,aumentando a produção de suasrespectivas citocinas (IL-4, IL-5, IL-6, IL-10), o que favorece a apoptosecelular (41).Considerações FinaisA inclusão social em portadores deHIV/AIDS é extremamente importantepara uma melhor qualidade de vidados mesmos, o que demonstra quefatores como o preconceito, o estressee a depressão agem contrariamentea isto. Em consequência, ocorrealteração da homeostase fisiológicado organismo, podendo acarretar nadiminuição dos níveis de linfócitos TCD4 na circulação sanguínea.O aumento crônico dos níveis deliberação de cortisol diminui a reaçãoimunológica de um indivíduo em funçãode sua ação supressora sobre ascélulas circulantes plasmáticas envolvidascom a defesa contra patógenosexternos. Tal condição é fundamentalpara a evolução da infecção por HIV,visto que nos portadores dessa síndromejá existe depressão da respostaimune, o que é imprescindível paraque os níveis de cortisol se mantenhamdentro da faixa de normalidade.Contudo, ações para a inserçãosocial dos indivíduos portadores deHIV/AIDS são importantes para oaumento da qualidade de vida dosmesmos, assim como estudos devemser realizados para esclarecer de maneiramais clara e concisa a associaçãofisiológica relacionada ao cortisol coma infecção pelo HIV.Correspondências para:Carolina Augusto Venkercarolvenker@feevale.brReferências Bibliográficas1. Abbas AK, Lichtman AH, Pober JS. Imunologia celular e molecular. 4. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2002.2. OMS, Organizácion Mundial de la Salud. Estrategia mundial del sector sanitário para el VIH/SIDA, 2003-2007: Un marco para lasalianzas y la acción. [acessado 2008 Mar 20]. Disponível em: http://www.who.int/hiv/pub/advocacy/en/GHSS_S.pdf3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e AIDS. Boletim epidemiológico DST/AIDS.V(1), 2008.4. Unaids. AIDS Epidemic Update. December 2007 Acesso em 6 Junho 2009. Disponível em: HTTP://www.unaids.org5. Brasil. Ministério da Saúde. Programa Nacional de DST e AIDS. Disponível em: http://www.aids.gov.br. Acesso em 5 Junho de 2009.6. Lopes MVO, Fraga MNO. Pessoas vivendo com HIV: Estresse e suas formas de enfrentamento. Rev. latino-am. enfermagem - RibeirãoPreto, 6(4): 75-81. 1998.7. Canini SRMS, Reis RB et al.Qualidade de vida em indivíduos com HIV/AIDS: uma revisão de literatura. Rev. latino-am. enfermagem.Novembro-dezembro; 12(6):940-5, 2004.8. Deresz LF, Lazzarotto AR et al. O estresse oxidativo e o exercício físico em indivíduos HIV positivo. Rev. Bras. Med. Esporte. 13(4), 2007.9. Cardoso E, Persi G et al. Assessment of adrenal function by measurement of salivary steroids in response to corticotrophin in patientsinfected with human immunodeficiency virus. Steroids, 72(4):328-34. 2007.10. Leserman J. Role of depression, stress, and trauma in HIV disease progression. Psychosom Med, 70(5): 539-45. 2008.11. Ulla S, Remor EA. Psiconeuroimunologia e infecção pelo HIV: Realidade ou ficção? Psicologia: Reflexão e Crítica. 15(1): 113-119, 2002.12. Leserman J, Petitto, JM et al. Impact of stressful life events, depression, social support, coping, and cortisol on progression to AIDS. AmJ Psychiatry, 157(8): 1221-8. 2000.13. ______. Severe stress, depressive symptoms, and changes in lympocyte subsets in human immunodeficiency virus-infected men. A2-year follow-up study. Arch Gen Psychiatry, 54(3): 279-85. 1997.14. Van Eck M, Berkhof H et al. The effects of perceived stress, traits, mood states, and stressful daily events on salivary cortisol. PsychosomMed, 58(5): 447-58. 1996.15. Barroso J, Burrage J et al. Salivary cortisol values in HIV-positive people. J Assoc Nurses AIDS Care, 17(3): 29-36. 2006.124<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


16. Kemeny ME Dean L. Effects of AIDS-related bereavement on HIV progression among New York City gay men. AIDS <strong>Ed</strong>uc Prev, 7(5)Suppl:36-47. 1995.17. Goodkin K, Feaster DJ et al. A bereavement support group intervention is longitudinally associated with salutary effects on the CD4cell count and number of physician visits. Clin Diagn Lab Immunol, 5(3):382-91. 1998.18. Chrousos GP. The hypothalamic-pituitary-adrenal axis and immune-mediated inflammation. N Engl J Med, 332(20): 1351-62. 1995.19. De Kloet ER, Joels M et al. Stress and the brain: from adaptation to disease. Nat Rev Neurosci, 6(6): 463-75. 2005.20. De Kloet ER, Vreugdenhil E et al. Brain corticosteroid receptor balance in health and disease. Endocr Rev, 19(3): 269-301. 1998.21. Venkataraman S, Munoz R et al. The hypothalamic-pituitary-adrenal axis in critical illness. Rev Endocr Metab Disord, 8(4): 365-73. 2007.22. Sapolsky RM, Romero LM et al. How do glucocorticoids influence stress responses? Integrating permissive, suppressive, stimulatory, andpreparative actions. Endocr Rev, 21(1): 55-89. 2000.23. Karalis KP, Contopoulos E et al. Corticotropin-releasing hormone deficiency unmasks the proinflammatory effect of epinephrine. Proc.Natl. Acad. Sci. USA, 96:7093–7097, 1999.24. Cronstein BN, Kimmel SC et al. A mechanism for the antiinflammatory effects of corticosteroids: The glucocorticoid receptor regulatesleukocyte adhesion to endothelial cells and expression of endothelial-leukocyte adhesion molecule 1 and intercellular adhesion molecule1. Proc. Natl. Acad. Sci. USA, 89:9991-9995. 1992.25. Breen KM, Billings HJ et al. Endocrine basis for disruptive effects of cortisol on preovulatory events. Endocrinology, 146(4):2107-15. 2005.26. Van Honk J, Tuiten A et al. Conscious and preconscious selective attention to social threat: different neuroendocrine response patterns.Psychoneuroendocrinology, 25(6):577-91. 2000.27. Holsboer F e Ising M. Central CRH system in depression and anxiety--evidence from clinical studies with CRH1 receptor antagonists.Eur J Pharmacol, 583(2-3):350-7. 2008.28. Breen KM, Karsch FJ. New insights regarding glucocorticoids, stress and gonadotropin suppression. Front Neuroendocrinol, 27(2):233-45. 2006.29. Bullinger AH, Hemmeter UM et al. Stimulation of cortisol during mental task performance in a provocative virtual environment. ApplPsychophysiol Biofeedback, 30(3): 205-16. 2005.30. Roelofs K, Van Peer J et al. Hypothalamus-pituitary-adrenal axis hyperresponsiveness is associated with increased social avoidancebehavior in social phobia. Biol Psychiatry, 65(4): 336-43. 2009.31. Duch FM, Répele CA et al. Aterações morfológicas da glândula supra-renal na síndrome da imunodeficiência adquirida. Revista daSociedade Brasileira de Medicina Tropical, 31(3):257-261, 1998.32. Norbiato G, Bevilacqua M et al. Glucocorticoids and the immune function in the human immunodeficiency virus infection: a study inhypercortisolemic and cortisol-resistant patients. J Clin Endocrinol Metab, 82(10):3260-3. 1997.33. Yehuda R, Kahana B et al. Low urinary cortisol excretion in Holocaust survivors with posttraumatic stress disorder. Am J Psychiatry,152(7):982-6. 1995.34. Capitanio JP, Mendoza SP et al. Social stress results in altered glucocorticoid regulation and shorter survival in simian acquired immunedeficiency syndrome. Proc Natl Acad Sci U S A, 95(8): 4714-9. 1998.35. Membreno L, Irony I et al. Adrenocortical function in acquired immunodeficiency syndrome. J Clin Endocrinol Metab, 65(3):482-7. 1987.36. Villette JM, Bourin P et al. Circadian variations in plasma levels of hypophyseal, adrenocortical and testicular hormones in men infectedwith human immunodeficiency virus. J Clin Endocrinol Metab, 70(3):572-7. 1990.37. Brown LS, Singer F et al. Endocrine complications of AIDS and drug addiction. Endocrinol Metab Clin North Am, 20(3):655-73. 1991.38. Hofbauer LC, Heufelder AE. Endocrine implications of human immunodeficiency virus infection. Medicine (Baltimore), 75(5):262-78. 1996.39. Tauveron I, Thieblot P et al. The Cushing syndrome associated with AIDS. Ann Intern Med, 120(7):620-1. 1994.40. Biglino A, Limone P et al. Altered adrenocorticotropin and cortisol response to corticotropin-releasing hormone in HIV-1 infection. EurJ Endocrinol, 133(2):173-9. 1995.41. Clerici M, Trabattoni D et al. A possible role for the cortisol/anticortisols imbalance in the progression of human immunodeficiency virus.Psychoneuroendocrinology, 22 Suppl 1:S27-31. 1997.<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 20<strong>101</strong>25


ArtigoDistrofia Muscular de Duchenne: Diagnóstico e TratamentoDanilo Martins Borges¹, Suélen Rodrigues de Moraes¹, Cátia Rezende²1 - Graduandos do Curso de Farmácia do Centro Universitário de Votuporanga2 - Farmacêutica-Bioquímica, Mestre em Biotecnologia e Docente do Curso de Farmácia do Centro Universitário de VotuporangaResumoSummaryDistrofia Muscular de Duchenne: diagnóstico etratamentoA Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) é uma grave doençaneuromuscular de origem genética que afeta 1 em cada 3.500 nascidosdo sexo masculino. Esta é uma doença recessiva ligada ao X causadapor mutação no gene da DMD e caracterizada por uma deficiência dadistrofina muscular. A deterioração progressiva do músculo resulta nadependência do paciente da utilização de cadeira de rodas até a mortepor complicações cardiorrespiratórias na segunda década de vida. Asextensões do gene da distrofina humana são aproximadamente 0,1%do genoma e é composto por 79 exons. Supressões acontecem emcerca de 65% das mutações em DMD, duplicações em 6 a 10% e, osrestantes, 30 a 35% das mutações, consistem de pequenas deleções,inserções de ponto ou mutações de emenda. Atualmente os ensaiosdiagnósticos envolvem uma variedade de metodologias, inclusivePCR multiplex, análise Southern blot, multiplex de amplificação sondaligadura-dependente (MLPA) e outros. Esses métodos são demorados,trabalhosos e não se detectam com precisão as mutações no gene dadistrofina. Alguns anos atrás, a qualidade de vida dos pacientes comDMD era pobre e, as opções de tratamento, limitadas, ineficazes e nãodisponíveis. Estratégias de tratamento têm sido propostas para auxiliarna melhora de vida dos pacientes.Palavras-chave: Distrofia Muscular de Duchenne, diagnóstico,sexo masculinoDuchenne muscular dystrophy: diagnose andtreatmaentDuchenne muscular dystrophy (DMD) is a severe neuromusculardisease of genetic origin that affects 1 in 3500 male births. Thisdisease in a X-linked recessive caused by mutation in the DMDgene and characterized by a deficiency of the dystrophin muscle.The progressive muscle deterioration results in the patient becomingwheelchair dependent until his death, because of cardio-respiratorycomplications, in their twenties. The human dystrophin gene spansroughly 0,1% of the genome and is composed of 79 exons. Deletionsaccount for approximately 65% of DMD mutations, duplicationsin 6 to 10% and the remaining 30 to 35% of mutations consistof small deletions, insertions, point or splicing mutations. Currentdystrophin diagnostic assays involve a variety of methodologies,including multiplex PCR, Southern blot analysis, multiplex ligationdependentprobe amplification (MLPA) and others. These methodsare time-consuming, laborious and do not accurately detect mutationsin dystrophin gene. A few years ago, life quality of DMDpatients was poor and the treatment options limited, no effectiveand unavailable. Treatments strategies have been proposed tocontribute for a better prognostic of these patients.Keywords: Duchenne muscular dystrophy, diagnose, maleIntroduçãoDoença GenéticaDistrofia Muscular de Duchenne(DMD) é uma doença neuromusculargenética severa. É caracterizada porprogressiva deterioração muscularque resulta na incapacidade de loco-moção por uma lesão primária na fibramuscular, afetando inicialmente osmembros inferiores e, posteriormente,os superiores. É uma doença genéticade caráter recessivo, ligada ao cromossomaX que decorre de mutaçõessofridas no locus cromossômico Xp21,no gene da distrofina.Este gene codifica a proteína estruturalcrucial para a manutençãoda integridade das fibras musculares,juntamente às outras proteínas queformam o complexo da distrofina, queassociado com a actina do citoesqueletoe à matriz extracelular, garantema sustentação da musculatura. O gene128<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


da distrofina humana apresenta 2.200Kb e 0,1% do genoma humano, compostopor 79 exons (1-8).Esta patologia afeta 1 em cada3.500 indivíduos do sexo masculinonascidos vivos em todas as populações.As mulheres são as responsáveispela transmissão e são clinicamenteassintomáticas, porém podem apresentarelevação sérica dos níveis decreatinoquinase, anormalidades histológicasmínimas na biópsia musculare cardiomiopatia dilatada (1, 8-12).A distrofina (que é ausente noscasos de DMD) consiste em uma proteínaque se localiza no citoplasmaadjacente à membrana sarcolêmicanos miócitos. Neste local ela formauma ligação mecânica forte com aactina citoplasmática e associada aum complexo proteico forma umainterface entre o sistema contrátilintracelular e a matriz extracelular dotecido conjuntivo.Em amostras de biópsias muscularesdos pacientes masculinos afetadospor essa alteração cromossômica, sãoevidenciadas concentrações mínimasde distrofina, detectadas pela análisede coloração e Western blotting. Adoença se manifesta nos primeirostrês a cinco anos de vida, sendo percebidapor tendência à queda, equilíbrioprecário, dificuldade em correr e subirescadas e andar desajeitado. Ocorretambém uma pseudo-hipertrofia daspanturrilhas, gerado em parte poredema e proliferação de tecido adiposoe conjuntivo, importante elementode diagnóstico da doença (6, 11-15).Por volta dos 10 a 12 anos de idadea doença já progrediu intensamente,implicando na perda dos movimentos,deixando os afetados em leitos ou cadeirasde rodas. Os pacientes com DMD nãosofrem apenas o comprometimento dosmúsculos esqueléticos, mas também domúsculo liso, da coluna vertebral e tórax,que reduzem a ventilação pulmonardevido à atrofia do diafragma, precipitandoinfecções bacterianas recorrentes,principalmente broncopneumonias.Pode afetar o miocárdio, mas dada ainatividade física são poucos os casos demorte por insuficiência cardíaca. Sveene colaboradores (16) demonstraramo envolvimento cardíaco em 24% dospacientes com DMD (1, 12).Existem relatos de que a deficiênciade distrofina no sistema nervosocentral (SNC) tem certa responsabilidadepor alterações no perfil neuropsicológico.Não implica necessariamentena diminuição do quociente de inteligência(QI), mas em alguns casospode apresentar quadros compatíveiscom retardo mental (17, 18).DiagnósticoPara diagnosticar a doença, podesefazer a correlação da sintomatologiaassociada ao aumento significativodos níveis de creatinoquinase (CK).Esta enzima está no tecido muscular,no coração e no cérebro. O seu extravasamentona corrente circulatóriaestá relacionado à degeneração dasfibras musculares, processo progressivoe contínuo na DMD.Outras enzimas como: difosfofrutosealdolase, piruvato quinase,glucose fosfato isomerase, aspartatoaminotransferase (AST), alanino aminotransferase(ALT), desidrogenaseláctica (LDH), anidrase carbônica eenolase também sofrem aumentosérico no início da doença.Dentre as enzimas, a mais importantecontinua sendo a CK, e todas tendema apresentar diminuição sérica com aevolução da doença, devido à perdaprogressiva da massa muscular (19).Como exame auxiliar, pode serfeita biópsia do músculo da coxa ouantebraço para observação de fibrasmusculares exageradamente grandese também tecido muscular morto.No estágio mais avançado da doençaobserva-se que os tecidos adiposoe conjuntivo substituem o tecidomuscular. Esse exame é realizado nospacientes que não apresentam deleçãono gene da distrofina (20, 21).Também pode ser realizada a marcaçãoimunohistoquímica, utilizandoanticorpo monoclonal antidistrofina(que não apresente reação cruzadacom β-espectrina, α-actinina e utrofina).Este se ligará no sarcolema dasfibras musculares normais, mas nocaso de DMD haverá ausência de marcação,pois o anticorpo não se ligará.Determinação da quantidade e a distribuiçãoda distrofina pela coloraçãoimunohistoquímica pode confirmar apresença de distrofinopatia (6, 22).Com a evolução das técnicas dediagnósticos e a descoberta do geneda distrofina, a biologia molecular permitediagnósticos muito mais segurose precisos, inclusive confirmar que asmutações mais comuns na distrofinasão deleções intragênicas que correspondempor 65% das alterações e que,além das deleções, existem duplicaçõesque podem ocorrer, não em um locusespecífico, mas em quase qualquerponto do gene da distrofina (6, 8, 23).Duas deleções são conhecidas:uma localizada na terminação 5’ eoutra próxima à parte central do gene.Sura e colaboradores (10) analisaram31 exons do gene da distrofina pelatécnica de PCR multiplex. Cinquentae um por cento apresentaram deleçãoem somente um dos 31 exons testados,enquanto um único pacienteapresentou 14 exons deletados.A deleção pela técnica de PCR multiplexsó foi observada em metade dospacientes estudados, diagnosticadosbioquimicamente e clinicamente comDMD. Portanto, não se pode excluir a<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 20<strong>101</strong>29


patologia com um teste negativo debiologia molecular. Para o uso da técnicade Reação da Cadeia Polimerase(PCR) foi imprescindível o conhecimentodessas duas regiões.Por causa do tamanho grande,analisar o gene na totalidade é impraticável.Entretanto, estes testessão altamente específicos e sua sensibilidadeé limitada pela prevalênciade deleções, que diferem entre populaçõesdistintas (5, 10, 24).Exames como hibridização amplificadamultiplex ou PCR quantitativosão utilizados para realizar o diagnósticode duplicações ou genotiparportadoras do sexo feminino, vistoque o PCR não é tão eficiente paraesses casos como é para as deleçõescomuns. A técnica de PCR é muito importantepara o diagnóstico pré-natal,pois é capaz de identificar 90% doscasos onde as mães já sabem que sãoportadoras, com uma precisão mínimade 95% dos casos (7, 25, 26).Duplicação ocorre em aproximadamente6 a 10% dos homens comDMD. O restante dos 30 a 35% dasmutações consistem de pequenas deleções,inserções, mutações pontuais,ou mutações no splicing que na grandemaioria introduzem um stop códon.Análise laboratorial pode ser utilizadapara a confirmação de um diagnósticoclínico de DMD e testes pré-natal (8).Testes para diagnóstico da distrofinaenvolvem variedade de metodologias,incluindo: PCR multiplex,Southerm blot, MLPA, DOVAM-S eSCAIP; entretanto, esses métodos sãolaboriosos, custosos e não detectamduplicação no gene da distrofina. Ahibridização genômica de alta resolução(CGH) demonstrou ser capaz dedetectar deleções e duplicações nogene da distrofina (8).Li e colaboradores (4) estabeleceramuma combinação de métodos paradetectar e diagnosticar a patologia nopré-natal. Os cinco testes molecularesforam: amplificação do gene SRY, PCRmutiplex, MLPA, STR, multiplex PCRde eletroforese fluorescente.TratamentoPor ser uma doença que não apresentacura, o tratamento implica emmelhora da qualidade de vida dospacientes e em amenizar as complicaçõesclínicas, tanto físicas quantoemocionais, através de: hidroterapia,fisioterapia, terapia ocupacional e utilizaçãode próteses ortopédicas (2, 27).Como tratamento farmacológico,iniciado no final da década de 1960,estão sendo administrados corticosteroides.Estudos demonstraram que ocurso natural da doença é modificadocom a utilização de prednisona, contribuindona melhora da força muscular eprolongamento da capacidade de deambulação,quando utilizados em altasdoses por curtos períodos (28-30).Entretanto, a terapia crônica comcorticosteroides pode acarretar emaumento do apetite, ganho ponderal depeso, osteoporose, obesidade troncular,hipertensão, retenção de líquidos, baixaestatura e diabetes mellitus. Destamaneira, pode piorar o curso natural dadoença, o que implica na avaliação darelação risco/benefício deste tratamento,devendo sempre fazer acompanhamentonutricional restringindo da dietao que puder atrapalhar (31).Estudos apontam um novo tratamento,a terapia genética, quefacilitaria a produção de distrofinapelos músculos. Isso seria possívelcom a utilização da gentamicina,porém só teria sucesso em pacientesque tenham a mutação de ponto (minoriados casos), pois a droga atuano mecanismo de tradução do RNAnos ribossomos, ignorando os “stopcódons” permitindo que a leitura aconteçamesmo na presença da mutação.Porém, não foi obtido o efeito terapêuticodesejado (restabelecimentoda produção da proteína), mas podeter influenciado na diminuição da lesãomuscular, visto que com a utilizaçãoda droga diminuiu-se os níveis deCK séricos. Como efeitos colateraisconstatam-se surdez e insuficiênciarenal (32, 33).Várias drogas têm sido testadasa fim de comprovar eficiência no tratamentode DMD, por exemplo, umainjeção intramuscular de AVI-4658que atua no músculo extensor digitorumbrevis, quando administrada emsua maior dose (0,9 mg), foi capaz deaumentar a produção de distrofina emcinco pacientes em estudo realizadoem Londres (34).ConclusãoConcluiu-se que mesmo se tratandode uma doença genética incurável,é muito importante que o diagnósticose dê o mais cedo possível, aindamais com a existência de técnicas dediagnósticos extremamente precisascomo PCR e MLPA, que possibilitamidentificar potenciais portadorasresponsáveis pela transmissão prénatal.Sendo assim, antecipa-se oinício do tratamento com fisioterapiae atividades recreacionais, terapiaocupacional, hidroterapia, equoterapiaentre outros. Dependendo de cadacaso a administração de fármacos,que podem trabalhar em conjuntocom os cuidados paliativos, possibilitauma melhoria na qualidade de vidado paciente.Correspondências para:Prof a . Cátia Rezendecatia_rezende@terra.com.br130<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Referências Bibliográficas1. López-Hernández LB, Vázquez-Cárdenas NA, Luna-Padrón E. Duchenne muscular dystrophy: current aspects and perspectives on treatment.Revista de Neurologia, México DF, 2009 oct. 1-15; 49(7): 369-75.2. Otto PA, Frota-Pessoa O, Guimarães P. Genética humana e clínica. 1. ed. São Paulo: Roca, 1998, 333 p.3. Nowak KJ, Davies KE. Duchenne muscular dystrophy and dystrophin: pathogenesis and opportunities for treatment. EMBO Rep., 5(9):872-6, 2004.4. Li Q et al. Prenatal molecular diagnosis of Duchenne and Becker muscular dystrophy. Beijing Da Xue Xue Bao, Guangzhou, 2006 feb.18; 38(1): 53-6.5. Carsana A et al. A larger spectrum of intragenic short tandem repeats improves linkge analysis and localization of intragenic recombinationdetection in the dystrophin gene: an analysis of 93 families fron souther Italy. J Mol Diagn. Napoli, 2007 feb; 9(1): 64-9.6. Bellayou H et al. Duchenne and Becker muscular dystrophy: contribution of a molecular and immunohistochemical analysis in diagnosisin Morocco. J Biomed Biotechnol, Casablanca, 2009; 2009: 325210.7. Thompson MW, McInnes RR, Willard HF. Genética médica. Tradução de Marcio Moacyr de Vasconcelos. Revisão técnica Paulo ArmandoMotta. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 1993, 339 p.8. Hegde MR et al. Microarray-based mutation detection in the dystrophin gene. Hum mutat., Atlanta, 2008 sep; 29(9): 1091-9.9. Biggar WD et al. Deflazacort treatment of Duchenne muscular dystrophy. J. Pediatr., 138(1): 45-50, 2001.10. Sura T et al. Sensitivity and frequencies of dystrophin gene mutations in Thai DMD/BMD patients as detected by multiplex PCR. Dis markers.,Bangkok, 2008; 25(2): 115-21.11. Kumar V, Abbas AK, Fausto N. Patologia - bases patológicas das doenças. Tradução de Maria da Conceição Zacharias et al. Revisão técnicaJoão Lobato dos Santos. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005, 1592 p.12. Prevalence of Duchenne/Becker muscular dystrophy among males aged 5-24 years – four states, 2007. Centers for Disease Control andPrevention (CDC). MMWR Morbidity and Mortality Weekly Report, oct. 2009.13. Sonnemann KJ et al. Functional substitution by TAT – utrophin in dystrophin-deficient mice. Plos Medicine, Minneapolis, 2009 may 26;6(5): e 1000083.14. Shepherd RB. Fisioterapia em Pediatria. 3. ed. São Paulo: Santos, 1996.15. Florence JM. Doenças neuromusculares na infância e intervenção fisioterapêutica. In: Tecklin JS (Org.). Fisioterapia Pediátrica. 3. ed. SãoPaulo: Artmed, 2002. p. 188-205.16. Sveen ML et al. Cardiac involvement in patients with limb-girdle muscular dystrophy type 2 and Becker muscular dystrophy. Arch neurol.,Copenhagen, 2008 sep; 65(9): 1196-201.17. Anderson JL et al. Brain function in Duchenne muscular dystrophy. Brain 2002; 125:4/13.18. Mehler MF. Brain dystrophyn, neurogenetics and mental retardation. Brain Research reviews 2000; 32:277-307.19. Brooke MH, Fenichel GM, Griggs RC. Clinical investigation in Duchenne muscular dystrophy: 2. Determination of the “power” of therapeutictrials based on the natural history. Muscle Never 6:91, 1983.20. Tonelli D et al. Anestesia em paciente com distrofia muscular de Duchenne. Relato de caso. Rev Bras Anestesiol, 2003; 53:392-393.21. Engel AG, Yamamoto M, Fishbeck KH. Dystrophinopathies: Definitions and basic concepts. In: Myology: basic and clinical. McGraw-Hill. 2º1994: 1133-1187.22. Nguyen TM, Morris GE. Use of epitope libraries to identify exon-specific monoclonal antibodies for characterization on altered dystrophinsin muscular dystrophy. Am J Hum Genet 52:1057,1993.23. Muntoni F, Torelli S, Ferlini A. Dystrophin and mutations: one gene, several proteins, multiple phenotypes. The Lancet Neurology 2003;2:731-40.24. Beggs AH et al. Detection of 98% of DMD/BMD gene deletions by polymerase chain reaction. Hum Genet 1900;86:45-8.25. Abbs S, Bobrow M. Analysis of quantitative PCR for the diagnosis of deletion and duplication carriers in the dystrophin gene. J Med Genet1992; 29:191-96.26. Whiter S et al. Comprehensive detection of genomic duplications and deletions in the DMD gene, by the use of multiplex amplifiable probehybridization. Am J Hum Genet 2002; 71:365-74.27. Ambrósio CE et al. Identification of three distinguishable phenotypes in golden retriever muscular dystrophy. Genetics and molecularresearch, São Paulo, 2009 apr 7;8 (2):389-96.28. Bushby K et al. Report on the 124° ENMC International Workshop. Treatmento of Duchenne muscular dystrophy; defining the gold Standardsof management in the use of corticosteroids. 2-4 April 2004, Naarden, The Netherlands. Neuromuscul. Disord, 14(8-9): 526-34, 2004.29. Moxley RT et al. Practice parameter: corticosteroid treatment of Duchenne dystrophy: report of the Quality Standards Subcommittee ofthe American Academy of Neurology and the Practice Committee of the Child Neurology Society. Neurology, 64(1): 13-20, 2005.30. Straathof CS et al. Prednisone 10 days on/10 days off in patients with Duchenne muscular dystrophy. J Neurol., Leiden, 2009 may; 256(5):768-73.31. Wong BL, Christopher C. Corticosteroids in Duchenne muscular dystrophy: a reappraisal. J. Child. Neurol., 17(3): 183-90, 2002.32. Matsuo M, Takeshima Y. Mutation-specifc treatments for Duchenne muscular dystrophy. Brain and nerve, Kobe, 2009 aug. 61(8): 915-22.33. Tratamento: correção genética com a gentamicina. Disponível em acessado em: 30/09/2009.34. Kinali M et al. Local restoration of dystrophin expression with the morpholini oligomer AVI-4658 in Duchenne muscular dystrophy: a singleblind,placebo-controlled, dose-escalation, proof-of-concept study. Lancet Neurology, London, 2009 oct; 8(10):918-28.132<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


ArtigoEstudo Parasitológico de Exames Coprológicosno Hospital Municipal de Piracanjuba - GOLílian Carla Carneiro 1,3 , Franciane Almeida Souza 2,31 – Professora MS da Universidade Estadual de Goiás – Unidade de Morrinhos2 – Acadêmica da Universidade Estadual de Goiás – Unidade de Morrinhos3 – Universidade Estadual de Goiás – Unu MorrinhosResumoSummaryEstudo parasitológico de exames coprológicos noHospital Municipal de Piracanjuba – GOAs doenças parasitárias são motivos comuns de procura ao médico,seja criança, adolescente ou adulto. O quadro clínico é variávele o assunto é de interesse dos profissionais da área de saúde, poisexistem áreas endêmicas em nosso país e a infecção pode agravarou desencadear quadros de desnutrição e anemia. No período dejaneiro de 2005 a dezembro de 2006, 2.340 pessoas procuraramfazer o exame parasitológico no Hospital Municipal da cidade dePiracanjuba – GO. Com a análise dos dados de prontuários podemosrelatar que o parasita Entamoeba coli teve maior incidência (42,24%)nos resultados dos exames; seguido dos parasitas Endolimax nanae Giardia Lamblia; resultados estes encontrados sempre em númeromaior em pessoas do sexo feminino. Percebemos que dos 58,12%exames de mulheres analisados, 62,43% apresentaram resultadopositivo e tiveram como parasita de maior e menor incidência,Entamoeba coli e Chilomastix mesnili. Entre os homens (41,88%), oíndice de positividade foi de 61,33% e os parasitas de maior incidênciaforam Entamoeba coli e Taenia sp. Diante dos resultados, épertinente o incentivo de palestras informativas a respeito dos meiosde contaminação, prevenção e tratamento das infecções.Parasitology study of coprology exams in HospitalMunicipal of Piracanjuba CityParasitic diseases are common reason to see the doctor, bechild, teenager or adult. The clinical symptoms are variable and theparents relate several complaints illness specificity to these symptoms.The subject is of interest to professional of the health area, becausethere are endemic areas in our country and the infection can worsenor to unchain malnutrition and anemia symptoms. In the period ofJanuary of 2005 to December of 2006, 2.340 people made theparasitological exam in Hospital Municipal of the Piracanjuba city,and with patients promptuary analysis we can relate that the Entamoebacoli parasite had larger incidence (42.24%) in the resultsof exams; followed by the parasites Endolimax nana and GiardiaLamblia; the larger results were found in bigger number in femininepeople. Perceived with 58% of analyzed women exams, 62.43%showed positive results and had like parasite of larger and shorterincidence, Entamoeba coli and Chilomastix mesnili. Between themen (41.88%), the positive tax was of 61.33% and the parasitesof lager incidence were Entamoeba coli e Taenia sp. Because ofthese results it is important the incentive of spreading information,prevention and treatment of diseases.Palavras-Chave: Parasitas Intestinais, epidemiologia, saúdeKeywords: Intestinal parasites, epidemiology, healthIntroduçãoAs chamadas doenças parasitáriasainda são responsáveispor um alto índice de morbidadeem grande parte do mundo.Apesar do grande avanço tecnológico,do alto padrão educacional, da boa nutriçãoe de boas condições sanitárias,mesmo países desenvolvidos estãosujeitos a doenças parasitárias.Estas parasitoses intestinais sãode grande importância para o mundo,constitindo-se em um grave problemade saúde pública e contribuindopara problemas econômicos, sociaise médicos, sobretudo nos países doterceiro mundo.As doenças parasitárias importampela mortalidade resultante e pelafrequência com que produzem déficitsorgânicos, sendo um dos principaisfatores debilitantes da população,136<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


associando-se frequentemente a quadrosde diarreia crônica e desnutrição,comprometendo assim, o desenvolvimentofísico e intelectual, particularmentedas faixas etárias mais jovensda população (1-4).O parasitismo é uma relação diretae estreita entre dois organismos geralmentebem determinados: o hospedeiroe o parasita, vivendo o segundo à custado primeiro (5-6). Os parasitas obtêmalimentos a expensas de seu hospedeiro,consumindo os tecidos, humores econteúdo intestinal, tendo então umrelacionamento com base nutricional(7), que é essencialmente unilateral. Ohospedeiro é indispensável ao parasitaque, dele separado, morrerá por faltade nutrição (6).Para um diagnóstico parasitológicopreciso, é importante levar em consideraçãofatores que condicionam asparasitoses, como o mecanismo detransmissão, a biologia, o clima e ascondições sanitárias, além da patogenia.O exame clínico é o primeiro passopara o diagnóstico, mas o laboratórioé essencial nessa definição, estabelecendoa espécie de parasito presenteno paciente (8).Assim, na falta desse métodoonivalente, dentre os descritos naliteratura, temos de lançar mão dediferentes métodos diagnósticos isoladoseletivos para um determinadoparasito, ou combinados, para poderrealizar um diagnóstico mais precisode acordo com o parasito investigado.Os melhores resultados são obtidoscom a utilização combinada dosmétodos de Hoffmann e colaboradorese Kato-Katz. O método de Hoffmann,apesar de simples sedimentação,apresenta excelentes resultados nadetecção de ovos, cistos e larvas (8).Hymenolepis nana provoca umadas causas mais comuns de infecçãopor cestódios, sendo encontrado emtodo o mundo (cosmopolita). A ascaríaseé conhecida também como“a infecção da lombriga grande”, enquantoa trichuríase como a infecçãoda lombriga “chicote” (o macho temextremidade enrolada com espícula).Devido à semelhança existenteentre os cistos de Entamoeba histolyticae os de Entamoeba coli, épreciso fazer o diagnóstico diferencialatravés da morfologia e donúmero de núcleos do organismo.Entretanto, a diferenciação de cistosnem sempre é conclusiva. AEntamoeba coli é um trofozoíto de20 a 50 mm, com citoplasma nãodiferenciado em endocitoplasma eectocitoplasma, um núcleo de cromatinairregular e grosseira, umacariossoma grande e excêntrico ecom corpos cromatóides finos. Já aEntamoeba histolytica, é um parasitaunicelular, isto é, um protozoárioque infeta predominantemente sereshumanos e outros primatas (9-10).Percebemos que o controle dasdoenças endêmicas na comunidadedeve ser cuidado. Embora muitasvezes as parasitoses intestinais sejamignoradas, é muito importanteo seu estudo, e seu tratamento émuitas vezes simples e individual,mas ocasionalmente, implica toda acomunidade, tanto por razões epidemiológicascomo para manter o custobaixo. O levantamento epidemiológicoé o primeiro do estudo.MetodologiaO presente trabalho é um levantamentoepidemiológico, desenvolvidoa partir de dados coletados pelo profissionalde saúde (bioquímicos e biomédicos),no Hospital Municipal (redepública) da cidade de Piracanjuba –GO a partir dos exames realizados earquivados em prontuários utilizadospelos mesmos para o controle interno.A pesquisa foi feita a partir de examesrealizados no período de janeirode 2005 a dezembro de 2006. Nosdados parasitológicos positivos foramdeterminados quais os parasitas presentese a frequência.Os prontuários contendo os nomesdos pacientes e os resultados de cadaexame foram analisados, separandosepor sexo e poliparasitismo porindivíduo.As análises estatísticas foram realizadase os resultados explanados naforma de gráfico e tabelas.ResultadosFoi realizado um estudo relativo aopercentual de pacientes por sexo, osquais foram acometidos por parasitasintestinais ou que fizeram examesparasitológicos. As amostras coletadasderam um total de 2.340 pacientes,resultando um percentual mostradona Tabela 1.Tabela 1. Relação de percentual de parasitas entre homens e mulheresAmostrasanalisadasPercentualpesquisado %Percentual depositividade %Homens 41,89 61,33Mulheres 58,11 62,43138<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Figura 1. Parasitas encontrados nos exames realizados por pacientes no Hospital Municipal de Piracanjuba - GODentre as amostras analisadas,constam 58,11% do sexo feminino;sendo 61,97% dos resultados positivos,com 62,43% das amostras originadasdo sexo feminino parasitadas.Das 2.340 amostras, em 61,97%foram encontradas ao menos umtipo de parasita (monoparasitismo),sendo a Giardia lamblia (42,24%) eEndolimax nana (25,53%) os de maiorincidência, e Iodamoeba butschilli eTaenia sp os de menores incidência,ambos apresentando 0,10%.Em todas as amostras positivasfoi encontrado como resultado um oumais tipos de parasitas, resultandoem monoparasitismo, biparasitismo outriparasitismo; mostrados na Tabela 2.Como mostrado na Tabela 2, ocorreum maior percentual (46,89%) depacientes que apresentaram como resultadosapenas um tipo de parasita;enquanto os que apresentaram atétrês tipos foram em menor incidência(20,83%).Discussão/ConclusãoOs exames laboratoriais nospermitiram fazer o levantamentoepidemiológico identificando os parasitasde maior incidência na área deestudo. Quando comparada a estudosfeitos em outras cidades do Brasil,a prevalência de parasitoses do trabalhoé relativamente proporcional;como descrito em Castro, et al. (11),onde os parasitas encontrados emmaior número foram Giardia lamblia(34,9%) e Entamoeba coli (22,9%);e relacionado com a Tabela 2 destetrabalho, o parasita de maior incidênciafoi Entamoeba coli (42,24%)e Giardia lamblia (25,53%). Porém,diferindo de casos de prevalênciade enteroparasitose, em Concórdia,SC, em que os parasitas de maiorincidência foi o Ascaris lumbricoides(21,3%) e Strongiloides Stercorales(17,6%) (12).Tabela 2. Percentual de parasitas encontrados em um mesmo pacienteParasitas Percentual encontrado %Monoparasitismo 46,89Biparasitismo 32,28Triparasitismo 20,83<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 20<strong>101</strong>39


Em muitas regiões os parasitasintestinais representam problemasmédico-sanitários importantes, deacordo com a frequência com queocorrem. Com o resultado destapesquisa, percebemos a importânciade incentivar a população a estaremfazendo o exame cropológico, tantode homens como mulheres, uma vezque percebemos que o percentual demulheres acometidas foi um poucomaior do que homens. É relevante apromoção de palestras informativas arespeito dos meios de contaminação,prevenção e tratamento das infecções.Na Tabela 2 observamos os percentuaisde parasitas encontradosem um mesmo paciente. Em amostrasonde foi encontrado apenas umtipo de parasita, monoparasitismo,tivemos maior índice (46,89%), empacientes com biparasitismo encontramos32,28% e em pacientes comtriparasitismo, 20,83%, mostrandoseproporcional aos casos ocorridosem Londrina – PR, que segundo ogrupo de Marquez et al., (13) foramencontradas 47% de pessoas monoparasitadas,29% biparasitadas e24% poliparasitadas; sendo o parasitode maior prevalência a Endolimaxnana (24,2%).Sabemos que parasitas estãosempre associados a locais comoesgotos, córregos, lagoas e riachoscontaminados, pois esses podemacumular grande quantidade dedejetos e fezes eliminados por pessoasenfermas, bem como o lixo quecostuma atrair numerosos insetos eroedores, o que facilita a proliferaçãodesses parasitas.É questão de cidadania e, principalmente,dos profissionais da áreaBiológica, empenhar esforços para omelhoramento das condições de profilaxiae tratamento.Correspondências para:Profa. Lílian Carla Carneirolilian.carneiro@ueg.br.Referências Bibliográficas1. Coelho LM, Aidar ST, Oliveira SM, Ikegami MT, Yoshizmi AM, Nakamoto AY, et al. Ovos e larvas de helmintos nos sanitários de préescolaresmunicipais de Sorocaba, SP e suas frequências nas fezes das crianças. Rev. Soc. Bras. Méd. Trop. 32: 647-652. 1999.2. Salata E, Correa FMA, Sogayar R, Barbosa MA. Inquérito Parasitológico na Cecap. Distrito sede de Botucatu, Estado de São Paulo, Brasil.Rev.Saúde Pub. 6: 385-392. 1972.3. Pedrazzani ES, Mello DA, Pizzigat CP, Pripas S, Fucci M, Santoro MCM. Helmintoses Intestinais. III- Programa de <strong>Ed</strong>ucação e Saúdeem Verminose. Rev. Saúde Pub. 23: 189-195. 1989.4. Amato VN et al. Tratamento das parasitoses intestinais. 3. ed. São Paulo Artes Médicas, 1969.5. Amato NV. Atualização – Parasitoses intestinais: incidência e transmissão. Clin. Ped. 1977; 1: 26-28.6. Pessoa SB. Parasitologia Médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991.7. Wilson RA. Introdução à Parasitologia, São Paulo: EPU; <strong>Ed</strong>itora da Universidade de São Paulo, 1980.8. Melo MCB, Klem VGQ, Mota JAC, Penna FJ. Parasitoses Intestinais. Rev. Méd. Minas Gerais. 14: 3-12. 2004.9. Crua AS. Parasitoses Intestinais. In. Ferreira CT, Carvalho E, Silva LR. Gastroenterologia e Hepatologia em pediatria: diagnostico e tratamento.Rio de Janeiro: Medsi, 2003; p. 185-97.10. Mota JAC, Pena FJ, Melo MCB. Parasitoses Intestinais. In: Leao E, Correa EJ, Viana, MB, Mota JAC. In. Pediatria Ambulatorial. Belo Horizonte:Coopmed: 2004.11. Castro AZ, Viana JCD, Penedo AA, Donatele DM. Levantamento de Parasitoses Intestinais em Escolares da Rede Publica na Cidade deCachoiro de Itapemirim – ES. <strong>NewsLab</strong>. 64: 140 - 144. 2004.12. Marquez SMT, Bandeira C, Quadros RM. Prevalência de enteroparasitas em concórdia, Santa Catarina, Brasil. Parasitol larinoam. 60:78 – 81. 2005.13. Marquez AS, Marquez AS, Hasenack BS, Trapp EH, Guilherme RL. Prevalência de enteroparasitoses em crianças de um bairro de baixarenda de Londrina – Paraná. Unopar Cient. Biol. Saúde, Londrina. 4 (1): p. 55-59. 2002.140<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


ArtigoAvaliação dos Níveis Séricos de psa Total e psa Livre em umaAmostra da População de Novo Hamburgo, rsDaiane Laux Conte 1 , Mara Sarquiz 2 , Gustavo Muller Lara 3 , Rejane Giacomelli Tavares 31 - Biomédica, Setor de Imunologia, Laboratório Exame, Novo Hamburgo, RS2 - Farmacêutica- Bioquímica, Setor de Imunologia, Laboratório Exame, Novo Hamburgo, RS3 - Docente do Curso de Biomedicina, Instituto de Ciências da Saúde, Centro Universitário Feevale, Novo Hamburgo, RSResumoSummaryAvaliação dos níveis séricos de psa total e psa livreem uma amostra da população de Novo Hamburgo, rsO Antígeno Prostático Específico (PSA) é um marcador tumoralutilizado para detecção precoce do câncer de próstata. Valoreselevados de PSA são encontrados tanto no soro de pacientes comprostatite, hiperplasia benigna prostática ou com câncer de próstata.Entretanto, vários estudos indicam que este teste apresentauma baixa especificidade, quando avaliado isoladamente. O valordiagnóstico do PSA é consideravelmente aumentado quando sãotambém avaliados os dados clínicos, idade e dosagem do PSAlivre. Nós estudamos uma amostra da população de Novo Hamburgo,RS, e observou-se a prevalência de hiperplasia benignaprostática. Além disso, nossos dados sugerem que valores de corteinferiores àqueles relatados pela literatura possam ser utilizadosnesta população.Palavras-chave: PSA total, PSA livre, prostatite, hiperplasiabenigna prostática, carcinomaEvaluation of the serum level of total PSA and freePSA in the sample of population of Novo Hamburgo, RSProstate specific antigen (PSA) is a well-established tumormarker that aids in the early detection of localized prostate cancer.Increased PSA concentrations are found in the serum of patients withprostatitis, benign prostatic hyperplasia or patients with prostatecancer. Therefore, many studies indicate that this test presents alower specificity, when evaluated isolately. The diagnostic value ofPSA can be improved in consideration of clinical data, patient´sage and the measurement of free PSA. We studied a sample of thepopulation of Novo Hamburgo, RS, and we observed that benignprostatic hyperplasia is prevalent. In addition, we suggest that thediagnostic threshold for the PSA assay be lowered in this population.Keywords: Total PSA, free PSA, prostatitis, benign prostatichyperplasia, prostate cancerIntroduçãoOAntígeno Específico Prostático(PSA) é uma proteínaproduzida, quase que exclusivamente,pela próstata. Seusníveis encontram-se alterados emcertas patologias prostáticas, comoem prostatites (P), hiperplasias prostáticasbenignas (HBP) e câncer depróstata (CA) (1).Ele pode ser considerado umimportante marcador para detectar,estagiar e monitorar câncer de próstata(2-4). Em condições normais aconcentração de PSA é de até 4 ng/mL, podendo variar conforme a faixaetária e a etnia (5-7).As avaliações dos níveis de PSAtotal e livre são importantes para screeningde CA e para diferenciação daspatologias prostáticas. Estas dosagenstambém auxiliam no diagnóstico pre-coce de câncer de próstata e podemevitar a realização de biópsias desnecessárias(8). Desta forma, quantomais precoce for detectada a alteraçãoprostática, maior é a chance de sucessono tratamento e talvez de cura dapatologia (9).A sua dosagem também é recomendadaem pacientes com históricofamiliar de ocorrência da doença eem homens sintomáticos (10-12). Afração livre que é de até 25% em pa-144<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


cientes normais, é produzida em maiorquantidade por tumores benignos e,por esta razão, utiliza-se a relaçãoPSA livre/PSA total para diferenciardoenças prostáticas benignas de malignas(13).Existe uma significância clínica emcasos onde a relação PSA livre/totalé inferior a 0,18 (18%), relacionandoeste índice à incidência de câncer (8).Este ratio é ainda de maior importânciaquando os valores de PSA total seencontrarem na zona cinza, uma faixade valores de PSA total duvidosos(valores de PSA total de 4 a 10 ng/mLe, dependendo do autor, sugerem-sevalores de 4 a 20 ng/mL) (14-17).No Brasil o CA é o tipo de câncerque mais aumenta em incidência.Estima-se que cerca de 140.000 novoscasos de CA prostático surjam a cadaano e que, destes, aproximadamente10.000 resultem em óbito devido aessa patologia. Além disso, em cada100.000 habitantes são identificados18,49 novos casos de câncer de próstata(2, 12, 18). Por isto, a grandeimportância de avaliar os níveis dePSA numa população.Cerca de 80% dos pacientes com CAde próstata apresentam PSA sérico totalacima de 4,0 ng/mL, considerado comovalor de corte (19). Será utilizado estevalor para separar os pacientes em doisgrupos principais: aqueles com valoresinferiores a este (grupo controle) e valoressuperiores (grupo teste). Ambosserão classificados por faixa etária e nogrupo teste será também investigado odiagnóstico clínico (CA, HBP ou P).Neste trabalho, buscou-se avaliaros níveis de PSA total e livre de umaamostra da população de Novo Hamburgo(NH), bem como separá-la porfaixas etárias de prevalência, destaforma contribuindo para o entendimentoda validade da relação PSAlivre/total em casos de CA.Material e métodosA partir de um estudo retrospectivo,foram avaliados os resultados de 700homens que realizaram testes de PSAtotal e livre durante o período de janeiroa dezembro do ano de 2007, atendidosno Exame Laboratório de AnálisesClínicas Ltda., em Novo Hamburgo.As amostras foram coletadas portécnicos do laboratório em tubos semgel e sem presença de anticoagulantes,e processadas pelo responsável técnicodo setor de Imunologia. A metodologiautilizada para as dosagens do PSA totale livre foi Microparticle Enzyme immunoassay(MEIA - imunoensaio por micropartículasenzimáticas), realizadosno aparelho Axsym ® da Abbott. Apósa realização dos testes, os resultadosforam utilizados para calcular o ratio(resultados de PSA livre divididos pelosresultados de PSA total).Os pacientes foram encaminhadosao laboratório com solicitação médicapara a dosagem destes marcadores.Todos os pacientes foram analisadose separados de acordo com o valor decorte 4 ng/mL para o PSA total.Resultados inferiores a 4 ng/mL foramagrupados como grupo controle. Osdemais resultados foram classificadosFigura 1. Distribuição dos valores de PSA total (n=700)como HBP, P ou CA, conforme diagnósticoclínico do médico especialista consultado,que a partir do teste do dígitoretal, PSA, exames complementares ebiópsias chegaram ao diagnóstico.A análise estatística utilizou o testeANOVA, seguido do Teste de Tukey.Valores estatisticamente significativosforam considerados para p


32,5PSA total (ng/mL)21,510,5029-3940-4950-5960-6970-79Acima de 80Faixa etária (anos)Figura 2. Valores de PSA total para cada faixa etária do grupo controle (PSA < 4,00 ng/mL, n = 600).Os valores encontram-se expressos em média ± DP (ng/mL). ANOVA, seguido do Teste de Tukey * p > 0,05Tabela 1. Valores de PSA total para cada faixa etária do grupo controle (PSA < 4,00 ng/mL, n = 600). Os valores encontram-se expressosem média ± DP (ng/mL)Faixa etária Valor médio ± DP de PSA total n (%)29-39 0,74 ± 0,44 16 (2,7)40-49 1,11 ± 0,84 132 (22,0)50-59 1,58 ± 1,03 194 (32,3)60-69 1,59 ± 0,97 157 (26,2)70-79 1,89 ± 1,21 86 (14,3)Acima de 80 1,64 ± 0,99 15 (2,5)PSA total (ng/mL)29-3940-4950-5960-6970-79Acima de 80Faixa etária (anos)Figura 3. Valores de PSA total em função de cada patologia nas diferentes faixas etárias para pacientes com valores de PSA > 4,00 ng/mL(n = 100). Os valores encontram-se expressos em média (ng/mL). ANOVA, seguido do Teste de Tukey * p < 0,05.148<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Tabela 2. Valores de PSA total do grupo teste (PSA > 4,0 ng/mL), separados por faixa etária e patologia (n = 100).Os valores encontram-se expressos em média ± DP (ng/mL)Faixa etária HBP (média ± DP) P (média ± DP) CA (média ± DP) n29-39 0 0 0 040-49 10,11 (5,63) 6,58 (0,64) 5,68 (1,00) 650-59 5,81 (1,35) 5,22 (1,83) 13,96 (10,46) 2060-69 6,71 (2,58) 6,58 (1,80) 9,78 (3,81) 4070-79 8,93 (7,04) 9,21 (6,53) 10,85 (9,78) 26acima de 80 4,47 (0,50) 4,11 5,93 8Número de Indivíduos (%)Faixa etária (anos)Figura 4. Distribuição da prevalência das diferentes patologias de acordo com a faixa etária.Os valores encontram-se expressos em %. Na faixa de 29-39 anos não foi observada aocorrência de valores de PSA total > 4,0 ng/mLRazão PSA livre/totalPacientesFigura 5. Distribuição dos valores de ratio no grupo testeOs valores absolutos obtidos (média± DP), bem como a porcentagem deindivíduos analisada em cada faixa etáriaencontram-se descritos na Tabela 1.Quando analisado o grupo teste,observa-se que os valores de PSA totalmedidos encontram-se elevados somentenas faixas etárias mais altas (apartir dos 40 anos) e que, nos casos deCA, estes são significativamente elevadosem relação aos de casos de HBP eP em algumas faixas etárias (Figura 3).Os valores absolutos obtidos (média± DP) para cada uma das patologiase para as diferentes faixas etáriasencontram-se descritos na Tabela 2.A distribuição de prevalência dasdiferentes patologias de acordo coma faixa etária está representada naFigura 4. Observa-se que na faixaetária de 40-49 anos o número deindivíduos observados foi equivalenteem todas as patologias. Entretanto,este achado pode ser decorrência dopequeno número de representantesnesta faixa etária (n=6).Já nas faixas entre 50 e 79 anos,percebe-se uma prevalência de HBP. A Pé prevalente somente na faixa acima de80 anos, porém novamente devemos levarem consideração o pequeno númerode participantes desta faixa etária (n=4).A partir dos valores obtidos nasdosagens de PSA livre, calculamos oratio para os pacientes com PSA totalelevados (acima de 4ng/mL). Osdados estão distribuídos na Figura 5.<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 20<strong>101</strong>49


DiscussãoO uso rotineiro do PSA sérico,sem dúvida, incrementou a detecçãoprecoce do CA da próstata. A biópsiade próstata é recomendada para pacientesque apresentam a próstataalterada ao toque retal ou valoresanormais de PSA, acima de 4 ng/mL,quer associada quer isoladamente.Aqueles que têm toque normal e PSAentre 4 e 10 ng/mL, representam aárea cinza do diagnóstico.Outros processos relacionados coma próstata também podem ser detectadosatravés da dosagem do PSA: HBPe P. A literatura mundial encontrou umconsenso sobre o valor de referênciapara o PSA total, definindo este valorcomo até 4 ng/mL. Porém, vários estudosvêm demonstrando que entre25-30% dos casos de CA podem serdetectados em pacientes com níveis dePSA total entre 2,6 e 4,0 ng/mL (20).Outros trabalhos sugerem a adoçãode um valor de corte 2,5 ng/mL (21,22). Na população-alvo deste estudoencontrou-se um valor de corte médiode 1,5 ng/mL, o que corrobora osdados acima apresentados (Figura 2).Avaliando os dados de dosagem dePSA total para HBP e CA, encontramosnos casos de CA valores superioresàqueles encontrados nos casos de HBP(Figura 3). Ao avaliar a prevalência depatologias, verificamos que a HBP é amais prevalente, sendo que, apenasna faixa de 40-49 anos verificamosuma equivalência entre a incidênciadas diferentes patologias (Figura 4).Cabe ressaltar que este dado provavelmenteseja devido ao pequenonúmero de integrantes deste grupo.Assim, para estudos mais conclusivos,torna-se necessária a obtenção deuma amostragem maior. Já nas faixasetárias mais avançadas (>80 anos),encontramos prevalência de P (Figura4) e também neste grupo existe a necessidadede aumentar o número departicipantes relacionados. A partir doconhecimento do diagnóstico clínicode cada um dos casos, verificamosque nas faixas etárias mais avançadasexiste a associação de HBP com P.Quando avaliadas variáveis como aidade, vários estudos demonstram que,com o aumento da idade, observa-seum aumento nos níveis séricos e tambémuma maior proporção de homenscom alteração de PSA total, mesmosem a coexistência de patologia diagnosticada(13). Os dados obtidos emnosso trabalho corroboram esta hipótese,conforme demonstrado na Figura 2.Em nosso estudo também foramavaliadas a dosagem de PSA livre, bemcomo a razão PSA livre/total, já que aliteratura refere ser de grande valia aobservação desta razão para a distinçãoentre os processos malignos e benignos.Estas dosagens também auxiliamno diagnóstico precoce de câncer depróstata e podem evitar a realização debiópsias desnecessárias (8).Quando analisamos apenas a fraçãolivre, verificamos que podemosencontrar qualquer valor. Isto dependerádo valor do PSA total, quantomais alto o valor de PSA total, maior ovalor de PSA livre - o que nos interessanestes valores é a sua proporção, poiso aumento da razão PSA livre/totalnos sugere um processo maligno. Poreste motivo, avaliamos as dosagensde PSA livre para aqueles pacientescom PSA total superior a 4 ng/mL daseguinte forma: calculamos o valor doratio utilizando o valor de PSA livre edividindo pelo valor encontrado no PSAtotal. Os valores encontrados entãorepresentados na Figura 5.Observamos que valores inferioresa 0,20 (20%) são encontrados nospacientes diagnosticados clinicamentecomo portadores de CA da próstata.Este dado apresenta grande relevânciana clínica, já que a interpretaçãoadequada desta razão poderia diminuirconsideravelmente o número debiópsias desnecessárias em casosde HBP. É importante salientar queestes valores são apenas indicativose o diagnóstico preciso é feito atravésda avaliação clínica/médica e demaisexames complementares.De acordo com o exposto, podemosconcluir que na populaçãoestudada os valores de PSA totalapresentam uma tendência a se elevaremconforme ocorre um aumentona faixa etária. Além disso, estes valoresencontram-se significativamenteelevados nos casos de CA, quandocomparados com HBP e P.Um dado de fundamental relevânciasurgiu da observação de queos valores usados como valores dereferência mundiais são consideravelmentesuperiores àqueles encontradosna população estudada (1,50ng/mL ± 1,0), sugerindo-se que novosvalores de referência possam vir a seradotados. Ressalta-se, entretanto, anecessidade de estudos mais abrangentespara um consenso acercadesta hipótese.AgradecimentosAgradecemos ao Exame Laboratóriode Análises Clínicas Ltda. pela colaboraçãoem fornecer as informaçõese dados necessários para a realizaçãodo presente trabalho, bem como atodos os médicos especialistas daregião que estiveram envolvidos paraa confirmação do diagnóstico clínicodos pacientes.Correspondências para:Profa. Dra. Rejane Giacomelli Tavarestavares.rejane@gmail.com150<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Referências Bibliográficas1. Cecil RF et al. Tratado de Medicina Interna. 21ª ed. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 2001.2. Calvete AC et al. Avaliação da extensão da neoplasia em câncer da próstata: valor do PSA, da percentagem de fragmentos positivos eda escala Gleason. Rev Associação Méd Brasileira, 49(3): 250-4, 2003.3. Henry JB. Diagnósticos clínicos e tratamento por métodos laboratoriais. 19a ed. São Paulo: Manole, 1999.4. Hoffman RM et al. Differences between men with screening-detected versus clinically diagnosed prostate cancers in the USA. Bio MedCentral Cancer, 5:27, 2005.5. Farka A, Marcella S, Rhoads GG. Ethnic and racial differences in prostate cancer incidence and mortality. Ethn Dis., 10(1):69-75, 2000.6. Ramos CG. Antígeno prostático específico y detección precoz de cáncer prostático. Rev Médica, 13 (2), abril 2002.7. Jerant AF, Franks P, Jackson JE, Doescher MP. Age-related disparities in cancer screening: analysis of 2001 Behavioral Risk Factor SurveillanceSystem data. Ann Fam Med. 2(5): 481-7, Sep-Oct 2004.8. Iqbal N, Chaughtai N. Evaluation of the diagnostic use of free prostate specific antigen/total prostate specific antigen ratio in detectingprostate cancer. J Psk Med Assoc, 55(8):318-20, Agosto 2005.9. Thompson IM, Ankerst DP. Prostate-specific antigen in the early detection of prostate cancer. CMAJ. 176(13): 1853-8, Jun 2007.10. Baracat FF. Cancerologia Atual. 1.ed. São Paulo: Roca, 2000.11. Brett J et al. PSA testing for prostate câncer: an online survery of the views and reported practice of General Practioners in the UK. BioMed Cental Family Practice, 6:24, 2005.12. Corrêa NA et al. Diagnóstico precoce de carcinoma de próstata: Antígeno Prostático Específico (PSA) – um marcador quase ideal. RevBras de Anál Clín , 35(2): 63-64, 2003.13. Saraiya M et al. Total and percent free prostate-specific antigen levels among U.S. men, 2001-2002.Cancer Epidemiol Biomarkers Prev,14(9): 2178-82, setembro 2005.14. Cotran R et al. Patologia Estrutural e Funcional. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.15. Nakano Y et al. Measurement of prostate specific antigen complexed to alpha1-antichymotrypsin to avoid unnecessary biopsy inpatients with serum prostate specific antigen levels 4-20 ng/mL.Int Journal Urology, 12(8): 721-7, 2005.16. Netto NR et al. Free to total PSA ratio in the diagnosis of prostate cancer. J Bras de Urologia, 26(2): 171-175, 2000.17. Yeniyol CE et al. The relation of prostate biopzy results and ratio of free to total PSA in patients with a total PSA between 4-20 ng/mL.Internat Urology and Nephrology, 33: 503-506, 2001.18. BRASIL, Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Câncer de próstata. Disponível em < http://www.inca.gov.br>.19. Andriollo A. Marcadores tumorais bioquímicos para o Câncer de Próstata. Publicação Trimestral do Lpc. Ano 12, número 4, 4ºtrimestre, 2002.20. Okihara K et al. Can complexed prostate specific antigen and prostatic volume enhance prostate cancer detection in men with totalprostate specific antigen between 2.5 and 4.0 ng/ml. The Journal of Urology, 165(6 Pt 1): 1930-6, 2001.21. Babaian R et al. The incidence of prostate cancer in a screening population with a serum prostate specific antigen between 2,5 and4,0 ng/mL: relation to biopsy strategy. The Journal of Urology, vol. 165, 757–760, 2001.22. Sozen S et al. Complexed prostate specific antigen density is better than the other PSA derivatives for detection of prostate cancer inmen with total PSA between 2.5 and 20 ng/ml: results of a prospective multicenter study. Europe Urology, 47(3): 302-7, 2005.152<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


ArtigoNovas Perspectivas Laboratoriais para a Detecção da Lesão RenalElizandra Leal Steffen 1 , Caio Fernando de Oliveira 1 , Luziane Potrich Bellé 2 , Renata da Silva Pereira 1 ,Sílvia Juliane Piva 1 , Vanessa Oliveira Domingues 1 , Rafael Noal Moresco 1,3 , Maria Beatriz Moretto 1,2,31 - Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, Centro de Ciências da Saúde,Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria-RS2 - Programa de Pós-Graduação em Farmacologia, Centro de Ciências da Saúde,Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria-RS3 - Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas, Centro de Ciências da Saúde,Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria-RSResumoSummaryNovas perspectivas laboratoriais para a detecçãoda lesão renalAtualmente a doença renal é um grande problema de saúdepública, que acomete milhares de pessoas no Brasil e no mundo.O estudo da função e dos processos patológicos renais tem despertadoo interesse de muitos pesquisadores, principalmente nocampo do desenvolvimento de testes que auxiliem no diagnósticoprecoce, na classificação da doença de base, na obtenção deprognóstico seguro e no monitoramento terapêutico medicamentoso.Neste artigo seis marcadores de lesão renal são avaliados:microalbuminúria, cistatina C, N-acetil-ß-D-glicosaminidase (NAG),lipocalina associada à gelatinase neutrofílica (NGAL), molécula-1do dano renal (KIM-1) e a proteína transportadora de retinol(RBP). É apresentado um breve histórico da utilização clínica e dafisiopatologia de cada um deles, seguidas de sua aplicabilidadee dos avanços técnicos e metodológicos disponíveis. Portanto,este trabalho relata novos marcadores que podem futuramente serincorporados à prática laboratorial e facilitar o diagnóstico e omonitoramento das patologias renais.Palavras-chave: Lesão renal, taxa de filtração glomerular,testes laboratoriaisNew diagnoses perspectives for detection of renaldamageNowadays, renal disease is an important public health problem,affecting millions of people in Brazil and in the world. The studyof renal function and renal pathologic processes has aroused theinterest of researches, mainly in the field of development of new assaysthat could aid physicians in establishing early diagnosis, betterclassifying the disease, obtaining better outcome and monitoringdrug therapeutics. In this article, six laboratory markers of renaldamage are evaluated: microalbuminuria, cystatin C, acetyl-β-Dglucosaminidase,neutrophil gelatinase-associated lipocalin, kidneyinjury molecule-1 and retinol-binding protein. For each one of them,a short historical report of its clinical utility and physiopathology ispresented. Then technical and methodological approaches are describedas well as its utility in clinical management of kidney patients.It´s necessary to know and to understand these new biomarkers forincorporate them in laboratorial practice.Key-words: Renal damage, glomerular filtration rate, laboratorialtestsIntroduçãoções, tais como filtração, reabsorção,homeostase, funções endocrinológicae metabólica, sendo que sua funçãoprimordial é a manutenção da homeostasia,regulando o meio interno,predominantemente pela reabsorçãode substâncias e íons filtrados nosAavaliação da função renal éum dos mais antigos desafiospara o diagnóstico laboratorial.Os rins exercem múltiplas funglomérulose excreção de outras substâncias,tudo isso regulado por umasérie de hormônios (1).Atualmente, a doença renal é umgrande problema de saúde públicaque acomete milhares de pessoas noBrasil e no mundo. Segundo dados156<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


do Ministério da Saúde, cerca de 1,6milhões de habitantes apresentamalgum grau de disfunção renal (2),números estes bastante preocupantespara as autoridades em saúde pública,pois, além de muito dispendioso, otratamento medicamentoso e dialíticopraticamente exclui os indivíduos emidade produtiva de sua capacidadelabor ativa, afetando o sistema deprevidência pública e seguridadesocial (1).A incidência de insuficiência renalaguda (IRA) em pacientes hospitalizados(3) é de 4 a 7% em todo omundo e representa 1% de todas asinternações, sendo um evento comumna Unidade de Terapia Intensiva,em procedimentos cirúrgicos de altacomplexidade e em pacientes comenfermidade grave.A taxa de mortalidade nestes pacientesé cinco vezes maior do que nospacientes sem a IRA e, mesmo com aintrodução do suporte de diálise parasubstituição do desempenho renal,não se conseguiu reduzir o índice demortalidade de maneira significativa.Desse modo, as únicas alternativas quenos restam para minimizar este graveproblema médico, são a prevenção e odiagnóstico precoce da IRA (4).Já a insuficiência renal crônica(IRC) é definida por uma redução naestimativa da taxa de filtração glomerulare no Brasil a prevalência de pacientesmantidos em programa crônicode diálise mais que dobrou nos últimosoito anos. De 24.000 pacientes mantidosem programa dialítico em 1994,alcançamos 59.153 pacientes em2004, sendo que o gasto com o programade diálise e transplante renal noPaís situa-se ao redor de 1,4 bilhõesde reais ao ano (5). Logo, campanhasrealizadas para a detecção precoce daIRC são extremamente importantespara identificar os pacientes com riscoaumentado de desenvolver a doença,incluindo-se nesse grupo hipertensos,diabéticos, pacientes portadores dedoença cardiovascular e pessoas comhistória familiar de IRC (1).Em geral, os exames laboratoriaisque avaliam a função renal tentamestimar a taxa de filtração glomerular(TFG) que, como medida fisiológica,já provou ser o mais sensível e específicomarcador de mudanças nafunção renal.Na prática clínica, a TFG é avaliadapela medida de creatinina no soro ouno plasma ou pela determinação dadepuração de creatinina (6), sendoque o clearance de creatinina continuasendo um dos marcadores maisusados na avaliação da função renal,apesar de superestimar a TFG e dependerda massa muscular (1).Muitos avanços foram feitos paraa avaliação da função renal desde aprimeira dosagem de creatinina feitapor Jaffé, em 1886, entretanto, devidoà relativa insensibilidade dos testesclínicos tradicionais para detecção dedano precoce ou função renal alterada,há um considerável interesse sobrepotenciais marcadores de efeito precocede dano renal (7) que não sejaminvasivos.Neste artigo de revisão nossoobjetivo é apresentar novos marcadorespara a avaliação da lesão renale salientar a importância e vantagensdos mesmos em relação aos testestradicionalmente utilizados.Materiais e MétodosRevisar a literatura científica publicadapor pesquisadores nacionais e internacionaissobre marcadores renaisdivulgados em diferentes bases dedados, incluindo o Scientific ElectronicLibrary Online (SciELO) e o PubMeddesenvolvido pelo National Center forBiotechnology Information (NCBI) daBiblioteca Nacional de Medicina dosEstados Unidos.DiscussãoMicroalbuminúriaA microalbuminúria é definida comoa presença de 30 a 300 mg de albuminana urina de 24 horas, ou umataxa de excreção de 20 a 200 µg dealbumina por minuto (1, 8-11). Ainda,tem sido demonstrado que as medidasdas concentrações de albumina e creatinina(Cr) em amostras isoladas deurina podem ser suficientes para o rastreamentoe mesmo para a avaliaçãoda eficácia de medidas adotadas paraa redução da microalbuminúria. Assim,valores maiores que 30 mg/g de Cr ou3,4 mg/mmol de Cr são indicativos demicroalbuminúria. Mesmo determinaçõesem urina obtida durante períodosde 12 ou 24 horas levam a resultadosmais fidedignos se expressos atravésda relação albumina/creatinina, umavez que é difícil fazer a coleta de formaperfeita (11).A utilização clínica da microalbuminúriacomo marcador inicial de lesãorenal começou na década de 1980,após o desenvolvimento de metodologiascom melhor sensibilidade analíticapara a dosagem de albumina (1).Em pacientes diabéticos tipo 1,esse marcador indica a presença denefropatia diabética em estágio préclínico(1, 9, 10).No diabetes tipo 2 (11), a microalbuminúriaé provavelmente o sinalde alerta mais precoce e importantedo início de um comprometimentovascular generalizado e acredita-seque, sem intervenção específica,os pacientes com diabetes tipo 2 emicroalbuminúria progridem para afase proteinúrica e finalmente para osestágios finais da doença renal.<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 20<strong>101</strong>57


A utilização da microalbuminúriacomo marcador também deve serfeita em pacientes hipertensos, poisele está associado à morbimortalidadenesse grupo. E, ainda, algunsestudos vêm relatando que a microalbuminúriatambém está associadaà mortalidade por doença cardiovascular(1, 11).A metodologia mais utilizada naprática laboratorial para a dosagemda microalbuminúria é a imunométrica(nefelometria ou turbidimetria)e, em menor frequência, a radiometria.No entanto, a cromatografialíquida de alta performance continuasendo a maneira mais eficaz demensurar a albumina em pequenosníveis, mas é um método poucousado na prática clínica devido a seualto custo, além da complexidade doprocedimento (1).Ainda, existem situações que podemlevar à microalbuminúria transitóriasem relevância clínica, tais comoa presença de processo infecciosourinário, múltiplas doenças agudas oucrônicas, febre, insuficiência cardíaca,obesidade excessiva, hiperglicemia,hipotensão ortostática, a realização deexercícios físicos e alguns fármacos,como por exemplo, os anti-inflamatóriosnão-esteroidais. Tais dados devemser levados em conta na interpretaçãodo resultado do exame e um teste confirmatóriodeve ser realizado quandonecessário (1, 8).Contudo, como a microalbuminúriareflete doença renal e aumento demorbidade e mortalidade, a detecçãoprecoce em pacientes diabéticos é extremamenteimportante para prevenircomplicações. Na hipertensão, suacorrelação deve ser melhor elucidadae há necessidade de mais estudospara avaliar sua utilidade em outraspatologias onde possa ter um papelimportante.Cistatina CCistatina é uma proteína básica,não glicada, que apresenta duas pontesde enxofre (12). É constituída de120 aminoácidos e apresenta baixopeso molecular (13 kDa). Sua funçãoé regular a atividade das cisteínasproteinases e parece ser o inibidorprincipal da cisteína proteinase doslíquidos biológicos mais investigados(13). É encontrada em fluidos biológicoshumanos, tais como: fluidocerebroespinhal, plasma seminal,saliva, urina, leite, fluido amniótico,fluido sinovial e soro (14).Recentemente, a cistatina C temsido proposta como marcador de danorenal por representar um marcadorsuperior para detecção de injúria renalmuito sensível às alterações na taxade filtração glomerular. A cistatina C éproduzida em taxa constante por célulasnucleadas, é livremente filtradano glomérulo e quase completamentereabsorvida e catabolizada por célulasrenais do túbulo proximal (6). Istose deve à cistatina C apresentar umpequeno tamanho e alto ponto isoelétrico,os quais permitem que estaproteína seja facilmente filtrada atravésda membrana glomerular, sendoreabsorvida no túbulo proximal emuma proporção significativa e, então,catabolizada de forma quase totalneste sítio (15).O primeiro ensaio para quantificara cistatina C, desenvolvido em 1979,foi um radioimunoensaio (RIA) quetinha como limite de detecção 30mg/L, o que foi suficiente para detectara cistatina C no soro de indivíduossaudáveis (12).Mais recentemente, métodos imunológicosbaseados na turbidimetriae nefelometria, mais simples, maisacurados e rápidos, vêm ganhandoespaço no laboratório clínico paraquantificar a cistatina C. As técnicasturbidimétricas e nefelométricasrequerem pequenas quantidades deamostra, são métodos rápidos, precisose se apresentam com possibilidadede automação (16).Estudos recentes indicam que adosagem de cistatina C no soro é omelhor marcador da TFG e é um fortepreditor de doenças cardiovascularese mortalidade comparada com adosagem de creatinina no soro (17).Até então, a creatinina sérica temsido utilizada como marcador de preferênciapara avaliar a função renal,no entanto, por ela ser um produtometabólico da creatina presente notecido muscular, sua concentraçãosérica é afetada pela idade, sexo emassa muscular (18).Além disso, a creatinina é poucosensível na detecção de pequenosdecréscimos na filtração glomerular,devido à relação não linear entre aconcentração sérica e a capacidadede filtração glomerular (19).Já os níveis séricos de cistatina Cnão são afetados pela massa musculare alteram-se muito pouco com a idade,apresentado, assim, nítidas vantagensquando comparada à creatinina (20).Contudo, mesmo sendo um excelentemarcador de função renal, a cistatinaC apresenta como desvantagem o seuelevado custo, fazendo assim com queseja muito difícil a sua inserção comoteste laboratorial de rotina.N-acetil-β-D-glicosaminidase(NAG)A NAG é uma enzima hidrolítica dealto peso molecular encontrada emuma diversidade de tecidos e células(21). Está localizada, primordialmente,nos lisossomos das células dostúbulos proximais do sistema renal etem por função auxiliar a degradaçãode glicoproteínas, as quais são degradadasem aminoácidos e levados,158<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


via membrana basolateral, para acirculação sanguínea (7).A NAG tem duas isoformas encontradasno rim humano (22). Aisoforma-A fica no compartimentointralisossomal e é excretada na urinapelo processo de exocitose e, aisoforma-B está ligada à membranalisossomal e é eliminada na urinadurante o dano renal (23).Estas duas formas de NAG se diferenciamquanto à sensibilidade ao calor.A isoforma-A é lábil e a isoforma-Bé estável (24). A proporção encontradada isoforma-B varia de 15-20%da NAG urinária (U NAG) em humanos eanimais sadios. Entretanto, em casosde dano renal, tem-se observado umaumento na proporção da isoforma-B (25). Portanto, a isoforma-B temsido considerada um marcador maissensível para dano das células renaisque a U NAGtotal (26).Ensaios para medir a atividade daNAG geralmente são simples, práticose econômicos. Há três substratos quesão frequentemente utilizados paraessas técnicas: p-nitrofenil-N-acetil-β-D-glicosaminida, p-fenil-N-acetil-β-Dglicosaminidae a metylumbelliferyl-Nacetil-β-D-glicosaminida(27).A NAG mostra alta atividade emcélulas do túbulo proximal renal. Oaumento da U NAGpode refletir umadisfunção ou dano do túbulo proximalrenal (21) e os níveis de NAG podemser utilizados como indicadores dapresença de células como macrófagose monócitos (28).Quando as células do túbulo proximalrenal são lesadas devido aqualquer processo, incluindo doençaglomerular, proteinúria, nefrolitíase,nefrite intersticial, rejeição de transplanteou agentes nefrotóxicos comoantibióticos, antiepilépticos ou agentesradiocontrastes, os níveis de U NAGaumentam como reflexo da necrosedas células do túbulo proximal (21).Convém destacar, ainda, que o usoclínico da U NAGé limitado na infânciapor causa de certos problemas técnicos,pois o nível urinário desta enzimaé influenciado pelo nível de maturaçãodas células do túbulo proximal renale está aumentado em recém-nascidos(RN) prematuros comparado com RNnormais (29).Além disso, os níveis de NAG naurina podem ser influenciados pelaidade, peso e altura, mas não pelosexo. A U NAGtem sido encontrada reduzidadurante os três primeiros mesesde vida. Por outro lado, a U NAGatingeseus níveis máximos em meninos com14 anos e meninas com 13 anos (21).Rogers e col. relataram que aexcreção de NAG na urina é influenciadapelo tempo gestacional, jejum etambém está sujeita a uma variaçãodiurna e que um pequeno aumentodesta enzima tem sido evidenciado,também, em gestantes saudáveis(30, 31).Na exposição de trabalhadoresao chumbo inorgânico, a NAG pareceser um marcador precoce de nefrotoxicidade,no entanto as relaçõesde dose-efeito ainda não estão bemestabelecidas, e tampouco o significadoe os mecanismos de aumentoda atividade U NAGneste tipo de exposição(32). Outros trabalhos tambémevidenciaram a elevação de U NAGnaexposição ocupacional ao chumbo (7,33, 34), bem como na exposição aocádmio (35, 36).A atividade de NAG também vemsendo investigada em casos de pacientesdiabéticos. Há resultados quesugerem que essa enzima em pacientesdiabéticos com retinopatia pode teruma relação com o grau de dano nascélulas do epitélio glomerular e do túbuloproximal renal (37). Entretanto,Ambade e col. (38), baseados em seusestudos, sugeriram que a NAG nãotem significado clínico como marcadorde nefropatia diabética.Lipocalina associada à gelatinaseneutrofílica (NGAL)A lipocalina associada à gelatinaseneutrofílica (NGAL) humana foi caracterizadacomo uma proteína de 25 kDaligada covalentemente à gelatinase dosneutrófilos (39). Embora a NGAL sejaexpressa apenas em níveis muito baixosem vários tecidos humanos, ela émarcadamente induzida em células epiteliaislesionadas, incluindo o rim (40).A região promotora do gene deNGAL contém sítios de ligação paravários fatores de transcrição, incluindoo NF-kB (39). O NF-kB é conhecido porser rapidamente ativado nas célulasdos túbulos renais após lesões agudase desempenha um papel central nocontrole da sobrevivência e proliferaçãocelular (41, 42).A proteína NGAL tem sido detectadasensivelmente aumentada nosangue e na urina de pacientes emdiversas situações clínicas, mas queenvolvem principalmente doença renalaguda e crônica. Em um estudoprospectivo, conduzido em criançassubmetidas à cirurgia cardíaca (43), odiagnóstico do dano renal agudo (definidocomo um aumento de 50% nacreatinina sérica) só foi possível um atrês dias depois da cirurgia. Entretanto,determinações da NGAL revelaramum aumento de dez vezes na urina eno plasma 2 a 6 horas após a cirurgianos pacientes que posteriormentedesenvolveram doença renal aguda.Níveis aumentados de NGAL tambémforam correlacionados com oatraso da função do enxerto em casosde transplante renal (44), ondea NGAL apresentou-se aumentadaem pacientes que subsequentementenecessitaram de diálise ou vieram160<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


a desenvolver patologias tubulares.Aumentos significativos de NGALtambém foram relatados em casosde nefrotoxicidade por administraçãode contrastes (45), diarreia associadaà síndrome hemolítica urêmica (46),pacientes diabéticos (47) e falênciacardíaca (48).A NGAL também foi encontradaaumentada no segundo trimestre degestantes que posteriormente vierama desenvolver pré-eclampsia (49) eem níveis significativamente maioresno líquido sinovial de pacientes comartrite reumatoide em comparaçãocom pacientes com osteoartrite (50).A NGAL também demonstrou ser umbom marcador em casos de doençarenal crônica, apresentando boa correlaçãocom a creatinina sérica e a taxade filtração glomerular (51).Atualmente, a NGAL é determinadatanto na urina como no soro, principalmentepor ensaios imunoenzimáticos(Elisa). As determinações de NGAL noplasma podem ser influenciadas poralgumas variáveis coexistentes comoinsuficiência renal crônica, hipertensãocrônica, infecções urinárias e/ousistêmicas, condições inflamatóriase doenças malignas. Contudo, oaumento da NGAL plasmática nestassituações é geralmente menor daqueleencontrado em casos de insuficiênciarenal aguda (51).Molécula-1 do Dano Renal (KIM-1)A KIM-1 é uma glicoproteína transmembrânicado tipo 1 localizada naporção apical das células do epitéliodo túbulo proximal renal, a qual nãoé detectada no tecido renal saudável.Apresenta dois domínios externos eum citosólico e é um marcador sensívelpara dano tubular (52).Nas células renais, ela atua comoreceptor de fosfatidilserina, o qualreconhece células apoptóticas, conferindoas células epiteliais a capacidadede reconhecer e fagocitar células (53).Além disso, está expressa em níveisbaixos nos linfócitos, principalmentenas células T, e também nos hepatócitos(52). Duas variantes são expressasa partir do domínio citoplasmático:KIM-1a, a qual é expressa principalmenteno fígado, e KIM-1b encontradanos rins (54).Após uma injúria nas células tubularesrenais, o ecto-domínio daKIM-1 é liberado na urina, indicandouma lesão renal aguda (55) e o aparecimentodela na urina é reguladopelas proteínas quinases ativadorasde mitogens e por metaloproteinasesque são ativadas quando ocorre umestresse no tecido renal (53).A expressão aumentada de KIM-1tubular está associada com dano einflamação (56) e ele é um indicadorsensível e específico de injúria renalno túbulo proximal, pois se eleva antesque outros marcadores convencionaiscomo ureia, creatinina, glicosúria eproteinúria (57).KIM-1 está expressa em outrascondições em que os túbulos proximaisestão diferenciados, tais como:nefrotoxicidade crônica devido à ciclosporina,doença renal policística,sobrecarga proteica e isquemia renal.Está diretamente relacionado à fibrosee inflamação do parênquima tubular(54). Além disso, KIM-1 pode ser utilizadacomo biomarcador de fase inicialde injúria provocada pelo cádmio eestá elevado após exposição ao ácidofólico e à cisplatina (58).Desta forma, a KIM-1 está aumentadasempre que as células do túbuloproximal sofram alterações que resultemna proliferação e regeneraçãode células epiteliais para reconstituiro epitélio funcional (52). Acredita-seque KIM-1 possa ser um marcadorideal para detecção precoce de danotubular, pois não é expressa sem quese tenha uma lesão no tecido renal,persiste nas células até que o danoseja completamente reparado e é rapidamenteclivado e liberado na urina,onde é estável e pode ser detectadopor métodos não-invasivos (53).A detecção de KIM-1 se dá atravésde Elisa. Inicialmente esta metodologiafoi validada apenas para detecçãode KIM-1 em urina de ratos, mas posteriormentenovas metodologias paradosagem de KIM-1 em urina humanaatravés de Elisa foram desenvolvidas.Em estudo realizado por Zhange cols. (59), a expressão de KIM-1mostrou-se mais sensível que a histologiapara detecção precoce de lesãotubular após transplante renal, vistoque a KIM-1 estava expressa antesmesmo de a lesão ser detectada pelahistologia. A KIM-1 também mostrouser um bom marcador para lesãoprovocada pelo uso de gentamicina,um antibiótico que se acumula nascélulas epiteliais dos túbulos proximais,levando a alterações estruturaise funcionais na membrana plasmática,mitocôndria e lisossomos (60).Além disso, esta glicoproteína estáaumentada em várias doenças renaiscrônicas como glomeruloesclerose focal,nefropaia por IGA, glomerulonefritemembranoproliferativa e nefropatiadiabética (61).Desta forma, a KIM-1 é um bommarcador não-invasivo que pode serutilizado para medida da atividadee prognóstico de uma variedade dedoenças renais, tanto crônicas quantoagudas (57).Proteína Transportadora de Retinol(RBP)A vitamina A é um micronutrienteessencial que possui um papelfundamental na visão, crescimentoe diferenciação celular, e no desen-162<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


volvimento embriogênico. Por serquimicamente instável e pouco solúvelem água, a molécula de retinol precisaestar ligada a proteínas específicastanto em fluidos biológicos quantodentro da célula. Os transportadorescitoplasmáticos da molécula de retinolsão proteínas monoméricas com21 kDa, conhecidas como proteínastransportadoras de retinol celulares(CRBPs) (62).A proteína transportadora de retinol(RBP) é filtrada pelo glomérulo e normalmentecompletamente reabsorvidapelos túbulos proximais. Devido ao fatoda reabsorção tubular da RBP ter umlimiar saturável, a excreção urinária detal proteína reflete a capacidade reabsortivados túbulos proximais quandoa taxa de filtração glomerular é normalou ligeiramente comprometida. Assim,na ausência de insuficiência renal, aelevada excreção de RBP é consideradaum indicador de disfunção tubular renal(63). A presença de disfunção tubularpode refletir a severidade de uma patologiarenal oculta (64).A determinação de proteínas debaixas massas moleculares é umaforma de detecção precoce de danodos túbulos proximais renais. A determinaçãoda RBP na urina oferecevantagens a mais que outras proteínas(2-MG, lisozima) porque suaprodução é relativamente constante,não há uma situação clínica em quea superprodução poderá determinarconcentrações anormais, e é bastanteestável em toda a faixa de pH (65).Desde que o decréscimo da injúriatubulointersticial tem sido consideradoo melhor preditor de taxa de filtraçãoglomerular e prognóstico de longotempo na doença renal progressiva, amedida da RBP urinária pode indicarpreviamente o envolvimento tubulointersticial,já que a proteinúria precedea elevação da creatinina no soro (66).Em uma população normal devoluntários sadios, os valores daproteína transportadora de retinolurinária estão abaixo de 0,4 mg/L. Empacientes afetados por dano tubulointersticial,altas concentrações de RBPsão observadas na urina (67).De acordo com Hariharan e cols.(68), a qualidade da função renal noprimeiro ano após o transplante de rimprediz o tempo de vida do rim transplantado.Entre pacientes com funçãonormal do enxerto (creatinina entre0,5 e 1,6 mg/dL) durante os primeirostrês meses, a RBP urinária maisalta que 0,6 mg/dL foi associada comdisfunção do enxerto em um ano (69).Desta forma, a RBP urinária podeservir como um marcador precoceapós o transplante, enquanto afunção do enxerto é ainda normal,para predizer pacientes com risco dedesenvolver disfunção do enxerto,permitindo intervenções terapêuticasprecoces (70).Em relação à glomeruloesclerosefocal segmentar e a reincidência damínima chance de síndrome nefrótica,Dillon; Taylor & Shah (64) concluíramque elas podem ser distintas pela elevaçãoda RBP/creatinina, adquirindoum valor diagnóstico potencial, já quea distinção entre as duas é geralmenteatravés da resposta à corticosteróidesou por biópsia renal. Além disso, omarcador tubular urinário é não invasivoe poderá às vezes ser mais informativoque a biópsia, considerandoa natureza focal da lesão histológica.A proteína transportadora de retinol4 (RBP4), uma adipocina derivadado tecido adiposo, foi recentementereportada como relevante para odesenvolvimento da resistência àinsulina relacionada à obesidade e aodiabetes em modelos animais de obesidadee síndrome metabólica (71).Os níveis de RBP4 aumentam nadisfunção renal devido à redução dacapacidade de filtração de proteínasde baixo peso molecular. Doençasrenais crônicas e insuficiência renalterminal são as únicas condições emque os níveis de RBP4 estão extremamenteelevados, e por isso tal proteínatem sido abordada como um possívelmarcador de função renal (72). Tantoos níveis de proteína transportadorade retinol quanto os de RBP4 são mensuradospor análise de enzima ligadaimunoabsorvente (Elisa) através demétodos quimioluminescentes.ConclusãoNas últimas décadas, numerososavanços foram feitos no desenvolvimentode marcadores laboratoriaisde lesão renal. Muitos deles já foramvalidados e estão sendo empregadosamplamente no auxílio de diagnóstico,monitoramento terapêutico, análisede progressão das doenças renaise prognóstico destas e de outraspatologias. Outros se encontram emfase inicial de desenvolvimento e, aolongo dos próximos anos, certamenteestarão disponíveis como novas ferramentasclínicas.A mensuração da albumina urinária,por exemplo, permite umadetecção precoce do dano renal emsituações onde, muitas vezes, os níveisséricos de creatinina permaneceminalterados, incluindo a nefropatiaassociada ao diabetes. A dosagem decistatina C também é um excelentemarcador, principalmente da taxade filtração glomerular, comparadocom os níveis de creatinina que sãoinfluenciados por alguns fatores, taiscomo massa muscular e peso. Alémdisso, apresentam-se inalterados, dificultandoassim o tratamento de umsuposto dano renal.Já a NAG urinária é um bom mar-164<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


cador de dano renal, principalmentepara pacientes transplantados, paramonitorar pessoas expostas a metaispesados (chumbo, cádmio) e diabéticos,entretanto, não é um biomarcadoraltamente específico, pois podeestar alterado em virtude da idade,peso, altura e em condições fisiológicascomo na gravidez.Quanto à determinação de NGAL,embora ela possa ser influenciada pordoenças renais preexistentes e infecçõessistêmicas ou do trato urinário, éinegável a participação desta proteínacomo um sensível e específico biomarcadorde dano renal agudo e crônicode diversas etiologias, com grandepotencial para diagnóstico precoce.A proteína transportadora de retinolurinária possui baixo peso molecular,e por isso, tem sua reabsorçãopraticamente completa pelos túbulosproximais renais. Assim, em relaçãoaos demais marcadores, possui vantagensdevido à sua produção relativamenteconstante, estabilidade emtoda faixa de pH e ausência de umasituação clínica em que a superproduçãopode determinar uma concentraçãoanormal e sua detecção é capazde prevenir precocemente os danosaos túbulos proximais.A importância na determinaçãode KIM-1 se dá devido ela poder serdetectada precocemente, ou seja, noinício do processo de injúria, antesmesmo que outros marcadores convencionaispossam ser detectados, epermanecer detectável até que tododano seja reparado.Contudo, precisamos de biomarcadoresque sejam sensíveis (para umadetecção precoce) e específicos (paradeterminado órgão ou função), de fácildetecção e medição e que tenha boacorrelação com a severidade da lesãoou doença, que identifique o graudas mesmas, mesmo na ausência desintomas característicos e que sejamacessíveis, também, aos laboratóriosde pequeno porte. Acreditamos quesó assim o conhecimento da medicinalaboratorial poderá evoluir de formacontínua e segura.Correspondências para:Profa. Dra. Maria Beatriz Morettobeatriz@smail.ufsm.brReferências Bibliográficas1. Sodré FL, Costa JCB, Lima JCC. Avaliação da função e da lesão renal: um desafio laboratorial. J. Bras. Patol. Med. Lab., Rio de Janeiro,43(5), 2007.2. Sociedade Brasileira De Nefrologia. Para o Público: Informações Úteis. Disponível em: http://www.sbn.org.br/Publico/midia/midia1.htm.Acesso em: 11 mai. 2009.3. Nash K, Hafeez A, Hou S. Hospital-acquired renal insufficiency. Am J Kidney Dis, 39: 930-6, 2002.4. Vianna PTG. Marcadores Biomoleculares da Insuficiência Renal. In: Cavalcanti IL, Freitas FA, Assad A. Medicina Perioperatória. Rio deJaneiro: Sociedade de Anestesiologia do Estado do Rio de Janeiro, 2006. p. 57-62.5. Romão JEJ. Doença Renal Crônica: Definição, Epidemiologia e Classificação. Jornal Brasileiro de Nefrologia. XXVI, n. 3(supl. 1), 2004.6. Koeing W et al. Plasma Concentrations of Cystatin C in Patients with Coronary Heart Disease and Risk for Secondary CardiovascularEvents: More than Simply a Marker of Glomerular Filtration Rate. Clinical Chemistry., 51(2): 321-327. 2005.7. Gonçales LN et al. N-Acetil-ß-D-glicosaminidase como biomarcador precoce de disfunção renal para a exposição ocupacional aochumbo inorgânico. J. Bras. Patol. Méd. Lab., 44: 241-247. 2008.8. Colaço MI. Microalbuminúria: conceitos atuais. Medicina Interna, 5(2), 1998.9. Piccirillo LJ et al. Microalbuminúria em pacientes diabéticos tipo 1: prevalência e fatores associados. Arq Bras Endocrinol Metab, SãoPaulo, 46(6). 2002.10. Leitão CB et al. Que valores devem ser adotados para o diagnóstico de microalbuminúria no diabetes melito. Arq Bras EndocrinolMetab, São Paulo, 50(2). 2006.11. Zanella MT. Microalbuminúria: fator de risco cardiovascular e renal subestimado na prática clínica. Arq Brás Endocrinol Metab, SãoPaulo, 50(2). 2006.12. Laterza OF et al. Cystatin C: An Improved Estimator of Glomerular Filtration Rate? Clin. Chem., 48: 699-708. 2002.13. Tarif N et al. Serum Cystatin C as a Marker of Renal Function in Patients with Acute Renal Failure. Saudi J Kidney Dis Transplan. 19(6):918-923. 2008.14. Newman DJ. Cystatin C. Ann Clin Biochem, 39: 89-104. 2002.15. Martins TR et al. Cistatina C: um novo marcador para filtração glomerular comparada ao clearance de creatinina e a creatinina sérica.Revista Brasileira de Análises Clínicas, 35(4): 207-213. 2003.<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 20<strong>101</strong>65


16. Dati F. Urine proteins as markers of kidney diseases. Diagn. Endocrinol. e Metab., 16: 103-113. 1998.17. Fried LF. Creatinine and cystatin C: What are the values? Kidney International. 75: 578-580. 2009.18. 18. Heymsfield SB et al. Measurament of muscle mass in humans: validity of the 24-hour urinary creatinine method. Am. J. Clin. Nutr,37: 478-494. 1983.19. Levey AS et al. Creatinine filtration, secretion and excretion during progressive renal disease. Kidney Int., 36: S73-S80, 1989.20. Finney H et al. Initial evaluation of cystatin C measurement by particle enhanced immunonephelometry on the Behring nephelometersystems (BNA, BNII). Clin Chem., 43: <strong>101</strong>6-1022. 1997.21. Kavukçu S, Soyle A, Türkmen M. The clinical value of urinary N-Acetyl-β-Dglucosaminidase levels in childhood age group. Acta Méd.,Okayama, 56: 7-11. 2002.22. Dance N, Price RG, Catell WR. The excretion of N-acetyl-D-glucosaminidase and B-galactosidase by patients with renal disease. ClinChim Acta, 27: 87-92. 1970.23. Gibey R, Dupond JL, Henry JC. Urinary N-acetyl-D-glucosaminidase (NAG) isoenzymes profiles: a toll for evaluating nephrptoxicity ofamino glycosides and cephalosporins. Clin Chim. Acta., 137: 1-11 1984.24. Dance N et al. B- galactosidase, B-glucosidase and N-acetyl-D-glucosaminidase in human kidney. Clin Chim Acta, 24: 189-197. 1969.25. Sanchez-Bernal C et al. Variation in the isoenzymes of N-acetyl-β-D-glucosaminidase and protein excretion in aminoglycoside nephrotoxicityin the rat. Cell Biochem. Funct., 9: 209-214. 1991.26. Ali-Miraftab H et al. Urinary excretion of N-acetyl-beta-D-glucosaminidase (NAG) and its isoenzyme B as a marker of the nephrotoxicityof gentamicin: re-test from an animal model. Pathol. Biol., Paris, 36: 240-244. 1988.27. Horak E, Hopfer SM, Sunderman FW. Spectrophotometric Assay for Urinary N-Acetyl-β-D-Glucosaminidase Activity. Clin. Chem., 27:1180-1185. 1981.28. Lloret S, Moreno JJ. Effects of an anti-inflamatory peptide (antiflammin 2) on cell influx, eicosanoid biosynthesis and oedema formationby arachidonic acid and tetradecanoyl phorbol dermal aplication. Biochem. Pharmacology, 50: 347-353. 1995.29. Simeoni U et al. Specific developmental profiles of lysosomal and brush border enzymuriain the human. Biol Neonate, 65: 1-6. 1994.30. Rogers MS et al. Diurnal variation in excretion of N-acetyl-beta-D-glucosaminidase during pregnancy: implications for the prediction ofpré-eclampsia. Gynecol Obstet Invest., 47: 9-12. 1999.31. Jacob M, Balasubramaniam N. Excretion of urinary enzymes in normal pregnancy. Clinical Biochemistry, 39: 754-757. 2006.32. Chia KS et al. Urinary N-acetyl-beta-D-glucosaminidase activity in workers exposed to inorganic lead. Occup Environ Med., 51: 125-9. 1994.33. Meyer RB et al. Increased urinary enzime excretion in workers exposed to nephrotoxic chemicals. Am J Ind Med, 76: 989-98. 1984.34. Sonmez F et al. Lead exposure and urinary N-acetyl-ß-D-glucosaminidase activity in adolescent workers in auto repair workshops. JAdolesc Health, 30(3): 213-6. 2002.35. Kalahasthi RB et al. Urinary N-acetyl-ß-D-glucosaminidase and its isoenzymes A & B in wokers exposed to cadmium at cadmiumplating. Journal of Occupational Medicine and Toxicology, 2: 5. 2007.36. Thomas LD et al. Early kidney damage in a population exposed to cadmium and other heavy metals. Environ Health Perspect, 2: 18-4. 2008.37. Mysliwiec M et al. The activity of N-acetyl-beta-D-glucosaminidase and tumor necrosis factor-alpha at early stage of diabetic retinopathydevelopment in type 1 diabetes mellitus children. Clin Biochem., 39: 851-856. 2006.38. Ambade V et al. Urinary n-acetyl beta glucosaminidase and gama glutamyl transferase as early markers of diabetic nephropathy. IndianJournal of Clinical Biochemistry. 2:142-148, 2006.39. Cowland JB, Borregaard N. Molecular characterization and pattern of tissue expression of the gene for neutrophil gelatinase-associatedlipocalin from humans. Genomics, 45: 17-23. 1997.40. Mishra J et al. Neutrophil gelatinase-associated lipocalin (NGAL) as a biomarker for acute renal injury after cardiac surgery. Lancet,365: 1231-1238. 2004.41. Meldrum K. K. et al. Simulated ischemia induced renal tubular cell apoptosis through a nuclear factor-kB dependent mechanism. JUrol., 168: 248-252. 2002.42. Haussler U et al. Epidermal growth factor activates nuclear factor-kB in human proximal tubule cells. Am J Physiol Renal Physiol., 280:F808-F815. 2005.43. Mishra J et al. Amelioration of ischemic acute renal injury by neutrophil gelatinase-associated lipocalin. J Am Soc Nephrol.; 15: 3073-3082. 2004.44. Schaub S. et al. Detection of subclinical tubular injury after renal transplantation: comparison of urine protein analysis with allograft166<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


histopathology. Transplantation., 84(1): 104-12. 2007.45. Hirsch R et al. NGAL is an early predictive biomarker of contrast-induced nephropathy in children. Pediatric Nephrology, 22(12): 2089-95. 2007.46. Trachtman H et al. Urinary neutrophil gelatinase-associated lipocalcin in D+HUS: a novel marker of renal injury. Pediatric Nephrology,21(7): 989-94. 2006.47. Bolignano D et al. Neutrophil Gelatinase-Associated Lipocalin as an Early Biomarker of Nephropathy in Diabetic Patients. Kidney eBlood Pressure Research. 32(2): 91-98. 2009.48. Poniatowski B et al. Serum Neutrophil Gelatinase-Associated Lipocalin as a Marker of Renal Function in Patients with Chronic HeartFailure and Coronary Artery Disease. Kidney e Blood Pressure Research, 32(2): 77-80. 2009.49. D’anna R et al. Second trimester neutrophil gelatinase-associated lipocalin as a potential prediagnostic marker of preeclampsia. ActaObstetricia et Gynecologica Scandinavica, 87(12): 1370-3. 2008.50. Katano M et al. Implication of GM-CSF induced neutrophil gelatinase-associated lipocalin in pathogenesis of rheumatoid arthritisrevealed by proteome analysis. Arthritis Researcg e Therapy, 11(1): R3. 2009.51. Malyszko J et al. Neutrophil gelatinase-associated lipocalin is a new and sensitive marker of kidney function in chronic kidney diseasepatients and renal allograft recipients. Transplantation Proceedings, 41(1): 158-61. 2009.52. Ichimura T et al. Kidney injury molecule-1 is a phosphatidylserine receptor that confers a phagocytic phenotype on epithelial cells. JClin Invest., 118: 1657-68. 2008.53. Bonventre JV. Kidney injury molecule-1 (KIM-1): a urinary biomarker and much more. Nephrol Dial Transplant., 2009, p. 1-4.54. Zhang Z, Humphreys BD, Bonventre JV. Shedding of the Urinary Biomarker Kidney Injury Molecule-1 (KIM-1) Is Regulated by MAPKinases and Juxtamembrane Region. J Am Soc Nephrol., 18: 2704-14. 2007.55. 55. Nepal M. et al. Kidney Injury Molecule-1 Expression Identifies Proximal Tubular Injury in Urate Nephropathy. Ann Clin Lab Sci., 38:210-4. 2008.56. Waanders F. et al. Effect of renin-angiotensin-aldosterone system inhibition, dietary sodium restriction, and/or diuretics on urinary kidneyinjury molecule 1 excretion in nondiabetic proteinuric kidney disease: a post hoc analysis of a randomized controlled trial. Am J KidneyDis., 53: 16-25. 2009.57. Waikar SS, Bonventre JV. Biomarkers for the Diagnosis of Acute Kidney Injury. Nephron Clin Pract. 109: 192-97. 2008.58. Prozialech WC et al. Kidney injury molecule-1 is an early biomarker of cadmium nephrotoxicity. Kidney Int. 72: 985-93. 2007.59. Zhang PL et al. Kidney injury molecule-1 expression in transplant biopsies is a sensitive measure of cell injury. Kidney Int., 73: 608-14. 2008.60. Zhou Y et al. Comparison of kidney injury molecule-1 and other nephrotoxicity biomarkers in urine and kidney following acute exposureto gentamicin, mercury, and chromium. Toxicol Sci., <strong>101</strong>: 159-73. 2008.61. Perico N, Cattaneo D, Remuzzi G. Kidney injury molecule 1: in search of biomarkers of chronic tubulointerstitial damage and diseaseprogression. Am J Kidney Dis., 53: 1-4. 2009.62. Ong DE, Newcomer ME, Chytil F. The Retinoids: Biology, Chemistry and Medicine (Sporn MB, Roberts AB, and Goodman DS, eds), RavenPress Ltd., New York ,1994, pp. 283–318.63. 63. Tomlinson PA. Low molecular weight proteins in children with renal disease. Pediatr Nephrol., 6: 565–571. 1992.64. Dillon SC, Taylor GM, Shah V. Diagnostic value of urinary retinol-binding protein in childhood nephrotic syndrome. Pediatr Nephrol., 12:643–647. 1998.65. Rask L, Anundi H, Bohme J. The retinol-binding protein. Scand J Clin. 40: p. S154, pp. 45-61. 1980.66. Pereira AB et al. Monoclonal antibody-based immunoenzymometric assays of retinol-binding protein.Clin Chem., 39: 472-476. 1993.67. Kirsztajn G. et al. Urinary retinol-binding protein as a prognostic marker in glomerulopathies. Nephron., 90: 424-431 2002.68. Hariharan S. et al. Post-transplant renal function in the first year predicts long-term kidney transplant survival. Kidney Int. 62: 311-318. 2002.69. Hosaka, B. et al. Predictive Value of Urinary Retinol Binding Protein for Graft Dysfunction After Kidney Transplantation. TransplantationProceedings, 35:1341-1343. 2003.70. Pascual, M. et al. Strategies to improve long-term outcomes after renal transplantation. New Engl J Méd., 346: 580-590, 2002.71. Yang Q et al. Serum retinol binding protein 4 contributes to insulin resistance in obesity and type 2 diabetes. Nature, 436: 356-362, 2005.72. Frey SK et al. Effect of renal replacement therapy on retinol-binding protein 4 isoforms. Clinica Chimica Acta, 401: 46–50, 2009.168<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


ArtigoEpidemiologia do Papilomavírus Humano (HPV) emAdolescentes - Revisão BibliográficaElionôra de J. C. Jansen de Mello¹, Dulcelena F. Silva 2 , Luciane Maria O. Brito 3 ,Walder Jansen de M. Lobão 4 , Marcos Davi G. de Sousa 5 , Maria do Desterro S. B. Nascimento 61 - Médica titular da Sociedade Brasileira de Radioterapia; Titular da Sociedade Brasileira de Cancerologia;Ex-residente do INCA-RJ com especialização em Cirurgia Oncológica e Radioterapia; Professora substituta da disciplina de Oncologia daUniversidade Federal do Maranhão (UFMA); Médica concursada do Ministério da Saúde; Médica da Secretaria de Saúde do Estado doMaranhão; Mestranda UFMA do Programa de Pós-Graduação em Saúde Materno-Infantil/UFMA2 - Professora Adjunto do Departamento de Morfologia/UFMA, Mestre em Ciências da Saúde da UFMA.Professora da disciplina de Oncologia/UFMA. Médica titular da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica3 - Professora Adjunto do Departamento de Medicina III/UFMA, Coordenadora doPrograma de Pós-Graduação em Saúde Materno-Infantil/UFMA4 - Acadêmico de Odontologia /UFMA. São Luís-MA5 - Acadêmico de Medicina da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).Ex-Bolsista de Iniciação Científica do CNPq/UEMA. Acadêmico Voluntário de Iniciação Científica da UEMA. Caxias-MA6 - Professora Adjunto do Departamento de Patologia/UFMA. Docente do Programa de Pós- Graduaçãoem Saúde Materno-Infantil/UFMA. Médica titular da Sociedade Brasileira de Oncologia ClínicaResumoSummaryEpidemiologia do Papilomavírus Humano (HPV) emadolescentes - Revisão bibliográficaO câncer de colo do útero é o segundo mais frequente napopulação feminina no Brasil e o terceiro em todo o mundo. Afinalidade deste estudo é alertar órgãos competentes e a população,principalmente a feminina, sobre as lesões precursoras de câncerdo colo do útero no Brasil e no mundo, relacionando-as com osfatores desencadeantes como lesões pré-cancerosas, PapilomavírusHumano (HPV), outras DSTs e cofatores, tais como: comportamentosexual de risco, em que se destacam a sexarca precoce, múltiplosparceiros, uso de anticoncepcional, gestação e paridade precoces,tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas. Realizou-se revisãobibliográfica sistemática, através das bases de dados Medline(National Library of Medicine, USA), SCIELO (Scientific EletronicLibrary Online) e LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribeem Ciências da Saúde), a partir do cruzamento das palavras-chave:lesões precursoras, HPV, câncer de colo do útero, adolescente,genotipagem, citologia, colposcopia. Também foram consultadosdocumentos científicos de grande relevância, encontrados no bancode teses da CAPES. Os cinquenta e oito estudos selecionados paraa revisão indicam que lesões de câncer de colo do útero estão ligadasa diversos fatores. Estes trabalhos demonstram a importânciaEpidemiology of Human Papilomavirus (HPV) amongteenagers - Literature reviewCancer of the cervix is the second most frequent in the femalepopulation in Brazil, and third in the world. The purpose of this studyis to alert the competent institutions and the population, especiallywomen, about the precursor lesions of cancer of the cervix in Braziland the world relating them to triggering factors such as pre-cancerouslesions, HPV, STDs and other co-factors such as: sexual risk behavior,which emphasize the sexarca early, multiple partners, contraceptiveuse, early pregnancy, parity, smoking and consumption of alcoholicbeverages. It was accomplished systematic literature review, throughthe databases Medline (National Library of Medicine, USA), SciELO(Scientific Electronic Library Online) and LILACS (Literatura Latino-American and Caribbean Health Sciences) from the intersection ofthe following keywords: precursor lesions, HPV, cancer of the cervix,adolescent, genotyping, cytology, colposcopy. We also found documentsof great scientific importance on the data base of CAPES. Thefifty-eight studies selected for the review indicate that lesions of cancerof the cervix are related to several factors. These studies demonstratethe importance of screening methods for precursor lesions of cancer,how they work and their effectiveness. They also claim that HPV ispresent in 99.7% of cases of cervical cancer, showing in that data172<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


dos métodos de rastreamento das lesões precursoras de câncer,como funcionam e a eficácia dos mesmos. Também afirmam queo HPV está presente em 99,7% dos casos de câncer cervical,aparecendo nesses dados com os tipos de alto risco 16, 18, 31,33 e 45. Observou-se que para haver diminuição nas taxas deincidência desse tipo de câncer é necessária a implantação deprogramas de rastreamento de prevenção ginecológica sem falhas,os quais devem incluir as adolescentes sexualmente ativas, mesmolevando-se em consideração que nesta população predominamlesões de baixo grau com alta taxa de regressão. A inclusão dasadolescentes em programas de rastreamento e educação sexualpode reduzir a incidência do câncer de colo do útero, melhorandoa qualidade de vida da mulher.with high-risk types 16, 18, 31, 33 and 45. It was observed that tobe a decreasing in the incidence of this type of cancer it´s necessaryto implement screening programs for prevention of gynecologicalseamless, which shall include the sexually active teenagers, eventaking into account that predominate in this population low-gradelesions with a high rate of regression. With the inclusion of adolescentsin tracking programs and sex education, there will be considerablereduction in the incidence of cancer of the cervix, improving thequality of life of women.Keywords: Epidemiology, screening, precursor lesions ofcancer, HPV, cancer of the cervix, prevention and controlPalavras-chave: Epidemiologia, rastreamento, lesõesprecursoras de câncer, HPV, câncer de colo do útero, prevençãoe controleIntroduçãoEntre 1894 e 1898 o clima foirelacionado com a presençado câncer no extremo sul dopaís, sendo predominante o cânceruterino (1). Em nível mundial, JosephF. (1891) publicou um artigo clássicoonde descreve o desenvolvimento deverrugas por meio de autoinoculaçãoem seu próprio polegar depois de terraspado a superfície de uma lesão verrucosade uma criança. Em 1894 emtrabalhos independentes de C. Licht eGaston, demonstrou-se o caráter infecciosodaquelas lesões provocando oaparecimento de verrugas involuntáriasinoculadas, experimentalmente, commacerados de tecido verrucoso (2).No início do século 20, G. Ciuffofoi o primeiro a suspeitar que as verrugaseram causadas por vírus. Emseu experimento usou um filtrado,que havia sido passado em porosincapazes de reter partículas comdimensões compatíveis com as dovírus para autoinoculação, e produziuverrugas na mão. Em 1933 Richarddescobriu que os papilomas poderiamser transmitidos de coelhos selvagensaos coelhos domésticos por meio defiltrados livres de células. Tambémdescobriu que o agente causadordesses tumores era um vírus muitosemelhante ao produzido no homem.Em 1935 Peyton R. e J. W. Beardobservaram que o papiloma de Shope– tumores epiteliais benignos decoelho, causados por vírus – podiamtornar-se malignos progredindo parao carcinoma escamoso (2).Apesar do conhecimento de queoutros membros do grupo do papilomavíruseram carcinogênicos em coelhose também capazes de transformaralguns tipos de células de roedores,não havia sido estabelecida, até adécada de 1970, uma correlação entreo HPV e o carcinoma cervical humano.A partir do final desta década, foramidentificados diversos tipos de HPVem várias lesões de pele e de mucosas– verrugas, displasias epiteliaise carcinoma de cérvice uterina e depênis – o que reforçou a importânciamédica do HPV (3).Na década de 1980 a descobertade que a linhagem celular He Laoriginada de um carcinoma cervicale cultivada desde a década de 1950,continha DNA de HPV aumentou ointeresse no estudo desses vírus. Atualmentefortes evidências de estudosepidemiológicos clínicos e de biologiamolecular permitem afirmar que, namaioria, os cânceres genitais sãodoenças sexualmente transmissíveis,causadas por certos tipos de papilomavírushumano (4).O câncer do colo uterino encontra-seem percentuais reduzidos eestadiamentos precoces em paísesdesenvolvidos, onde o rastreamentodo câncer cervical é eficaz. Contudo,ainda é o terceiro câncer mais comumem mulheres em todo o mundo, comuma incidência estimada de cerca de493.000 casos, prevalência de 1,4milhão e 273.000 óbitos em 2002 e osegundo mais comum nos países emdesenvolvimento, onde responde por15% de todos os cânceres nas mulheres,onerando o sistema de saúdeem 8% dos custos com neoplasias,174<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


por detecção tardia e estadiamentosavançados. Países subdesenvolvidosda Ásia, África e América Latina sãoos mais acometidos (5, 6).O Brasil, por ser um país comdimensões continentais e altos índicesde desigualdade socioeconômicaregional, possui grande incidência decâncer cervical nas regiões norte enordeste.As informações e os subsídios nãoalcançam as áreas mais pobres dosestados, apesar de a prevenção seramplamente difundida no país atravésdo Programa Nacional de Controle doCâncer do Colo do Útero - Viva Mulher,realizado pelo Ministério da Saúde(MS) - Instituto Nacional do Câncer(INCA), implantado desde 1996 (7).Embora o Brasil tenha sido um dosprimeiros países do mundo a introduziro exame de Papanicolaou, na décadade 1940, para a detecção precocedo câncer de colo do útero, a doençacontinua a ser um grave problema desaúde pública. Isto porque apenas30% das mulheres submetem-se aoexame citopatológico pelo menostrês vezes na vida, o que resulta emdiagnósticos já em fase avançada em70% dos casos (8).O Programa implantado no Brasilresponsável pela prevenção não faza inclusão de mulheres mais jovensda população alvo, isso porque nessafaixa etária há o predomínio de lesõesde baixo grau com elevada taxa de regressão,sendo consideradas, portanto,lesões de pouca importância clínica.Sua resolução espontânea poderia ocasionarcustos adicionais desnecessários(9), já que foi detectado na maioria dosestudos que a idade está associada aoaumento do grau das lesões, dobrandoa cada ano de idade a chance de adquirira doença (10).Os países integrantes do Mercosul,assim como o Brasil, não apresentamdados estatísticos de prevalênciade infecção pelo HPV na populaçãosexualmente ativa de seus diversosestados e regiões. Os dados acercada ocorrência do HPV, bem como seusgenótipos, são obtidos na análise depacientes portadoras de neoplasiasintraepiteliais cervicais e carcinomainvasivo de colo uterino, pelos tiposde HPV 16 e 18 (11).Estudo realizado no Hospital PadreQuiliano, no estado do Ceará no anode 2007, em sete aldeias e no centrodo município de Pacoti, encontrou umaprevalência de 11,7% de HPV nas 592mulheres inclusas no rastreamento,com idade média na zona urbana de31 anos e, na zona rural, de 32 anos(12).No Hospital Luis Antonio, Natal-RN,foi detectado HPV em 24,5% das mulherescom citologia normal e 59,8%com citologia alterada, dos espécimescervicais de 202 mulheres analisados,com idade variando de 15 a 64 anos,no ano de 2008 (13).Um estudo realizado no meio ruraldo estado de Alagoas no ano de 2003,examinou 341 mulheres (84% dapopulação) através de exames ginecológicose colposcópicos, mostrandoa prevalência de 26,6% para infecçãopor HPV e colpites diagnosticadas em27% das mulheres associadas comTrichomonas vaginalis entre adolescentese mulheres em idade reprodutivadessa região (14).No Maranhão, Nascimento et al.(15) estudaram 163.845 mulheresresidentes no estado, submetendo-asao exame do Papanicolaou entre novembrode 1999 e dezembro de 2000e detectaram 1,6% com alteraçõescelulares compatíveis com HPV.Nas últimas décadas ocorrerammudanças significativas na saúdesexual de mulheres em idade reprodutivae adolescentes por váriosfatores, entre eles: sexarca precoce eDoenças Sexualmente Transmissíveis(DST), principalmente HPV, além deoutros fatores oncogênicos levandoao aumento da incidência e morbimortalidadepor câncer do colo doútero (16, 17).Os métodos de detecção das lesõespré-cancerosas e das infecções porHPV, tais como citopatologia oncótica ebiologia molecular, são mundialmenteconhecidos, entretanto, ainda há controvérsiaem relação à aplicação destesmétodos na prática ginecológica (18).Na atualidade, a infecção pelo HPVassume grande importância por sero agente potencialmente desencadeadorde neoplasias intraepiteliaise lesões invasivas do trato genitalinferior da mulher (9). As infecçõescausadas por este vírus têm um importantepapel de risco para o inícioda carcinogênese cervical, visto queessas patologias são consideradasindutoras de transformações das célulasepiteliais uterinas (10). Após ainfecção o vírus passa por um períodode incubação de duas a três semanas,antes que se inicie o desenvolvimentode lesões (19).A classificação do HPV ocorrepela capacidade do vírus (potencialoncogênico) interagir ao genomacelular. Alguns autores os classificamde baixo, intermediário e alto riscos,outros só fazem em baixo e alto risco.Ocorre o mesmo com a quantidadede tipos desse vírus já estudada, poisalguns citam somente 100 tipos devírus. Outros já falam na presençade mais de 120 tipos que infectam otrato genital (20).A infecção pelo HPV depois deinstalada pode estacionar, regredirou progredir e transformar-se dandoorigem às neoplasias intraepiteliaiscervicais (NIC) e/ou carcinomas (21),sendo classificadas de acordo com a176<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


maior ou menor probabilidade de evolução para câncerem, respectivamente, lesões de baixo grau (NIC I) elesões de alto grau (NIC II e III) (9).Suas formas de aquisição estão relacionadas à: idade(maior incidência entre 20 e 40 anos); atividade sexual(sexarca precoce e número de parceiros); tabagismo(reduz a quantidade e a função das células de Langherans- células com antígenos responsáveis pela ativaçãode imunidade celular local contra HPV); imunossupressão(uso de drogas imunossupressoras em transplantadase imunodeficiências combinadas severas – IDCS – ouadquiridas – Aids –, aumentam a capacidade da infecçãopersistente); anticoncepcional oral – ACO (causaalterações hormonais que levariam à imunomodulação);infecções genitais transmitidas sexualmente ou não(aumento da secreção no meio vaginal, predispondoao aparecimento de condilomas); Gardnerella vaginalis(associação entre esse micro-organismo e a infecçãopor HPV); outros fatores de risco (DSTs prévias comoherpes e clamídia e baixa ingestão de vitaminas A, C eE, diminuem a imunidade celular) (22).No ano de 2004 as lesões relacionadas ao HPV foramassim divididas pelo Ministério da Saúde (MS):• Lesões de baixo grau (lesão escamosa intraepitelial debaixo grau [LSIL]), lesão escamosa intraepitelial [SIL],neoplasia intraepitelial cervical grau I (NIC I), infecçãopelo HPV e displasia leve;• Lesões de alto grau (lesão escamosa intraepitelial dealto grau [HSIL]), lesão escamosa intraepitelial II (SILII), neoplasia intraepitelial cervical grau II (NIC II), oudisplasia moderada;• Carcinoma in situ, neoplasia intraepitelial grau III(NIC III), ou displasia acentuada.Há ainda outros diagnósticos:• Células escamosas atípicas de significado indeterminado(ASCUS);• Células glandulares atípicas de significado indeterminado(AGUS): em que se percebem anormalidades, masnão são suficientes para a conclusão de que realmenteexiste doença (12).Métodos de revisão rápida detectam altos índicesde esfregaços falsos-negativos, dentre estes predominamos diagnósticos limítrofes, ASC-US e LSIL:primeiro porque eles são mais frequentes no escrutíniocitopatológico e segundo atribui-se ao fato de que sãoalterações celulares mais difíceis de serem identificadasqualitativa e quantitativamente, resultando em baixaconcordância interobservadores (22).<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 20<strong>101</strong>77


O risco de neoplasia no municípiode Rio Branco-AC está relacionado àidade da primeira relação sexual emúltiplos parceiros, indicando que ocoito precoce pode aumentar a sensibilidadeaos efeitos de um agentesexual transmitido. Esta constataçãoé sustentada por outras evidências, asquais mostram o intervalo entre a primeirarelação ou a idade das primeirasrelações regulares, ligando assim orisco de neoplasia à idade “sexual”mais do que à cronológica (8).Segundo Rama et al. (23), as maioresprevalências de HPV são encontradasem mulheres abaixo dos 25 anos,com progressivo declínio linear apósesta idade, devido à elevação da idaderesultar em mudanças dos hábitossexuais, tornando as mulheres menosexpostas. Outros estudos relatamqueda na prevalência da infecção porHPV, mesmo com o avanço da idadee contínua e intensa atividade sexual,sugerindo que essa queda é independentedo comportamento, estandorelacionada ao desenvolvimento deimunidade tipo-específica à infecção.O câncer de colo do útero relacionasua pesquisa epidemiológica porduas vias de acesso: estudo descritivoanalítico sobre a incidência e a mortalidadenos fatores carcinogênicos eoutra via mostra o câncer em diferentespopulações e localidades usandoas mesmas variáveis (incidência emortalidade) e que os estudos epidemiológicostêm papel importante naprevenção e avaliação do câncer.Um programa de rastreamentosistemático com alta cobertura populacional,mesmo com aumento dointervalo entre as coletas, tem semostrado fundamental para o controleda doença de vários países (25), prevendoo que outros estudos demonstram:quanto mais avançada a lesãodiagnosticada, menos frequente a presençade efeitos citopáticos associados necessário constante informação paraaos critérios clássicos (coilocitose e a população dos fatores de risco associadosao HPV, em especial aquelesdisceratose) e mais frequentes osnão-clássicos (Bi ou multinucleação, relacionados com o comportamentocariorrexe, células fantasmas, células sexual; que municípios implementemem fibra, células gigantes, células programas permanentes e definam estratégiaspara aumento da coberturaparabasais coilocitóticas, condensaçãode filamentos, escamas anucleadas, dos exames citopatológicos periódicosgrânulos ceratoialinos, halo perinuclear,núcleo em borrão, núcleo em fibra como estratégia (20).e cita o programa Saúde da Famíliae núcleo hipercromático) (26, 27). O Instituto Nacional do CâncerO conceito de prevenção significa (INCA) reconhece o teste citológicoreduzir a mortalidade causada por de Papanicolaou como muito efetivodeterminada doença. Na prática, no diagnóstico precoce e na prevençãodo câncer invasivo cervical, mascompreende ações que evitam que elaocorra, que permitam detectá-la antes a incidência da doença mantém-seque se manifeste clinicamente e que como uma das mais altas entre asreduzam os efeitos mórbidos quando neoplasias malignas que ocorrem ema mesma já está instalada. Por isso é mulheres brasileiras.Quadro 1. Fatores de riscos de câncer de acordo com o potencial de modificaçãoRiscos Modificáveis• Tabagismo• Infecções (HPV – Papilomavírus Humano, HIV – Vírus da Imunodeficiência Adquirida,VHB – Vírus da Hepatite B, VHC – Vírus da Hepatite C, VHH – Vírus Herpes Hominis 1e 2, EBV – Vírus Epstein Barr)• Alimentação inadequada (excesso de gordura, escassez de vitaminas e sais minerais)• Sedentarismo• Radiação ultravioleta• Ingesta de bebida alcoólica• Exposição ocupacional (profissional e estresse)• Condição socioeconômica• Agressões ao ecossistema (poluição e queimadas)• Obesidade• Radiações ionizantes (tratamentos e/ou bronzeamentos artificiais e/ou ocupaçãoprofissional)• Alimentos contendo aflatoxina (usado para conservar sementes como amendoim epistache)Riscos não-modificáveis• Idade• Sexo• Raça• Hereditariedade / história familiar (24)178<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


A finalidade dos testes clínicosé auxiliar o diagnóstico das doenças,no entanto, não existem testesperfeitos, ou seja, aqueles que comcerteza absoluta determinam a presençaou ausência da doença (28).As adolescentes e mulheres maisjovens não estão inclusas nos programasde rastreamento, porque nelas hápredominância de lesões de baixo graucom elevada taxa de regressão (9).Dessa forma, os profissionais da áreadevem realizar práticas educativas eassistenciais que possam atuar sobrea realidade cultural das adolescentese suas famílias, já que aquelas estãoiniciando, cada vez mais cedo, suavida sexual, instaurando assim um elodo sistema de saúde e a família, ondeo sucesso da orientação sexual dependeráde um contato de humanização edo suporte permanente de um diálogofranco e aberto (29).No presente estudo, evidenciaseo conhecimento situacional daspublicações evolutivas a respeito dodiagnóstico das lesões precursorasde câncer do colo do útero em adolescentese mulheres jovens.Levantamento de DadosEsta revisão bibliográfica analisou120 estudos, sendo incluídos apenas58 porque os mesmos apresentavamas características inerentes aos critériosde seleção: lesões precursoras,HPV e outras DSTs, carcinogênese ehistória heredo-familiar em adolescentese mulheres jovens.O presente estudo foi baseadoem informações obtidas nas basesde dados Medline (National Libraryof Medicine, USA), SCIELO (ScientificEletronic Library Online) e LILACS (LiteraturaLatino-Americana e do Caribeem Ciências da Saúde) utilizando-se asseguintes palavras-chave: HPV, câncercervical, neoplasia intraepitelial cervical,saúde da mulher. Os estudos selecionadossão apresentados na Tabela 1,em ordem cronológica de publicação.Tabela 1. Trabalhos incluídos na revisãoAno Autor(es) Objeto de Estudo Resultado de interesse para esta revisão1904 Sodré (1) Relacionado o clima com a maior presença do câncerdo colo uterino no extremo sul do país.Primeira manifestação sobre o HPV no campo daciência e no campo acadêmico brasileiro em estudosrealizados no período de 1894 a 1898.1971 Oriel (19) Investigar a infecção do HPV com suas fases dedesenvolvimento no organismo humano.O período de incubação antes que inicie odesenvolvimento das lesões precursoras do câncer.1994 Zur-Hausen &Villiers (3)Correlacionar o HPV e o carcinoma cervical humano. Identificadas várias lesões de pele e de mucosas –verrugas, displasias epiteliais e carcinomas da cérviceuterina.2001 Doobar &Sterling (4)Demonstrar que a linhagem celular He La sãooriginadas de um carcinoma cervical.Em 1980 descobriu-se que as células originadas de umcarcinoma cervical continham DNA de HPV. Estudosepidemiológicos clínicos e de biologia molecularafirmam que a maioria dos cânceres genitais ésexualmente transmissível e causada por alguns tiposde papilomavírus humano.2002 Roberto Netto etal. (7)Utilizar técnicas para rastrear o câncer do colo uterinoem países desenvolvidos e em desenvolvimento.No Brasil, país em desenvolvimento, os programaspara rastreamento do câncer são falhos, devido àsgrandes diferenças socioeconômicas.2002 Nonnenmacheret al. (54)Utilizar testes mais acurados para a detecção do DNAdo HPV em estudos epidemiológicos numa populaçãofeminina sexualmente ativa.Utilização da biologia molecular (CH II e PCR) paradetecção do DNA de HPV em mulheres sexualmenteativas de 15 a 70 anos, detectando maior prevalênciado vírus no intervalo de faixa etária 15 e 49 anos.continua...180<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


2002 Aldrighi et al.(47)Relacionar contraceptivo oral, HPV e câncer de colouterino.Maior risco de câncer in situ ou invasor, em mulheresHPV positivas e usuárias de pílulas contraceptivas porcinco ou mais anos, independente da idade.2003 Leal et al. (8) Estudar a frequência das lesões precursoras do câncerde colo uterino em mulheres de 15 a 29 anos comatividade sexual, no município de Rio Branco-AC.Diagnósticos já em fase avançada em 70% dos casospela demora das mulheres na realização do examede Papanicolaou.2003 Nascimento et al.(15)Analisar 163.845 mulheres residentes no Maranhão,quanto às alterações celulares compatíveis com HPV,entre novembro de 1999 e dezembro de 2000.Detectaram-se 1,6% com alterações celularescompatíveis com Papilomavírus Humano (HPV),submetendo-as ao exame do Papanicolaou.2003 Soares et al. (14) Analisar 341 mulheres da área rural do nordeste doBrasil, estado de Alagoas.Mostrou-se a prevalência de 26,6% para infecçãopor HPV e colpites diagnosticadas em 27% dasmulheres associadas com Trichomonas vaginalis entreadolescentes e mulheres em idade reprodutiva, atravésde exames ginecológicos e colposcópicos.2004 Monteiro &Trajano (10)Estudar a prevalência de câncer do colo uterino e daslesões intraepiteliais de alto grau em adolescentes (12a 19 anos) no município do Rio de Janeiro.O aumento da idade está associado diretamente como dobro do risco para câncer do colo uterino, sendoesse fator não só associado à mudança sexual, mastambém por essas adolescentes não estarem inclusasnos programas de rastreamento de prevenção, detecçãoe tratamento de câncer do colo uterino.2004 Oriá & Alves(29)Orientar adolescentes em relação à família frente àsexualidade saudável e o papel dos profissionais daárea da saúde no município do Rio de Janeiro.A família não possui diálogo aberto com asadolescentes a respeito da educação sexual, sendoassim, os profissionais da área devem realizar práticaseducativas e assistenciais para que possam atuar sobrea realidade cultural das adolescentes e suas famílias.2005 Ramos et al. (45) Estudar quanti e qualitativamente durante um ano depesquisa mulheres com faixa etária entre 25 e 34 anosna Rede Básica de Saúde, São Luís-MA.As infecções pelo HPV constituem um fator de riscopara o início da carcinogênese cervical, sendoconsideradas indutoras de transformações das célulasepiteliais cervicais.2005 Bezerra et al.(28)Identificar fatores para o câncer cervical em 37mulheres portadoras de lesões cervicais por HPV,com idade média de 30 anos no município deFortaleza-CE.Não existe perfeição nos testes até então utilizadospara realizar a prevenção do câncer de colo do útero(rastreamento), porém houve maior prevalência decâncer cervical em mulheres analfabetas e de baixonível socioeconômico.continua...182<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


2005 Nascimento et al.(57)2005 Martins et al.(41)2005 Queiroz et al.(30)2005 Gontijo et al.(52)2005 Derchain et al.(18)Estudar a prevalência de alterações citológicas,colposcópicas e histopatológicas em 129 adolescentes(13 a 19 anos) comparadas com 237 mulheresadultas jovens (20 a 24 anos) no Rio de Janeiro.Analisar treze artigos relacionados a um estudotransversal, realizado no Brasil, contendo asinformações sobre a cobertura do exame dePapanicolaou.O nível de conhecimento, os sentimentos e asexpectativas das mulheres portadoras de HPV frenteao diagnóstico da doença e interferência da patologianas relações conjugais, no estado do Ceará.Avaliar 684 mulheres atendidas em uma unidadede saúde, através da citologia oncótica e inspeçãovisual com ácido acético (IVA) a 5%, na cidade doRio de Janeiro.Demonstrar estimativas do câncer de colo do útero napopulação feminina do Brasil desde 1995 a 2005.O carcinoma invasor é condição rara na adolescênciae grande risco da falha de tratar as lesões précancerígenasde alto grau antes que elas progridampara o câncer, indo em direção ao alcance das altastaxas encontradas dessa doença nas adultas, porqueas adolescentes das camadas menos favorecidas dapopulação têm mais dificuldades para o acesso aosserviços de saúde e consequentemente adesão aoseguimento cito-colposcópico.Os inquéritos de abrangência nacional foram dois:o primeiro estudo realizou entrevistas com cinco milbrasileiras com idade acima de 18 anos, apresentandouma taxa de realização do exame preventivo de 66%em mulheres de 18 a 69 anos e o outro estudo mostrouque a cobertura do Papanicolaou, entre mulheres commais de 24 anos foi de 68,7%.O medo foi sentimento dominante nessas mulheres,quando revelado a elas que alguns tipos de HPV têmimplicações na gênese do câncer do colo uterino. Odesconhecimento da mulher ainda é grande sobre essadoença, mesmo sendo 1/3 da população femininasexualmente ativa infectada por HPV.O rastreamento citológico é somente uma parte daabordagem para o controle do câncer do colo doútero, apresentando um resultado melhor de detecçãodas lesões cervicais quando associado à inspeçãovisual com ácido acético a 5% (IVA).As estimativas do câncer do colo útero no Brasilpara os anos de 1995 a 1999 apresentaram umataxa de incidência de 18,86/100.000 mulherese mortalidade de 4,31/100.000 mulheres. Asestimativas de incidência para este câncer para oano de 2005 permaneceram elevadas, com taxas de22,14/100.000 mulheres.2006 Novaes (51) Demonstrar a prevalência de DSTs e lesão cervicalna população feminina do Rio de Janeiro entre 10 e19 anos de idade.2006 Barros (31) Diagnosticar e classificar o HPV em adolescentesgrávidas e não grávidas, bem como estudar osfatores de risco para a infecção identificando os tiposoncogênicos de HPV com os achados de citologia ecolposcopia.Divisão das lesões causadas pelo HPV preconizadaspelo Ministério da Saúde (MS) de 2004.Foram estudadas 111 adolescentes entre 10 e 19anos atendidas no Serviço de Ginecologia do HospitalUniversitário da Universidade Federal de Alagoas(UFAL). As taxas de infecção viral entre as gestantesforam de 11,7%, associado com o passado de doençassexualmente transmissíveis e consumo de bebidaalcoólica. A associação de HPV com lesão intraepitelialde baixo grau foi de 5%.continua...<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 20<strong>101</strong>83


2006 Almeida et al.(20)2006 Oliveira et al.(43)2007 Vicario & Barca(44)2007 Queiroz et al.(21)2007 Manrique et al.(22)2007 Pinotti & Ricci(11)2007 Oliveira et al.(12)2007 Oliveira & Lima(53)Analisar 24 artigos publicados de 2000 a 2005, osquais abordavam o HPV e o câncer do colo uterinoda literatura nacional.Avaliar 465 mulheres de 25 a 49 anos residentes nomunicípio de São Luís entrevistadas em 1998.Observar a população mundial no que diz respeitoà elevada quantidade de casos de câncer causadospelo HPV.Demonstrar a incidência de achados citológicosassociados ao HPV pelo exame Papanicolaou no anode 2000, na população da cidade Pato de Minas-MG.Analisar 5.530 esfregaços classificados negativospelo escrutínio de rotina. Após serem submetidosà revisão rápida de 100% foi comparado com asrevisões dos esfregaços com base em critérios clínicoe aleatório de 10% no Brasil.Avaliar a população feminina dos países integrantesdo Mercosul.Estudar as mulheres de sete aldeias e do centro domunicípio de Pacoti-CE com idade entre 12 a 49 anos.Avaliar cem pacientes durante um ano, oriundas doambulatório de patologia cérvico-uterino do InstitutoCândido Vargas - João Pessoa-PB.A classificação do HPV ocorre pela capacidade dovírus (potencial oncogênico) interagir ao genomacelular. Na população em geral, a prevalência dainfecção pelo HPV está entre 2,5% com múltiplasvariações regionais, em 2001. Estudos apontamuma prevalência de 93% de HPV em lesão cancerosainvasiva, em 2004.Quanto menor a idade da paciente (25 a 49 anos)maior o risco da não-realização do exame preventivode Papanicolaou, por falta de atividade sexual,por falta de interesse das mesmas ou até mesmopor escassez de incentivo do governo em relaçãoà educação sexual dessas jovens e prevenção dasdoenças.O câncer cervical é o segundo câncer mais frequentenas mulheres, apresentando mais de 500.000casos diagnosticados a cada ano e o HPV tem sidoidentificado em 99,7% de todos os cânceres cervicais.Fatores de risco para adquirir a infecção por HPV eas maiores incidências relacionadas a estes fatores.O HPV está presente em 99% dos casos de câncer decolo do útero.Alto índice de esfregaços falsos-negativos, entreeles ASC-US (36 - 25,5%) e LSIL (34 - 24,1%), quesão diagnósticos limítrofes. A revisão rápida é umaalternativa eficiente como método de controle internoda qualidade na detecção de resultados falsosnegativosdos exames citopatológicos cervicais.Em São Paulo, a taxa de infecção pelo HPV detectadopor PCR (reação em cadeia de polimerase) em mulheresassintomáticas foi de 16,4% em 2003, na Argentina foide 91% em 1999 na Bolívia a taxa de mortalidade porcâncer de colo uterino foi de 22/100.000 mulheres eno Paraguai a taxa de incidência desse câncer foi de41.1/100.000 mulheres.Prevalência de HPV foi de 11,7%, clamídia 4,5%,tricomoníase 4,1%, gonorreia 1,2%, sífilis 0,2% eHIV 0%. O sintoma mais comum entre as mulheresestudadas foram dores abdominais.Os indicadores usados na acurácia do examecitopatológico e colposcópico são influenciadospor vários fatores que dizem respeito à época darealização do exame, coleta e a leitura da citologiaoncótica. A acurácia de citopatologia foi de 93,4%,com sensibilidade e especificidade de 96,2 e 69,3%,respectivamente.continua...184<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


2007 Silveira et al.(26)Estudar 60.023 mulheres residentes em 82 municípiosdo Maranhão num período de três anos.2007 Campaner et al. Associar mulheres fumantes na população em geral(46)com o desenvolvimento das NICs e do câncer cervical.2007 Saleh; Seoud; Comparar os critérios demográficos e de manejos deZaklama (58) adolescentes e outros grupos etários atendidos emuma clínica de colposcopia com esfregaços anormaisdo Hospital Geral de um distrito do Reino Unido entre1986 e 2005.2007 Chacon et al. Detectar genótipos de papilomavírus humano de alto(32)risco em amostras cervicais interpretando em conjuntocitologia, histologia e HPV de alto risco.2008 Pedrosa et al. (9) Analisar o comportamento das lesões precursorasdo câncer cérvico-uterino entre adolescentes nomunicípio do Rio de Janeiro, no estudo retrospectivode dados do SUS entre 1995 e 2005.2008 Rama et al. (23) Analisar 2.300 mulheres (15-65 anos) em São Pauloe Campinas.2008 Fernandes et al. Analisar os espécimes cervicais de 202 mulheres,(13)com faixa etária variando entre 15 e 64 anos emNatal-RN.2008 Smith JS (33) Pesquisar infecções por HPV tipos 16 e 18, de altorisco na Europa, Oriente Médio e América do Norte,além de outros.186Os laudos com atipias totalizaram 2.281, dosquais 20,52% apresentavam-se associados a efeitocitopático do HPV. Do total com atipia mostrousepara ASC, AGC, LSIL, LSIL associado ao HPV,HSIL, HSIL associado ao HPV, carcinoma invasivo,adenocarcinoma, respectivamente, 0,81%, 0,04%,0,98%, 0,68%, 1,04%, 0,11%, 0,10% e 0,04%.Estudos epidemiológicos iniciais realizados na décadade 1970 evidenciaram que a frequência do câncercervical era mais elevada entre as mulheres fumantes.Estudo retrospectivo de casos com esfregaços anormaismostra que a maioria dos fatores sociodemográficose sexuais associados à infecção por HPV e câncercervical foi mais evidente entre as adolescentes do queentre as mulheres mais velhas. Houve uma incidênciacomparável de lesões cervicais de alto grau nos doisgrupos.De 272 mulheres estudadas para HPV de alto riscopela captura híbrida e PCR, os genótipos 16 e 18foram detectados em 33% de 212 pacientes. Ahistologia das lesões associada com vários genótiposfoi a seguinte: 55,73% com genótipo 16 e ou 18 de 61pacientes com H-SIL e câncer, enquanto esse genótipofoi detectado em somente 7,9% e 22% de mulherescom ASCUS e L-SIL.Inclusão de mulheres jovens, principalmenteadolescentes nos Programas de RastreamentoGinecológico para prevenir futuros cânceres cervicais.A prevalência total da infecção genital por HPV dealto risco foi de 17,8%, distribuída nas faixas etárias:27,1% (< 25 anos), 21,3% (25-34 anos), 12,1% (35-44 anos), 12% (45-54 anos) e de 13,9% (55-65 anos).Das pacientes inclusas no estudo, 54,5% apresentaramcitologia normal e 45,5% tinham alterações citológicas.HPV foi detectado em 24,5% das mulheres comcitologia normal, e em 59,8% das que apresentaramcitologia alterada, na faixa etária estudada.Metanálise envolvendo 375 estudos totalizando346.160 mulheres. Destes, 134 estudos com dadosde prevalência para HPV estratificados por idade(116 de populações de baixo risco sexual e 18 depopulações de alto risco sexual). A infecção genitalpor HPV em mulheres é predominantemente adquiridana adolescência e o pico de prevalência em mulheresde meia-idade (35-50 anos) varia com as regiõesgeográficas.continua...<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


2008 Widice &Moscicki (34)2008 Dempsey et al.(35)Identificar infecções causadas por HPV emadolescentes e mulheres jovens nos Estados Unidos.Determinar a utilidade de uma abordagem baseadaem fator de risco para a vacinação para papilomavírushumano nos Estados Unidos.Após a sexarca, 50% das adolescentes e mulheresjovens adquirem HPV dentro de três anos resultandonuma alta taxa de prevalência.Análise de 3.181 mulheres com mais de 12 anos,quando fatores de risco foram avaliados. Emboraquase a metade (43%) das adolescentes fossesexualmente ativa, o status da atividade sexual dasadolescentes não estava associado com a futuradetecção de infecção pelo HPV vacina-específicos(HPVs 6, 11, 16 e 18).2009 De Marchi et al.(36)Estudar padrões de sinal de hibridização in situ paraHPV como marcador para a progressão de neoplasiaintraepitelial cervical (NIC).Foram estudadas 74 biópsias com NIC com o objetivode verificar se um padrão pontual de hibridização insitu (ISH) poderia servir de marcador de NIC I queprogrida. Uma segunda biópsia mostrou que 65%apresentavam NIC I ou nenhuma lesão (grupo semprogressão) e 35% NIC II/III (com progressão). Ahibridização in situ foi realizada na primeira biópsiapositiva para as regiões epiteliais (basal, intermediárioe superficial).2009 Cates et al. (37) Estudar diferenças raciais para conhecimento do HPV,aceitabilidade da vacina HPV e crenças relacionadascom mulheres da área rural do sul dos Estados Unidos.Entrevistas de mulheres com raças diferentes,sendo 91 negras e 47 brancas baseando-se nosfatores socioeconômicos, idade e recrutamentolocal. As negras e brancas interrogadas tiveramdiferentes sensibilidades, conhecimento e crençasrelacionadas contra o HPV. A comunicação com baseem intervenções para maximizar a absorção da vacinacontra o HPV no meio rural pode exigir mensagensdistintas para os pais de adolescentes negras.2009 Fletcher;Wilkinson;Knapik (38)Revisar os registros de citopatologias da Universidadeda Flórida a partir de março de 2003 a junho de2007 para identificar pacientes mais jovens com20 anos e ASC-US sobre o rastreio de testes dePapanicolaou.Foram analisadas 333 pacientes em que 75 não foramtestadas para HPV e das 258 testadas, 127 (49%)foram negativas para HPV e 131 mulheres (51%) forampositivas para HPV. Na população negativa para HPV,3 (2%) das pacientes que foram encaminhadas paracolposcopia tiveram resultado benigno. Na populaçãoHPV positiva, 48 (37%) foram encaminhadas para acolposcopia, destas 25% tinham achado colposcópicobenigno, 12 apresentaram NIC I e 11 tinham NIC II/III (com 18 anos de idade ou mais velhas).<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 20<strong>101</strong>87


EpidemiologiaO estudo realizado na década de1980 nos Estados Unidos por Queirozet al. (30) foi um dos primeirosa apontar a tendência crescente daprevalência de lesões intraepiteliaisentre adolescentes de 15 a 19 anos,tendo elevada taxa de prevalência histológicade lesões de todos os graus,uma taxa mais reduzida para citologiasanormais, não sendo observadonenhum caso de carcinoma invasivoneste estudo.No período de 1979 a 1998, as taxasde mortalidade por câncer de colode útero apresentaram um aumentopercentual de 29%. A elevação deveseao intenso processo de urbanizaçãoda população brasileira. Caracteriza-sepelo crescente consumo de alimentosindustrializados, redução da atividadefísica e mudanças no comportamentoreprodutivo (nuliparidade e idadeavançada na primeira gestação), alémda precariedade dos serviços de saúde– o que impede o acesso ao examede Papanicolaou, de alta eficácia nadetecção das lesões iniciais do câncerde colo do útero (39, 40).Os dados obtidos por Antoniazzi(24) em um estudo observacional edescritivo mostrou as taxas de mortepara diversos tipos comuns de câncer.Na Europa, realmente, estão diminuindo,enquanto nos EUA as taxasde morte de todos os tipos combinadosestão decrescendo 1,1% porano desde 1993. Sabe-se, também,que mais de 25 milhões de pessoasestão sobrevivendo por ano após umdiagnóstico de câncer, com qualidadede vida variando extremamente depaís para país.As maiores taxas de incidênciado câncer do colo foram encontradasna Europa, na América do Norte ena Austrália até 1996. Nesse mesmoano, a mortalidade estimada foi de510 mil pessoas (40). Para o Brasil aestimativa do Ministério da Saúde paracasos novos em 2001 apontou maiorincidência de câncer do colo uterinona região norte do Brasil. Na regiãonordeste do país prevê-se o maiorcoeficiente de mortalidade por essetipo de câncer (29).Em todas as regiões geográficas,os dados sobre prevalência de HPVsão geralmente limitados a mulherescom mais de 18 anos de idade. Emtodos os estudos de infecção pelo HPVa prevalência diminui com o aumentoda idade a partir de um pico de prevalênciaem mulheres mais jovens (< ou= 25 anos de idade). Na meia-idadedas mulheres (35-50 anos), o máximode prevalência de HPV difere entreregiões geográficas: África (cerca de20%), Ásia/Austrália (cerca de 15%),América Central e do Sul (aproximadamente20%), América do Norte (cercade 20%), Sul da Europa/Oriente Médio(cerca de 15%) e norte da Europa(cerca de 15%) (33).O INCA em 1994 através do InstitutoBrasileiro de Opinião e Pesquisa(IBOPE) realizou um inquérito comuma amostra referente às grandes regiõesdo Brasil, no qual foi constatadoque 36% das mulheres entrevistadasnunca haviam feito o exame de Papanicolaou.Os percentuais variavamentre 31% na região sudeste e 42%na região nordeste (41).Além desse estudo, o IBOPE realizououtro estudo em 2002, envolvendouma população feminina de20 a 69 anos residente no estado deSão Paulo. Análise de 2.300 mulheresmostrou que 89% realizaram pelomenos um exame de Papanicolaou navida. Nesse mesmo ano foi feita umapesquisa no estado do Paraná com2.007 mulheres, com idade menor ouigual a 16 anos; 75% das mulhereshaviam sido submetidas à exame deprevenção nos cinco anos anterioresà entrevista (42).Estudo realizado por Oliveira etal. (43) em 1998 estima a cobertura,a periodicidade e a identificação defatores associados a não realizaçãodo exame preventivo de Papanicolaou(citopatologia oncótica), em 465mulheres de 25 a 49 anos residentesno município de São Luís no estadodo Maranhão, analisando que quantomenor a idade (25 a 29 anos) maiorfoi o risco de não ter realizado examepreventivo do câncer de colo do útero.Além da causa citada anteriormente,incluem-se: ausência de companheiros,mulheres com escolaridadede cinco a oito anos, e que moravamem domicílios cujo chefe de famíliatinha ocupação artesanal; hábito defumar; não ter conhecimento sobre ocâncer de colo ou ter medo de realizaro exame; ser usuária do SUS; falta dequeixa de corrimento vaginal e não terrealizado consulta médica nos últimostrês meses.Outros estudos mostraram que arelação entre o câncer cervical e a infecçãopor HPV é bem estabelecida. ODNA do HPV de alto risco é detectadona maioria dos espécimes (92,9% a99,7%) de câncer cervical invasivo. Ainfecção pelos tipos virais de alto riscodo HPV é condição necessária, porém,não suficiente para o desenvolvimentodo câncer cervical. Outros fatorescomo multiparidade, uso prolongadode contraceptivos orais e tabagismopodem influenciar na progressão davirose. Habitualmente a infecçãoacomete jovens no início da atividadesexual, sendo um fenômeno transitórioem cerca de 80% dos casos (44).Nos Estados Unidos, 50% dasadolescentes e mulheres jovensadquirem HPV dentro de três anosapós o início da relação sexual, resultandoem taxas de prevalência188<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


elativamente altas. A maioria dasinfecções, no entanto, é transitória.Consequentemente, infecções peloHPV detectadas em adolescentes sãosuscetíveis de refletir doença benignae infecções detectadas em mulheresmais velhas são suscetíveis de refletirinfecções persistentes e um maiorrisco de lesão intraepitelial cervicalavançado que pode levar a câncercervical invasivo (34).Na Espanha o câncer invasivo docolo uterino tem uma incidência relativamentebaixa, entre 3,4% e 12,2%de casos por 100 mil mulheres porano e tem se mantido constante nosúltimos 15 anos, apresentando taxade mortalidade de 2,7% por 100 milmulheres/ano (23).Dados apresentados no municípiode São Luís-MA por Ramos et al. (45)revelam em um estudo quantitativoe qualitativo, no período de agostode 2004 a agosto de 2005, que aslesões intraepiteliais têm sua frequênciaaumentada a partir dos 20 anos,mantendo-se alta até os 50 anos.Notou-se que a prevalência do carcinomainvasor eleva-se a partir dos30 anos, com pico em torno dos 60anos. Em relação à situação conjugaldas mulheres (união consensual oucasamento), constitui um importantefator de risco para o câncer do colouterino, devido à baixa frequência deuso de preservativos entre as mulherescasadas. Quanto à renda das entrevistadas,mostra que o carcinomainvasor do colo do útero tem maiorpredominância entre as pacientes debaixo nível socioeconômico, dentre asquais representa 90% dos tumoresepiteliais do órgão. Das entrevistadas,30,8% afirmaram já ter tido algumadoença sexualmente transmissível(DST), tais como sífilis e gonorreia(11,8% e 2,6%, respectivamente).Em especial as infecções pelo HPVconstituem um importante fator derisco para o início da carcinogênesecervical, visto que essas patologiassão consideradas indutoras detransformações das células epiteliaiscervicais.As mulheres com infecções genitais,transmitidas sexualmente ounão, parecem ter maior incidênciade infecção pelo HPV, provavelmentepelo aumento de secreção no meiovaginal, que predisporia ao aparecimentode condilomas. A infecção porCandida sp tem sido encontrada emaproximadamente 25% das pacientescom infecção por HPV na populaçãomundial (26).A análise realizada por Queiroz etal. (30) demonstrou que aproximadamente3 a 5% da população sexualmenteativa brasileira apresenta adoença HPV induzido, isto é, o vírusnão se equilibrou com o hospedeiroou não se apresentou devidamenteao sistema imunológico do portador,levando à manifestação da doença,mostrando que o laboratório temum papel primordial, sobretudo, noscreening populacional realizado pelacolpocitologia oncótica.Estudos epidemiológicos iniciaisrealizados na década de 1970 evidenciaramque a frequência do câncercervical era mais elevada entre as mulheresfumantes; as hipóteses iniciaisbasearam-se na observação de que amaioria das neoplasias relacionadasao fumo era do tipo escamoso. Posteriormenteoutros ensaios verificaramcorrelação entre o hábito de fumare o desenvolvimento de neoplasiasintraepiteliais cervicais.Pesquisas epidemiológicas mostraramforte associação entre o consumode cigarros e o desenvolvimento delesões cervicais, tanto para as lesõesinvasivas como para as precursoras.A explicação para este fato é que aqueima do fumo ocorre a cerca de900ºC, ocasionando a geração dediversas substâncias químicas. Aproximadamente90% da composiçãoda fumaça de cigarros é de água edióxido de carbono. Nos 10% restantes,diversas substâncias podem serencontradas, incluindo-se nicotina,alcatrão, nitrosaminas, benzeno e hidrocarbonetospolicíclicos aromáticos.Essas substâncias são reconhecidamentecarcinógenas, podendo causarneoplasias em diferentes órgãos docorpo humano, mesmo naqueles nãoexpostos diretamente à fumaça docigarro, como o útero (46).Estudo multicêntrico realizadopelo IARC (International Agency forResearch on Cancer) e mostrado notrabalho de Aldrighiet al. (47) em oitopaíses, incluindo o Brasil, revela queos contraceptivos hormonais oraispodem atuar como um importantecofator no risco do câncer de coloem mulheres com positividade para oHPV cervical. O estudo em epígrafe éo primeiro que analisou a relação contraceptivooral, HPV e câncer de colo;os resultados mostraram maior riscoda doença quer seja para câncer in situquer para o invasor, em mulheres HPVpositivas e usuárias de pílulas contraceptivaspor cinco ou mais anos. Inúmerassão as hipóteses explicativas:parece que os esteroides femininosexógenos atuariam sobre o genoma doHPV, desencadeando estímulos sobreo processo da carcinogênese cervical(imunomodulação).Segundo a Organização Mundialde Saúde, a distribuição de mortespor cânceres pelo mundo não é homogênea.A mortalidade total acarretadapor cânceres foi de 12,6%em 2000; 21,6% e 9,8% nos paísesdesenvolvidos e em desenvolvimento,respectivamente. Para os anos entre1960 e 2000, os dados mostram um190<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


aumento de 15% para 25% de mortalidadenos países desenvolvidos.Já nos países em desenvolvimento,observaram-se taxas menores e crescentes,que alcançaram 6% em 1985e 9% em 1997, com uma expectativade aumentar de 5,4 milhões em 2000,para 9,3 milhões em 2020, de acordocom projeções populacionais (48, 49).Estudos recentes realizados nosEstados Unidos revelam que aproximadamente20 milhões da populaçãosexualmente ativa está infectadapelo HPV e que são diagnosticadosmais de 5,5 milhões de casos novospor ano, sendo que a prevalência doHPV na população feminina em geralse situa entre 10-15% a partir dos30-35 anos a nível mundial, comimportantes diferenças entre países.Estudos epidemiológicos sugerem que75% da população sexualmente ativaestará infectada pelo HPV em algummomento de sua vida.O mesmo estudo mostra que ocâncer cervical é o segundo câncermais frequente nas mulheres, apresentandomais de 500.000 casosdiagnosticados a cada ano e o HPV temsido identificado em 99,7% de todosos cânceres cervicais e com tipos dealto risco 16, 18, 31, 33, 45 (44).Dados estimados pelo InstitutoNacional do Câncer (INCA) (50) parao ano de 2008 expõem no Brasil e suacapital federal (Brasília), no estado doMaranhão e em sua capital (São Luís),respectivamente, a incidência dos casosnovos de câncer de colo do útero18.680 (19,18%), 5.620 (24,49%),630 (19,67%) e 190 (37,30%) paracada 100 mil mulheres, continuandocomo o segundo câncer mais frequentena população em geral.Dados referentes à prevalênciadesse câncer nas regiões brasileirasmostram maior incidência na regiãosudeste do país (7.440 casos), seguidoda região nordeste (4.720 mulheres),região sul (3.470 casos), regiãonorte (1.700 mulheres) e regiãocentro-oeste (1.350 casos).Métodos de Rastreamento de LesõesPrecursorasJá é consenso que a colpocitologiaé preconizada em mulheres sexualmenteativas ou com idade igual ousuperior a 25 anos, com repetiçãoem um ano caso o resultado sejanormal, e a seguir trienal. O examecolpocitológico para ter a ação demaior prevenção deve ser realizado,também, na presença de fatores derisco como início precoce da atividadesexual e história de múltiplos parceiros,ou bianual quando não há fatoresde risco (18, 51).Na citopalogia oncótica são encontradasatipias celulares de significadobem determinado nas lesões intraepiteliaisescamosas, no carcinomaepidermoide invasivo e no adenocarcinoma.O termo atipia tambémé aplicado quando são encontradasalterações celulares sugestivas paralesões intraepiteliais e glandulares,porém não suficiente para interpretação,ou seja, o significado das mesmasé indeterminado, não permitindo conclusãodo diagnóstico (26).A citologia oncótica é o principalmétodo utilizado no diagnóstico precocedas lesões cervicais. Em locais ondea qualidade, cobertura e seguimentode rastreamento citológico são elevados,a incidência do câncer cervicalfoi reduzida em até 80% dos casos.Os resultados de meta-análises sugeremque o rastreamento citológicotem grande variação de sensibilidadepara detectar lesões histológicas.Uma característica do exame citopatológicoé que predomina o trabalhomanual, desde a colheita do materialaté a emissão e liberação do resultadopelo laboratório. O desempenhopode, assim, estar relacionado coma qualidade dos recursos humanosenvolvidos (52).Os indicadores usados na acuráciado exame citopatológico e colposcópicosão influenciados por vários fatoresque dizem respeito à época da realizaçãodo exame, à coleta e à leiturada citologia oncótica; com relação àcolposcopia, fatores como a época derealização do exame e a experiênciado observador são decisivos para aexatidão do exame (53).Pesquisadores afirmam que, entremulheres com atipia cervical, oacompanhamento exclusivamentecom o esfregaço de Papanicolaou derepetição permite a falha na detecçãode lesão glandular atípica (LAG)em um terço dos casos. Para supriressa deficiência, e buscando excluira colposcopia e diminuir o custo derastreamento, defendem o uso doácido acético logo após a coleta citológicade repetição. Em seus estudos,os autores apresentam resultadospositivos para a técnica onde, à vistadesarmada, somente as alteraçõesaceto-brancas deveriam ser encaminhadaspara avaliação colposcópica. Ouso da mesma permitiria a diminuiçãode investimentos em programas derastreamento e outros pesquisadoresreferendam essa técnica (7).A citologia de meio líquido é outrométodo responsável por detectar ascélulas pré-cancerosas, sendo seucusto mais elevado que o da citologiaconvencional, porém a primeira temmaior representatividade de célulascoletadas transferidas para a lâmina,redução das citologias insatisfatórias,possibilidade de utilizar o materialremanescente para realizar testesde biologia molecular e sensibilidademaior para detecção de lesões de altograu (18).192<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Outros métodos alternativos têmsido sugeridos para o rastreamento docâncer cervical, entre estes a inspeçãovisual com ácido acético (IVA) e ostestes para detecção de infecção pelopapilomavírus humano (HPV) por intermédioda biologia molecular, tendoo IVA uma atenção considerável comotécnica alternativa para países emdesenvolvimento. Este método é simples,requer mínima infraestrutura epoucos equipamentos; também podeser realizado por pessoal paramédicoou enfermeiros, em unidades de saúdecom treinamento especializado paraexecutá-lo (52).Mulheres infectadas por HPV sãorastreadas pela tipagem viral do DNAatravés de dois métodos: amostra deDNA por PCR (Reação em Cadeia daPolimerase) e CH II (captura híbridaII) (54).A PCR é um teste de biologia molecularpara detecção dos tipos de HPVatravés de análise de DNA coletado daregião cérvico-vaginal. Deve-se seguiressa sequência: primeiro usa-se umpar de primers (iniciadores) universal,depois realiza-se uma segunda amplificaçãovia PCR do primer inicial jáamplificado e em seguida colocam-seos primers multiplex (multiplicados)em um gel de agarose, passa-seuma fonte de eletroforese contendobrometo de etídio sob luz ultravioletae então os fragmentos amplificadosserão atraídos de acordo com seu pesoe tamanho (55).A captura híbrida II é um procedimentode hibridização molecular, deprocessamento rápido e leitura confiávelpara detectar 18 tipos de HPVdivididos em grupos de baixo (6, 11,42, 43 e 44) e de alto risco oncogênico(16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52,56, 58, 59 e 68) pela termoluminescência(URL - Unidade Relativa deLuz). Os testes de detecção do HPVassociados à citologia podem ser úteisna identificação de mulheres de riscopara lesões cervicais mais gravese também para evitar colposcopiasdesnecessárias (56).Recomenda-se em todas as idadesda detecção de células escamosasatípicas de significado indeterminado(ASC-US) rastreamento, com detecçãode HPV de alto risco; algunsautores encontram baixa relaçãocusto-benefício entre as adolescentes,a causa de alta proporção de infecçãopor HPV e baixa proporção de HSIL. Aatitude a seguir com uma adolescentecom LSIL é repetir a citologia a cadaseis meses e o teste de detecção deDNA do HPV a cada doze meses. Sea citologia for normal deve-se repetirapós seis meses e se for negativadeve-se seguir o rastreio de rotina. Sefor detectado ASC-US, assim como oDNA para o HPV for positivo em qualqueruma das citologias, realiza-seuma colposcopia com biopsia dirigida.Se for negativo o teste de Papanicolaou,após 12 meses (37).São raros os estudos nos quaisse analisa a histopatologia do colouterino de adolescentes, mas sabeseque o nível de infecção por HPVnessa faixa etária é maior. Isso estáligado diretamente ao fato da iniciaçãoda atividade sexual, tendência aoaumento na quantidade de parceirose padrão histofuncional da cérvice daadolescente. Todos esses fatores estãoassociados também à carcinogênesecervical.O mesmo estudo mostra quepersistem controvérsias em relaçãoàs estratégias e custo da prevençãocitológica na adolescência. Somaseao fato de o carcinoma invasorser condição rara nesta faixa etáriao risco da falha de tratar as lesõespré-cancerígenas de alto grau antesque elas progridam para o câncer,podendo ser esta importante razãopara as maiores taxas de incidência emortalidade a serem observadas nospaíses em desenvolvimento (57).Considerações FinaisA análise dos artigos evidenciamais uma vez que o HPV é a doençasexualmente transmissível (DST)mais prevalente em todo o mundo.Estima-se que mundialmente cercade 500 mil a 1 milhão de pessoas seinfectam pelo HPV.Os trabalhos publicados relacionadospela base de dados Medline sobreo HPV e sua associação aos câncerescervicais confirmam a presença docarcinoma escamoso do colo uterino,assim como sua participação no câncerdo pênis. Sua incidência é muitoelevada nos países em desenvolvimentoquando comparada aos dadosde países desenvolvidos.A alta prevalência de lesões intraepiteliaiscervicais encontradas nosestudos sugere a importância da inclusãodas adolescentes sexualmenteativas no Programa Nacional de Controledo Colo do Útero - Viva Mulherpara detecção e tratamento precoces,evitando o comprometimento da saúdeda mulher.No Brasil, a frequência de lesõescelulares é elevada, o que confirmaa inclusão de adolescentes nessesprogramas de rastreamento sem falhas,porque do contrário, espera-seo aumento progressivo de casos decâncer de colo uterino, com grandeimpacto médico-social. A políticade rastreamento é necessária paralidar com adolescentes que estãoexpostas a todos os fatores de riscoassociados ao desenvolvimento dainfecção por HPV e lesões cervicaisde alto grau (58).194<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Por falhas nos programas de rastreamentode prevenção ginecológicaem que só uma pequena parte dapopulação tem cobertura adequada,tendo o HPV como agente etiológicodo câncer escamoso e glandular docolo uterino, a colpocitologia oncóticacérvico-vaginal, apesar de reduzir amorbi-mortalidade por câncer cervicalcontinua sendo em países emdesenvolvimento como o Brasil, esubdesenvolvidos, um problema sériode saúde pública.A prevenção evita altos custos hospitalaresde longas internações, cirurgias,rádio e quimioterapia, que obrigaao serviço público financiar a população,principalmente a de baixa renda,incapaz de custear seu tratamento.Além da economia e o benefício dacura, teremos uma qualidade de vidamelhor e uma sobrevida maior, caso orastreamento adequado seja mantidocontinuadamente levando a um resultadosatisfatório com os investimentosdirecionados pelos órgãos públicos aorastreamento da população que utilizaa rede básica de saúde.Embora o câncer de colo do úteroseja doença teoricamente passívelde prevenção primária, a detecçãoe o tratamento adequado das lesõesprecursoras são atualmente a basepara o controle da doença. Ainda sãonecessários esforços para melhorara sensibilidade, especificidade e valorespreditivos positivos e negativosdos testes diagnósticos, assim comopara aumentar a conscientização dasmulheres em aderirem aos programasde controle.Seguindo os preceitos de Pinottie Ricci (11), para serem efetivas, asações de prevenção e detecção precisamestar integradas às demais dediagnóstico ou tratamento, pois nuncase sabe onde começa o diagnóstico eo tratamento e onde termina a prevençãoou a detecção. Na avaliaçãodo custo/benefício é fato que casosdiagnosticados precocemente causambenefícios, mas geram despesa, emboraem médio prazo permitam umaenorme economia. Quando se fazprevenção gasta-se hoje para economizarmuito mais amanhã. Porém, agrande vantagem não é esta, mas sima de poupar vidas, diminuir o númerode mutilações e melhorar a qualidadede vida de milhares de pessoas, umgrande número delas produtivas nomercado de trabalho.É de vital importância que estadose municípios implementem programaspermanentes, definam estratégiaspara o aumento de cobertura dosexames citopatológicos periódicos,principalmente nos grupos de maiorvulnerabilidade socioeducaional, ondese concentram os maiores obstáculosacessíveis ao Sistema Único de Saúde(SUS), realizando controle de qualidadedos exames e utilizando ações deeducação sexual para efetivar condutasde prevenção de infecção pelo HPV,principalmente entre os adolescentes.O que precisamos, na verdade, éde exames de rastreamento populacionalprecoce com sensibilidade econfiabilidade altas, além de condiçõeseconômicas e tecnológicas para implantarna rotina populacional do SUSo teste de Biologia Molecular para HPV,haja vista o percentual elevado emtoda a revisão bibliográfica estudada.A educação sexual constitui umimportante caminho para prevenir ainfecção pelo HPV e o desenvolvimentode lesões precursoras do câncer de colodo útero. Informar e conscientizar apopulação sexualmente ativa sobre oHPV e os riscos associados, assim comosobre as formas de prevenção, contribuirápara reduzir a contaminação poresse vírus e aumentar o diagnóstico daslesões intraepiteliais existentes, possibilitandoseu controle e influenciando nadiminuição da incidência do câncer decolo uterino em longo prazo.Referências Bibliográficas1. Sodré AAA. Frequência do Câncer no Brasil. Brasil-Médico 1904; 18(3): 229-232.2. Garfield E. All sorts of warts – separating facts from fiction. Current contents 1988; 9:3-11.3. Zur-Hausen H, Villiers EM. Human Papillomavirus. Annu. Rev Microbiol 1994; 48:427-447.4. Doobar J, Sterling JC. The biology of human papillomavirus In Sterling JC & Tying SK (edit), Human papillomaviruses – clinical andscientific advances Londres, Arnold 2001:10-23.5. Drain PK, Holmes KK, Hughes JP, et al. Determinants of cervical cancer rates in developing countries. Int J Cancer 2002; 100:199-205.6. Parkin DM, Bray F, Ferlay J, et al. Estimating the world cancer burden: Globocan 2000. Int J Cancer 2001; 94:153-156.7. Roberto Netto A, Ribalta JCL, Focchi J, Baracat EC. Alternativas para o Rastreamento do Câncer do Colo Uterino. Rev Femina 2002;30(10): 693-8.8. Leal EAS, Júnior OSL, Guimarães MH, Vitoriano MN, Nascimento TL, Costa OLN. Lesões Precursoras do Câncer de Colo em MulheresAdolescentes e Adultas Jovens do Município do Rio Branco - Acre. Rev Bras Ginecol Obstet 2003; 25(2): 81-86.196<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


9. Pedrosa ML, Mattos IE, Koifman RJ. Lesões intra-epiteliais cervicais em adolescentes: estudo dos achados citológicos entre 1999 e2005, no município do Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saúde Pública 2008; 24(12): 2881-2890.10. Monteiro DLM, Trajano AJB. A Cérvice Uterina da Adolescente: Estudo da Prevalência dos Fatores Associados ao Câncer de Colo Uterinoe suas Lesões Precursoras em População de Adolescentes Atendidas em Hospital Público do Município do Rio de Janeiro. Rev BrasGinecol Obstet 2004; 26(10): 819-824.11. Pinotti JA, Ricci MD (2007). http://www.hpvinfo.com.brhpv-19.htm – Panorama do HPV no Brasil e no Mercosul. Data de acesso: 05de março de 2008.12. Oliveira FA, Pfleger V, Lang K, Heukelbach J, Miralles I, Fraga F et al. Infecções sexualmente transmissíveis, vaginose bacteriana ecandidíase em mulheres em idade reprodutiva no nordeste do Brasil rural: um estudo de base populacional. Mem Inst Oswaldo Cruz2007; 102(6): 751-756.13. Fernandes TAA de, Meissner R de V, Bezerra LF, Azevedo PRM de, Fernades JV. Infecção por papilomavírus humano em mulheres atendidasem um serviço de prevenção ao câncer do colo do útero em Natal, Brasil. Braz J Microbiol 2008; 39(3): 573-578.14. Soares VL, Mesquita AM, Cavalcante FG, Silva ZP, Hora V, Diedrich T. Sexually transmitted infections in a female population in ruralnorth-east Brazil: prevalence, morbidity and risk factors. Trop Med Int Health 2003; 8:595-603.15. Nascimento MDSB, Pereira ACS, Silva AMN, Silva LM, Viana GMC. Programa Nacional de Combate ao Câncer de Colo Uterino noEstado do Maranhão: análise de aspectos citológicos e epidemiológicos. Acta Oncol Bras 2003; 23(3): 530-535.16. Boyle P, Levin B. World cancer report. International Agency for Research on Cancer, 2008.17. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância deCâncer. Estimativas 2008: Incidência de Câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2007.18. Derchain SFM, Filho AL, Syrjänen K. Neoplasia intra-epitelial cervical: diagnóstico e tratamento. Rev Bras Ginecol Obstet 2005; 27(7):425-33.19. Oriel JD. Natural history of genital warts. Brit J Vener Dis 1971; 47:1-13.20. Almeida, ACG, Sakama AT, Campos, RG. A Correlação do Câncer do Colo Uterino com Papilomavírus Humano. Revista de APS 2006;9(2): 1-15.21. Queiroz AMA, Cano MAT, Zaia JE. O papilomavírus humano (HPV) em mulheres atendidas pelo SUS, na cidade de Patos de Minas –MG. Rev Bras Anál Clín 2007; 39(2): 151-157.22. Manrique EJC, Tavares SBN, Souza NLA, Albuquerque ZBP, Zeferino LC, Amaral RG. A revisão rápida de 100% é eficiente na detecçãode resultados falsos-negativos dos exames citopatológicos cervicais e varia com a adequabilidade da amostra: uma experiência noBrasil. Rev Bras Ginecol Obstet 2007; 29(8): 408-13.23. Rama CH, Roteli-Martins C, Derchain SFM. Prevalência do HPV em mulheres rastreadas para o câncer cervical. Rev Saúde Pública2008; 42(1): 123-130.24. Antoniazzi, BN, D’alessandro TAL, Teixeira RA. Epidemiologia do Câncer de Colo do Útero. Prática Hospitalar 2008; X(60): 99-104.25. Carvalho NSD, Collaço LM. O tocoginecologista, o patologista e o exame de Papanicolaou. Rev. Bras. Ginecol Obstet 2007; 29(8): 383-6.26. Silveira LMDS, Silva EA, Pinheiro VMF, Veloso AOL, Everton HFSN. Anormalidades Citológicas na Cérvice de Mulheres Atendidas noLaboratório Central de Saúde Pública do Maranhão. <strong>NewsLab</strong> 2007; 81(1): 130-135.27. Jordão AV, Ruggeri LS, Chiucheta GIR, Piva S, Consolaro MEL. Importância da Aplicação de critérios morfológicos não-clássicos para oDiagnóstico Citológico de Papilomavírus Humano. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial 2003; 39(1): 81-89.28. Bezerra SJS, Gonçalves PC, Franco ES, Pinheiro AKB. Perfil de Mulheres Portadoras de Lesões Cervicais por HPV Quanto aos Fatoresde Risco para Câncer de Colo Uterino. J Bras Doenças Sex Transm 2005; 17(2): 143-148.29. Oriá MOB, Alves MDS. Adolescente com Papilomavírus Humano no Contexto Familiar. Revista de Enfermagem – UERJ 2004; 12(X): 44-8.30. Queiroz DT, Pessoa SMF, Sousa RAD. Infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV): incertezas e desafios. Acta Paul Enferm 2005;18(2): 190-6.31. Barros LDF. Infecção genital pelo papiloma vírus humano HPV em adolescentes: diagnóstico biomolecular. Dissertação do Centro deCiências da Saúde – Universidade Federal do Alagoas, 2006. 121 f.32. Chacon J, Sanz I, Rubio MD et al. Detection and genotyping of high-risk human papillomavirus in cervical specimens. Enferm InfeccMicrobiol Clin 2007; 25(5): 311-6.<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 20<strong>101</strong>97


33. Smith JS, Melendy A, Rana RK, Pimenta JM. Age-specific prevalence of infection with human papillomavirus in females: a global review.J Adolesc Health 2008; 43(4): 5-25.34. Widdice LE, Moscicki AB. Update for papanicolaou tests, colposcopy, and human papillomavirus testing in adolescents. J Adolesc Health2008; 43(4): 41-51.35. Dempsey AF, Gebremariam A, Koutsky L, Manhart L. Behavior in Early Adolescence and Risk of Human Papillomavirus Infection as aYoung Adult: Results From a Population-Based Study. Pediatrics 2008; 122(1): 1-7.36. De Marchi TR, Metze K, Zeferino LC, Andrade LA. HPV in situ hybridization signal partterns as a marker for cervical intraephithelialneoplasia progression. Gynecol Oncol 2009; 112(1): 114-8.37. Cates JR, Brewer NT, Fazekas KI, Mitchell CE, Smith JS. Racial differents in HPV knowledge, HPV vaccine acceptability, and relatedbeliefs among rural, southern women. J Rural Health 2009; 25(1): 93-7.38. Fletcher AH, Wilkinson EJ, Knapik JA. Oncogenic human papillomavirus testing in an adolescent population with atypical squamous cellsof undetermined significance. J Low Genit Tract Dis 2009; 13(1): 28-32.39. Brasil. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer-INCA. Estimativa de incidência e mortalidade por câncer. Rio de Janeiro:INCA; 2001.40. World Cancer Research Fund. Food, nutrition and prevention of cancer: A global perspective. Washington: American Institute for CancerResearch; 1997: 35-71, 508-40.41. Martins LFL, Thuler LCS, Valente JG. Cobertura do exame Papanicolaou no Brasil e seus fatores determinantes: uma revisão sistemáticade literatura. Rev Bras Ginecol Obstet 2005; 27(8): 485-492.42. Governo do Estado do Paraná. Secretaria de Estado de Saúde. Instituto de Saúde. Câncer cérvico uterino. Sumário analítico. Curitiba; 2002.43. Oliveira MMHN, Silva AAM, Brito LM, Coimbra LC. Cobertura e Fatores associados à não realização do exame preventivo de Papanicolaouem São Luís, Maranhão. Rev Bras Ginecol Obstet 2006; 9(3): 325-334.44. Vicario MIH, Barca GC. Vírus del papiloma humano y adolescencia. Bol Pediatr 2007; 47: 213-218.45. Ramos ASMB, Cunha CV, Mochel EG, Barros LM. Prevenção de Câncer cérvico uterino: sentimentos e reações vivenciados por mulheresda rede básica de saúde de São Luís. Rev Ciênc Saúde 2005; 7(1): 25-31.46. Campaner AB, Santos RE, Galvão MA. Importância do Tabagismo na carcinogênese do colo uterino. Rev Femina 2007; 35(11): 713-717.47. Aldrighi JM, Aldrighi APS, Petta CA. Contracepção Hormonal Oral, HPV e Risco de Câncer cérvico-uterino. Rev Assoc Med Bras 2002;48(2): 93-117.48. World Health Organization. The World Health Report 1998: Life in the 21st century a vision for all. Geneva: WHO; 1998: 61-111.49. World Health Organization. National cancer control programs: Policies and managerial guidelines. 2nd ed. Geneva: WHO; 2002.50. http://www.inca.gov.br/estimativa/2008/tabelaestados.asp?UF=BR, incidência de Câncer de colo do útero. Acessado em: 21 jul. 2007.51. Novaes JMDC. Importância da Colpocitologia na Adolescência. Adolescência & Saúde 2006; 3(1): 18-21.52. Gontijo RC, Derchain SFM, Montemor EBL et al. Citologia oncológica, captura de híbridos II e inspeção visual no rastreamento de lesõescervicais. Cad Saúde Pública 2005; 21(1): 141-149.53. Oliveira ZFR, Lima MCCA. Comparação do desempenho entre a citopatologia- colposcopia e os achados da histopatologia nas lesõesdo colo uterino. Centro de Ciências e Saúde, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2008. 67 f.54. Nonnenmacher B, Breitenbach V, Villa LL, Prolla JC, Bozzetti MC. Identificação do papilomavírus humano por biologia molecular emMulheres assintomáticas. Revista de Saúde Pública 2002; 36(1): 95-100.55. Sousa RMS. Genotipagem de Papilomavírus Humano em pacientes com indicação clínica da infecção, em São Luís, MA. Centro deCiências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2008. 43 f.56. Mandelblatt J, Lawrence W, Womack SM. Benefits and costs of using HPV testing to screen for cervical cancer. JAMA 2002; 287(18):2372-8157. Nascimento MI, Pires ES, Gil DQ et al. Características de um grupo de adolescentes com suspeita de neoplasia intra-epitelial cervical.Rev Bras Ginecol Obstet 2005; 27(10): 619-26.58. Saleh MM, Seoud AA, Zaklama MS. Abnormal cervical smears in adolescents: a ten-year comparative study of demographic criteriaand management. Clin Exp Obstet Gynecol 2007; 34(3): 139-42.198<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


ArtigoEstudo da Incidência do Gênero Candidaem Hospital Público UniversitárioGilberto Costa Valle 1 , José Carlos Rende 2 , Mônica Hitomi Okura 31 – Biólogo. Pós-graduado em Microbiologia da Universidade de Uberaba - UNIUBE2 – Mestre em Microbiologia Geral e Doutor em Microbiologia Agropecuária pela UniversidadePaulista de São Paulo. Professor e coordenador do curso de pós-graduação em Microbiologia da UNIUBE3 – Mestre em Microbiologia pela Universidade Paulista de São Paulo. Professora OrientadoraTrabalho de conclusão do curso de Pós-graduação em Microbiologia da Universidade de Uberaba - UNIUBEResumoSummaryEstudo da incidência do gênero Candida em hospitalpúblico universitárioCandidíase, infecção por leveduras do gênero Candida, éa mais frequente infecção fúngica do ser humano. A candidíaseinvasiva figura como uma das principais causas de mortalidadecorrelacionada à micose. C. albicans, comensal da vagina edo trato gastrointestinal de seres humanos, é a espécie quepredomina nas infecções superficiais e invasivas de diferentessítios anatômicos. Todavia, outras espécies, como C. tropicalis,C. parapsilosis, C. glabrata e C. krusei emergiram, tornando-seresponsáveis por altos índices de infecções em seres humanos.Este estudo avalia a prevalência de leveduras do gênero Candidaem diversas amostras clínicas, no período de 01/06/2007 a14/07/2008. Dos 215 isolados, pertencentes a 171 pacientes,119 (55,35%) foram identificados como Candida albicans,42 (19,53%) como Candida tropicalis, 24 (11,16%) comoCandida parapsilosis, 15 (6,98%) como Candida sp. (espécienão identificada), 8 (3,72%) como Candida krusei e 7 (3,26%)como Candida glabrata. Não houve diferença significativa naincidência de infecções por Candida entre os sexos. A taxa demortalidade em candidemias foi de 70%. Vários fatores podem serrelacionados na epidemiologia de Candida spp., como a regiãodemográfica, características da população estudada, causas dainfecção e sítio anatômico acometido.Study of incidence of the genus Candida in a publicuniversity hospitalCandidiasis, yeast infection of the genus Candida, is the mostcommon fungal infection in humans. The invasive candidiasis appearsas a major cause of mortality related to mycosis. C. albicans, commensalof the vagina and human gastrointestinal tract, is the speciesthat predominates in the superficial and invasive infections in differentanatomical sites. However, other species such as C. tropicalis, C.parapsilosis, C. glabrata and C. krusei emerged, became responsiblefor high rates of infections in humans. This study evaluates the prevalenceof yeasts of the genus Candida in various clinical samples in theperiod of June 2007 to July 14, 2008. From a total of 215 isolates,belonging to 171 patients, it was found the following profile of incidence:119 samples (55,35%) were identified as Candida albicans,42 (19,53%) Candida tropicalis, 24 (11,16%) Candida parapsilosis,15 (6,98%) Candida sp. (not possible to identify specie), 8 (3,72%)Candida krusei and 7 (3,26%) Candida glabrata. There was nosignificant difference in the incidence of infections by Candida spp.between the sexes. The mortality rate of bloodstream infections was70%. Several factors may be related in the epidemiology of Candidasp., as the area population, characteristics of the population, causesof infection and anatomical site affected.Keywords: Candidiasis, prevalence, epidemiologyPalavras-chave: Candidíase, prevalência, epidemiologia202<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


IntroduçãoSão conhecidas cerca de 200espécies de Candida, sendoque apenas 10% destas sãoreconhecidas como agentes etiológicosde infecções em seres humanos (1).A candidíase é a mais frequenteinfecção fúngica do ser humano,causada por leveduras do gêneroCandida, componentes da microbiotaendógena e exógena do corpo humano(2). A partir da metade do século20, cresceram significativamente osrelatos de infecções por C. albicans eespécies não-albicans. De comensala importante agente de infecções, ogênero Candida se converteu em sérioproblema de saúde pública. Tal transformaçãodeve-se em grande parte aopróprio progresso da medicina, queampliou largamente os procedimentosinvasivos, violadores das barreiras deproteção natural, que desenvolveu eintensificou o uso de antibióticos deamplo espectro, alteradores da floranormal do organismo humano e queoferece hoje amplas condições paraprolongar a vida de pessoas muitodebilitadas e suscetíveis a microorganismosoportunistas (2, 3).Candidíase invasiva tornou-se emuma das principais causas de mortalidadeassociada à micose em todo omundo (4).C. albicans é a espécie maisfrequentemente descrita em casosde infecções hospitalares em váriospaíses. Entretanto, outras espéciescomo C. tropicalis, C. parapsilosis, eC. glabrata também apresentam altasprevalências nos estudos realizadosem casuísticas de todo o mundo.Estudos epidemiológicos realizadosno Brasil mostram que as espéciesmais prevalentes são C. albicans, C.tropicalis e C. parapsilosis (2, 5-13).Segundo o Sistema Nacional deVigilância das Infecções Hospitalaresdos Estados Unidos, a prevalência deinfecções fúngicas passou, naquelepaís, de 6% em 1980 para 10,4%em 1990. O gênero Candida é apontadocomo a causa de 80% destasinfecções. Esse mesmo sistema devigilância americano registrou umaumento significativo na prevalênciade infecções causadas por Candidaalbicans e C. glabrata, no período de1989 a 1999 (14, 15).Atualmente, Candida albicans continuasendo a causa mais prevalentede candidíase invasiva nos EstadosUnidos, representando mais da metadede todos os casos, e Candidaglabrata tornou-se a segunda causamais frequente de infecção invasiva.Diversas espécies menos comuns deCandida estão emergindo, algumasdas quais apresentando resistênciaintrínseca aos triazois e/ou à anfotericinaB (4).C. albicans, uma levedura comensalda vagina e do trato gastrointestinal deseres humanos, é a espécie do gêneroCandida que predomina nas infecçõessuperficiais e invasivas de diferentessítios anatômicos. Sua transmissão éfrequentemente endógena (2).C. parapsilosis é encontrada frequentementena pele. Apresenta altaincidência em recém-nascidos internadosem unidades de terapia intensiva.O uso prolongado de cateteres e aaplicação de nutrição parenteral sãofatores de risco relacionados à suatransmissão (16-18).Transmitida por via endógena, C.tropicalis está associada, com altaprevalência, a casos de candidemiae infecção sistêmica, de acordo coma casuística mundial. Acomete, comfrequência, pacientes neutropênicos,portadores de neoplasias e doençashematológicas (19, 20).C. glabrata tem sido frequentementerelatada como causa de infecçãohospitalar. É apontada comoemergente causa de sepsemia neonatale infecção em pacientes idosos. Demonstrasensibilidade intrinsecamentereduzida aos compostos azólicos (21).Em pacientes neutropênicos, fungemiapor C. krusei está associadacom alta mortalidade. Candida kruseié inerentemente resistente ao fluconazole é emergente e frequentecausa de fungemia em pacientes comneoplasias hematológicas malignas(22). Infecções invasivas, devido àCandida krusei são frequentementeobservadas em pacientes imunocomprometidosque tenham recebidoterapia prévia com fluconazol (23).Vários fatores podem ser relacionadosna epidemiologia de Candidasp., como a região demográfica, característicasda população estudada,causas da infecção e sítio anatômicoacometido (4).O uso prolongado de cateteres,queimaduras, lesões teciduais e cirurgiasabrem portas de entrada paraas infecções fúngicas causadas porCandida sp., tanto quanto para outrosmicro-organismos (14).Infecções superficiais por Candidapodem acometer a pele e as mucosasde pacientes saudáveis, porém as infecçõessistêmicas que comprometemvísceras, através da disseminaçãohematogênica da levedura pelo organismo,só acometem pacientes queapresentam condições predisponentescomo a desnutrição, a neutropenia, odiabetes mellitus, o desequilíbrio daflora normal pela antibioticoterapiaprolongada e uma depressão no sistemaimunológico por várias causas,dentre elas a infecção pelo HIV e aterapias antineoplásicas (2, 14, 24,25). A disseminação de Candida spp.via hematogênica é denominada candidemia(26).204<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


No Brasil, foram relatados porColombo e col. 145 episódios de fungemiapor C. albicans e espécies nãoalbicans,detectadas em período de 22meses em seis hospitais de assistênciamédica de nível terciário (27).Em estudo realizado no período dejaneiro de 1995 a janeiro de 2000, noKing Fahad Hospital da University Alkhobar,na Arábia Saudita, em 32 casosde candidemia avaliados, encontrousea seguinte estatística: Candidaparapsilosis (44%), Candida tropicalis(25%), Candida albicans (19%), Candidakrusei (6%), Candida glabrata(3%) e Candida guillermondii (3%).Os fatores de risco apresentadosforam uso recente de antibióticosde amplo espectro (100%), internaçãoem Centro de Terapia Intensiva(71%), cateter venoso central(66%), cirurgia recente (56%),nutrição parenteral total (43%) eterapia imunossupressora (31%).Fluconazol foi usado antes do aparecimentode candidemia em apenasdois pacientes. A taxa global de mortalidadefoi de 44% (28).Porém, em outro estudo realizadona Arábia Saudita no Dhahran HealthCenter, a espécie de Candida maisfrequente foi Candida albicans (53%),seguida por Candida tropicalis (19%),Candida parapsilosis (16%) e Candidaglabrata (7%). Em relação aos fatorespredisponentes, 83% das candidemiasocorreram em pacientes com catetervenoso central e 96% haviam recebidoantibióticos de amplo espectro.Outros fatores predisponentesincluíam cirurgias abdominais complicadas(22%), nutrição parenteral total(52%), neutropenia (9%), falênciarenal aguda (24%), doença maligna(26%) e queimaduras (15%). O usoprévio de fluconazol foi baixo (8%). Ataxa de mortalidade para os casos decandidemia foi de 43% (29).Em estudo realizado nos EstadosUnidos da América do Norte, no BaylorCollege of Medicine, em Houston, Texas,C. albicans foi a espécie mais frequentementeisolada (60%), seguidapor C. parapsilosis (34%) nos 1.997casos identificados de infecções dacorrente sanguínea por Candida spp.Outras espécies de Candida isoladasforam C. tropicalis, C. lusitaniae, C.glabrata e C. krusei, na proporção de4, 2, 2 e


63,2% foram identificadas como Candidaalbicans, 14,2%, como Candidaparapsilosis e 9,5% como Candidatropicalis, citando apenas as maisfrequentes (42).Em estudo clínico, epidemiológicoe micológico realizado por Martins ecol. na Faculdade de Medicina de SãoJosé do Rio Preto, de 184 pacientesonde houve crescimento fúngico emraspados ungueais, em 98 deles cresceuleveduras, onde foi encontrada aseguinte prevalência: Candida parapsilosis47%, Candida albicans 20%,Candida guillermondii 9%, Candidatropricalis 7%, Candida krusei 1,2%,citando apenas as mais frequentes.Dos 184 pacientes estudados, 147(80%) eram mulheres. Os pacientesmais acometidos apresentavamidade entre 36 e 64 anos (62% dospacientes avaliados), evidenciandoser a onicomicose mais prevalenteem adultos. Em concomitância comdoença fúngica, 13,6% dos pacientesapresentavam doenças vasculares periféricase imunodepressão. E 55,4%faziam uso de produtos químicos ematividades profissionais e/ou trabalhodoméstico (43).Encontramos na literatura nacionalpoucos estudos avaliando a incidênciado gênero Candida em amostras clínicasde diversos sítios anatômicos.Furlaneto-Maia realizaram um “estudoda incidência de amostras clínicas dogênero Candida isoladas de diversossítios anatômicos” (2). Estudo queavaliou a incidência e distribuição deCandida spp. isoladas de casos deinfecção hospitalar no período entre2005 a 2007, em um hospital públicoinfantil, em São Paulo, reveloua seguinte distribuição por espécie:62,12% Candida albicans, 37,88%não-albicans. C. albicans foi a espéciemais prevalente em casos de candidúria(53,62%), enquanto espécies nãoalbicansprevaleceram em candidemia(71,43%) (44).Em trabalho apresentado em congresso,não publicado, realizou-seum estudo retrospectivo referenteao período de outubro de 2005 aoutubro de 2006, com o objetivo dedeterminar a prevalência de espéciesde Candida envolvidas em micosesinvasivas (hemocultura, mielocultura,líquido cefalorraquidiano, lavadobrônquico e urina) de pacientes comAIDS atendidos na Fundação de MedicinaTropical do Amazonas - FMTAM.Candida albicans e Candida tropicalisforam, respectivamente, as mais frequentesem líquido cefalorraquidiano.Candida albicans, Candida parapsilosis,Candida tropicalis e Candidaglabrata foram as espécies mais prevalentesem hemoculturas. SomenteCandida albicans foi identificada emmieloculturas. Candida albicans eCandida glabrata foram as espéciesmais prevalentes em escarro e lavadobrônquico. Candida albicans, Candidaparapsilosis e Candida glabrata foramas mais prevalentes em urina (45).Em nosso trabalho foi investigado operfil epidemiológico da infecção fúngicapelo gênero Candida de isoladosdas amostras clínicas no período dejunho de 2007 a julho de 2008, emhospital de saúde pública e centrode ensino na área de saúde (HospitalEscola da Universidade Federal doTriângulo Mineiro).Materiais e MétodosAs amostras encaminhadas aolaboratório de micologia foram inicialmentesubmetidas ao exame direto,de imediato, como primeiro passo paraa identificação micológica e semeadasem Agar-Sabouraud-Dextrose, acrescidode antibiótico (cloranfenicol naproporção de 0,1 mg por mL de meio),geralmente em tubos de ensaio, sendoincubadas a 25º e a 37ºC, por setedias, com exceção das amostras desangue, que primariamente foram inoculadasem garrafinhas com meio BHIlíquido para posterior repique em meioBHI sólido e em Agar-Sabouraud-Dextrose. As amostras de raspadode pele e unhas foram inoculadas emAgar-Sabouraud-Dextrose com cloranfenicole em Agar Mycosel.Para o exame direto, as amostrasde raspados de pele e unhas e defragmentos sólidos de tecidos diversosforam submetidas à solução deKOH a 40%.Nos casos em que houve o crescimentode leveduras na semeadurainicial, foi feito o repique em Agar-Sabouraud-Dextrose em placas dePetri para o isolamento e o estudo damorfologia da colônia, importante naidentificação da espécie de Candida.Nos casos em que houve o crescimentode leveduras em meios microbiológicos,como CLED, em uroculturas,Agar-sangue ou Agar-chocolate,utilizados no cultivo de outros materiaisbiológicos, foi feito o repiquepara o Agar-Sabouraud-Dextrose emplacas de Petri.As amostras obtidas e isoladasem Agar-Sabouraud-Dextrose foraminoculadas no meio cromogênicoCHROMagar Candida ® em placas dePetri, sendo incubadas a 37ºC porum período de 24 a 48 horas, paraa distinção das espécies de Candidaatravés da característica da coloraçãoe morfologia da colônia (46).O meio CROMagar Candida ® permitea identificação das candidas deimportância médica de crescimentomais frequente, quais sejam Candidaalbicans, cujas colônias se apresentamna cor esverdeada, Candida tropicalis,cujas colônias se apresentam nacor azulada e Candida krusei, que208<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


se apresenta na cor rosada. Outrascandidas, como Candida parapsilosis,se apresenta também na tonalidaderosada e algumas não apresentamcoloração que as caracterize, comoCandida glabrata, torna indispensávela realização de outras provas para suaidentificação. Provas de biologia molecularsão preconizadas para uma exataidentificação das espécies de Candida,inclusive para distinção de Candida dubliniensisde Candida albicans, que emnosso trabalho não realizamos.Foi realizado o teste de indução dotubo germinativo para identificação deCandida albicans. Também foi feito omicrocultivo em lâmina para o estudoda micromorfologia das estruturase disposições desenvolvidas pelasleveduras em sua reprodução, comoclamidósporos terminais, clamidoconídios,formação de hifas e pseudohifase disposição miscelial das mesmas.Para uma segura identificaçãotaxonômica das espécies de Candida,sobretudo das não-albicans, foramrealizadas as provas bioquímicas deassimilação de açúcares e nitrogênio(auxanograma) e fermentação deaçúcares (zimograma).Resultados e DiscussãoDos 215 isolados, pertencentes a171 pacientes, 119 (55,35%) foramidentificados como Candida albicans,42 (19,53%) como Candida tropicalis,24 (11,16%) como Candida parapsilosis,15 (6,98%) como Candida sp.(não foi possível a identificação deespécie), 8 (3,72%) como Candidakrusei, 7 (3,26%) como Candida glabrata(Tabela 1 e Gráfico 1).Analisando o crescimento das espéciesde Candida encontradas por tipode material biológico, obtivemos osresultados representados na Tabela 2.Considerando-se somente o crescimentodo gênero Candida, Candidaalbicans liderou a estatística de crescimentonas amostras mais frequentes,apresentando-se na proporção de54,84% em amostras de urina (Tabela3), 53,33% em amostras de sangue(Tabela 4), 68,75% em amostras deescarro, 73,08% em amostras delavado brônquico-alveolar, 66,67%em amostras de secreção orotraquel,66,67% em amostras de ponta decateter, 42,86% em amostras de secreçãode abscessos e feridas e 100%em amostras de líquido ascítico, citandoapenas as amostras onde houvesignificativo crescimento.Candida tropicalis cresceu emmaior proporção nas amostras desecreção pulmonar (54,55%) e apresentoucrescimento significativo nasamostras de urina (25,81%). Emamostras de sangue apresentou-se naproporção de 20% dos crescimentos.Candida parapsilosis cresceu em20% das amostras de sangue, 80%das amostras de raspado ungueal esubungueal, 38,46% das amostras deraspado de descamação da pele e emapenas 4,84% das amostras de urina.Candida glabrata cresceu em reduzidaproporção das amostras. Nasamostras de urina 4,84%, escarro3,13%, lavado brônquico-alveolar3,85% e amostra de secreção deabscessos e feridas 14,29%.Candida krusei também cresceuem pequena proporção das amostras.Nas amostras de urina 3,23%, escarro9,38%, lavado brônquico-alveolar7,69% e secreção orotraquel 8,34%.Em uma paciente houve o crescimentodas espécies Candida albicanse Candida krusei nas amostras deescarro, secreção traqueal e lavadobronco-alveolar. Na amostra de urinadesta paciente houve o crescimentode Cryptococcus neoformans.Em um paciente houve o crescimentode Candida tropicalis nas amostrasde urina e lavado bronco-alveolar,sendo que na mesma amostra de urinatambém foi isolada Candida albicans.Em outro paciente ocorreu o crescimentode Candida tropicalis e Candidaalbicans nas amostras de escarroe lavado bronco-alveolar, colhidas namesma data.Em amostras de escarro, Candidaalbicans cresceu em três datas distintas,em amostras de um mesmo paciente(um evento) e em duas datasdistintas em amostras de três outrospacientes distintos (três eventos).Candida tropicalis cresceu em trêsdatas distintas, em amostras de ummesmo paciente (um evento). Candidaglabrata cresceu em duas datasdistintas em um mesmo paciente (umevento).Em amostras de lavado broncoalveolar,Candida albicans cresceuem duas datas distintas em amostrasde um mesmo paciente (um evento).Em um dos pacientes houve ocrescimento de três espécies (Candidaalbicans, Candida tropicalis e Candidasp.) na amostra de uma secreção pulmonar.Em outra amostra de secreçãopulmonar houve o crescimento dasespécies Candida albicans e Candidatropicalis.Em uma amostra de escarro houveo crescimento das espécies Candidaalbicans e Candida krusei.Em uma amostra de urina houveo crescimento das espécies Candidaalbicans e Candida sp.Em um raspado subungueal houveo crescimento das espécies Candidaparapsilosis e Candida sp.Na amostra de raspado subunguealdas unhas dos pés de uma pacientehouve o crescimento das espéciesCandida albicans, Candida sp e Rhodotorulasp.210<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Em uma amostra de lavado bronco-alveolarhouve o crescimento dasespécies Candida albicans e Candidatropicalis, sendo que Candida tropicaliscresceu também na amostrade urina desse mesmo paciente emdata próxima. Em outra amostrade lavado bronco-alveolar houve ocrescimento concomitante destasduas espécies.Candida albicans e Candida tropicaliscresceram em duas amostras deescarro distintas procedentes de ummesmo paciente, semeadas em datasdistintas, porém próximas. Em doisoutros pacientes distintos estas duasespécies também cresceram concomitantementenas mesmas amostras.Candida albicans cresceu em duasamostras de escarro enviadas sucessivamenteao laboratório, em diasseguidos.Candida albicans e Candida tropicaliscresceram ambas em uma amostrade secreção traqueal e noutra deescarro, procedentes de um mesmopaciente.Candida glabrata cresceu em duasamostras de escarro de um mesmopaciente, colhidas em datas distintas.Candida albicans cresceu no sanguee na urina de uma mesma paciente.No raspado retroperitoneal destapaciente cresceu Candida tropicalis.Em um paciente em que foi isoladaCandida sp. (não foi possível identificarespécie) houve o isolamento deCandida krusei na amostra de urinaem data próxima.Em um recém-nascido em quefoi realizada a hemocultura em duasdatas distintas, nas quais cresceramCandida albicans, a mesma espéciefoi isolada também da ponta de cateter.De outro recém-nascido, do qualforam coletadas hemoculturas emquatro datas distintas, houve crescimentode Candida albicans nas quatroamostras e a mesma espécie tambémfoi isolada da ponta de cateter.Candida albicans cresceu em duasdatas distintas no sangue de outrorecém-nascido, do qual não foi realizadacultura para fungos da pontaTabela 1. Crescimento de Candidas, de 1 de junho de 2007 a 14 de julho de 2008Espécie isolada Quantidade PorcentagemCandida albicans 119 55,35%Candida tropicalis 42 19,53%Candida parapsilosis 24 11,16%Candida sp. 15 6,98%Candida krusei 08 3,72%Candida glabrata 07 3,26%Total de espécies isoladas 215 100%Gráfico 1. Índice percentual do crescimento de leveduras do gênero Candida em amostras biológicas diversas, no período de 01/06/2007a 14/07/2008 (215 isolados)212<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


de cateter. Em mais outro paciente,onde cresceu Candida albicans emuma hemocultura realizada, houveo crescimento desta mesma espécietambém na ponta de cateter. Candidatropicalis cresceu em uma amostrade sangue e noutra da ponta decateter de um mesmo paciente, umrecém-nascido do sexo feminino,evento que se repetiu em um pacienteadulto do sexo masculino. Candidatropicalis também cresceu em umaamostra de sangue e noutra urina deum mesmo paciente do sexo feminino.Candida parapsilosis cresceu emdatas distintas em duas amostras desangue coletadas de uma criança deum ano e oito meses que foi a óbito.Em todos os casos em que houveo crescimento de uma única espécieem amostras distintas de um mesmopaciente, só computamos uma vez emnossa estatística.No período em que realizamosnosso estudo, isolamos Torulopsismagnoliae em cinco amostras (quatroamostras de sangue da pontade cateter de um mesmo paciente,um recém-nascido, internado naUTI pediátrica e uma amostra deurina de um paciente adulto do sexomasculino). Em uma amostra de escarroisolamos Torulopsis sp. (não foipossível a identificação da espécie).Também isolamos Rhodotorularubra de cinco pacientes, três isoladospertencentes à lesão nos pés, depacientes distintos (em uma amostrade raspado de lesão ulceradaTabela 2. Leveduras isoladas no período de 01/06/2007 a 14/07/2008, por tipo de material clínico: 215 isolados de 203 amostras demateriais biológicos diversos (houve crescimento de mais de uma espécie em algumas amostras)Material e quantidade deamostras/espécieC. albicans C. tropicalis C. Parapsilosis C. krusei C. glabrata Candida sp.Urina – 62 1 34 16 03 02 03 4Sangue – 15 2 8 03 03 00 00 01Escarro – 32 3 22 04 00 03 01 02Lavado bronco-alveolar – LBA – 26 4 19 03 01 02 01 00Secreção traqueal / orotraqueal – 12 08 02 00 01 00 01Sec. Pulmonar – 11 04 06 00 00 00 01Líquido pleural – 2 01 00 01 00 00 00Ponta de cateter – 9 06 02 01 00 00 00Líquido ascítico / peritoneal – 6 06 00 00 00 00 00Raspado ungueal / subungueal – 10 00 00 08 00 00 02Raspado descamação da pele(diversos) – 13Secreção purulenta / abscesso /ferida – 1402 02 05 00 00 0406 04 02 00 02 00Raspado lesão ulcerada- vulva – 1 01 00 00 00 00 00Secreção de punção do linfonodo – 1 01 00 00 00 00 00Fezes – 1 01 00 00 00 00 001. Em um evento cresceu Candida albicans e Candida tropicalis e em outro cresceu Candida albicans e Candida sp. (não foi possível identificar a espécie).2. Em hemoculturas, houve crescimento de leveduras do gênero Candida em 22 amostras enviadas ao laboratório, pertencentes a 15 pacientes, mas computamos 15 isoladosem nossa estatística, desconsiderando crescimentos múltiplos de um mesmo paciente.3. Houve crescimento em 33 amostras, mas só consideramos 27 delas, desconsiderando as amostras múltiplas. Destas, foram obtidos 32 isolados, pois houve cinco amostras emque houve o crescimento de duas espécies distintas.4. Houve crescimento em 24 amostras, mas só consideramos 23 delas, desconsiderando uma de duas amostras que pertenciam ao mesmo paciente. Destas, foram obtidos26 isolados, pois houve cinco amostras em que houve o crescimento de duas espécies distintas.214<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


no pé direito, além desta espécie,foram isolados também Candidaparapsilosis, Fusarium solani eEpicocum sp.), um de um raspadosubungueal, de dedo da mão e umde uma lesão de pele abdominal. Emuma amostra isolamos Rhodotorulasp. de um raspado subungueal dasunhas dos pés.No grupo estudado foram isolados,em alguns dos pacientes ondehouve crescimento de leveduras dogênero Candida, fungos filamentosos.Isolamos Trichosporum sp.de uma amostra de urina em quehouve o crescimento de Candidaalbicans e de uma amostra de raspadosubungueal em que houve ocrescimento de Candida parapsilosise Candida sp.De um paciente foi isolado Tricophytonsp. de um raspado de regiãosuprapúbica e região da nádega, ondehouve o crescimento de Candida albicanse de outro paciente de um raspadode descamação da perna, ondehouve o crescimento de Candida sp.Houve crescimento de Aureobasidiumpululans na amostra de umraspado de unha da mão, onde foiisolada Candida parapsilosis. Emuma amostra de raspado de lesãoulcerada no pé direito, além das leve-Tabela 3. Crescimento de Candidas, em amostras de urinaEspécie isolada Quantidade PorcentagemCandida albicans 34 54,84%Candida tropicalis 16 25,81%Candida parapsilosis 03 4,84%Candida sp. 04 6,45%Candida krusei 02 3,23%Candida glabrata 03 4,84%Total de espécies isoladas 62 100,%Tabela 4. Crescimento de Candidas, em amostras de sangueEspécie isolada Quantidade PorcentagemCandida albicans 08 53,33%Candida tropicalis 03 20,00%Candida parapsilosis 03 20,00%Candida sp. 01 6,67%Candida krusei 00 0,00%Candida glabrata 00 0,00%Total de espécies isoladas 15 100,00%216<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


duras Candida parapsilosis e Rhodotorularubra, foram isolados tambémFusarium solani e Epicocum sp.Citamos os fungos filamentososisolados dos mesmos pacientes dosquais isolamos leveduras dos gênerosCandida, mas os mesmos nãoforam incluídos em nossa estatística.Não incluímos em nosso estudoos pacientes cujas amostras nãoapresentaram crescimento fúngicoe nem aqueles onde somente houvecrescimento de fungos filamentosos.Poucos ainda são os estudos queavaliam a prevalência de espécies deCandida nas mais diversas amostrasclínicas que se relacionam à candidíaseem diversos sítios anatômicos correspondentes.Os dados obtidos sãocompatíveis com diversos estudos,divergindo, porém de outros tantos,o que provavelmente se deve a váriosfatores, como fator demográfico, populaçãoestudada, faixa etária, dentreoutros, que favorecem ou desfavorecemo crescimento de determinadasespécies (2, 43, 45, 47).Os mecanismos de virulênciaatravés dos quais Candida albicansexpressa sua patogenicidade, queincluem padrões de aderência, habilidadepara formar pseudomicélio,produção de enzimas extracelulares,dentre outros, justifica o predomíniodesta levedura nas micoses superficiaise sistêmicas.Estudos diversos avaliam osmecanismos através dos quais asdiversas espécies de Candida atuamde modo diverso sobre o sistemaimunorregulatório de produção decitocinas. A virulência e consequentepatogenicidade de cada espécie estãointimamente relacionadas à suarelação com o sistema imune (48).De acordo com a maioria dosestudos realizados no Brasil, Candidaalbicans apresenta-se comopredominante nas amostras clínicasmais cultivadas, como sangue, urinae escarro, porém, as espéciesnão-albicans, quais sejam Candidatropicalis, Candida parapsilosis,Candida glabrata e Candida krusei,importantes patógenos oportunistas,aparecem com prevalências cada vezmais altas, o que nosso estudo vemcorroborar (49, 50).No Brasil, as quatro espécies maisprevalentemente isoladas de amostrasde urina são: Candida albicans,Candida tropicalis, Candida parapsilosise Candida glabrata. O alto índicede crescimento de Candida tropicalisque obtivemos nas amostras de urina(30,66%) está de acordo com váriosestudos publicados (32, 36-41).Apesar do pequeno número deamostras que obtivemos de raspadosungueais e subungueais, nossos dadosconfirmam o fato já amplamentedivulgado na literatura sobre a altaincidência de Candida parapsilosis nasonicomicoses. Em raspados de pele,esta espécie também é citada comalta incidência, o que nosso estudocorrobora, apesar do reduzido númerode amostras obtidas no período.Dos 171 pacientes incluídos noestudo, 90 (52,63%) eram do sexomasculino, 81 (47,36%) eram dosexo feminino, não havendo, portanto,diferença significativa na incidênciade micoses causadas pelo gêneroCandida entre os sexos.O índice de mortalidade entre ospacientes diagnosticados com a presençade candidemia foi alto: 70%(nove de 13 pacientes foram a óbito).ConclusãoOs dados obtidos permitem concluirque a prevalência de espéciesde Candida pode estar associada avários fatores, dentre eles o sítioanatômico infectado, o sexo, a idade,a doença de base, o tipo de procedimentomédico sofrido, a regiãodemográfica, dentre outros.Dentre os fatores suprarrelacionados,a região demográfica despertounosso interesse, porém, nãoencontramos na literatura dadossobre uma provável influência dascondições ambientais sobre essaprevalência.Assim como há indivíduos maissuscetíveis, há populações tambémmais vulneráveis, pelas condiçõessociais e pelos hábitos de vida.É de fundamental importância aidentificação taxonômica do gêneroCandida, pelas características distintasque cada espécie apresenta,como fatores de virulência peculiares,variado grau de suscetibilidadeaos antifúngicos e tropismo predominantepor sítios anatômicos distintos.Como se comprova a cada estudoepidemiológico realizado sobre aincidência do gênero Candida, váriosfatores predispõem o paciente, noambiente hospitalar, à infecção poreste gênero de leveduras, que sãoclassificados como fatores de risco.Reduzir esses fatores de riscodeve ser meta prioritária dos profissionaisda área de saúde. Para isso,estratégias preventivas devem seradotadas, como adoção de rigorosasmedidas de higiene, zelo rigoroso nacolocação e manutenção de cateteresvenosos centrais e de nutriçõesparenterais, uso prudente de antibioticoterapia,redução no tempo deinternação, dentre outras (4).Correspondências para:Gilberto Costa Vallegilvalle@terra.com.br218<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Referências Bibliográficas1. Yarrow D. Methods for the isolation, maintenance and identification of yeasts. IN: Kurtzman CP, Fell JW. The yeasts, a taxonomic study.New York, Elsevier, 1998.2. Furlaneto-Maia L, Specian AFL, Thörn DSW, Oliveira MT, Furlaneto MC. Estudo da incidência de amostras clínicas do gênero Candidaisoladas de diversos sítios anatômicos. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Acta Sci Health Sci; Maringá, 29(1): 33-37, 2007.3. <strong>Ed</strong>wards JE Jr. Invasive Candida infections. Evolution of a fungal pathogen. N Engl. J. Med. 1991: 324:1060-2.4. Pfaller MA, Diekema DJ. Epidemiology of Invasive Candidiasis: a Persistent Public Health Problem. Clin Microbiol Rev. 2007 January;20(1): 133–163.5. Frank C. Odds. Epidemiological shifts in opportunistic and nosocomial Candida infections: mycological aspects. International Journal ofAntimicrobial Agents , 6(3): 141–144.6. Fernandes ACS, Sousa FCJ, Oliveira SM, Calich L, Milan EP. Prevalence of Candida species in umbilical catheters implanted in newbornsin Natal, Brazil. Braz. J. Microbiol. 38(1) São Paulo. 2007.7. Costa-de-Oliveira S, Pina-Vaz C, Mendonça D, Gonçalves RA. A first Portuguese epidemiological survey of fungaemia in a universityhospital. Eur J Clin Microbiol Infect Dis (2008) 27:365-374. Springer-Verlag 2008.8. Antunes AGV, Pasqualotto AC, Diaz MC, D’azevedo PA, Severo LC. Candidemia in a Brazilian Tertiary care Hospital: species distributionand antifungal susceptibility patterns. Rev. Inst. Med. Trop. São Paulo, 46(5): 239-241, 2004.9. Colombo AL, Nucci M, Salomão R et al. High rate of non-albicans candidemia in Brazilian Tertiary Care Hospitals. Diagn. Microbiol.Infect. Dis., 34(4): 281-286, 1999.10. Godoy P, Tiraboschi IN, Severo LC et al. Species distribution and antifungal susceptibility profile of Candida spp bloodstream isolatesfrom Latin American hospitals. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, 98(3): 401-405, 2003.11. Pfaller MA. Nosocomial candidiasis: emerging species, reservoirs, and modes of transmission. Clin. Infect. Dis., 22(2): S89-94, 1996.12. Rex JH, Bennett JE, Sugar AM. A ramdomized trial comparing fluconazol with amphotericin B for the treatment of candidemia ofpatients without neutropenia. N. Engl. J. Med., 331(20): 1325-1330, 1994.13. Wingard JR. Importance of Candida species other than C. albicans as pathogens in oncology patients. Clin. Infect. Dis., 20(1): 115-125, 1995.14. Maluche ME, Santos JI. Candida sp. e infecções hospitalares: aspectos epidemiológicos e laboratoriais. Departamento de AnálisesClínicas, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil. RBAC, 40(1): 65-67, 2008.15. Beck-Sagué MC, Jarvis WR. Secular trends in the epidemiology of nosocomial fungal infections. J. Infect. Dis., 167(5): 1247-1251, 1993.16. Cano MV, Perz JF, Craig AS et al. Candidemia in pediatric outpatients receiving home total parenteral nutrition. Med. Mycol., 43(3):219-225, 2005.17. Cantón E, Viudes A, Pemán J. Infección sistémica nosocomial por levaduras. Rev. Iberoam. Micol., 18(2): 51-55, 2001.18. San Miguel LG, Cobo J, Otheo E et al. Secular trends of candidemia in a large tertiary-care hospital from 1988 to 2000: emergenceof Candida parapsilosis. Infect. Control Hosp. Epidemiol., 26(6): 548-552, 2005.19. Kontoyannis D, Vaziri I, Hanna HA et al. Risk factors for Candida tropicalis fungemia in adult patients with cancer. Clin. Infect. Dis.,33(10): 1676-1681, 2001.20. Leung AY, Chim CS, Ho PL et al. Candida tropicalis fungemia in adult patients with haematological malignancies: clinical features andrisk factors. J. Hosp. Infect., 50(4): 316-319, 2002.21. Baradkar VP, Mathur M, Kumar S, Rathi M. Candida glabrata : Emerging pathogen in neonatal sepsis. Ann Trop Med Public Health.1:5-8. 2008.22. Abbas J, Bodey GP, Hanna HA, Mardani M, Girgawy E, Abi-Said D, Whimbey E, Hachem R, Raad I. Candida krusei Fungemia, An EscalatingSerious Infection in Immunocompromised Patients. The University of Texas. Arch Intern Med. 160: 2659-2664. 2000.23. Noskin GA, Lee J, Hacek DM, Postelnick M, Reisberg BE, Stosor V, Weitzman SA, Peterson LR. Molecular typing for investigating anoutbreak of Candida krusei. Northwestern University Medical School, Chicago, USA. Diagn Microbiol Infect Dis. 26(3-4): 117-23. 1996.24. Jarvis WR. Epidemiology of nosocomial fungal infections, with emphasis on Candida species. Clin. Infect. Dis., 20(6): 1526-1530, 1995.25. Kauffman CA, Vazquez JA, Sobel JD et al. Prospective multicenter surveillance study of funguria in hospitalized patients. Clin Infect Dis.30(1): 14-18, 2000.26. Colombo AL, Guimarães T. Epidemiologia das infecções hematogênicas por Candida spp. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. 36(5). 2003.27. Colombo AL. Epidemiology and treatment of hematogenous candidiasis: a Brazilian perspective. Braz J Infect Dis. 4:113-8. 2000.220<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


28. Bukharie H. Nosocomial Candidemia in a tertiary care hospital in Saudi Arabia. King Fahad Hospital of the University Al-khobar, SaudiArábia. Mycopathologia, 153(4): 195-198. 2002.29. AL-Tawfiq JA. Distribution and epidemiology of Candida species causing fungemia at a Saudi Arabian hospital, 1996-2004. Internationaljournal of infectious diseases, 11(3): 239-244.30. Venkatesh MP. Epidemiology and risk factors for Candida infection in neonates. Baylor College of Medicine - Houston, Texas, USA.http://www.uptodate.com/patients/content/topic.do;jsessionid=0F480F0ADB8A1F6267A378FF28D058CA.1004?topicKey=~Hp.GGSQ6IDv6_vG&selectedTitle=16~55&source=search_result. UpToDate, 2008. Acesso em 19 de novembro de 2008.31. Peres-Bota D, Rodriguez-Villalobos H, Dimopoulos G, Melot C, Vincent JL. Potential risk factors for infection with Candida spp. in criticallyill patients. Department of Intensive Care, Erasme Hospital, Free University of Brussels, Brussels, Belgium. Clin Microbiol Infect.2004 Jun;10(6): 550-5.32. Oliveira RDR, Maffei CML, Martinez R. Infecção urinária hospitalar por leveduras do gênero Candida. Rev. Ass. Med. Brasil, 47(3):231-235, 2001.33. Kauffman CA, Vazquez JA,Sobel JD et al. Prospective multicenter surveillance study of funguria in hospitalized patients. Clin Infect Dis,30(1): 14-18, 2000.34. Bryant K, Maxfield C, Ralabais G. Renal candidiasis in neonates with candiduria. Pediatr Infect Dis J 1999; 18:959-63.35. Dupont B. Clinical manifestations and management of candidosis in the compromised patient. In: Warnock DW. Richardson MD editors.Fungal infection in the compromised patient. 2ª <strong>Ed</strong>. New York: John Wiley & Sons. 1991; 55-83.36. Colombo AL, Guimarães T. Candidúria: uma abordagem clínica e terapêutica. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical40(3):332-337, 2007.37. Ergon MC, Gülay Z. Molecular epidemiology of Candida species isolated from urine at an intensive care unit. Mycoses, 48(2):126-131,Published Online: Mar 2005.38. Souto CAV, Dias BS. Infecção do Trato Urinário por Fungos. International Braz J Urol. 29(3): 56-59. 2003.39. Silva EH, Ruiz LS, Matsumoto FE, Auler ME, Giudice MC, Moreira D, Szeszs W, Paula CR. Candiduria in a public hospital of São Paulo(1999-2004): characteristics of the yeast isolates. Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo 49(6). 2007.40. Paula CR, Montelli AC, Ruiz LS, De Batista GCM, Matsumoto FE, Volpearnoni M, Viani PRC, Khouri S, Gontijo V, Krebs VL. Infecção HospitalarFúngica: Experiência em Hospitais Públicos de São Paulo. Prática Hospitalar; IX (52). 2007.41. Kobayashi CCBA, Fernandes OFL, Miranda KC, Sousa EDS, Rodrigues MR. Candiduria in Hospital Patients: A Study Prospective Mycopathologia.Springer Netherlands. 158(1). 2004.42. Miranda KC, Araujo CR, Khrais CHA, Lemos JA, Costa CR, Hasimoto e Souza LK, Passos XS, Fernandes, OFLS, Rodrigues MR. RevistaDe Patologia Tropical: 34(2): 123-128. 2005.43. Martins EA, Guerrer LV, Cunha KC, Soares MMCN, Almeida MTG. Onicomicose: estudo clínico, epidemiológico e micológico no municípiode São José do Rio Preto. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. 40(5). Uberaba. 2007.44. Viani PRC, Paula CR. Cândidas provenientes de infecção hospitalar isoladas de pacientes internados em hospital infantil do estado deSão Paulo e avaliadas por marcadores fenotípicos – dissertação de mestrado – publicada em 13/02/1008 no site da USP: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42132/tde-3<strong>101</strong>2008-113443/.45. Oliveira EM, Souza JVB, Monte RL, Santos LO, Talhari S. Espécies do gênero Candida causadoras de infecções invasivas em pacientescom AIDS atendidos na Fundação de Medicina Tropical do Amazonas. Trabalho apresentado em congresso (não publicado) FMTAM– Amazonas, Brasil. 2006.46. Horvath LL et al. Direct Isolation of Candida spp. from blood cultures on the chromogenic Medium CHROMagar Candida. J. Clin.Microbiol., Washington, D.C., 41(2629–2632). 2003.47. Araujo CR, Miranda KC, Passos XS, Souza LKH, Khrais CHA, Costa CR, Silva MRRF, Lisboa OF. Identificação das leveduras do gêneroCandida por métodos convencionais e pelo método cromógeno CHROMagarTM Candida. Revista de Patologia Tropical; 34(1): 37-42, 2005.48. Jingbo X, Kefei K, Liming L, Yoshida Y, Cooper KD, Ghannoum MA. Candida albicans and Candida krusei differentially induce humanblood mononuclear cell interleukin-12 and gamma interferon production. Infection and immunity. 68(5): 2464-2469 (44 ref.). 2000.49. Baumgartner C, Freydiere AM, Gille Y. Direct identification and recognition of yeast species from clinical material by using Albicans IDand CHROMagar Candida plates. J Clin Microbiol 34:454-456, 1996.50. Floongladda S, Haouham P, Sakulmaiwatana P, Chaiprasert A. Comparative evalution of Candi Select test and conventional methodsfor identification of Candida albicans in routine clinical isoletes. Mycoses 45:75-78, 2002.222<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


AGENDA2 0 1 044º CONGRESSO BRASILEIRO DE PATOLOGIACLÍNICA/MEDICINA LABORATORIALData: 14 a 17 de setembroLocal: Centro de Convenções SulAmérica.Rio de Janeiro. RJInformações: www.sbpc.org.brXII CONGRESSO BRASILEIRO DE BIOMEDICINAData: 09 a 12 de outubroLocal: Centro de Convenções de PernambucoInformações: www.congressodebiomedicina.com.brXXVIII International Congress of theInternational Academy of PathologyData: 10 a 15 de outubroLocal: Transamérica Hotel Conference Center.São PauloInformações: www.iap2010.com1º Congresso Nacionaldo Laboratório ClínicoData: 13 a 16 de outubroLocal: Centro de Congressos de Lisboa -PortugalInformações: www.lisboncongress2010.orgsecretariat@lisboncongress2010.org1 st European Joint Congress of EFCCand UEMS1º Congresso de análisesclínicas da região norteData: 13 a 16 de outubroLocal: Centro de Convenções de Manaus. AMApoio: Sociedade Brasileira de AnálisesClínicasInformações: www.sbac.org.brXXI ENCONTRO NACIONAL DE VIROLOGIAData: 17 a 20 de outubroLocal: Centro de Eventos da FAURGS.Gramado. RSInformações: www.tribecaeventos.com.br2ª Jornada de HistotecnologiaData: 21 a 23 de outubroLocal: Taiwan Hotel, Ribeirão Preto. SPwww.jornadadehistotecnologiarp.comHEMO 2010Data: 05 a 08 de nobembroLocal: Brasília. DFInformações: www.hemo2010.org.brMEDICA 2010Data: 17 a 20 de novembroLocal: Dusseldorf. AlemanhaInformações: www.medica.deCURSOSEspecialização em Genéticae Biologia MolecularLocal: Univ. Regional de Blumenau – FURBInformações: (47) 3340-0566 / (47) 3321-7377 / e-mail: pos@ffmblu.com.brPrevisão de início das aulas: outubro de 2010Especialização em Doenças Infecciosase ParasitáriasLocal: Universidade Regional de Blumenau –FURBInformações: (47) 3340-0566 / (47) 3321-7377 / e-mail: pos@ffmblu.com.brPrevisão de início das aulas: outubro de 2010226<strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


Humberto Façanha da Costa FilhoRosa Mayr Prestes da CostaÉ uma grande honra apresentar a segundaedição do livro do Dr. HumbertoFaçanha! Quantos laboratórios jáse beneficiaram com a ajuda fantásticaque este brilhante profissional lhes proporcionou?Dezenas! E posso afirmarque estão todos muito felizes. Por quê?Porque eles sabem que com o negóciode laboratório de análises clínicaspode-se obter lucratividade, desde quehaja uma gestão financeira profissional.O meu respeito pelo Dr. Humbertocontinua crescendo pela forma comoele se coloca sempre disponível e dara seu profissionalismo a uma humanidademarcada e tratar seu interlocutorcom profundo respeito.Na Assembléia Francesa uma vez medeparei com esta frase: “Os homensprocuram a luz em um jardim frágil,onde fervilham as cores”.Desejo que Dr. Humberto traga a luzpara que alguns possam encontrar suaprópria luz...Sylvain Kernbaum<strong>Ed</strong>itora EskalabBIBLIOTECA NEWSLABA revista <strong>NewsLab</strong>, em parceria com as melhores editoras médicas do país,coloca à sua disposição os seguintes livros a preços promocionais:www.newslab.com.brAbordagem Interdisciplinarem AnálisesClínicas - 2ª. <strong>Ed</strong>içãoAutores: <strong>Ed</strong>na Maria VissociReiche, Leda Mezzaroba,José Wander Breganó, MarsileniPelisson e Egídio Tesser428 páginasPreço: R$ 50,00Microbiologia – 5°ediçãoAutores: FlávioAlterthum & Luiz RachidTrabulsi780 páginasPreço: R$ 197,00ParasitologiaHumana – 11°ediçãoAutor: David PereiraNeves494 páginasPreço: R$ 137,00Tratado deInfectologia –4°edição – 2 volumesAutores: Roberto Focaccia& Ricardo Veronesi2320 páginasPreço: R$ 597,00Manual de MedicinaTransfusionalAutores: Eugênia MariaAmorim Ubiali & DimasTadeu Covas & GilCunha de Santis192 páginasPreço: R$ 57,00Bacteriologia eMicologia para oLaboratório ClínicoAutor: Carlos HenriquePessoa de Menezes SilvaPáginas: 512Preço: R$ 251,10Vias Urinárias– Controvérsiasem ExamesLaboratoriais deRotinaAutor: Paulo Terra248 páginasPreço: R$ 117,00Urinálise e FluidosCorporaisAutor: Susan KingStrasinger, MarjorieSchaub Di Lorenzo315 páginasPreço: R$ 209,00MedicinaLaboratorialAutor: AdagmarAndriolo260 páginasPreço: R$ 98,00Rotinas de Diag. eTrat. das DoençasInfec. e ParasitáriasAutores: Walter Tavares,Luiz Alberto CarneiroMarinho1206 páginasPreço: R$ 317,00Dicionário deCiências Biológicas eBiomédicasAutor: Marcos MarreiroVillela324 páginasPreço: R$ 67,00Células-Tronco – ANova Fronteira daMedicinaAutor: Marco AntonioZago, Dimas Tadeu Covas245 páginasPreço: R$ 107,00Microbiologia Clínica:156 perguntas erespostasAutores: Caio MárcioF. Mendes; Carmen PazOplustil; Cássia MariaZoccoli e Sumiko Ikura Sinto323 páginasPreço: R$ 58,00Bacteriologia eMicologia para oLaboratório ClínicoAutores: Carlos HenriquePessôa de Menezes e Silva,Paulo Murillo Neufeld,Clarice Queico FujimuraLeite, Daisy Nakamura Sato488 PáginasPreço: R$ 279,00Urinálise ManualAutores: Laís GuimarãesVieira, Virgínia Lucia CostaNeves170 PáginasPreço: R$ 60,00Administração deLaboratóriosAutor: Denise M.Harmening487 páginasPreço: R$ 179,00Bioquímica Clínicapara o Laboratório- Princípios eInterpretaçõesAutor: Valter T. Motta400 páginasPreço: R$ 134,10Técnicas deLaboratórioAutores: Roberto deAlmeida Moura, Carlos S.Wada, Adhemar Purchio,Therezinha Verrastro deAlmeida521 páginasPreço: R$ 159,00Hematologia eHemoterapiaAutora: TherezinhaVerrastro316 páginasPreço: R$ 129,00Atlas de ParasitologiaHumana em CD-ROMPreço: R$ R$ 142,00Aplicação Prática emCitometria de FluxoAutores: Nydia StrachmanBacal & Marcelo H. WoodFaulhaber100 páginasPreço: R$ 47,00CálCulo dos Custos e Análise dA RentAbilidAde em lAboRAtóRios ClíniCos • 2ª edição – revisada, ampliada e modificadaCálculo dos Custos eAnálise da Rentabilidadeem Laboratórios Clínicos% -$Modelo Custo Certo=+ -31 x4 22 a ediçãoCálculo dos Custos eAnálise da Rentabilidadeem Laboratórios ClínicosAutores: Humberto Façanhada Costa Filho e Rosa MayrPrestes da Costa144 páginasPreço: R$ 40,00OBS: Venda feita somente pelo site:http://www.bandbook.com.br/ch/index.aspxHemoglobinassimilares a S no Brasil– Um guia prático deidentificaçãoAutores: Luciana de SouzaOndei, Paula JulianaAntoniazzo Zamaro, Dra.Claudia R. Bonini-Domingos60 páginasPreço: R$ 30,00Hemograma – Comofazer e interpretarAutor: Raimundo AntônioGomes Oliveira544 páginasPreço: R$ 199,00Desejo pagar da seguinte forma:Cheque anexo nº _______________e nominal à <strong>Ed</strong>itora Eskalab Ltda.Por meio de depósito bancário, que será feito no Banco Itaú, Ag. 0262, conta corrente: 13061-0, a favor da <strong>Ed</strong>itora Eskalab Ltda., CNPJ 74.310.962/0001-83.TÍTULO PREÇO TÍTULO PREÇO TÍTULO PREÇORazão Social/Nome:_______________________________________________________________________________________________________________________________End.:____________________________________________________________________________________________________________________________________________Cidade:____________________________________________________ UF:___________ CEP:_____________________ CPF/CNPJ:_____________________________________Tel.:_______________________________________Fax:_______________________________________E-mail:_ ______________________________________________________Cheque Anexo:______________________________________________ Banco:_ _________________________________________Valor Total R$:_ _______________________Feito o depósito, favor enviar para o Fax número (11) 3171-2190 o comprovante juntamente com essa ficha preenchida. Os livros serão enviados pelos Correios, com aviso de recebimento.Os preços estão sujeitos à alteração. Para encomendas feitas na cidade de São Paulo e grande São Paulo, não cobramos frete. Para outras localidades, o frete é de R$ 12,00 por livro.Eskalab - Av. Paulista, 2073. <strong>Ed</strong>. Horsa 1. Conjunto 2315. CEP.: 01311-940. São Paulo. SP - Fone/Fax: (11) 3171-2190 / 3171-2191/ E-mail: assinatura@newslab.com.br


Vende-seCOBAS MICROSVendo um analisador automático hematológicoCobas Micros ABX 60 com 18 parâmetrosem perfeito estado de conservaçãoe uso. Valor de R$ 17.000,00.Tratar com Sandra: (19) 9763-6575.APARELHOS CHEW WELLVende-se aparelho para bioquímica e Elisa:Chew Well. Tratar pelo e.mail:diagnosticasp@sti.com.br”diagnosticasp@sti.com.brCobas MiraAnalisador Bioquímico Cobas Mira emperfeito estado de conservação e uso.Tratar com Dra. Sandra: (19) 3243-8283ou (19) 9763-6575.EMPRESAProdutos Médicos Hospitalares (EPP).Fundada 1992 – Sede São Paulo.Anvisa: Municipal e FederalObjetivo Sociala) Distribuição, importação, exportaçãode produtos médico-hospitalares ecorrelatos.b) Representação comercial de ProdutosMédicos Nacionais e Importados.c) Prestação de Serviços Técnicos,manutenção, conserto e locação deequipamentos.Contato: marcio@mercempresarial.com.brCorador de LâminasHematológicas SiemensHematek 2.000 Siemens. Seminovo e emperfeito estado de conservação, garantia de3 meses.Valor à vista R$ 8.000,00 ou em 10parcelas mensais de R$ 1.000,00.Brinde: 1 Kit de corante Colorgram para1.000 lâminas. Tratar: (31) 3371-9766 comAdrianoProcura-seOPORTUNIDADE DE TRABALHOPARA PESSOAS COMDEFICIÊNCIA (RJ)Empresa de grande porte no ramo deMedicina Diagnóstica está contratandopessoas com deficiência, para as seguintesfunções:30 vagas para recepcionistas, 3 vagasde telemarketing, 5 vagas para técnicoem patologia (necessário curso técnico empatologia, poder falar ao telefone e rádio),2 vagas administrativas.ATENÇÃO:Habilidades para todas as funções:ótima digitação, boa comunicaçãoverbal, boa audição, informática intermediáriapacote Office e Internet. Agendarentrevistas pelo tel.: (21) 2536-6000 ramal6604 (Flávia Souza) Enviar currículo para oe-mail: rhpne@yahoo.com.brDISTRIBUIDORESEmpresa importadora de produtos para laboratórioprocura distribuidores para todos osestados brasileiros. Apresentar Autorizaçãode Funcionamento da Anvisa. Produto semconcorrente de fabricação nacional.Enviar e-mail para comercialstd@uol.com.br.VENDEDOR(A)Empresa do setor diagnóstico precisade vendedor. Tratar peloe.mail: diagnosticasp@sti.com.brOferta de RHESTUDANTE DE ENGENHARIAQUÍMICAE técnico em química procura colocaçãona área.Experiências anteriores: Laboratório Globo(desde março/2008). Atividades realizadascomo técnico químico: controlemicrobiológico de qualidade, controle dequalidade físico-químico. Criltex indústriade tintas e vernizes, como laboratorista,na análise de controle de qualidade edesenvolvimento de tintas.Tratar com Igor Lemos Costa:tel: (31) 3665-3610 e (31)8502-0852.E-mail: igorlemos89@gmail.comBIOMÉDICA RESPONSÁVELBiomédica com muitos anos de experiênciana área, em bancada, supervisão eresponsabilidade técnica, se oferece paraatuar em laboratórios de análises clínicasou empresas afins.Contato: wfuzeti@hotmail.comLigue para comprar, vender, alugar, trocar, procurar emprego, oferecer serviços...Os classificados da <strong>NewsLab</strong> ajudam você a encontrar o que procura. (011) 3171-2190PRO SEARCHHEAD HUNTINGA ProSearch oferece cinco vagas para expatriação: uma vaga para diretor de laboratório de controle de qualidade duas vagas para técnico físico-químico duas vagas para técnico de microbiologia230Interessados devem enviar currículos citando o cargo de interesseno assunto para o e-mail: consultant@prosearch.com.br


AnunciantesAbbott Laboratórios do BrasilDivisão DiagnósticaR. Michigan, 73504566-905. São Paulo. SPFone: (11) 5536-7546Fax: (11) 5536-7062fabio.montera@abbott.comwww.abbottbrasil.com.brPágina: 15Abbott Laboratórios do BrasilDivisão MolecularR. Michigan, 73504566-905. São Paulo. SPFone: (11) 5536-7137Fax: (11) 5536-7166SAC: 0800 702 0711fernando.rodrigues@abbott.comdenilson.contado@abbott.comwww.abbottmolecular.com.brPágina: 17Adarve Ind.Com.Representação ePrestaçãode Serviço Ltda.R. Basilio da Silva, 13505545-010. São Paulo. SPFone: (11) 3781-6402Fax: (11) 3781-4883adarve@adarve.com.brwww.adarve.com.brPágina: 89Alka Tecnologia em DiagnósticosRua Paula Ney, 3804107-020. São Paulo. SPFone: (11) 5573-8814Fax: (11) 5575-3749alka@alka.com.brwww.alka.com.brPágina: 65Álvaro Centro de Análises ePesquisas ClínicasR. General Osório, 321285801-110. Cascavel. PRFone: (45) 3220-8000Apoio a laboratóriosFone: (45) 3220-8008Fax: (45) 3220-8028apoio@alvaro.com.brwww.alvaro.com.brPágina: 23AMP Produtos Terapêuticos LtdaR. Cesário Ramalho, 61501521-000. São Paulo. SPFone: (11) 3209-4189 / 0800 136006Fax: (11) 3277-8566ampltda@ampltda.com.brwww.ampltda.com.brwww.bloodstop.com.brPágina: 200, 201Análise Produtos e Serviços paraLaboratórios LtdaAv. Santo Amaro, 320004556-200. São Paulo. SPFone: (11) 5542-4699Fax: (11) 5542-7054analise@analiselaboratorios.com.brwww.analiselaboratorios.com.brPágina: 71, 235AR Assessoria em InformáticaAv. Dr. Guilherme Dumont Villares, 1715– cj 3D05640-003. São Paulo. SPFone: (11) 4193-8885Fax: (11) 4193-8617Ar.inf@ar.inf.brwww.ar.inf.brPágina: 167B4B Latino América Ltda.Av. Gomes Freire, 647 – sala 60520231-014. Rio de Janeiro. RJFone: (21) 2224-9153Fax: (21) 2232-5504info@b4lab.com.brwww.b4lab.com.brPágina: 118, 119Beckman Coulter do Brazil Ltda.Calçada Aldebarã, 39Centro de Apoio 2 - Alphaville06541-055. Santana do Parnaíba. SPFone: (11) 4154-8818Fax: (11) 4154-8825coultersp@beckmancoulter.com.brwww.beckmancoulter.com.brPágina: 9Becton Dickinson IndústriasCirúrgicas Ltda.Rua Alexandre Dumas, 197604717-004. São Paulo. SPFone: 0800 555-5654Fax: (11) 5185-9966crc@bd.com.brwww.bd.com/brasilPágina: 25, 34, 35Beta EletronicAv. João Martins Eredia, 24204784-060. São Paulo. SPFone: (11) 5545-4544Fax: (11) 5545-4545beta@betaeletronic.com.brwww.betaeletronic.com.brPágina: 141BioaptusAv. Antonio Carlos, 6627 – Prédio Inova –UFMG – sala 11431270-901. Belo Horizonte. MGFone: (31) 3409-6788Fax: (31) 3409-5581Cel: (31) 9194-5274bioaptus@bioaptus.com.brwww.bioaptus.com.brPágina: 10, 11Bioclin DiagnósticaR. Teles de Menezes, 9231565-130. Belo Horizonte. MGFone: (31) 3427-5454Fax: (31) 3427-2999bioclin@bioclin.com.brwww.bioclin.com.brPágina: 42, 43, 44, 45Biodina Rio Representações Ltda.Estrada do Mapuá, 742 – Parte - Taquara22710-265. Jacarepaguá. RJFone/Fax:(21) 2435-9800vendas@biodina.com.brPáginas: 242, 3a CapaBioeasyAv. Barão Homem de Melo, 567 – 1º30431-285. Belo Horizonte. MGFone/Fax: (31) 3048-0008www.bioeasy.com.brbiomolecular@bioeasy.com.brPágina: 90, 91Biofast Medicina e SaúdeFone: (11) 5180-7770www.biofast.com.brPágina: 193BioMedixR. Apinajés, 169401258-000. São Paulo. SPCentral de atendimendo: (11) 3871-0095biomedix@biomedix.com.brwww.biomedix.com.brPágina: 147BioMérieux Brasil S/AEstrada do Mapuá, 49122710-261. Rio de Janeiro. RJFone: (21) 2444-1400Fax: (21) 2445-6025contato@sa.biomerieux.comwww.biomerieux.com.brPágina: 173BiometrixEstrada da Graciosa, 108182840-360. Curitiba. PRFone: (41) 2108-5250Fax: (41) 2108-5252mkt1@biometrix.com.brwww.biometrix.com.brPágina: 126, 127Bio-OxfordR. Pires de Oliveira, 82704716-010. São Paulo. SPFone: (11) 5183-9969Fone/Fax: (11) 5183-5374bio-oxford@uol.com.brwww.bio-oxford.comPágina: 145Bioplus Prod. para Lab. LtdaEstrada Dr. Cícero Borges de Moraes,170106407-000. Barueri. SPFone: (11) 4198-2498Fax: (11) 4198-6522bioplus@bioplus.com.brwww.bioplus.com.brPágina: 219Bio-Rad Laboratórios Brasil Ltda.Praia de Botafogo, 440 – 3º andar22250-040. Rio de Janeiro. RJFone: (21) 3237-9400Fax: (21) 2527-3081www.bio-rad.comkatia_barbosa@bio-rad.comPágina: 189BioSys Ltda.R. Coronel Gomes Machado, 35824020-112. Niterói. RJFone: (21) 3907-2534Fax: (21) 3907-2509biosys@biosys.com.brwww.biosys.com.brPágina: 159BioSystems Prod. LaboratoriaisR. Alice Manholer Piteri, 7806018-160. Osasco. SPFone: (11) 3768-4052Fax: (11) 3768-4236comercial@biosystems.com.brwww.biosystems.com.brPágina: 75, 181Biotécnica Ind Com Ltda.R. Ignácio Alvarenga, 9637026-470. Varginha. MGFone:/Fax: (35) 3214-4646biotecnica@biotecnicaltda.com.brwww.biotecnica.ind.brPágina: 39Byo Brasil Comércio deEquipamentos Médico-Hospitalares Ltda.R. México, 31 - Sala 30220031-904. Rio de Janeiro. RJFone: (21) 2533-2412Fax: (21) 2533-2687byobrasil@byobrasil.com.brwww.byobrasil.com.brPágina: 185Celer Biotecnologia S.A.R. Padre Eustáquio, 1.133 - subloja 1130710-580. Belo horizonte. MGFone/Fax: (31) 3413-0814comercial@celer.ind.brwww.celer.ind.brPágina: 73Centro de GenomasRua Leandro Dupret, 96704025-014. São Paulo. SPFone: (11) 5079-9593Fax: (11) 5585-9242contato@centrodegenomas.com.brwww.centrodegenomas.com.brPágina: 62, 63Conceito DiagnósticaRua Aquidaban, 38530720-420. Belo Horizonte. MGFone/Fax: (31) 3411-2484vendas@conceitodiagnostica.com.brPágina: 115Congresso Brasileiro deBiomedicina – 12ºAtendimento operacional: (81) 3463-0206/ 3463-0729Operacao2@bureaudeeventos.com.brwww.congressodebiomedicina.com.brPágina: 237Delta Laboratório de ApoioR. Marques de Caravelas, 18740140-240. Salvador. BAFone: (71) 2107-0070Fax: (71) 2107-0002deltaapoio@deltaapoio.com.brwww.deltaapoio.com.brPágina: 68, 69Diagnocare – Com. De ProdutosMédicos e Hospitalares Ltda.Av. Dr. Armando Pinto, 33 – sala 04/1007700-000. Caieiras. SPFone/Fax: (11) 4445-7507diagnocare@diagnocare.com.brPágina: 81234 <strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


AnunciantesDiagnostika Patologia Cirúrgicae CitologiaR. Frei Caneca, 111901307-003. São Paulo. SPFone: (11) 3549-2222info@diagnostika.med.brwww.diagnostika.med.brPágina: 57Diamed-Latino América S/AR. Alfredo Albano da Costa, 100 DIDistrito Industrial de Lagoa Santa33400-000. Lagoa Santa. MGFone: (31) 3689-6600Fax: (31) 3689-6611diamed@diamed.com.brwww.diamed.com.brDiamed SPR. Carlos Gomes, 17209715-130. S.B.Campo. SPFone: (11) 4356-5444Página: 4ª CapaDigipetcontato@digipetbrasil.com.brwww.digipetbrasil.com.brPágina: 217DME – DiagnósticosMicrobiológicos EspecializadosAv. Antonio Cavasana, 9716013-385. Araçatuba. SPTeleFax: (18) 3621-8670Em São Paulo (11) 8346-4263 comPachecobacdme@uol.com.brPágina: 195DolesBr 153 Km 1273 - Chácara Retiro, Lote 774775-027. Goiânia. GOFone: (62) 3269-0000 / 0800.644.6433Fax: (62) 3269-0001doles@doles.com.brwww.doles.com.brPágina: 163EmbaR. Paracatu, 943 – Pq Imperial04302-022. São Paulo. SPFone: (11) 5666-6192 / 4063-1954Fone: (21) 4063-8676embaeps@embaeps.com.brwww.embaeps.com.brPágina: 79Erviegas Ltda.R. Lacedemônia, 26804634-020. São Paulo. SPFone: (11) 5034-2227Fax: (11) 5034-2228erviegas@erviegas.com.brwww.erviegas.com.brPágina: 199Epimed Produtos e Serviçospara Saúde Ltda.Rio Grande do SulAv. São Pedro, 40990230-120. Porto Alegre. RSFone: (51) 3084-1222Santa CatarinaRua Campolino Alves, 48088085-110. Florianópolis. SCFone: (48) 3241-0440ParanáRua Bom Jesus do Iguape, 79981610-040. Curitiba. PRFone: (41) 3026-0600Página:151Formato ClínicoAv. das Nações Unidas, 12399 – 12ºandar – cj 12504578-000. São Paulo. SPFone: (11) 3512-6910formatoclinico@formatoclinico.com.brwww.formatoclinico.com.brPágina: 133G-Plast Produtos Plásticos Ltda.R. Mônica Poppi, 15313260-000. Morungaba. SPFone/Fax: (19) 3294-2796vendas@gplast.ind.brwww.gplast.ind.brPágina: 105Greiner Bio-One Brasil ProdutosMedicos Hospitalares Ltda.Av. Affonso Pansan, 196713473-620. Americana. SPFone: (19) 3468-9600Fax: (19) 3468-9601info@br.gbo.comwww.gbo.comPágina: 21, 205Grupo São Camilo MedicinaDiagnósticaR. Santos Dumont, 3.430 – Zona 0187013-050. Maringá. PRFones: (44) 3221-5557 / 3221-5570comercial.apoio@gruposaocamilo.comwww.labsaocamilo.com.brPágina: 67Hemogram Ind. e Com. deProdutos Hospitalares Ltda.Av. Radamés Lo Sardo, 22212908-829: Bragança Paulista. SPFone: (11) 4035-8500Fax: (11) 4035-0436vendas@hemogram.com.brwww.hemogram.com.brPágina: 93Himediainfo@himedialabs.com.brwww.himedialabs.com.brPágina: 123Horiba ABX Diagnostics Ltda.Av. das Nações Unidas, 21.73504795-100. São Paulo. SPFone: (11) 5545-1500Fax: (11) 5545-1570HelpLine 0800-113999mktbrasil@br.abx.frwww.horiba-abx.comPáginas: 2a Capa, 3, 161, 215Hotsoft Informática Ltda.Av. Tiradentes, 57 - sobreloja87013-260. Maringá. PRFone: (44) 3226-4453Fax: (44) 3222-5091vendas@hotsoft.com.brwww.hotsoft.com.brPágina: 83IFT Transportes Aéreos &Rodoviários Ltda.R. José de Alencar , 6404671-030. São Paulo. SPFone: (11) 2856-5900Fax: (11) 2856-5903comercial@iftcargas.com.brwww.iftcargas.com.brPágina: 209IL – Instrumentation LaboratoryEstrada dos Romeiros, km 38,506504-160. Santana do Parnaíba. SPFones: (11) 4154-3337 / 4154-4527 / 1342Coag.ilbrasil@werfengroup.comwww.ilww.comPágina: 26, 27, 31Interteck Internacional Imp. eExp. Ltda.R. Sabarabussu, 14904755-080. São Paulo. SPFone: (11) 3429-2555Fax: (11) 3429-2566comercial@interteck.com.brPágina: 137, 229In Vitro Diagnóstica Ltda.MatrizR. Cromita, 27835903-053. Itabira. MGFone/Fax: (31) 3067.6400Fax: (31) 3067-6410invitro@invitro.com.brwww.invitro.com.brFilial RecifeR. Dr. Leopoldo Lins, 23750050-300. Recife. PEFone/Fax: (81) 3221-8558invitrone@invitro.com.brPágina: 33J. Moraes – Solução em LogísticaInternacionalAv. Mariana Ubaldina do Espírito Santo,623/689 – 5º andar – sl 5107197-600. Guarulhos. SPFone: (11) 2447-9290Fax: (11) 2447-9299jmoraes@jmoraes.com.brwww.jmoraes.com.brPágina: 97Johnson & Johnson do BrasilDivisão Ortho Clinical DiagnosticsGerência de ProdutosR. Gerivatiba, 207 – 13º and05501-900. São Paulo. SPFone: (11) 3030-<strong>101</strong>5Fax: (11) 3030-1110SAC: 0800 5564 11 / 3814-2066fbarros1@its.jnj.comwww.jmjgateway.comPágina: 102, 103Karyon Consultoria emInformáticaEstrada dos Bandeirantes, 1430 –sala 30122710-112. Taquara. RJFone: (21) 3622-6400Fax: (21) 3622-6409contato@karyon.com.brwww.karyon.com.brPágina: 153Lab Consultoria em AnálisesClínicasFone: (32) 8872-7263www.labconsultoria.comPágina: 111LabLink InterfaceamentosAv. Presidente Kennedy, 698 - Sala 442– Bloco B88<strong>101</strong>-900. São José. SCFone: (48) 3241-3936Fax: (48) 3035-5192lablink@lablink.com.brwww.lablink.com.brPágina: 223Laboratório H. Pardini Ltda.Av. das Nações, 244833200-000. Vespasiano. MGFone: (31) 3228-6200Fax: (31) 2121-6200atendimento@labhpardini.com.brwww.hermespardini.com.brPágina: 18, 19Laboratório Médico Dr. MaricondiR. Major José Inácio, 239213560-161. São Carlos. SPFone: (16) 2107-0123Fax: (16) 3307-4240apoiolabmaricondi@labmaricondi.com.brwww.labmaricondi.com.brPágina: 84, 85Laborclin Produtos paraLaboratórios Ltda.Rua Cassemiro de Abreu, 52183321-210. Pinhais. PRSAC: 0800 410 027Fone:/Fax: (41) 3661-9000SAC:@laborclin.com.brcomercial@laborclin.com.brwww.laborclin.com.brPágina: 5, 213Laborsys Produtos Diagnósticose Hospitalares Ltda.Av. das Torres, 82483040-300. São José dos Pinhais. PRFone/Fax: (41) 3302-9070laborsyscwb@laborsys.com.brwww.laborsys.com.brPágina: 131Labtest Diagnóstica S.aAv. Paulo Ferreira da Costa, 60033400-000. Lagoa Santa. MGFone: (31) 3689-6900Fax: (31) 3689-6901sac@labtest.com.brwww.labtest.com.brPágina: 109236 <strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010


AnunciantesMatrixSL Com. De ProdutosMédico Hospitalar Ltda.R. Luis Goes, 5904043-250. São Paulo. SPFone: (11) 5581-1847matrixsl@terra.com.brwww.matrixsl.com.brPágina: 211Medic Ware Sistemas deInformática Ltda.R. Agnelo de Brito, 90 – 3º andar, <strong>Ed</strong>.Garibaldi Memorial40170-100. Salvador. BAFone: (71) 3617-1176Fax: (71) 3617-1150atendimento@medicware.com.brwww.medicware.com.brPágina: 112, 113Medivax Ind. e Com. Ltda.Av. Venezuela, 3 – sala 30320081-310. Rio de Janeiro. RJFone: (21) 2283-2833Fax: (21) 2263-9117medivax@medivax.com.brwww.medivax.com.brPágina: 95, 231Medmax Com. de EquipamentosMédicos e Similares Ltda.Calçada dos Ipês, 33 – sala 1106453-025. Barueri. SPFone: (11) 4191-0170vendas2@medmaxnet.com.brwww.medmaxnet.com.brPágina: 232, 233NewProv Produtos paraLaboratórios Ltda.R. 1º de Maio, 59083323-020. Pinhais. PRFone: (41) 3667-1314Fax: (41) 3667-3254newprov@newprov.com.brwww.newprov.com.brPágina: 52, 53ND Engenharia & SoftwareR. Tibúrcio Cavalcante, 2594Fortaleza. CEFone/Fax: (85) 3392-4342www.nd.com.brPágina: 105Nova Analítica Imp Exp. Ltda.R. Assungui, 43204131-000. São Paulo. SPFone: (11) 2162-8080Fax: (11) 2162-8081Informações: analiticaweb.com.br/diagnostico2www.analiticaweb.com.brPágina: 87pH7 Comércio e Representação deProdutos para Diagnósticos Ltda.R. Carlos Gomes, 166/17209715-130. São Bernardo do Campo. SPFone/Fax: (11) 4338-8666sac@ph7id.com.brPágina: 142, 143Polar Técnica Com. E Ind. Ltda.R. Oneda, 93009895-280. São Bernardo do Campo. SPFone/Fax: (11) 4341-8600vendas@polartecnica.com.brwww.polartecnica.com.brPágina: 98, 99PNCQ – Programa Nacional deControle de QualidadeR. Vicente Licínio, 191 A20270-902. Rio de Janeiro. RJFone/Fax: (21) 2569-6867pncq@pncq.org.brwww.pncq.org.brPágina: 61Prodimol Biotecnologia S/APraça Carlos Chagas, 49 – 3º andar30170-020. Belo Horizonte. MGFone: (31) 2122-2900Fax: (31) 2122-2944prodimol@prodimol.com.brwww.prodimol.com.brPágina: 134, 135Qiagen Biotecnologia Brasil Ltda.Av. Jabaquara, 1909 – 14º andar04045003. São Paulo. SPFone: (11) 5079 4000Fax: (11 ) 5079 4001vendas.brasil@qiagen.comwww.qiagen.comPágina: 224, 225Quimis Aparelhos Científicos Ltda.R. Gema, 278 / 30809930-290. Diadema. SPFone: (11) 4055-9999Fax: (11) 4055-9988vendas@quimis.com.brwww.quimis.com.brPágina: 203Randox Brasil Ltda.R. Fernandes Moreira, 41504716-000. São Paulo. SPFone: (11) 5181-2024Fax: (11) 5181-0817brasil.mail@randox.comwww.randox.comPágina: 58, 59REM Ind. e Com. Ltda.R. Columbus, 28205304-010.São Paulo.SPFone: (11) 3377-9922Fax: (11) 3377-9900E.mail: labo.comercial@rem.ind.brwww.rem.ind.brPágina: 175Roche Diagnostica Brasil Ltda.(RPD) – Roche Professional Diagnostics eRoche Molecular DiagnosticsAv. Engenheiro Billings, 1729 – Prédio 3805321-900. São Paulo. SPFone: (11) 3719-4645Fax: (11) 3719.9492brasil.diagnostica@roche.comwww.roche-diagnostica.com.brEncarte Roche in NewsS_Line - Sistemas On Line Ltda.Av. Nossa Sra. da Penha, 699, sala 516-A,<strong>Ed</strong>. Century Tower29055-131. Vitória. ESTelefax: (27) 3315-1689Skype: sline-comercialsline@sline.com.brwww.sline.com.brPágina: 177Sebia BrasilR. Barão do Triunfo, 73 – cj 5104602-000. São Paulo. SPFone: (11) 3849-0148Fax: (11) 3841-9816sebia@sebia.com.brPágina: 191Sérgio Franco MedicinaDiagnósticaR. Xavier Pinheiro, 439 – Qd 2925085-007. Rio de Janeiro. RJDAL(Central de Atendimento a Laboratórios)RJ: (21) 2672-7007 Fax: (21) 2672-7142Outras localidades: 0800-970-1002dal@lsf.com.brwww.sergiofranco.com.brPágina: 76, 77Shift Consultoria e SistemasR. Independência, 328115010-110. São José do Rio Preto. SPFone: (17) 2136-1555Fax: (17) 2136-1590comercial@shift.com.brwww.shift.com.brPágina: 170, 171ShuttleAv. Tamboré, 118006460-000. Barueri. SPFone: (11) 3883-0200www.shuttle.com.brPágina: 227Siemens Medical SolutionsDiagnosticsR. Werner Siemens, 111 - Prédio 1 – 2.ºandar05069-900. São Paulo. SPFone : (11) 3817-3000Página: 1ª Capa, 51, 179, 221Sociedade Brasileira de AnálisesClínicasR. Vicente Licínio, 9520270-340. Rio de Janeiro. RJFone: (21) 2187-0800Fax: (21) 2234-4881E-mail: congresso@sbac.org.brwww.cbac.org.brPágina: 239Sociedade Brasileira de PatologiaClínica Medicina LaboratorialR. Dois de Dezembro, 78 – salas 909/91022220-040. Rio de Janeiro. RJFone: (21) 2558-1024Fax: (21) 2205-3386sbpc@sbpc.org.brPágina: 240, 241Standard DiagnósticosR. Conde Porto Alegre, 47725070-350. Duque de Caxias. RJFone: (21) 2671-3111standard@standarddiagnosticos.com.brPágina: 29Sysmex do Brasil Indústria eComércio Ltda.R. do Paraíso, 148 – cj 3104103-000. São Paulo. SPFone: (11) 3145-4300Fax: (11) 3145-4309marketing@sysmex.com.brwww.sysmex.com.brPágina: 13SysplanR. Prudente de Morais, 213514015-100. Ribeirão Preto. SPFone: (16) 3636-8999Fax: (16) 3632-7075sysplan@sysplan.com.brwww.sysplan.com.brPágina: 169Technical InformáticaR. Prof. Rômulo Almeida, 800 – sl 40140290-030. Salvador. BAFone/Fax: (71) 3276-2918Ivan.dantas@tch.com.brwww.tch.com.brPágina: 133Uniware Consultoria emInformáticaR. Otaviano Félix, 7086047-060. Londrina. PRFone/Fax: (43) 3336-8556uniware@uniware.com.brwww.labanalisesclinicas.com.brPágina: 207Vida Central de DiagnósticosQE 01 AEF – Guará 1 – salas 01 e 0271020-061. Brasília. DFFone/Fax: (61) 3383-4113www.vida.bio.brPágina: 154, 155Wama Produtos paraLaboratórios Ltda.R. Aldo Germano Klein, 10013560-971. São Carlos. SPFone: (16) 3377-9977Fax: (16) 3377-9970a.cientifica@wamadiagnostica.com.brwww.wamadiagnostica.com.brPágina: 6, 7238 <strong>NewsLab</strong> - edição <strong>101</strong> - 2010

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!