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Os Bruzundangas, de Lima Barreto Texto ... - Universia Brasil

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Com o emprego <strong>de</strong>ste método que é rigorosamente científico, o governopo<strong>de</strong> ter, em breve, um corpo <strong>de</strong> oficiais perfeitamente selecionadospela Morte e um povoamento rápido e instantâneo dos cemitérios -- oque, afinal, é o fim natural <strong>de</strong> todas as guerras a que os oficiais, sejam<strong>de</strong>sta ou daquela corporação, são obrigados a servir com todos os riscos evantagens.Há, porém, o método empírico que é mais humano e compatível como grau <strong>de</strong> adiantamento a que chegou a nossa humanida<strong>de</strong> atualmente. Nãohá morte, nem sangue, nem bravura, nem salvas.Este método é muito usado na guarda nacional e poucas outras entida<strong>de</strong>s(vocabulário do football) militares. Vamos ver em que consiste.Um tal método tem por princípio básico só admitir à promoção, oficiaisque nunca tenham visto soldados, fortalezas, quartéis, etc.Por esse processo, estão fatalmente eliminados todos os oficiais quehajam servido em guarnições longínquas.O mais relevante conhecimento exigido, para as promoções <strong>de</strong> acordocom esse processo empírico, é o <strong>de</strong> uma perfeita sabedoria nas marcas <strong>de</strong>papel <strong>de</strong> ofícios, <strong>de</strong> grampos, colchetes e alfinetes, para papéis. Contam-secomo ultrameritórios os serviços pacíficos em linhas telegráficas, em leitura<strong>de</strong> pluviômetros, em conversas com bugres filósofos e em construção <strong>de</strong>estradas <strong>de</strong> ferro que não acabam mais.Em caso <strong>de</strong> merecimento igual, entre os candidatas, promovido seráo que tiver melhor "pistolão".Para isso, o oficial precavido não se <strong>de</strong>ve afastar da capital do país;e, nela, sempre cultivar a amiza<strong>de</strong> <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rosos políticos e pessoas <strong>de</strong> seuamor e amiza<strong>de</strong>; e é, por isso, que os oficiais que servem em guarniçõeslongínquas, fronteiras, etc., não po<strong>de</strong>m entrar na lista das promoções,<strong>de</strong>terminação que se subenten<strong>de</strong> nesse sistema empírico que a sabedoriados tempos consagrou com alguns retoques.Não falei nas promoções nos bombeiros. Emendo a mão. Nos bombeiros-- corporação reduzida -- as promoções <strong>de</strong>vem ser feitas em família.É o melhor.O que acabo <strong>de</strong> dizer, são como o croquis das minhas idéias sobrepromoções nas classes armadas, sendo que algumas não me pertencem propriamente,antes a todos os militares, suas mulheres, filhas e noivas. Eis aí.Capitão Ortiz y Valdueza (Do Exército da Bruzundanga).Reconheço a rubrica supra e a letra do Capitão Ortiz y Valdueza, doCorpo <strong>de</strong> Submarinos do Exército da República os Estados Unidos daBruzundanga.(Tenho o sinal público e, à margem, "grátis"), -- O COPISTA.Careta, Rio, 29-1-21.Rejuvenescimento(Crônica Militar)"Todas as medidas esperadas para resolver o problema dorejuvenescimento dos quadros do Exército, das discutidas no Congresso,não conseguiram sair do campo das discussões.Rejuvenescer os quadros não significa somente melhorar ofuturo dos oficiais; é concorrer para que não reine o <strong>de</strong>sânimo.para que seja mantido o ardor profissional.Não é possível esperar dum oficial que moireja <strong>de</strong> seis a oitoanos em cada posto, que ele tenha sempre o mesmo entusiasmo.que a própria ida<strong>de</strong> consegue arrefecer.E com a ida<strong>de</strong> vem naturalmente a diminuição do vigor físicoexigido para o <strong>de</strong>sempenho do árduo trabalho <strong>de</strong> oficial <strong>de</strong> tropa."É assim que se exprime sabiamente um jornal <strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong>. Estamos<strong>de</strong> pleno acordo com as opiniões do nosso colega diário; mas julgamos,no nosso humil<strong>de</strong> parecer, que ele só encara uma face do problema. É

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