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OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

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<strong>OS</strong> <strong>PENSADORES</strong>estão entregues, porém na realida<strong>de</strong> cada uma das suas revoltascontra o fetichismo acaba por escravizá-los ainda maisa ele. Toda vez que tentam libertar-se do estado passivo <strong>de</strong>consumidores sob coação e procuram tornar-se "ativos", caemna pseudo-ativida<strong>de</strong>. Entre a massa das vítimas da regressão<strong>de</strong>stacam-se os tipos do que se distinguem pela pseudo-ativida<strong>de</strong>e, não obstante isto, dão ainda mais realce à regressão.Em primeiro lugar figuram os entusiastas que escrevem cartas<strong>de</strong> estímulo às estações <strong>de</strong> rádio e às orquestras, e emjam-sessions habilmente teleguiadas dão vazão ao seu próprioentusiasmo como propaganda para a mercadoria que consomem.Denominam-se a si mesmos jitterbugs, como se quisessemao mesmo tempo afirmar e ridicularizar a perda <strong>de</strong>sua individualida<strong>de</strong>, a sua transformação em besouros queziguezagueiam fascinados. Sua única escusa é que o termojitterbug, como <strong>de</strong> resto toda a terminologia do cinema e dojazz, lhes foi inculcado pelos empresários a fim <strong>de</strong> fazer-lhescrer que são eles que se encontram por trás dos bastidores.O seu êxtase é <strong>de</strong>sprovido <strong>de</strong> conteúdo. O fato <strong>de</strong> que oêxtase se realiza, o fato <strong>de</strong> que se obe<strong>de</strong>ce à música, isto ésuficiente para substituir o próprio conteúdo. O objeto doseu êxtase é constituído pelo caráter <strong>de</strong> coação que o distingue.O êxtase é estilizado segundo os arrebatamentos ao rufardos tambores <strong>de</strong> guerra, como acontece com os selvagens.O fenômeno apresenta traços convulsivos, que lembram adoença <strong>de</strong>nominada dança-<strong>de</strong>-São Guido ou os reflexos <strong>de</strong>animais mutilados. A própria paixão parece provocada por<strong>de</strong>terminadas falhas funcionais. O ritual do êxtase revela-secomo pseudo-ativida<strong>de</strong> através do momento mímico. Nãose dança nem se ouve música "por sensualida<strong>de</strong>", muito menosa audição satisfaz à sensualida<strong>de</strong>, mas o que se faz éimitar gestos <strong>de</strong> pessoas sensuais. Existe uma analogia coma representação <strong>de</strong> excitações particulares no cinema, on<strong>de</strong>ocorrem fenômenos fisionômicos do medo, do <strong>de</strong>sejo, do brilhoerótico; também com o keep smiling e com o "expressivo"atomístico da música <strong>de</strong>pravada. A apropriação imitativa <strong>de</strong>

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