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OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

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<strong>OS</strong> <strong>PENSADORES</strong>variação — chorus — apresenta com predileção um <strong>de</strong>terminadotimbre instrumental peculiar — a clarineta, o piano, otrompete — <strong>de</strong> modo quase concertante. Chega-se até o pontoem que os ouvintes parecem preocupar-se mais com o "estilo 11do que com o próprio material — a música — que é emtodo caso indiferente; a única coisa importante é que o estiloassegure efeitos particulares <strong>de</strong> atrativo sensorial. Evi<strong>de</strong>ntemente,esta predileção pelo colorido ou timbre como tal manifestaum en<strong>de</strong>usamento do instrumento e o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> imitare participar; possivelmente entre também em jogo algo dopo<strong>de</strong>roso encantamento das crianças pelo multicor, que retornasob a pressão da experiência musical contemporânea.A transferência do interesse para o atrativo do timbree o truque individual e habilidoso, isolado do conjunto etalvez até mesmo da "melodia", po<strong>de</strong>ria ser interpretada otimistamentecomo um impulso novo, em virtu<strong>de</strong> da sua funçãodisciplinadora. Entretanto, precisamente esta interpretaçãoseria errônea. Com efeito, por uma parte os atrativosapercebidos permanecem sem resistência no esquema rígido,e quem a eles se entrega, ao final se rebelara contra os mesmos.Além disso, esses atrativos são <strong>de</strong> natureza extremamentelimitada. Giram todos em torno <strong>de</strong> uma tonalida<strong>de</strong>diluída impressionisticamente. De maneira nenhuma é lícitopensar que, por exemplo, o interesse pelo timbre isolado <strong>de</strong>sperteo senso e o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> novos timbres e novos sons. Pelocontrário, os ouvintes, em razão da audição atomística queos caracteriza, são os primeiros a <strong>de</strong>nunciar tais sons como"intelectuais" ou, pior ainda, como dissonantes, cacofônicos.Os atrativos <strong>de</strong>gustados pelos ouvintes <strong>de</strong>vem ser do tipoaprovado e comprovado. É verda<strong>de</strong> que na prática do jazzocorrem dissonâncias, e existem até técnicas da <strong>de</strong>sentoaçãointencional. Entretanto, a todos esses hábitos confere-se umatestado <strong>de</strong> irrepreensibilida<strong>de</strong>: todo som extravagante <strong>de</strong>veapresentar características tais que o ouvinte possa reconhecernele uma substituição <strong>de</strong> um som "normal"; e enquanto oouvinte se alegra com o mau trato que a dissonância inflige— 94 —

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