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OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

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<strong>OS</strong> <strong>PENSADORES</strong>vintes, por meio <strong>de</strong> entrevistas e questionários, po<strong>de</strong>ria sofrervexames imprevistos. Tanto na música como nas <strong>de</strong>maisáreas, a tensão entre substância e fenômeno, entre essênciae aparência agigantou-se em tal proporção que já é inteiramenteimpossível que a aparência chegue a ser um testemunhoválido da essência. 1 As reações inconscientes do público,dos ouvintes, são ofuscadas com tal perfeição, a apreciaçãoconsciente dos ouvintes é teleguiada com tal exclusivida<strong>de</strong>pelos critérios fetichistas dominantes, que toda e qualquerresposta concorda a priori com a superfície mais banal <strong>de</strong>stecultivo musical atacado pela teoria cuja valida<strong>de</strong> precisamentese quer "verificar". Basta formular a um ouvinte a perguntamais primitiva que existe com relação a uma obra <strong>de</strong> arte— agrada-lhe ou <strong>de</strong>sagrada-lhe? — para constatar que entraeficazmente em jogo todo o mecanismo que, como se crê,po<strong>de</strong>ria tornar-se manifesto ou ser eliminado pela reduçãoa esta pergunta. Se, porém, ainda se tentar substituir taiscondições <strong>de</strong> averiguação, que levem em conta a <strong>de</strong>pendênciareal do ouvinte em relação aos ditames da máquina dirigenteda propaganda, constata-se que toda sofisticação do método<strong>de</strong> averiguação não só dificultará uma interpretação objetivados resultados, mas também aumentará as resistências dosouvintes a serem testados, acabando por fazê-los insistiremainda mais neste tipo <strong>de</strong> comportamento conformista, <strong>de</strong>ntrodo qual se consi<strong>de</strong>ram protegidos do perigo <strong>de</strong> aparecerempublicamente como são. Não é possível estabelecer com clarezaum nexo causai, por exemplo, entre as "repercussões"das músicas <strong>de</strong> sucesso e seus efeitos psicológicos sobre osouvintes. Se realmente hoje em dia os ouvintes não pertencemmais a si mesmos, isto significa também que já não po<strong>de</strong>mser "influenciados". Os pólos opostos da produção e do consumoestão respectivamente subordinados entre si e não sãoreciprocamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> modo isolado. A sua própria1 Cf. Max Horkheimer, "Der neueste Angriff auf die Metaphysik", in Zeitschrift fuer Sozialforschung,ano VI (1937), pp. 28 ss.— 88 —

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