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OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

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<strong>OS</strong> <strong>PENSADORES</strong>mais recentes; a moça cujo único prazer consiste em observarque ela e o seu parceiro "sejam elegantes"; o "juízo crítico"do entusiasta do jazz, que se legitima pelo fato <strong>de</strong> estar aocorrente do que é moda inevitável. Diante dos caprichos teológicosdas mercadorias, os consumidores se transformamem escravos dóceis; os que em setor algum se sujeitam aoutros, neste setor conseguem abdicar <strong>de</strong> sua vonta<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ixando-seenganar totalmente.Tanto no adorador feitichista dos bens <strong>de</strong> consumocomo no <strong>de</strong> "caráter sadomasoquista" e no cliente da arte <strong>de</strong>massas <strong>de</strong> nosso tempo, verifica-se o mesmo fenômeno, sobaspectos diversos. A masoquista cultura <strong>de</strong> massas constituia manifestação necessária da própria produção onipotente.A ocupação efetiva do valor <strong>de</strong> troca não constitui nenhumatransubstanciação mística. Correspon<strong>de</strong> ao comportamentodo prisioneiro que ama a sua cela porque não lhe é permitidoamar outra coisa. A renúncia à individualida<strong>de</strong> que se amoldaà regularida<strong>de</strong> rotineira daquilo que tem sucesso, bemcomo o fazer o que todos fazem, seguem-se do fato básico<strong>de</strong> que a produção padronizada dos bens <strong>de</strong> consumo oferecepraticamente os mesmos produtos a todo cidadão. Por outraparte, a necessida<strong>de</strong>, imposta pelas leis do mercado, <strong>de</strong> ocultartal equação conduz à manipulação do gosto e à aparênciaindividual da cultura oficial, a qual forçosamente aumentana proporção em que se agiganta o processo <strong>de</strong> liquidaçãodo indivíduo. Também no âmbito da superestrutura, a aparêncianão é apenas o ocultamente da essência, mas resultaimperiosamente da própria essência. A igualda<strong>de</strong> dos produtosoferecidos, que todos <strong>de</strong>vem aceitar, mascara-se norigor <strong>de</strong> um estilo que se proclama universalmente obrigatório;a ficção da relação <strong>de</strong> oferta e procura perpetua-se nasnuanças pseudo-individuais. Se contestamos a valida<strong>de</strong> dogosto na situação atual, é muito fácil compreen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> quese compõe ria verda<strong>de</strong> este gosto, em tal situação. A adaptaçãoà lei comum é racionalmente apresentada como disciplina,rejeição da arbitrarieda<strong>de</strong> e da anarquia; assim como— 80 —

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