11.07.2015 Views

OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>OS</strong> <strong>PENSADORES</strong>plesmente no seguinte: ela <strong>de</strong>volve aos homens, como umespelho, os caracteres sociais do seu próprio trabalho comocaracteres dos próprios produtos do trabalho, como proprieda<strong>de</strong>snaturais e sociais <strong>de</strong>ssas coisas; em conseqüência, aforma mercadoria reflete também a relação social dos produtorescom o trabalho global como uma relação social <strong>de</strong>objetos existente fora <strong>de</strong>les". 1 Este é o verda<strong>de</strong>iro segredodo sucesso. É o mero reflexo daquilo que se paga no mercadopelo produto: a rigor, o consumidor idolatra o dinheiro queele mesmo gastou pela entrada num concerto <strong>de</strong> Toscanini.0 consumidor "fabricou" literalmente o sucesso, que ele coisificae aceita como critério objetivo, porém, sem se reconhecernele. "Fabricou" o sucesso, não porque o concerto lheagradou, mas por ter comprado a entrada. E óbvio que nosetor dos bens da cultura o valor <strong>de</strong> troca se impõe <strong>de</strong> maneirapeculiar. Com efeito, tal setor se apresenta no mundodas mercadorias precisamente como excluído do po<strong>de</strong>r datroca, como um setor <strong>de</strong> imediatida<strong>de</strong> em relação aos bens,e é exclusivamente a esta aparência que os bens da cultura<strong>de</strong>vem o seu valor <strong>de</strong> troca. Ao mesmo tempo, contudo, fazemparte do mundo da mercadoria, são preparados para omercado e são governados segundo os critérios <strong>de</strong>ste mercado.A aparência <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong> e imediatida<strong>de</strong> é tão realquanto é inexorável a pressão do valor <strong>de</strong> troca. A aceitaçãoe o acordo social harmonizam a contradição. A aparência <strong>de</strong>imediatida<strong>de</strong> apo<strong>de</strong>ra-se do que na realida<strong>de</strong> não passa <strong>de</strong>um objeto <strong>de</strong> mediação do próprio valor <strong>de</strong> troca. Se a mercadoriase compõe sempre do valor <strong>de</strong> troca e do valor <strong>de</strong>uso, o mero valor <strong>de</strong> uso — aparência ilusória, que os bensda cultura <strong>de</strong>vem conservar, na socieda<strong>de</strong> capitalista — ésubstituído pelo mero valor <strong>de</strong> troca, o qual, precisamenteenquanto valor <strong>de</strong> troca, assume ficticiamente a função <strong>de</strong>valor <strong>de</strong> uso. E neste qüiproquó específico que consiste o1 Das Kapital, edição popular Viena-Berlim, 1932, tomo I, p. 177.— 78 —

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!