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OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

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ADORNOnomenológicas (1956), Dissonâncias (1956), Ensaios <strong>de</strong> LiteraturaI, II, III (1958 a 1965), Dialética Negativa (1966), Teoria Estética(1968) e Três Estudos Sobre Hegel (1969).Para Adorno, a postura otimista <strong>de</strong> Benjamin no quediz respeito à função possivelmente revolucionária do cinema<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ra certos elementos fundamentais, que <strong>de</strong>sviamsua argumentação para conclusões ingênuas. Embora <strong>de</strong>vendoa maior parte <strong>de</strong> suas reflexões a Benjamin, Adorno procuramostrar a falta <strong>de</strong> sustentação <strong>de</strong> suas teses, na medidaem que elas não trazem à luz o antagonismo que resi<strong>de</strong> nopróprio interior do conceito <strong>de</strong> "técnica". Segundo Adorno,passou <strong>de</strong>spercebido a Benjamin que a técnica se <strong>de</strong>fine emdois níveis: primeiro "enquanto qualquer coisa <strong>de</strong>terminadaintra-esteticamente" e, segundo, "enquanto <strong>de</strong>senvolvimentoexterior às obras <strong>de</strong> arte". O conceito <strong>de</strong> técnica não <strong>de</strong>veser pensado <strong>de</strong> maneira absoluta: ele possui uma origemhistórica e po<strong>de</strong> <strong>de</strong>saparecer. Ao visarem à produção emsérie e à homogeneização, as técnicas <strong>de</strong> reprodução sacrificama distinção entre o caráter da própria obra <strong>de</strong> arte edo sistema social. Por conseguinte, se a técnica passa á exercerimenso po<strong>de</strong>r sobre a socieda<strong>de</strong>, tal ocorre, segundo Adorno,graças, em gran<strong>de</strong> parte, ao fato <strong>de</strong> que as circunstânciasque favorecem tal po<strong>de</strong>r são arquitetadas pelo po<strong>de</strong>r doseconomicamente mais fortes sobre a própria socieda<strong>de</strong>. Em<strong>de</strong>corrência, a racionalida<strong>de</strong> da técnica i<strong>de</strong>ntifica-se com aracionalida<strong>de</strong> do próprio domínio. Essas consi<strong>de</strong>rações evi<strong>de</strong>nciariamque não só o cinema, como também o rádio, não<strong>de</strong>vem ser tomados como arte. "O fato <strong>de</strong> não serem maisque negócios — escreve Adorno — basta-lhes como i<strong>de</strong>ologia."Enquanto negócios, seus fins comerciais são realizadospor meio <strong>de</strong> sistemática e programada exploração <strong>de</strong> bensconsi<strong>de</strong>rados culturais. Tal exploração Adorno chama <strong>de</strong> "indústriacultural".O termo foi empregado pela primeira vez em 1947,quando da publicação da Dialética do Iluminismo, <strong>de</strong> Horkheimere Adorno. Este último, numa série <strong>de</strong> conferências— 7 —

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