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OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

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ADORNOmúsica da opressão mágica que a escraviza. Os aspectos censuradosentram <strong>de</strong>sta forma na gran<strong>de</strong> música oci<strong>de</strong>ntal: oprazer dos sentidos como porta <strong>de</strong> entrada para a dimensãoharmônica e finalmente colorística; a pessoa livre e sem peiascomo portadora da expressão e da humanização da própriamúsica; a "superficialida<strong>de</strong>" como crítica da fria e muda objetivida<strong>de</strong>das formas, no sentido da <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> Haydn pelo"galante" contra o erudito; evi<strong>de</strong>ntemente, enten<strong>de</strong>-se a <strong>de</strong>cisão<strong>de</strong> Haydn e não a <strong>de</strong>spreocupação <strong>de</strong> um cantor dotado<strong>de</strong> boa garganta ou <strong>de</strong> um arranjador <strong>de</strong> mau gosto. Taismotivos entraram na gran<strong>de</strong> música e foram por ela absorvidos;porém, a gran<strong>de</strong> música não foi assumida por eles.Na varieda<strong>de</strong> dos encantos e da expressão comprova-se suagran<strong>de</strong>za como força que conduz à síntese. A síntese musicalnão somente conserva a unida<strong>de</strong> da aparência e a protegedo perigo <strong>de</strong> <strong>de</strong>rivar para a tentação do "bonvivantismo".Em tal unida<strong>de</strong>, também, na relação dos momentos particularescom um todo em produção, fixa-se a imagem <strong>de</strong> umasituação social na qual — e só nela — esses elementos particulares<strong>de</strong> felicida<strong>de</strong> seriam mais do que mera aparência.Até o fim da pré-história, o equilíbrio musical entre prazerparcial e totalida<strong>de</strong>, entre expressão e síntese, entre superficiale profundo permanece tão precário quanto os momentos<strong>de</strong> equilíbrio entre a oferta e a procura na economia burguesa.A "Flauta Mágica", na qual a utopia da emancipação e oaspecto <strong>de</strong> prazer e entretenimento coinci<strong>de</strong>m exatamentena cançoneta do "Singspiel", constitui apenas um momentoem si mesmo. Após a "Flauta Mágica", porém, nunca maisse conseguiu reunir música séria e música ligeira.Todavia, o que então se emancipa da lei formal não sãomais impulsos produtivos que se opõem às convenções. Oencanto, a subjetivida<strong>de</strong> e a profanação — os velhos adversáriosda alienação coisificante — sucumbem precisamentea ela. Os tradicionais fermentos antimitológicos da músicaconjuram, na era do capitalismo, contra a liberda<strong>de</strong>, contraesta mesma liberda<strong>de</strong> que havia sido outrora a causa <strong>de</strong> sua— 69 —

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