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OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

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<strong>OS</strong> <strong>PENSADORES</strong>por que razão o filósofo atribui tais características aos modosmixolídio, lídio, hipolídio e jônico. Na República <strong>de</strong> Platãoseria consi<strong>de</strong>rado tabu o modo maior da música oci<strong>de</strong>ntalposterior, o qual correspon<strong>de</strong> ao jônico. Igualmente proibidosseriam a flauta e os instrumentos "<strong>de</strong> muitas cordas" tangidoscom os <strong>de</strong>dos. Dos diversos modos, só se permitem aquelesque "<strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada imitam a voz e a expressão do homem",que "na guerra ou em qualquer ação que exija a forçasingular, porta-se com bravura ainda que vez por outra possaincidir em erro, ser ferido ou ser atingido pela morte ou poruma infelicida<strong>de</strong>". 1A República <strong>de</strong> Platão não constitui a utopia tal como é<strong>de</strong>scrita pela história da filosofia oficial. O Estado platônicodisciplina os seus cidadãos incitando-os tanto para a salvaguardado Estado como <strong>de</strong> sua própria existência, inclusivena música, on<strong>de</strong> a própria classificação segundo modos suavese fortes, já ao tempo <strong>de</strong> Platão, praticamente representavaapenas um resíduo da mais crassa superstição. A ironia platônicagosta <strong>de</strong> ridicularizar maldosamente o flautista Mársias,verberado pelo mo<strong>de</strong>rado Apoio. O programa éticomusical<strong>de</strong> Platão possui a característica <strong>de</strong> uma ação <strong>de</strong>purificação ática, <strong>de</strong> uma campanha <strong>de</strong> saneamento <strong>de</strong> estiloespartano. A mesma classe pertencem outros traços da pregaçãomusical dos capuchinhos. As objeções mais marcantessão a da superficialida<strong>de</strong> e a do "culto da personalida<strong>de</strong>".Todas essas recriminações fazem parte do progresso, tantodo ponto <strong>de</strong> vista social como sob o aspecto estético específico.Nos atrativos proibidos entrelaçam-se a varieda<strong>de</strong> doprazer dos sentidos e a consciência diferenciada. A prepon<strong>de</strong>rânciada pessoa sobre a coação coletiva na música proclamaa relevância da liberda<strong>de</strong> subjetiva, que perpassa amúsica em períodos mais tardios; por outra parte, apresenta-secomo profanação aquela superficialida<strong>de</strong> que liberta a1 Loc. cit., p. 399.— 68 —

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