11.07.2015 Views

OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ADORNOtambém se torna ilusório, toda vez que preten<strong>de</strong> negar afunção separatória, o distanciamento e a objetualização. Todaunificação mística é apenas mais um engano, traço internoimpotente da revolução aviltada. Mas, enquanto o iluminismoconserva seu direito contra qualquer hipótese <strong>de</strong> utopiae enuncia impassível a dominação enquanto ruptura, a cisãoentre sujeito e objeto, cujo encobrimento é por ele proibido,converte-se em índice da verda<strong>de</strong> e <strong>de</strong> sua própria inverda<strong>de</strong>.O <strong>de</strong>sterro da superstição sempre significou o progresso dadominação, ao mesmo tempo que seu <strong>de</strong>snudamento. O iluminismoé mais do que iluminismo, natureza que se tornaperceptível na sua alienação. No autoconhecimento do espírito,enquanto ruptura da natureza consigo mesma, é a naturezaque, como no antetempo, invoca a si mesma, porémnão mais imediatamente como mana, seu presumido nomeque quer dizer onipotência, mas como coisa cega e estropiada.A sujeição à natureza consiste na sua dominação, sem a qualnão existe espírito. Pela humilda<strong>de</strong> na qual ele se reconheceenquanto dominação e se retira para a natureza, <strong>de</strong>sfaz-se asua pretensão dominadora que justamente o escraviza à natureza.Mesmo que não se possa <strong>de</strong>ter na fuga diante danecessida<strong>de</strong>, no progresso e na civilização, sem renunciar aopróprio conhecimento, a humanida<strong>de</strong> não mais incorre noerro <strong>de</strong> tomar por garantia <strong>de</strong> uma liberda<strong>de</strong> vindoura osdiques que constrói contra a necessida<strong>de</strong>, as instituições, aspráticas <strong>de</strong> dominação, que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre se refletiram sobrea socieda<strong>de</strong>, a partir da subjugação da natureza. Cada umdos progressos da civilização renovou, juntamente com a dominação,a perspectiva <strong>de</strong> mitigá-la. Contudo, enquanto ahistória real é tecida por um real sofrimento, que absolutamentenão diminui na proporção em que crescem os meiospara eliminá-lo, a concretização da perspectiva <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> doconceito. Pois o conceito não se limita a distanciar, enquantociência, os homens da natureza, mas nos permite medir aindaa distância que eterniza a injustiça, justamente enquanto autoreflexodo pensa^ qué se mantém acorrentado, na forma da— 5» —

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!