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OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

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ADORNOseu po<strong>de</strong>r. O escutado não tem conseqüências para ele, quepo<strong>de</strong> apenas acenar com a cabeça para que o soltem, porémtar<strong>de</strong> <strong>de</strong>mais: os companheiros, que não po<strong>de</strong>m escutar, sabemapenas do perigo do canto, não da sua beleza, e <strong>de</strong>ixam-noatado ao mastro para salvar a ele e a si próprios.Eles reproduzem a vida do opressor ao mesmo tempo quea sua própria vida e ele não po<strong>de</strong> mais fugir a seu papelsocial. Os vínculos pelos quais ele é irrevogavelmente acorrentadoà práxis ao mesmo tempo guardam as sereias àdistância da práxis: sua tentação é neutralizada em puroobjeto <strong>de</strong> contemplação, em arte. O acorrentado assiste aum concerto escutando imóvel, como fará <strong>de</strong>pois o público<strong>de</strong> um concerto, e seu grito apaixonado pela liberação per<strong>de</strong>-senum aplauso. Assim o prazer artístico e o trabalhomanual se separam na <strong>de</strong>spedida do antemundo. A epopéiajá contém a teoria correta. Os bens culturais estão emexata correlação com o trabalho comandado e os dois sefundamentam na inelutável coação à dominação social sobrea natureza.Medidas tais como as que foram tomadas diante dassereias na nave <strong>de</strong> Ulisses são uma alegoria premonitória dadialética do iluminismo. Assim como a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sefazer representar é a medida da dominação, sendo o maispo<strong>de</strong>roso aquele que po<strong>de</strong> fazer-se representar no maior número<strong>de</strong> funções, essa possibilida<strong>de</strong> é também o veículo doprogresso e, ao mesmo tempo, da regressão. Depen<strong>de</strong>ndodas circunstâncias, não estar envolvido no trabalho significatambém ser estropiado, não apenas para os <strong>de</strong>sempregados,mas até mesmo para os <strong>de</strong> pólo social oposto. Os que estão<strong>de</strong> cima, não estando mais às voltas com a existência, só aexperimentam ainda como substrato, e petrificam-se inteiramenteno si-mesmo que comanda. O primitivo fez a experiênciada coisa natmràl apenas a título <strong>de</strong> objeto que se subtraiao <strong>de</strong>sejo, "mas osenhor, que inseriu o escravo entre elee a coisa, liga-se assim apenas à não-in<strong>de</strong>pendência da coisa,gozando-a puramente; mas abandona o lado da in<strong>de</strong>pendên-

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