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OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

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<strong>OS</strong> <strong>PENSADORES</strong>ele força o auto<strong>de</strong>spojamento dos indivíduos, que <strong>de</strong>vemmoldar-se, corpo e alma, ao aparato técnico. Isso é por suavez levado em conta pelo pensamento esclarecido: até mesmoo sujeito transcen<strong>de</strong>ntal do conhecimento é finalmente suprimido,ao que parece, como última recordação da própriasubjetivida<strong>de</strong>, e substituído pelo trabalho, <strong>de</strong> tanto menoratrito, executado pelos mecanismos automáticos da or<strong>de</strong>m.A subjetivida<strong>de</strong> se volatilizou na lógica das regras <strong>de</strong> jogopretensamente arbitrárias para po<strong>de</strong>r dispor <strong>de</strong> tudo commenos inibições ainda. O positivismo que finalmente nãoparou nem sequer diante do que é tecido pelo cérebro, nosentido literal, o próprio pensar, <strong>de</strong>scartou a última instânciapela qual a ação individual podia ser <strong>de</strong>sligada da normasocial. O processo técnico, no qual o sujeito se reificou <strong>de</strong>pois<strong>de</strong> ter sido extirpado da consciência, é isento da plurivocida<strong>de</strong>do pensar mítico, bem como <strong>de</strong> todo e qualquer significar,pois a própria razão tornou-se mero instrumento auxiliardo aparato econômico que tudo abrange. Ela serve <strong>de</strong>ferramenta universal que se presta à fabricação <strong>de</strong> todas asoutras, rigidamente dirigida para fins, tão fatal como o manipularcalculado com exatidão na produção material, cujoresultado para os homens escapa a qualquer computação.Realizou-se finalmente sua velha ambição, a <strong>de</strong> ser o puroórgão dos fins. A exclusivida<strong>de</strong> das leis lógicas provém <strong>de</strong>ssaunivocida<strong>de</strong> da função, em última análise, do caráter coativoda autoconservação. Essa última se aguça cada vez mais naescolha entre sobrevivência e ruína, que ainda se reflete noprincípio segundo o qual, <strong>de</strong> duas proposições contraditórias,só é possível que uma seja verda<strong>de</strong>ira e a outra falsa. Oformalismo <strong>de</strong>sse princípio, e da lógica inteira a cujo títuloele se estabelece, provém da impenetrabilida<strong>de</strong> e do entrelaçamentodos interesses <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong>, na qual a conservaçãodas formas e a conservação dos indivíduos só coinci<strong>de</strong>maci<strong>de</strong>ntalmente. A expulsão do pensamento para forada esfera da lógica ratifica, na sala <strong>de</strong> aula, a reificação dohomem na fábrica e no escritório. Dessa forma o tabu se

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