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OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

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<strong>OS</strong> <strong>PENSADORES</strong>com respeito aos objetos dominados: com a reificação doespírito, as próprias relações entre os homens foram enfeitiçadas,bem como as <strong>de</strong> cada um dos indivíduos consigomesmo. Ele se atrofia até virar o ponto nodal das reações edos modos <strong>de</strong> funcionamento convencionais <strong>de</strong>le esperadosconcretamente. O animismo animou o real, o industrialismoreificou as almas. Pelo aparato econômico, as mercadoriassão dotadas automaticamente, antes mesmo da planificaçãototal, <strong>de</strong> valores que <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m sobre o comportamento dohomem. Des<strong>de</strong> o momento em que, com o fim da troca livre,as mercadorias per<strong>de</strong>m suas qualida<strong>de</strong>s econômicas e atémesmo seu caráter <strong>de</strong> fetiche, este último se propaga comouma cãibra sobre a vida da socieda<strong>de</strong>, em todos os seus aspectos.Por meio das inúmeras agências <strong>de</strong> produção e <strong>de</strong>cultura <strong>de</strong> massa, os modos <strong>de</strong> comportamento sujeitos anormas são inculcados no indivíduo como os únicos naturais,<strong>de</strong>centes e racionais. Ele só se <strong>de</strong>termina ainda como coisa,como elemento estatístico, como success orfailure. Sua medidaé a autoconservação, a adaptação à objetivida<strong>de</strong> bem ou malsucedidadas suas funções, e o mo<strong>de</strong>lo imposto para estaadaptação. Todo o restante, idéia e criminalida<strong>de</strong>, experimentaa força do coletivo que tudo vigia, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sala <strong>de</strong>aula até o sindicato. Todavia, mesmo o coletivo ameaçadorpertence apenas à superfície enganosa sob a qual se albergamas potências que o manipulam na sua violência. Sua brutalida<strong>de</strong>,que mantém o indivíduo no seu lugar, representatão pouco a verda<strong>de</strong>ira qualida<strong>de</strong> do homem quanto o valorcom respeito à verda<strong>de</strong>ira qualida<strong>de</strong> dos objetos <strong>de</strong> uso. Afigura <strong>de</strong>moniacamente <strong>de</strong>formada, que as coisas e os homensassumiram à luz clara do conhecimento sem preconceitos,remete à dominação, ao princípio que já havia efetivadoa especificação do mana em espíritos e divinda<strong>de</strong>s ecapturado o olhar pelas miragens dos feiticeiros e dos curan<strong>de</strong>iros.A fatalida<strong>de</strong> pela qual o antetempo sancionara amorte incompreensível é transmitida à existência compreendidasem lacunas. O pânico meridiano no qual os homens— 46 —

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