11.07.2015 Views

OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ADORNOfases conhecidas da humanida<strong>de</strong>, era venerado como numa.Originariamente, indiferenciado é tudo aquilo que é <strong>de</strong>sconhecido,estranho, aquilo que transcen<strong>de</strong> o âmbito da experiência,aquilo que nas coisas exce<strong>de</strong> o seu existir antecipadamenteconhecido. O que aqui é experimentado como sobrenaturalpelo primitivo não é a substância espiritual, emoposição à material, mas o entrelaçamento do natural emface do membro singular isolado. O grito <strong>de</strong> terror que acompanhaa experiência do insólito fica sendo o seu nome. Elefixa a transcendência do <strong>de</strong>sconhecido diante do que é conhecidoe converte assim o tremor em santida<strong>de</strong>. A duplicaçãoda natureza em aparência e essência, ação e força, quefaz com que tanto o mito como a ciência venham a ser possíveis,provém da angústia do homem, cuja expressão se tornaexplicação. Não que a alma seja transferida para a natureza,como faz crer o psicologismo; mana, o espírito motor,não é nenhuma projeção e sim o eco da supremacia real danatureza nas almas fracas dos selvagens. Só a partir <strong>de</strong>ssepré-animismo é que é feita a cisão entre o animado e o inanimado,e que <strong>de</strong>terminados lugares são investidos <strong>de</strong> <strong>de</strong>môniose divinda<strong>de</strong>s. Nele já está implícita a separação entresujeito e objeto. Se o homem não consi<strong>de</strong>ra mais a árvoreapenas uma árvore, mas um testemunho <strong>de</strong> um outro, comose<strong>de</strong> do mana, a linguagem exprime a contradição <strong>de</strong> algoser ele próprio e ao mesmo tempo algo diferente <strong>de</strong> si próprio,idêntico e não idêntie^JJPor meio da divinda<strong>de</strong>, a linguagempassa <strong>de</strong> tautologia a (linguagem. O conceito, que costumaser <strong>de</strong>finido como unida<strong>de</strong> das características daquilo quecompreen<strong>de</strong> sob si, foi, em vez disso, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início, o produtodo pensamento dialético, no qual sempre tudo só é oque é, enquanto se torna o que não é. Essa foi a forma origináriada objetivação <strong>de</strong>terminante em que conceito e coisa1 Hubert e Mauss <strong>de</strong>screvem o teor representativo da "simpatia", da mimese, da seguintemaneira: "L'un est le tout, tout est dans 1'un, Ia nature triomphe <strong>de</strong> Ia nature" — H. Huberte M. Mauss, Théorie GénénU <strong>de</strong> ]a Magie, in VAnnée Sociobgique, 1902-3, p. 100. (N. do A.)

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!