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OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

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ADORNOfigura sem dúvida alguma na organização da Juventu<strong>de</strong> Hitlerista,não é nenhuma recaída na antiga barbárie, mas otriunfo da igualda<strong>de</strong> repressiva, o <strong>de</strong>senvolvimento da igualda<strong>de</strong>do direito na injustiça feita pelos iguais. O mito pechisbequedos fascistas revela-se como aquilo que no antetempoera o mito genuíno, só que esse último distinguia aretaliação, enquanto o falso a executa cegamente nas suasvítimas. Cada uma das tentativas <strong>de</strong> romper o jugo da natureza,enquanto rompe com a natureza, é só uma quedamais profunda sob esse jugo. Foi assim que a civilização européiapercorreu o seu caminho. A abstração, ferramenta doiluminismo, comporta-se diante <strong>de</strong> seus objetos como o <strong>de</strong>stino,cujo conceito é por ela mesma eliminado: como liquidação.Sob a dominação nivelante do abstrato, que faz comque tudo na natureza se possa repetir, e sob a da indústria,para a qual isso é aprontado, os próprios liberados convertem-sefinalmente naquela "tropa" que Hegel 1 assinalou como0 resultado do iluminismo.A distância do sujeito ao objeto, pressuposto da abstração,fundamenta-se na distância à coisa que o senhor obtémpor meio do assenhoreamento. Os cantos homéricos e os hinosdo-Rig Veda provêm dos tempos da dominação das terrase dos burgos fortalecidos nos quais se assentara um povoguerreiro, senhor da massa dos autóctones vencidos. 2 Omaior <strong>de</strong> todos os <strong>de</strong>uses gerou-se no mundo <strong>de</strong>sses primeirosburgos, ondéõíèi como chefe da nobreza armada, fixavaà terra os subjugados/ enquanto médicos, adivinhos, artesãos,comerciantes cuidavam da circulação social. Com o fim davida nôma<strong>de</strong>, a or<strong>de</strong>m social se constituiu à base da proprieda<strong>de</strong>estável. Dominação e trabalho se separam. Um proprietário,como Ulisses, "traz consigo, <strong>de</strong> terras longínquas,um pessoal numeroso e minuciosamente diferenciado, cons-1 Phànomenologie <strong>de</strong>s Geistes, loc. cit., p. 424. (N. do A.)2 Cf. W. Kirfel, Geschichte lndien, in Propyliiemoeltgeschichte, voL Dl, pp. 261 s. e G. Glotz,Historie Grique, vol. I, in Histoire Ancienne, Paris, 1938, pp. 137 ss. (N. do A.)— 29 —

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