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OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

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ADORNOexemplares. A magia não era impulsionada por um único emesmo espírito; ele variava, tal como as máscaras do culto,que <strong>de</strong>viam assemelhar-se aos diversos espíritos. A magia éa inverda<strong>de</strong> cruenta, mas que não preten<strong>de</strong> ainda renegar adominação, estabelecendo-se, transformada na verda<strong>de</strong> pura,em fundamento do mundo caído sob seu po<strong>de</strong>r. O feiticeirose faz semelhante aos <strong>de</strong>mônios; para assustá-los ou abrandá-los,ele se comporta <strong>de</strong> uma maneira assustadora ou branda.Embora seu ofício fosse o da repetição, ele ainda não seproclamara feito à imagem da força invisível, tal como fazo civilizado, para o qual, então, os mo<strong>de</strong>stos campos <strong>de</strong> caçase aviltam, convertendo-se num cosmo unitário, no conjunto<strong>de</strong> todas as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> exploração. Só na medida emque é essa imagem, o homem atinge a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> do si-mesmo,que não se po<strong>de</strong> per<strong>de</strong>r na i<strong>de</strong>ntificação com um outro,mas que toma posse <strong>de</strong> si <strong>de</strong> uma vez por todas como umamáscara impenetrável. Essa é a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> do espírito, e seucorrelato é a unida<strong>de</strong> da natureza, diante da qual sucumbea riqueza das qualida<strong>de</strong>s. A natureza <strong>de</strong>squalificada torna-seo material caótico <strong>de</strong> uma simples classificação e o si-mesmotodo-po<strong>de</strong>roso converte-se em mero ter, em i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> abstrata.Na magia, há representantes específicos. O que ocorrecom a lança do inimigo, com o seu cabelo, com o seu nome,atinge ao mesmo tempo a pessoa, e o animal <strong>de</strong> sacrifício émassacrado em lugar do <strong>de</strong>us. A substituição no sacrifíciomarca um passpfctm direção da lógica discursiva. A cervaou o cor<strong>de</strong>iro qyey<strong>de</strong>viam ser ofertados pela filha ou peloprimogênito, embora <strong>de</strong>vessem ainda ter qualida<strong>de</strong>s próprias,já representavam, entretanto, a espécie. Eles traziamem si o caráter arbitrário do exemplar. Mas a sacralida<strong>de</strong> dohic et nunc, a unicida<strong>de</strong> do eleito, contraída pelo representante,distingue-se radicalmente, faz com que ele não possavir a ser objeto <strong>de</strong> troca. A ciência põe fim a isso. Nela nãose po<strong>de</strong> recorrer à representação específica: se ainda há animais<strong>de</strong> sacrifício, <strong>de</strong>uses não mais existem. O recurso darepresentação transforma-se em funcionalida<strong>de</strong> universal.— 25 —

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