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OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

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<strong>OS</strong> <strong>PENSADORES</strong>se esten<strong>de</strong> do alto a todos os feitos dos homens, os criminosose os justos, e também à insolência dos animais, e o teu coraçãose compraz na retidão." 1 "Pois assim são as coisas, um expiaimediatamente, o outro, mais tar<strong>de</strong>; e, ainda que alguém consigaescapar e a ameaçadora fatalida<strong>de</strong> dos <strong>de</strong>uses não oatinja, essa fatalida<strong>de</strong> acaba todavia por cumprir-se infalivelmentee inocentes têm que pagar pelo ato, seus filhos ouuma geração posterior." 2 Perante os <strong>de</strong>uses subsiste apenasaquele que se submete sem restrições. O <strong>de</strong>spertar do sujeitoé pago pelo reconhecimento do po<strong>de</strong>r como princípio <strong>de</strong>todas as relações. Em face da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma tal razão, adiferença entre Deus e o homem é reduzida àquela irrelevânciaque a razão já indicara resolutamente, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a maisantiga crítica homérica. O Deus criador e o espírito or<strong>de</strong>nadorsão iguais entre si enquanto senhores da natureza. No homem,o seu ser feito à imagem <strong>de</strong> Deus consiste na sua soberaniasobre o que existe, no seu olhar <strong>de</strong> senhor, no comando.O mito passa a ser iluminação e a natureza, meraobjetivida<strong>de</strong>. O preço que os homens pagam pela multiplicaçãodo seu po<strong>de</strong>r é a sua alienação daquilo sobre o queexercem o po<strong>de</strong>r. O iluminismo se relaciona com as coisasassim como o ditador se relaciona com os homens. Ele osconhece, na medida em que os po<strong>de</strong> manipular. O homem<strong>de</strong> ciência conhece as coisas, na medida em que as po<strong>de</strong>produzir. E assim que o em-si das coisas vem a ser para-ele.Na modificação, a essência das coisas se revela como já sendo<strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre a mesma, como substrato <strong>de</strong> dominação. Essai<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> constitui a unida<strong>de</strong> da natureza. Nem ela nemtampouco a unida<strong>de</strong> do sujeito eram pressupostas pela conjuraçãomágica. Os ritos xamanistas eram usados para o vento,para a chuva, para a serpente lá fora ou para o <strong>de</strong>môniono doente, e não para os elementos materiais ou para os1 Archilochos, fr. 87. Citado por Deussen, Allgemeine Geschichte <strong>de</strong>r Philosophie, vol. n. Primeiraparte, Leipzig, 1911, p. 18. (N. do A.)2 Sólon, fr. 13, 25 s., op. cit., p. 20. (N. do A.)— 24 —

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