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OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

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ADORNO<strong>de</strong> agora, a matéria <strong>de</strong>verá finalmente ser dominada, semapelo a forçás ilusórias que a governem ou que nela habitem,sem apek^jy proprieda<strong>de</strong>s ocultas. O que não se ajusta àsmedidas da cáículabilida<strong>de</strong> e da utilida<strong>de</strong> é suspeito para oiluminismo. Uma vez que po<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver-se sem ser perturbadopela opressão externa, nada mais há que lhe possaservir <strong>de</strong> freio. Com as suas próprias idéias sobre os direitoshumanos acontece o mesmo que acontecera com os antigosuniversais. Cada resistência espiritual que ele encontra serveapenas para multiplicar a sua força. 1 Isso se explica pelo fato<strong>de</strong> que o iluminismo se auto-reconhece até mesmo nos mitos.Quaisquer que sejam os mitos para os quais essa resistênciapossa apelar, esses mitos, pelo simples fato <strong>de</strong> se tornaremargumentos numa tal contestação, a<strong>de</strong>rem ao princípio daracionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>molidora pela qual censuram o iluminismo.O iluminismo é totalitário.Para ele, o fundamento do mito <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre estiverano antropomorfismo, na projeção do subjetivo sobre a natureza.2 O sobrenatural, os espíritos e os <strong>de</strong>mônios seriam imagensnas quais se espelham os homens que se <strong>de</strong>ixam atemorizarpelo natural. Segundo o iluminismo, as múltiplasfiguras míticas po<strong>de</strong>m ser, todas elas, remetidas a um mesmo<strong>de</strong>nominador comum, elas se reduzem ao sujeito. A resposta<strong>de</strong> Edipo ao enigma da esfinge, "É o homem", é indiferenciadamenterepetida como uma saída estereotipada, poucoimportando que se tenha diante dos olhos um fragmento dosentido objetivo, os contornos <strong>de</strong> uma or<strong>de</strong>m, a angústia peranteas potências do mal ou a esperança <strong>de</strong> salvação. O queo iluminismo reconhece <strong>de</strong> antemão como ser e como aconteceré o que po<strong>de</strong> ser abrangido pela unida<strong>de</strong>; seu i<strong>de</strong>al é0 sistema, do qual tudo segue. Nesse ponto, suas versõesracionalista e empirista não divergem. Ainda que as diferen-1 Cf. Hegel, Phünomenologie <strong>de</strong>s Gostes, Werke, vol. II, pp. 410-11. (N. do A.)2 Xenófanes, Montaigne, Hume, Feuerbach e Salomon Reinach estão <strong>de</strong> acordo sobre esseponto. Cf. em Reinach: Orpheus. Traduzido do francês por F. Simmons, Londres e NovaYork, 1909, pp. 6 ss. (N. do A.)— 21 —

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