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OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

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<strong>OS</strong> <strong>PENSADORES</strong>verda<strong>de</strong>iro, se não o quisesse assim, medida em que seriaportanto "valorativo"; nada há que exigir da socieda<strong>de</strong>, quenão proviesse da relação <strong>de</strong> conceito e empiria, que não sejaportanto essencialmente conhecimento.Assim como uma teoria dialética não apaga simplesmenteo <strong>de</strong>si<strong>de</strong>rato <strong>de</strong> neutralida<strong>de</strong> <strong>de</strong> valores, mas trata <strong>de</strong>preservá-lo suprimindo-o em si (an sich aufzuheben trachtet)em conjunto com o oposto, assim ela <strong>de</strong>veria se comportarem relação ao positivismo como um todo. A distinção operadapor Marx entre apresentação e origem dos conhecimentos,pela qual queria afastar a censura <strong>de</strong> projetar um sistema<strong>de</strong>dutivo, po<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar a dialética filosoficamente comfrivolida<strong>de</strong> excessiva, por dégout pela filosofia, <strong>de</strong> todos osmodos, o que há <strong>de</strong> certo nisto é o pesado acento sobre oente face do conceito liberado, a acentuação da teoria críticaante o i<strong>de</strong>alismo. Ao pensamento <strong>de</strong> imanente movimentoprogressivo é inata a tentação <strong>de</strong> menosprezar os fatos. Oconceito dialético, contudo, é mediação, e não ser-em-si; oque lhe impõe a obrigação <strong>de</strong> não preten<strong>de</strong>r nenhuma verda<strong>de</strong>chorís dos mediatizados, os fatos. A crítica dialética aopositivismo tem seu ponto <strong>de</strong> aplicação mais importuno nacoisificação, a da ciência e da faticida<strong>de</strong> não refletida; tantomenos ela por sua vez po<strong>de</strong> coisificar os seus conceitos. Albertpercebe corretamente que conceitos centrais, mas nãoverificáveis pelos sentidos, tais como socieda<strong>de</strong> ou coletivida<strong>de</strong>,não <strong>de</strong>vem ser hipostasiados, postos ou fixados comum realismo ingênuo, como ser-em-si. Uma teoria expostaao perigo <strong>de</strong> uma tal coisificação, em todo caso, é induzidaàquela do objeto, na medida em que este se encontra tãoenrijecido, como sói se repetir no dogmatismo da teoria, noque esta apenas "reflete". Se a socieda<strong>de</strong>, um conceito <strong>de</strong>função e não <strong>de</strong> substância, permanece preor<strong>de</strong>nada <strong>de</strong> igualmodo objetivamente a todos os fenômenos singulares, entãotambém a sociologia dialética não po<strong>de</strong> se abster do aspecto<strong>de</strong> sua coisida<strong>de</strong>; caso contrário falsifica o <strong>de</strong>cisivo, as relações<strong>de</strong> dominação. Mesmo o conceito durkheimiano <strong>de</strong>— 184 —

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