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OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

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ADORNOse restringir aos dados, mas precisa procurar <strong>de</strong>sviar as contradições;a pesquisa empírica proce<strong>de</strong> <strong>de</strong> acordo. Que a teoriada ciência <strong>de</strong>spreze ab ovo tais consi<strong>de</strong>rações habituais àciência, constitui, encarado subjetivamente, o ponto <strong>de</strong> apoioda crítica dialética. Nunca os positivistas conseguiram se libertarinteiramente daquele antiintelectualismo latente, jápreformado na <strong>de</strong>gradação dogmática das i<strong>de</strong>as em Hume,representações convertidas em simples cópias das impressions.Para eles o pensamento não passa <strong>de</strong> uma ratificaçãoposterior, além do que já constitui um mal. Um antiintelectualismoassim camuflado, com suas involuntárias coloraçõespolíticas, favorece indubitavelmente o efeito da doutrina positivista;um <strong>de</strong>terminado tipo <strong>de</strong> seus seguidores se distinguepela ausência da dimensão da reflexão, e pelo rancorcontra procedimentos espirituais, que se movimentam essencialmentesobre aquela.O positivismo interioriza as pressões para uma posturaespiritual, exercida pela socieda<strong>de</strong> totalmente socializada sobreo pensamento, no intuito <strong>de</strong> fazê-lo funcionar nela. Eleé o puritanismo do conhecimento. 1 0 que este efetua na esfera1 No congresso realizado em 1968 em Frankfurt, sobretudo Erwin Scheuch <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u umasociologia que "nada mais almeja, senão ser sociologia". Determinadas posturas científicasrecordam por vezes pavor neurótico ao contato. Exagera-se excessivamente a importânciada limpeza. Subtraído da sociologia tudo o que não correspon<strong>de</strong> à <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> Weber noinício <strong>de</strong> Economia e Socieda<strong>de</strong>, nada restaria. Desprovida <strong>de</strong> todos os momentos econômicos,históricos, sociais e psicológicos, nada mais faria a sociologia do que ro<strong>de</strong>ar temerosamentequalquer fenômeno social. A sua raison d'être não é a <strong>de</strong> um domínio especializado, <strong>de</strong>uma "matéria específica", mas o inter-relacionamento constitutivo daqueles domínios <strong>de</strong>estilo mais antigo; uma parcela <strong>de</strong> reparação espiritual da divisão do trabalho, que nãopo<strong>de</strong> ser por seu lado fixada incondicionalmente por uma divisão do trabalho. Contudo,tampouco apenas contata mais ou menos frutiferamente os diversos domínios. O que se<strong>de</strong>signa por cooperação interdisciplinar não é sociologia. A esta cabe <strong>de</strong>svelar em si asmediações das categorias objetivas, cada uma das quais conduz â outra. Ela visa à interaçãoimanente dos elementos operados <strong>de</strong> um modo relativamente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte pela economia,história, psicologia, antropologia; procura restaurar cientificamente a unida<strong>de</strong> que constituemem si por serem sociais, e que per<strong>de</strong>m por intermédio da ciência, se bem que não<strong>de</strong> início por sua causa. Po<strong>de</strong>-se percebê-lo mais facilmente no exemplo da psicologia.Mesmo na escola freudiana, <strong>de</strong> começo monadológico, a socieda<strong>de</strong> "está contida" em inumeráveismomentos. O indivíduo, seu substrato, tomou-se autônomo perante a socieda<strong>de</strong>por motivos sociais. Foi o formalismo, em que <strong>de</strong>semboca irremediavelmente a instrumentalizaçãoda razão sociológica, a virtual maternatização, que completou a liquidação dadiferença qualitativa da sociologia em relação a outras ciências, e <strong>de</strong>ste modo também asua autarquia proclamada pelos <strong>de</strong>ntificistas.— 175 —

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