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OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

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<strong>OS</strong> <strong>PENSADORES</strong>probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> princípio. Se um pensador sociológico observarepetidamente nas estações do metrô <strong>de</strong> Nova York quedos luminosos <strong>de</strong>ntes alvos <strong>de</strong> uma belda<strong>de</strong> <strong>de</strong> cartaz, um seencontra rabiscado <strong>de</strong> preto, extrairá disto conclusões como a<strong>de</strong> que o glamour da indústria cultural, como simples satisfaçãocompensatória, pela qual o espectador se sente previamenteenganado, <strong>de</strong>sperta ao mesmo tempo a agressão <strong>de</strong>ste último.De acordo com o princípio epistemológico, não foi <strong>de</strong> outromodo que Freud construiu seus teoremas. Dificilmente tais extrapolaçõessão comprováveis do ponto <strong>de</strong> vista empirista, anão ser que se imaginem experimentos particularmente engenhosos.Contudo, tais observações po<strong>de</strong>m se cristalizar em estruturassódo-psicológicas do pensamento, que então, numcontexto alterado e con<strong>de</strong>nsado em itens, tornam-se novamenteacessíveis a métodos clínicos e <strong>de</strong> questionário. Se, em facedisto, os positivistas insistem em que os dialéticos, em oposiçãoa eles, não são capazes <strong>de</strong> indicar regras vinculadoras do comportamentodo conhecimento sociológico, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo por isto oaperçu, então o postulado supõe aquela separação estrita entre coisae método, alvo do ataque da dialética. Quem tendonasse aconchegarà estrutura <strong>de</strong> seu objeto, pensando-o como móvel em si,não dispõe <strong>de</strong> um modo <strong>de</strong> procedimento in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>le.Como contrapartida à tese geral positivista da verificabilida<strong>de</strong>do sentido, seja citado um mo<strong>de</strong>lo exposto no trabalho<strong>de</strong> sociologia da música do autor; não porque superestimea sua dignida<strong>de</strong>, mas porque naturalmente um sociólogocompreen<strong>de</strong> o intricar <strong>de</strong> motivos materiais e metódicosda melhor maneira em suas próprias pesquisas. Notrabalho "Sobre o jazz" publicado na Zeitschrift fuer Sozialforschung,em 1936, e reimpresso nos Moments Musicaux, utilizou-seo conceito <strong>de</strong> um "sujeito do jazz", uma imagem doeu que se apresenta, em geral naquele tipo <strong>de</strong> música; o jazzseria uma realização simbólica, em que este sujeito do jazzfracassa ante exigências coletivas, representadas pelo ritmofundamental, tropeçando, "caindo fora", porém como algoque cai fora revelando-se numa espécie <strong>de</strong> ritual, como algo— 166 —

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