11.07.2015 Views

OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ADORNOsocial mundana sobre o espírito, por sua vez socialmenteoriginado, é certo que também não conservam, uma vez restituídasà socieda<strong>de</strong>, a aparência do absoluto produzida poraquela projeção. Nenhum conhecimento social po<strong>de</strong> se atribuiro domínio do incondicionado. Sua crítica à filosofia tambémnão preten<strong>de</strong> que esta nela se dissolva sem vestígios.A consciência que se retrai no domínio do social liberta peloseu autoconhecimento em filosofia o que não se resolve semmais na socieda<strong>de</strong>. Contudo, quando se contrapõe ao conceitosocial <strong>de</strong> sistema como <strong>de</strong> algo objetivo, o fato <strong>de</strong> queele seculariza o conceito <strong>de</strong> sistema da metafísica, isto certamenteé verda<strong>de</strong>iro, porém se aplica a tudo, e portanto anada. Com igual direito po<strong>de</strong>r-se-ia repreen<strong>de</strong>r ao positivismoque seu conceito <strong>de</strong> consciência moral <strong>de</strong>sprovida <strong>de</strong>dúvida é secularização da verda<strong>de</strong> divina. A recriminação<strong>de</strong> criptoteologia se <strong>de</strong>tém a meio caminho. Os sistemas metafísicostinham projetado apologeticamente sobre o ser social<strong>de</strong> coação. Quem preten<strong>de</strong> se distanciar do sistema pela viado pensamento, precisa traduzi-lo da filosofia i<strong>de</strong>alista paraa realida<strong>de</strong> social, <strong>de</strong> que se encontrava abstraído. Destemodo o conceito <strong>de</strong> totalida<strong>de</strong>, conservado na idéia do sistema<strong>de</strong>dutivo justamente por cientificistas como Popper, éconfrontado com o iluminismo; no que é <strong>de</strong>cidível o que háali <strong>de</strong> não verda<strong>de</strong>iro, mas também <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>iro.Não menos injusta é a recriminação da megalomania arespeito do conteúdo. A lógica <strong>de</strong> Hegel entendia a totalida<strong>de</strong>como aquilo que ela também é socialmente: nada previamenteor<strong>de</strong>nado ao singular, aos momentos, como dizia Hegel,mas pelo contrário, inseparável daqueles e <strong>de</strong> seu movimento.O concreto singular pesa mais à concepção dialéticado que à cientificista, que o fetichiza pela teoria do conhecimento,e trata como matéria-prima ou exemplo através daprática do conhecimento. O modo dialético <strong>de</strong> encarar a socieda<strong>de</strong>consi<strong>de</strong>ra mais a micrologia do que faz o positivista,que, apesar <strong>de</strong> in abstracto atribuir ao ente singular o primadosobre seu conceito, no seu modo <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r passa rapida-— 155 —

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!