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OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

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ADORNOcostumavam <strong>de</strong>nominar <strong>de</strong> <strong>de</strong>sprovido <strong>de</strong> sentido; nesta medidaa sociologia, também como teoria crítica da socieda<strong>de</strong>,é "lógica". O que obriga a ampliar o conceito <strong>de</strong> crítica além<strong>de</strong> suas limitações em Popper. A idéia <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> científicanão po<strong>de</strong> ser dissociada da <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> verda<strong>de</strong>ira.Apenas esta seria livre tanto da contradição como da nãocontradição.Esta última, resignadamente o cientificismo arelega unicamente às formas simples do conhecimento.Contra a crítica ao objeto, em vez <strong>de</strong> somente às discordânciaslógicas, o cientificismo se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> apelando à suaneutralida<strong>de</strong> social. Da problemática <strong>de</strong> uma tal limitaçãoda razão crítica, tanto Albert como Popper parecem dar-seconta; daquilo que Habermas exprimiu dizendo que a ascesecientificista favorece o <strong>de</strong>cisionismo dos fins, o irracionalismo,que já se imprimia na doutrina weberiana da ciência. Aconcessão <strong>de</strong> Popper segundo a qual "proposições protocolaresnão são intocáveis parece-me configurar um consi<strong>de</strong>rávelprogresso", 1 <strong>de</strong> que hipóteses <strong>de</strong> leis <strong>de</strong> caráter universalnuma prática plena <strong>de</strong> sentido não po<strong>de</strong>riam ser compreendidascomo verificáveis, e <strong>de</strong> que isto valeria inclusivepara as proposições protocolares, 2 efetivamente leva em frente,<strong>de</strong> modo produtivo, o conceito <strong>de</strong> crítica. Propositalmenteou não leva-se em conta que aquilo a que se referem as assim<strong>de</strong>nominadas proposições protocolares, as simples observações,são pré-formadas pela socieda<strong>de</strong>, que, por sua vez, novamentenão admite ser reduzida a proposições protocolares.Contudo, se substituímos o usual postulado positivista daverificação por aquele da "possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> confirmação", entãoo positivismo é privado <strong>de</strong> todo seu sal. Todo conhecimentonecessita <strong>de</strong> confirmação, todo conhecimento precisaracionalmente distinguir o verda<strong>de</strong>iro e o falso, sem disporautologicamente as categorias <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>iro e falso conforme1 Popper, A Lógica da Investigação Cientifica, Tübingen, 1966, p. 63.2 "O <strong>de</strong>stino <strong>de</strong> ser eliminado também po<strong>de</strong> ocorrer a uma proposição protocolar."(Otto Neurath, "Proposições protocolares"; em Erkenntnis, editado por R. Carnap eHans Kluthenbach, tomo III, 1932-33, Leipzig, p. 209.— 141 —

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