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OS PENSADORES - MOM. Morar de Outras Maneiras.

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ADORNO<strong>de</strong> uma maneira grandiosa que se efetua a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crítica,nos sentidos científico e metacientífico, na obra <strong>de</strong> Marx: estase <strong>de</strong>nomina Crítica <strong>de</strong> Economia Política porque preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>monstraro todo a ser criticado em seu direito <strong>de</strong> existência,a partir das formas da troca e da mercadoria e sua contraditorieda<strong>de</strong>imanente, "lógica". A afirmação da equivalênciado trocado, base <strong>de</strong> toda troca, é <strong>de</strong>sautorizada pela conseqüênciamesma <strong>de</strong>sta. Na medida em que o princípio datroca, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua dinâmica imanente, se esten<strong>de</strong> aotrabalho humano vivo, transforma-se obrigatoriamente em<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> objetiva, a das classes. A contradição se expressa<strong>de</strong> modo marcante: na troca tudo suce<strong>de</strong> <strong>de</strong> modocorreto e <strong>de</strong> modo não correto. A crítica lógica e a enfáticoprática,<strong>de</strong> que a socieda<strong>de</strong> precisa ser transformada, sãomomentos do mesmo movimento do conceito. Que tambémuma tal análise não po<strong>de</strong> simplesmente ignorar a separaçãodo vinculado, a <strong>de</strong> ciência e política, se confirma pelo procedimento<strong>de</strong> Marx. Ele tanto criticou como respeitou a separação;aquele que em sua juventu<strong>de</strong> escreveu as Teses <strong>de</strong>Feuerbach permaneceu por toda a sua vida um teórico daeconomia política. O conceito popperiano <strong>de</strong> crítica suspen<strong>de</strong>a lógica, restringindo-a a proposições científicas sem respeitara logicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu abstrato, que <strong>de</strong> acordo com seu própriosentido a exige. Seu "racionalismo crítico" tem algo <strong>de</strong> prékantiano,lógico-formal à custa do conteúdo. Constructs sociológicas,entretanto, discretas em sua ausência <strong>de</strong> contradiçõeslógicas, não resistiram à reflexão <strong>de</strong> conteúdo: <strong>de</strong> umasocieda<strong>de</strong> inteiramente funcional, porém se perpetuando unicamentead Kalendas graecas graças à severida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma repressãoininterrupta, porque a coação sob a qual mantémvivas a si e também a seus membros não reproduz a vida<strong>de</strong>stes da forma possível, <strong>de</strong> acordo com o estado <strong>de</strong> racionalida<strong>de</strong>dos meios que precisamente a dominação burocráticaintegral pressupõe. Também o terror sem limites po<strong>de</strong>funcionar, mas funcionar como fim em si mesmo, separadodaquilo porque funciona; não é menos contraditório do que— 139 —

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